23.11.11

A Gênese

 A GÊNESE - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo

Esta obra é mais um passo dado ao terreno das consequências e das aplicações do Espiritismo. Conforme seu título o indica, tem ela por objeto o estudo dos três pontos até agora diversamente interpretados e comentados: a Gênese, os milagres e as predições, em suas relações com as novas leis que decorrem da observação dos fenômenos espíritas.
Dois elementos, ou, se quiserem, duas forças regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material. Da ação simultânea desses dois princípios nascem fenômenos especiais, que se tornam naturalmente inexplicáveis, desde que se abstraia de um deles.
Demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, o Espiritismo fornece a chave para a explicação de uma imensidade de fenômenos incompreendidos e considerados, em virtude mesmo dessa circunstância, inadmissíveis, por parte de uma certa classe de pensadores. Abundam nas Escrituras esses fatos e, por desconhecerem a lei que os rege, é que os comentadores, nos dois campos opostos, girando sempre dentro do mesmo círculo de idéias, fazendo, uns, abstração dos dados positivos da ciência, desprezando, outros, o princípio espiritual, não conseguiram chegar a uma solução racional.
Essa solução se encontra na ação recíproca do Espírito e da matéria. É exato que ela tira à maioria de tais fatos o caráter de sobrenaturais. Porém, que é o que vale mais: admiti-los como resultado das leis da Natureza, ou repeli-los? A rejeição pura e simples acarreta a da base mesma do edifício, ao passo que, admitidos a esse título, a admissão, apenas suprimindo os acessórios, deixa intacta a base. Tal a razão por que o Espiritismo conduz tantas pessoas à crença em verdades que elas antes consideravam meras utopias.
Os materiais se achavam prontos, ou, pelo menos, elaborados desde longo tempo; mas, ainda não chegara o momento de serem publicados. Era preciso, primeiramente, que as idéias destinadas a lhes servirem de base houvessem atingido a maturidade e levar em conta a oportunidade das circunstâncias. O Espiritismo não encerra mistérios, nem teorias secretas; tudo nele tem que estar patente, a fim de que todos o possam julgar com conhecimento de causa.
Os mesmos escrúpulos havendo presidido à redação das nossas outras obras, sucedem com esta, que podemos, por motivos semelhantes, apresentar como complemento das que a precederam, com exceção, todavia, de algumas teorias ainda hipotéticas, que tivemos o cuidado de indicar como tais e que devem ser consideradas simples opiniões pessoais
Allan Kardec

30.10.11

O CÉU E O INFERNO


   
Allan Kardec apresenta a verdadeira face do desejado Céu, do temido Inferno, como também do chamado Purgatório. Põe fim às penas eternas, demonstrando que tudo no universo evolui.
Lendo-se este livro com atenção vê-se que a sua estrutura corresponde a um verdadeiro processo de julgamento. Na primeira parte temos a exposição dos fatos que o motivaram e a apreciação judiciosa, sempre serena, dos seus vários aspectos, com a devida acentuação dos casos de infração da lei. Na segunda parte o depoimento das testemunhas. E diante dos confrontos necessários o juiz pronuncia a sua sentença definitiva, enérgica e tocada de misericórdia. Estamos ante um tribunal divino.
A 30 de Setembro de 1863, como se pode ver em Obras Póstumas, Kardec recebeu dos Espíritos Superiores este aviso: "Chegou a hora de a Igreja prestar contas do depósito que lhe foi confiado, da maneira como praticou os ensinamentos do Cristo, do uso que fez de sua autoridade, enfim, do estado de incredulidade a que conduziu os espíritos". Esse julgamento começa com a preliminar Evangelho Segundo o Espiritismo e devia continuar com O Céu e o Inferno.
Os intelectuais materialistas assustaram-se com o retrocesso do homem nos anos 40 do século passado e puseram em dúvida a teoria da evolução. Se houvessem lido este livro de Kardec, saberiam que a evolução não se processa em linha reta; mas em ascensão espiralada.
Vemos assim que este livro de Kardec tem muito para ensinar, não só aos espíritas, mas também aos luminares da inteligência néo-pagã que perdem o seu tempo combatendo o Espiritismo, como gregos e romanos combateram inutilmente o Cristianismo. O processo espírita se desenvolve na linha de sequência do processo cristão. A conversão do mundo ainda não se completou. Cabe ao Espiritismo dar o desenvolvimento natural, histórico e profético do Cristianismo em nosso tempo.
A leitura e o estudo sistemático deste livro se impõem a espíritas e não-espíritas, a todos os que realmente desejam compreender o sentido da vida humana na Terra. A maioria dos que o conhecem nunca se inteirou do seu verdadeiro significado. Kardec nos dá nas suas páginas o balanço da evolução moral e espiritual da humanidade terrena até os nossos dias. Mas ao mesmo tempo estabelece as coordenadas da evolução futura. As penas e recompensas de após a morte saem do plano obscuro das superstições e do misticismo dogmático para a luz viva da análise racional e da pesquisa científica.
O grave problema da continuidade da vida após a morte despe-se dos aparatos mitológicos para mostrar-se com a nudez da verdade à luz da razão esclarecida.

José Herculano Pires

28.9.11

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRIRTISMO

     Este livro foi publicado, inicialmente, com o título de Imitação do Evangelho. Kardec explica o seguinte: "Mais tarde, por força das observações reiteradas do Sr. Didier e de outras pessoas, mudei-o para Evangelho Segundo o EspiritismoTrata-se do desenvolvimento dos tópicos religiosos de O Livro dos Espíritos, e representa um manual de aplicação moral do Espiritismo.
A 9 de agosto de 1863, Kardec recebeu uma comunicação dos seus Guias, sobre a elaboração deste livro. A comunicação assinalava o seguinte: “Esse livro de doutrina terá influência considerável, porque explana questões de interesse capital. Não somente o mundo religioso encontrará nele as máximas de que necessita, como as nações, em sua vida prática, dele haurirão instruções excelentes. Fizeste bem ao enfrentar as questões de elevada moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos”.
Em comunicação posterior, a 14 de setembro de 1863, declaravam os Guias de Kardec: “Nossa ação, principalmente a do Espírito da Verdade, é constante ao teu redor, e de tal maneira, que não a podes negar. Assim não entrarei em detalhes desnecessários, sobre o plano da tua obra, que, segundo os meus conselhos ocultos, modificaste tão ampla e completamente”. Logo adiante acentuavam: “Com esta obra, o edifício começa a libertar-se dos andaimes, e já podemos ver-lhe a cúpula a desenhar-se no horizonte”.
Estas comunicações, cuja leitura completa pode ser feita em Obras Póstumas, revelam-nos a importância fundamental de O Evangelho Segundo o Espiritismo, na Codificação Kardeciana. Enquanto O Livro dos Espíritos nos apresenta a Filosofia Espírita em sua inteireza e O Livro dos Médiuns, a Ciência Espírita em seu desenvolvimento, este livro nos oferece a base e o roteiro da Religião Espírita.
Livro de cabeceira, de leitura diária obrigatória, de leitura preparatória de reuniões doutrinárias, deve ser encarado também como livro de estudo, para melhor compreensão da Doutrina. A comunicação do Espírito da Verdade, colocada como prefácio, deve ser lida atentamente pelos estudiosos, pois cada uma de suas frases tem um sentido mais profundo do que parece à primeira leitura.
A Introdução e o Capítulo I constituem verdadeiro estudo sobre a natureza, o sentido e a finalidade do Espiritismo. Devem ser estudados atenciosamente, e não apenas lidos. Formam uma peça de grande valor para a verdadeira compreensão da Doutrina.

1.9.11

VIAGEM ESPÍRITA EM 1862


Viagem Espírita em 1862
Um tesouro quase desconhecido


Nos anos de 1860, 1861, 1862, 1864 e 1867, Allan Kardec deslocou-se da capital francesa para visitar algumas cidades do interior da França e da Bélgica. Suas impressões sobre essas viagens, a riqueza de suas observações sobre a popularização do Espiritismo em sua época, as instruções que deu aos diversos grupos constituem este livro admirável, que mostra, a personalidade firme e fraterna do Codificador do Espiritismo, a sabedoria de suas palavras e a generosidade de suas atitudes
Intitulado "Viagem Espírita em 1862", ano em que Allan Kardec visitou mais de vinte cidades, participou de cerca de cinquenta reuniões, atendendo a um convite subscrito por quinhentos espíritas da cidade de Lyon _ França, o estudioso do Espiritismo encontrará valorosos e oportunos ensinos do Codificador.
Embora o destaque tenha sido para o ano de 1862, Kardec fez sua primeira viagem a serviço da difusão do Espiritismo no ano de 1860, quando visitou Lyon e algumas outras cidades que faziam parte do percurso.
O Codificador, sob cujos ombros repousava a total responsabilidade pelas orientações ao Movimento Espírita iniciante, não poupou esforços para esclarecer e orientar os trabalhadores dos diversos recantos da França.
Nesses seus ditos e feitos há muitas preciosidades que podem bem servir para aqueles trabalhadores espíritas da atualidade que desejam nortear suas atividades pelas diretrizes seguras do Mestre lionês.
Era outono de 1862...
O Codificador, com o zelo que lhe era peculiar, preparou as malas e os materiais que levaria na extensa viagem de seis semanas... e partiu sozinho, deixando para trás a cidade de Paris envolta em cinzentas brumas.
Ao outono sucedeu o inverno... mas, a chuva, o frio e a neve não foram empecilhos para o grande missionário que tinha como objetivo levar o calor do seu aperto de mão aos lidadores da província francesa.
"A `Viagem Espírita em 1862' é um livro em que, de singular maneira, o `homem' Allan Kardec se nos revela com sua consciência histórica e, em súbitos clarões, permite que o vejamos bem próximo de nós, o ser que já realizou o que intentamos, isto é, a substancial reforma interior que, só ela, possibilita a mágica interação: a criatura vivendo no Espiritismo, o Espiritismo vivendo na criatura." *

* Wallace Leal V. Rodrigues, Viagem Espírita em 1862, Prefácio do Tradutor

1.8.11

O LIVRO DOS MÉDIUNS

A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Como ciência, o Espiritismo estudou, demonstrou e comprovou a existência do mundo espiritual, as leis que o regem, a natureza e o estado dos seres que o habitam e suas relações com o mundo corpóreo. São os fenômenos mediúnicos - manifestação ostensiva dos Espíritos em nosso meio, através dos médiuns - que nos proporcionam o conhecimento dessas leis.
Consciente de que a prática mediúnica não pode e nem deve ser feita sem o conhecimento das leis que regem o intercâmbio entre os homens com os vivos de alem túmulo, observou Kardec a necessidade de tratar especificamente esse assunto, através de um estudo que viesse orientar não apenas os experimentadores ou observadores dos fenômenos psíquicos, mas, principalmente, servir de guia àqueles que sejam visitados pela mediunidade, em um ou mais dos seus múltiplos aspectos.
O Livro dos Médiuns, lançado em 1861, é o segundo volume da Codificação do Espiritismo. A finalidade deste livro é desenvolver a parte prática da doutrina. Por isso Kardec o considerou “continuação de O Livro dos Espíritos”. Mesmo porque, segundo declara na Introdução, este livro também pertence aos Espíritos. Foram eles que o orientaram na sua elaboração, eles que o revisaram e modificaram inteiramente para a segunda edição de 1862, que ficou sendo a definitiva.
Apesar de ser editado pela primeira vez há cento e cinquenta anos. O livro dos Médiuns continua atualíssimo. Nenhuma outra obra, espírita ou não, sobre a fenomenologia mediúnica conseguiu superá-lo. É um tratado que tem por fundamento a pesquisa científica e a experiência, além da contribuição teórica dos Espíritos na explicação de vários problemas ainda inacessíveis à pesquisa científica. Essas explicações só eram aceitas por Kardec na medida da sua racionalidade, de acordo com o método de controle rigoroso que estabeleceu para o seu trabalho. Esse método é explicado neste livro e pode ser examinado em minúcias nos relatórios e registros de sessões publicadas na Revista Espírita.
A Ciência Espírita teve início com as manifestações físicas, mas sua finalidade é moral e suas pesquisas devem desenvolver-se nesse sentido. Provada a comunicabilidade, o Espiritismo deve aprofundar-se na investigação dos processos de comunicação, da situação dos Espíritos após a morte, das leis que regulam as relações permanentes entre os Espíritos e os homens e suas conseqüências nesta vida, e assim por diante. O Livro dos Médiuns é o guia seguro de que nos devemos servir para o exercício mediúnico. Mas tudo isso com critério e métodos científicos.

7.6.11

O Que É o Espiritismo



    Hipolyte Léon Denizard Rivail usando o pseudônimo Allan Kardec em 1857 lançou o Livro Dos Espíritos, o que provocou discussões acaloradas em Paris, considerada a Cidade Luz naquela época, pois ali residiam as maiores inteligências do planeta e o cientista Rivail era muito conhecido e considerado entre eles. Como era costume então se iniciou uma vasta correspondência por cartas, entre as quais Rivail escolhia as de melhor conteúdo para publicar na Revista Espírita, lançada mensalmente em 1858.
Percebendo que o tema estava se tornando repetitivo, o professor Rivail recolheu as respostas às objeções mais comuns da parte daqueles que ignoram os primeiros fundamentos da Doutrina, assim como as refutações dos principais argumentos dos seus opositores e publicou um livro onde ele dizia “O Que É O Espiritismo” para um crítico, para um cético e para um sacerdote, esclarecendo-os na forma de diálogos.
O livro O Que É o Espiritismo, lançado em 08/06/1859 também expõe didaticamente noções elementares do mundo invisível, pelo estudo das manifestações dos Espíritos, esclarecendo que as objeções nascem o mais frequentemente, de idéias falsas que são feitas, a priori, sobre o que não se conhece. Corrigir essas idéias foi a forma encontrada para antecipar-se às objeções.
O livro, apresentando um resumo dos princípios da Doutrina Espírita, soluciona problemas do mais alto interesse de ordem psicológica, moral e filosófica aos quais nenhuma filosofia deu, ainda, soluções satisfatórias. Recomendado aos leitores interessados em conhecer e estudar o Espiritismo, este resumo pode em pouco tempo passar as noções mais essenciais, respondendo as primeiras objeções que não deixam de fazer ao Espiritismo e despertar o interesse para o início de um estudo minucioso do Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, Evangelho Segundo o Espiritismo, o Céu e o Inferno e a Gênese de Allan Kardec, onde está a base da Doutrina.
O livro é fornecido por diversas Editoras, FEB, IDE, LAKE, etc., eu particularmente, aprecio a edição da IDE, com tradução de Salvador Gentile, pelo preço baixo, capa de plástico e principalmente por incluir dois livretos de Allan Kardec no mesmo volume. O Primeiro é O Espiritismo Em Sua Mais Simples Expressão, onde encontramos um histórico do Espiritismo, um resumo do Ensinamento dos espíritos e as Máximas do ensinamento dos espíritos. O segundo é Resumo Da Lei Dos Fenômenos Espíritas, com as observações preliminares: Dos Espíritos; Manifestações dos Espíritos; Dos Médiuns; Das Reuniões Espírita
Antonio D. Barana

4.5.11

REVISTA ESPÍRITA - IV

Atuais depois de 150 anos, as revistas podem ser adquiridas hoje, encadernadas em brochura com os 12 exemplares de 1861. A publicação de Allan Kardec transformou-se numa tribuna livre, que sondava a reação dos homens e a impressão dos Espíritos acerca de assuntos, ainda hipotéticos ou mal compreendidos, enquanto lhes aguardava a confirmação. Tratam de assuntos os mais diversos, desde a fenomenologia mediúnica nos seus variados matizes, até as dissertações da pura moral evangélica, a vida no mundo espiritual, a justiça da reencarnação, enfim, os princípios fundamentais do Espiritismo. A qualidade das informações contidas nesse veículo de informação espírita deveria ser fonte de pesquisa por todos os que desejam estudar a Doutrina Espírita, tanto por sua fonte doutrinária, como pelos detalhes sobre a história do Espiritismo nascente.
    A Coleção é composta de 12 volumes correspondentes aos anos de 1858 a 1869, com os 12 exemplares de cada ano por volume e o índice de todas as matérias.

Antonio D. Barana

18.4.11

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Hipolyte Léon Denizard Rivail sentia-se pressionado examinar os fenômenos das “mesas girantes” e, por insistência de muitos amigos foi levado a conversar com o Sr. Pâtier, que argumentou não tratar-se apenas de brincadeiras de salão e o convidou a assistir experiências sérias, que se realizariam na residência da Sra. Plainemaison. Impressionado com o teor das respostas apresentadas pelos Espíritos, ele percebeu que estava diante de um fenômeno que traria a descoberta do problema do passado e do futuro, uma solução que sempre procurara em sua vida, uma completa revolução das idéias e das crenças religiosas e o cientista Rivail passa então a observá-lo com cautela e método, sempre dentro das leis Naturais.
Acompanhando as reuniões onde os Espíritos se manifestavam por efeitos físicos, encontrou o editor de livros francês Didier, que conhecia a capacidade de concisão dos textos nos quais Rivail apresentava seus trabalhos na área pedagógica. Confiou-lhe então 50 cadernos, onde estavam contidas as comunicações obtidas em várias sessões mediúnicas, e pediu a ele, que as ordenasse, para serem publicadas em um livro. Sabendo do enorme trabalho que essa tarefa representava e prevendo a oportunidade de codificar uma nova doutrina, o professor aceitou.
Foi quando se apresentou Zéfiro, um espírito amigo desde os tempos em que Rivail fora a encarnação do Druida Allan Kardec e prometeu auxiliar nessa tarefa confiada pelo Cristo. Essa ajuda espiritual pode ser exemplificada, quando em março de 1856, estando trabalhando até tarde da noite, Rivail percebeu pancadas nas paredes. No dia seguinte seguindo conselho de sua esposa, fez uma consulta a uma médium e por intermédio dela recebeu a comunicação do espírito “A Verdade”, dizendo que o trabalho da noite anterior deveria ser refeito, pois apresentava um grave erro e deixou a Rivail a tarefa de encontrá-lo e corrigir. Esse espírito A Verdade, que se revelou o líder de uma equipe espiritual, comprometeu-se em se apresentar mensalmente e auxiliar na codificação do Espiritismo.
Suprimindo as repetições, pondo uma ordem racional e acrescentando novos princípios, O Livro dos Espíritos foi lançado em 18 de abril de 1857, numa primeira edição custeada pelo autor. Na introdução dizia que para designar coisas novas são necessárias palavras novas e criou então as palavras Espírita e Espiritismo para a crença nos Espíritos e adotou o nome do Druida da antiga Gália “Allan Kardec” como pseudônimo.
Essa 1ª edição esgotou-se rapidamente e novas edições foram feitas com acréscimo de conteúdo. O Texto definitivo de O Livro dos Espíritos como o temos hoje, é constituído de Introdução; Prefácio com uma vinheta desenhada pelos espíritos; 4 partes divididas em 1018 questões numeradas e Conclusão.
Na 1ª parte trata das “Causas Primárias”, Deus, Elementos Gerais do Universo, Criação e Princípio Vital. Na 2ª parte descreve o “Mundo Espírita ou dos Espíritos”. Na 3ª parte estuda as “Leis Morais” e na 4ª parte fala das “Esperanças e Consolações”. O Livro tem um sumário muito bem disposto com as quatro partes listadas com seus respectivos capítulos e subcapítulos, permitindo ser consultado como se fosse uma enciclopédia, mas pela sequência lógica em que as questões foram dispostas é recomendável que o livro seja estudado no seu conteúdo total, iniciando-se na introdução e indo até a conclusão.
O Livro dos Espíritos contém os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o futuro da humanidade, segundo os ensinamentos dados pelos Espíritos Superiores por intermédio de diversos médiuns. Iniciando assim a terceira revelação divina prometida por Jesus no Evangelho de (João, 14:15 a 17 e 26), que diz: Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei a meu Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem meu Pai em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.

Antonio D. Barana

9.3.11

De Allan Kardec até o advento do Espiritismo - 1

     Para entendermos Allan Kardec, devemos primeiro recuar no tempo, e irmos à antiga Gália, a região da Europa que ia do norte da França até a Irlanda e que era assim chamada pelos Romanos. Ali o povo Celta vivia em pequenas aldeias, as quais tinham um chefe escolhido entre os melhores guerreiros, mas a educação, saúde e religiosidade do povo eram responsabilidades dos Druidas (à semelhança dos índios americanos, com seus caciques e pajés).

     Um dos mais conceituado druida chamava-se Allan Kardec.
     Os Druidas eram escolhidos para receberem os conhecimentos desde cedo. Numa primeira etapa eles eram os Bardos, que faziam poesias e músicas elogiando as coisas boas da aldeia e criticando aquilo que não era do seu agrado, numa segunda etapa aprendiam a se comunicar com os espíritos e na terceira etapa, depois de no mínimo 25 anos de preparo tornavam-se Druidas. Tinham grande conhecimento do poder curativo das plantas, faziam tratamento das forças do interior da terra com rochas em forma de menires e dolmens, tinham grandes conhecimentos espirituais, que lamentavelmente, não chegaram até nós, devido ao preconceito do povo que veio posteriormente dominar a região.

(Continua) Antonio Domingos Barana

De Allan Kardec até o advento do Espiritismo - 2

     Como vimos no capítulo anterior os gauleses acabaram dominados pelos romanos e o conhecimento dos seus Druidas foi duramente combatido, passando a ser secreto, após o que, no Plano Espiritual Superior, o Cristo de Deus, governador da Terra, resolveu tomar um corpo de carne e exemplificar aos homens como deveria ser a vida no planeta.

     A vida de Jesus com sua filosofia revolucionária de amor e perdão está bem documentada nos evangelhos de: Marcos (escrito em 42 dC), Matheus (antes de 50 dC), Lucas (62 dC) e João (antes de 70 dC). Em Atos dos Apóstolos, nós vemos que depois da prisão, pelas autoridades judaicas e do sacrifício de Jesus na cruz, pelos romanos, os seus discípulos se reúnem e começam a divulgar a filosofia de Jesus. Paulo, que se chamava Saulo, era um romano e doutor da lei entre os judeus, e foi escolhido pelo Cristo para a divulgação do evangelho além dos limites do Oriente Médio, suas cartas, bem como os quatro evangelhos e Atos dos apóstolos são o novo testamento da Bíblia.
     Os cristãos, mesmo combatidos com a prisão e o sacrifício nos circos romanos, cresciam de forma acentuada, enquanto o poderio de judeus e romanos declinava. Roma foi incendiada pelo Imperador Nero, invadida pelos povos bárbaros e não mais conseguindo deter o crescimento dos cristãos, uniram-se judeus e romanos e criaram um Neo Cristianismo. Esta nova religião adotava os paramentos e seitas judaicas e alguns rituais criticados por Jesus, como a oferta da carne e do sangue, a Deus, no altar. Após o século IV e o império de Constantinus, em um concílio, foi introduzida na nova doutrina, a divindade de Jesus e a reencarnação, que era comum na linguagem dele, foi tirada do Cristianismo. A humanidade mergulhou então num longo período de ignorância, com incêndio de bibliotecas e o recolhimento de livros nos mosteiros, longe do alcance das pessoas comuns, que eram controladas pela sua ignorância e temor que tinham das autoridades.

(Continua) 
Antonio Domingos Barana

De Allan Kardec até o advento do Espiritismo - 3

     O Catolicismo passou a ser uma religião muito poderosa, a ponto de os Reis europeus serem coroados pelo Papa, então, o Plano Espiritual convocou o espírito do Druida Allan Kardec da antiga Gália, para reencarnar no período de 1369 a 1415. Agora na personalidade de John Huss, um religioso católico, que também era reitor da Universidade de Praga. Ele traduziu a Bíblia do latim clássico para a língua popular, pois era favorável a educação do povo, era contra a venda de indulgências pelo catolicismo e queria um cristianismo mais puro. Em conseqüência disso, foi excomungado em 1414. Como era protegido pelas autoridades da Tchecoslováquia, não podia ser detido pelos romanos, recebeu então, um salvo conduto dos católicos e convidado a participar de festejos em Roma, foi preso, julgado e queimado num poste em 1415. Jonh Huss era um homem sereno e corajoso, que enfrentou o suplício e perdoou seus inimigos. Num primeiro momento, seus coidealistas recuaram, mas depois de algum tempo nós viamos Jerônimo de Praga dando continuidade em suas idéias e Martinho Lutero, que protegido pelas autoridades da Alemanha fez surgir o Protestantismo, uma rachadura do Catolicismo que não aceitava as novas idéias que surgiam.

     Nesse período obscuro da humanidade, outra figura de destaque é Joana D´Arc, que em 1429 a virgem de 17 anos, ouvindo suas vozes interiores, nos mesmos campos da antiga Gália, onde os Druidas comunicavam-se com os Espíritos, ajudou a defender Oleans dos ingleses, que dominavam a França. Recebeu o comando de uma tropa, fez coroar o Delfim Carlos VII, provocando com isso uma virada na guerra que durava 100 anos. Essa liderança da jovem Joanna D´Arc causou muita inveja e tendo sido ferida e derrotada em Paris, foi entregue aos ingleses, julgada e queimada como bruxa em Rouen em 1431. É interessante resaltar que em 1455 uma Corte Eclesiástica reverte o veredicto de culpa e em 1920 Joanna D´Arc foi canonizada, sendo hoje a santa padroeira da França.


(Continua) Antonio D. Barana

De Allan Kardec até o advento do Espiritismo - 4

     Como estivemos vendo nas edições anteriores, a transformação da França no principal pólo de inteligência do planeta foi planejada na Espiritualidade e teve como fato marcante a Revolução Francesa que começou no reinado de Luiz XVI e sua jovem esposa Maria Antonieta, que a partir de 1774, foi sacrificada por seu comportamento frívolo e extravagante. Durante os difíceis dias da Revolução, a rainha demonstrou coragem e dignidade, mas por seu apoio aos aliados, foi julgada e executada. A revolução que tinha como lema a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, trouxe uma nova constituição, que aboliu o antigo regime, nacionalizou as terras da Igreja, dividindo o país em departamentos, a serem governados por assembléias eleitas e isso provocou diversas facções. Os revolucionários, depois de diversas tentativas de administração, foram derrubados por Napoleão I em 1799. Em 1848 houve nova revolução e Napoleão Bonaparte foi eleito presidente e em 1852, após um golpe contra o Parlamento, nomeou a si próprio Imperador Napoleão III.

     Nessa mesma época os trabalhadores do Cristo no plano espiritual, liderados pelo Espírito Verdade, resolveram que era chegado o tempo da humanidade terrestre conhecer o Consolador prometido por Jesus nos Evangelhos e vários espíritos foram convocados a reencarnar a fim de promoverem um formidável avanço na humanidade. Entre eles estavam dois espíritos afins, o nosso conhecido Druida Allan Kardec e um espírito feminino, ambos com longa experiência nas áreas de educação, saúde e caridade.

    Em 23/11/1795 reencarna Amélie Boudet (Gabi) a filha de Julien Louis, que desde tenra idade, mostrava grande interesse pelos livros e usando os ricos exemplares da biblioteca de seu pai, dedicava-se a ensinar suas amiguinhas, ocasião em que, questionada, respondeu, “de que servem os livros, se não for para divulgar o conhecimento”. Percebendo a vocação da filha, Julien Louis resolve transferir seu Tabelionato para Paris e assim proporcionar uma melhor formação para Gabi.
     Em 03/10/1804 reencarna Hipolyte Léon Denizard Rivail, o filho único de Jean Batista, magistrado de Lion, a terra dos mártires do cristianismo primitivo. Quando menino, com a idade de 10 anos, seus pais notam nele uma tendência para assuntos filosóficos e questões de ciência. Sua mãe, Jeanne Louise, mal controlando a tristeza da separação, resolve matriculá-lo no castelo de Pestalozzi, em Yverdun na Suíça, o que muito contrariava o pai do menino, pois estava sendo quebrada uma tradição na família de juristas. O sistema educacional de Pestalozzi era revolucionário e o mais moderno da Europa, por isso Jean Batista conforma-se e uma vez que queria para seu filho, a melhor educação possível, aceita. A máxima de Pestalozzi era: “O Amor é o eterno fundamento da educação”.
     O menino Rivail sobressaia-se nos estudos e com a idade de 14 anos, aproveitando os momentos de folga do seu curso regular, abriu um curso especial para seus condiscípulos menos aptos à educação. Tornou-se assim, o sucessor de seu mestre Pestalozzi e chegou a substituí-lo por ocasião das várias viagens.

(Continua) Antonio D. Barana

De Allan Kardec até o advento do Espiritismo - 5

     Aos 19 anos Hipolyte Léon Denizard Rivail, que mais tarde escreveria a codificação do Espiritismo com o pseudônimo Allan Kardec, estava estabelecido em Paris, onde o sistema pedagógico da França estava bastante abalado nas Estruturas, devido à primeira revolução francesa, que questionara o tradicionalismo e as inclinações teológicas da idade média e também pelas ingerências de Napoleão. Rivail passa então a viver o mundo dos livros e da educação, passando a escrever obras didáticas que beneficiavam aos estudantes e aos professores.

     Convidado a um sarau literário na casa de um de seus alunos, o professor Rivail conheceu uma jovem vivaz que estava a declamar belos e tocantes versos, envolvendo o sentido do Belo e do Eterno e ele sentiu-se muito atraído por Amélie Boudet (Gabi), o espírito simpático que aceitara reencarnar, para juntos receberem a obra dos Espíritos.

     Em 06/12/1832 acontece o casamento de Rivail e Gabi.
Rivail fundou em Paris um Instituto Técnico, orientado nos métodos do mestre Pestalozzi, que fez grande sucesso, pois a educação pública estava mal cuidada pelo governo da época. Envolvidos que estavam nas tarefas educacionais, o casal confia a Pierre, um parente, a tarefa de tesoureiro do Colégio e após 5 anos descobrem, que Pierre havia se endividado em jogatinas e os credores do colégio deixam o casal Rivail financeiramente arruinado e o estabelecimento de ensino entrou em liquidação.
     Mostrando ser um espírito valente e apaixonado por sua esposa, Rivail não se deixa abater e consegue de vários comerciantes serviços de contabilidade e trabalhando dia e noite voltou a escrever obras didáticas que tiveram grande aceitação, fez traduções de obras clássicas, enquanto Gabi preparava cursos gratuitos para jovens carentes, que eram ministrados em sua residência. Rivail teve obras adotadas pela Universidade da França e assim com as finanças mais folgadas, investiu no campo da educação, com novos cursos gratuitos.

     As grandes revoluções da humanidade nunca chegam bruscamente e o Espiritismo teve vários precursores, como Swedenborg, um vidente da Suécia; Lavater um amigo de Pestalozzi, que era familiarizado com as comunicações espíritas: Samuel Hahnemann fundador da homeopatia e o próprio Professor Rivail, que tinha experiência de pelo menos 30 anos nos estudos do Magnetismo Animal, iniciados por Franz A. Mesmer e nos trabalhos de cura magnética. O magnetismo Animal é um estado particular de vibração do Fluido Cósmico Universal, que corretamente direcionado, torna-se agente natural, não observado pelos sentidos humanos e que pode ser constatado pelos efeitos no organismo, sendo usado nas curas e no sonambulismo provocado (Hipnotismo).
     Convidado certa vez por seu amigo magnetizador Fortier a assistir uma reunião de Mesas Girantes, Rivail desdenhou, dizendo que as mesas jamais poderiam responder, a menos que tivessem um sistema nervoso e um cérebro. Na Universidade de Paris Rivail deparou-se com Carloti, um seu amigo de há uns vinte e cinco anos, que numa conversa amigável falou das mesas falantes e diante do ceptismo de Rivail, explicou que os Espíritos transmitiam por meio das mesas, apelos para que nos voltássemos aos princípios cristãos.
     Rivail sentia-se pressionado a ir examinar os fenômenos das “mesas girantes” e, por insistência de muitos amigos foi levado a conversar com o Sr. Pâtier, que argumentou não tratar-se apenas de brincadeiras de salão e convidou Rivail e Gabi a assistir experiências sérias, que se realizariam na residência da Sra. Plainemaison. Sentados junto a algumas outras pessoas presentes em torno de uma mesa de mogno, o casal vê a mesa agitar-se, mover-se e como se tivesse vida própria asserenou-se, moveu-se em direção ao casal e inclinou-se em reverência a eles.
     Impressionado com o teor das respostas apresentadas pelos Espíritos, Rivail disse a Gabi, que estiveram diante de um fenômeno que seria a descoberta do problema do passado e do futuro, uma solução que ele sempre procurara em sua vida, uma completa revolução das idéias e das crenças religiosas e, por isso era preciso agir com cautela, para que tudo fosse observado dentro das leis da Natureza. Falou da necessidade de conhecer o estado desse Mundo espiritual, uma vez que cada manifestante deve ter a sua posição definida em razão da sua própria individualidade.


(continua) Antonio D. Barana

De Allan Kardec até o advento do Espiritismo - 6

Passando a acompanhar as reuniões onde os Espíritos se manifestavam por efeitos físicos, Hipolyte Léon Denizard Rivail encontrou Numa dessas reuniões Didier, o editor de livros francês, que conhecia a capacidade de concisão dos textos em que Rivail apresentava seus trabalhos na área pedagógica, confiou-lhe então 50 cadernos, onde estavam contidas as comunicações obtidas em várias sessões mediúnicas, e pediu que ele as ordenasse, para serem publicadas em um livro. Sabendo que essa tarefa representava um enorme trabalho e prevendo a oportunidade de codificar uma nova doutrina, o professor Rivail aceitou. Apresentou-se então, Zéfiro, um amigo espiritual desde os tempos do Druida Allan Kardec, que tinha como propósito auxiliar nessa tarefa confiada pelo Cristo. Essa ajuda espiritual pode ser exemplificada, quando em março de 1856, estando trabalhando até tarde da noite, Rivail percebeu pancadas nas paredes. No dia seguinte seguindo conselho de sua esposa Gabi, fez uma consulta a uma médium e por intermédio dela recebeu a comunicação do Espírito “A Verdade”, que disse que o trabalho da noite anterior deveria ser refeito, pois apresentava um grave erro e deixou a Rivail a tarefa de encontrar e o corrigir. Esse Espírito, que se soube depois era o líder de uma equipe espiritual, comprometeu-se em se apresentar mensalmente e auxiliar na codificação do Espiritismo.
Suprimindo as repetições, pondo uma ordem racional e acrescentando novos princípios, O Livro dos Espíritos foi lançado em 18 de abril de 1857, numa primeira edição custeada pelo autor, que para distinguir a obra espírita, da obra pedagógica, passou a assinar Allan Kardec, seu nome na antiga encarnação como Druida na Gália. Essa edição esgotou-se rapidamente e novas edições foram feitas com acréscimo de conteúdo. O Texto definitivo do livro, como conhecemos hoje, é constituído de Introdução; Prefácio com uma vinheta desenhada pelos espíritos; 4 partes divididas em 1018 questões numeradas e Conclusão.
O Livro dos Espíritos contém os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o futuro da humanidade, segundo os ensinamentos dados pelos Espíritos Superiores por intermédio de diversos médiuns.
De janeiro de 1858 a janeiro de 1869, Kardec dirigiu a Revista Espírita, um jornal de estudos psicológicos mensal, que foi lançado numa encadernação anual contendo os doze números do ano, com índice. Na Revista o codificador trata de assuntos gerais abrangendo as áreas da ciência, filosofia e religião, traz as revelações que vieram a ser adicionadas na obra primeira e o desdobramento da Revelação Espírita. O lançamento da Revista foi motivo de muita preocupação para Kardec, que não conseguindo um sócio na empreitada, a bancou com recursos próprios e isso por outro lado, deu a ele uma valorosa liberdade em termos doutrinários.
Em 1858 foi lançado também o livro Instrução Prática Sobre as Manifestações Espíritas, que veio a fazer parte das novas edições ampliadas de O Livro dos Médiuns.
08/06/1859 foi lançado O Que É o Espiritismo, onde as objeções mais comuns sobre o Espiritismo, feitas por um crítico, um cético e um sacerdote, são esclarecidas por Kardec na forma de diálogos. Também são expostas didaticamente noções elementares do mundo invisível, pelo estudo das manifestações dos Espíritos, e é apresentado um resumo dos princípios da Doutrina Espírita. Recomendada aos leitores interessados em conhecer e estudar o Espiritismo.
15/01/1861 - O Livro dos Médiuns, obra em que os médiuns escritores procuram estabelecer ligações necessárias entre os princípios aqui expostos e as conquistas atuais da ciência espírita e contemporânea.
15/01/1862 - O Espiritismo Em Sua Mais Simples Expressão – Livrinho menor e sintético, ainda inédito em português, uma verdadeira iniciação espírita.
Dezembro de 1862 – Viagem Espírita de 1862, onde está retratada a viagem, em que Kardec e Gabi visitaram os vários Grupos Espíritas recém formados, viagem custeada pelas economias pessoais feitas pelo professor Rivail, com as edições dos livros didáticos
Abril de 1864 – O Evangelho Segundo o Espiritismolivro da Codificação Espírita, um conjunto de ensinamentos transmitidos por Espíritos superiores, organizados e comentados por Allan Kardec. Esta obra contém a essência do ensino moral de Jesus. Roteiro seguro para a nossa reforma íntima, objetivo apontado pelo Cristo como indispensável para alcançarmos a felicidade vindoura, a paz interior, conquista que somente a observância plena das leis divinas pode proporcionar ao Espírito na sua gradual caminhada evolutiva para Deus.
Agosto de 1865 – O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo. Como afirmou Kardec, o título desta obra indica claramente o seu objetivo. A primeira parte contém o exame comparado das diversas crenças sobre o céu e o inferno, os anjos e os demônios, as penas e recompensas futuras. O dogma das penas eternas é encarado de maneira especial e refutado por argumentos tirados das leis da natureza. A segunda parte apresenta numerosos exemplos, sendo que de cada ponto jorra uma luz sobre a situação da alma após a morte, e a passagem, até então tão obscura e tão temida, da vida corporal à vida espiritual. É o guia do viajor, antes de entrar em país novo!
Janeiro de 1868 – vem a lume A Gênese ou Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, que desenvolve o aspecto científico do Espiritismo, tendo em vista ressaltar que a Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da Natureza: esboço geológico da Terra e as teorias sobre sua formação, temática dos milagres, a natureza e a propriedades dos fluidos e as ocorrências registradas no Evangelho as predições do Evangelho e a teoria da presciência, os sinais dos tempos e a geração nova.
Antes de encerrarmos esse capitulo, devemos mencionar que durante essa tarefa hercúlea de lançamento da obra Espírita, Kardec sempre contou com o apoio de sua dedicada esposa, que sempre tinha uma palavra de conforto nos momentos de crise. Gabi também gostava de reunir em seu lar amigas que a ajudavam em seus bordados e nas obras de caridade, onde elas amparavam famílias carentes dos arredores de Paris.
(Continua) Antonio D. Barana