30.4.13


FICÇÃO ESPÍRITA – UM NOVO GÊNERO DE LITERATURA?

Não resta dúvida de que, ultimamente, vem surgindo um novo gênero de literatura – a ficção espírita!
Dezenas de médiuns e, consequentemente, dezenas de autores espirituais, vêm se responsabilizando por uma série infindável de novelas e romances de fundo espírita – talvez, mais espiritualista do que propriamente espírita.
Inspirados por seus autores desencarnados, nem sempre versados no conhecimento da Doutrina, vários médiuns vêm concebendo tramas literárias de inegável conteúdo moral, porém, de questionável autenticidade histórica.
Evidentemente, caberá ao leitor separar o joio do trigo, tendo como parâmetro as Obras de Allan Kardec, e aquelas outras da lavra mediúnica de Chico Xavier, que foram escritas em complemento à Codificação.
O que não se pode é atribuir a todo livro espírita, seja mediúnico ou não, o mesmo caráter de autenticidade histórica e doutrinária que nos deve merecer os clássicos do Espiritismo.
Convém, ainda, considerarmos que as referidas obras romanceadas, que, atualmente, inundam o mercado livreiro espírita, podem não passar, em sua essência, de reminiscências dos próprios medianeiros a respeito de suas vidas pretéritas, acrescidas de sua criatividade literária.
Se este gênero de literatura – o da ficção espírita – não ficar bem definido, estaremos correndo o risco de, no Espiritismo, se tomar a ficção pela realidade, o que não deixará de ser aproveitado pelos seus ferrenhos adversários, que, facilmente, descobrirão nestas obras, grande vulnerabilidade filosófica, da qual eles haverão de se valer para lhe combater os Princípios.
Claro que, de nossa parte, consideramos toda obra que difunda a ideia da Imortalidade, com base na moral do Cristo, muito bem-vinda, mormente num mundo em que os livros que se classificam como “best-sellers” não passam de apelos ao materialismo vulgar.
Não obstante, fraternalmente, preocupam-nos sim as obras, de autores encarnados e desencarnados, que, pelos leitores menos avisados, vêm sendo consideradas por autênticas revelações da Vida Maior.
Não é porque um livro possua a chancela de “obra mediúnica” que o seu conteúdo deva ser aceito sem que seja submetido ao crivo da razão, evitando-se, no entanto, conclusões precipitadas pró ou contra.
Não nos esqueçamos de que o próprio Kardec, na elaboração de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, ante as dificuldades naturais de se comprovar, historicamente, certos acontecimentos da Vida do Cristo, preferiu dar ênfase ao seu ensino moral.
Assim, somos de opinião que, em relação às Obras de Allan Kardec e Chico Xavier, fiquemos com o seu incontestável conteúdo revelador, e, quanto às demais, sem exclusão de nenhum autor ou coautor, procuremos ficar com a mensagem de fundo moral, que, possivelmente, tais obras estejam a difundir.

INÁCIO FERREIRA
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima no Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de 15 de abril de 2013, em Uberaba – MG, especialmente para o Editorial do “Jornal da Mediunidade”).

29.4.13


Seca - Vexame Nacional

Um amigo me contou, das bandas de cá onde vivo, que os céus do meu sertão nordestino andava cada vez mais azul. Um azul bonito, é verdade, mas proveniente de um sol que não para de castigar.
- A seca está terrível, Dom, como poucas, só você vendo – disse-me.
Fui ver.
Meu Deus, como nada muda no meu sertão. Entra seca, sai seca, volta seca, e nada é feito de concreto pelos governos. Quando se vê o sofrimento da nossa gente é um corre pra cá e pra lá. Água em caminhão-pipa, sementes de milho e outras mais, um dinheiro reforçado das “esmolas” do governo e por aí vai.
Meu Deus, cadê as soluções definitivas?
Por que temos que esperar o céu esturricar para tomar alguma decisão?
Não sabem os políticos e os técnicos que devemos cuidar da seca, sobretudo, quando ela não ocorre? Quando ela chegar tudo vai estar preparado e conviveremos com ela sem problemas.
Sei que muito foi feito. Puseram iluminação em muito lugar, as cisternas já são muitas, mas solução definitiva que é bom, esta demora a chegar.
Fica aqui mais um grito contra este estado de coisas.
Meu Deus, cuidai destes teus filhos que nada têm o que comer e, principalmente, nada têm o que beber.
Sabes, Pai, da luta inglória de todos eles. Homens bons e trabalhadores que só querem um pouco de água para tocar suas vidas.
Permite, Pai, que eles sejam atendidos em suas necessidades. Eles são teus filhos e aprenderam a lição da perseverança e da fé. Cuida deles, Pai.
E você também, mesmo distante desta realidade, não deixe de fazer o que for possível para acabar com este vexame nacional, esta vergonha que não se quer calar.
Fico por aqui e peço a Deus, conforme falou o Nosso Senhor Jesus Cristo, “daí de água a quem tem sede”. E que seja a água abundante e, mais ainda, farta de bênçãos.
Em paz,
Helder Camara

28.4.13


Tens, em Jesus, o Ser ideal.
Quanto mais Ele amava, tanto mais era perseguido, embora sem culpa.
Assim mesmo legou-nos o mais precioso tesouro de que a Humanidade tem notícia: o exemplo de amor insuperável.
Segue-O, semeando o bem com as mãos ricas de bondade, o coração embriagado de alegria e a emoção dominada pela Caridade.
Chegarás ao termo da jornada em paz, e os teus perseguidores, tu os transformarás em amigos, e mais do que isso, em verdadeiros irmãos, amando-os a todos.

Livro: No Rumo da Felicidade - Divaldo P. Franco - Joanna de Ângelis 

27.4.13

FLORESCE!

Porfia em florescer onde Deus te plantou,
Abre-te ao sol do amor que te inunda da altura,
Sem que, ao redor, te importe a imensa secura
Do chão em que o Senhor germinar te levou...

Vencendo a provação que atormenta e amargura,
Do solo em aridez que tão só te restou,
Floresce a bendizer a mão que te arrancou
Da morte para a vida, em plena da cova escura...

Aos açoites do vento, ante a dor que te apruma,
O campo em que nasceste embeleza e perfuma,
E, cumprindo o dever, põe-te a frutificar...

Pois quem busca crescer, nas bênçãos de Jesus,
Semente pequenina à procura da luz,
Transfigura a si mesmo em bendito pomar!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 20 de abril de 2013, em Uberaba – MG).

26.4.13


Tua Presença em minha Vida

Sinto, Pai, a Tua presença generosa na minha vida. Ah! Quanto sinto. Em cada detalhe, em cada pormenor, em cada segundo, sinto a Tua presença em minha vida.
Quando abro os olhos, de manhã cedinho, Tu me despertas para um novo dia que vai começar alertando-me da necessidade de ser paciente para com todos, de não me desesperar diante das situações que irão acontecer naquele dia.
Quando estou sozinho, fico a pensar o que seria da vida e imediatamente chega-me aquele pensamento que enviaste pelo Teu filho Jesus que até os lírios do campo tecem com maestria e por que eu deveria me preocupar com isso.
Quando estou no meu trabalho diário, fico a imaginar o que iria acontecer comigo se amanhã perdesse o meu emprego. Logo, logo, me avisas para atentar para o meu trabalho de agora, dando o meu melhor para que isso não venha a ocorrer.
Quando estou doente, acamado, cheio de dor, fico a falar da vida. Tu chegas sorrindo e vem me socorrer, como a me dizer: levanta homem desta cama a vem viver a vida que te espera lá fora. Novo ânimo enche o meu ser e desperto sem dor alguma que me queixava.
Quando me acho solitário, sem ninguém para contar, aí é que Tu chegas com tudo. Dize no meu ouvido: o que foi, rapaz, tens a mim, então tens tudo e a todos. Então, saio da minha tristeza e me agarro a Ti sem jamais novamente me sentir sozinho.
Quando penso no futuro a perguntar o que vai ser, que decisões tomar, neste instante, eu sou aclamado a confiar em Ti, deixar que a vida me leve de acordo com a Tua vontade. Relaxo, e deixo a vida me levar...
Quando, finalmente, na última hora, quando vejo escapar os meus dias na Terra, Tu me abres de esperança dizendo que confies porque Tu és a vida no infinito e que meu destino é a eternidade. Fico feliz e permito que a vida física se vá porque sei que nunca morrerei.
É assim, Pai, e muito mais, que sinto a Tua presença na minha vida. Não deixo, desta forma, me envolver em dúvidas sem sentido, em ficar acabrunhado, sem vontade de viver, porque sei da Tua presença para sempre na minha vida.
Helder Camara

25.4.13


O tão citado Espirito de Verdade ainda é assunto de debate no meio espírita, às vezes despertando polêmicas. Nesse estudo de Paulo da Silva Neto Sobrinho, publicado na Revista Espiritismo & Ciência Especial, número 61, temos uma série de informações interessantes sobre o tema.
 
  Quando ele aparece pela primeira vez? 
  No dia 24 de março de 1856, Kardec estava em seu escritório escrevendo um texto sobre os Espíritos e suas manifestações quando, por várias vezes, ouviu repetidas batidas, cuja causa não logrou sucesso em encontrar. No dia seguinte, ou seja, 25 de março, era dia de sessão na casa do Sr. Baudin, e lá Kardec interroga o Espírito Z (Zéfiro) sobre a origem das batidas. Este acontecimento consta do livro Obras Póstumas, da seguinte forma: 
  "Pergunta: Ouvistes, sem dúvida, o relato que acabo de fazer; poderíeis dizer-me qual a causa daquelas pancadas que se fizeram ouvir com tanta persistência? 
  Resposta: Era teu Espírito Familiar. 
  P: Com que fim foi ele bater daquele modo? 
  R: Queria comunicar-se contigo. 
  P: Poderíeis dizer-me quem é ele? 
  R: Podes perguntar-lhe a ele mesmo, pois que está aqui. 
  P: Meu Espírito familiar, quem quer que tu sejas, agradeço-te o me teres vindo visitar. Consentirás em dizer-me quem és? 
  R: Para ti, chamar-me-ei A Verdade e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei a tua disposição." (Obras Póstumas, FEB, 2006, p. 304-306) (grifo nosso). 
  Antes da próxima pergunta, Kardec colocou a seguinte nota: "Nessa época, ainda se não fazia distinção nenhuma entre as diversas categorias de Espíritos simpáticos. Dava-se-lhes a todos a denominação de Espíritos familiares." Este fato leva-nos consequentemente à conclusão de que não se deve tomar ao pé da letra a expressão "meu Espírito familiar" como se fosse algum parente já desencamado; tratava-se, no caso, do guia espiritual de Kardec, conforme ele mesmo afirma acerca do Espírito de Verdade, como será visto mais à frente. 
  Indagando sobre o porquê das batidas, teve como resposta que havia um erro no que estava escrevendo naquela ocasião, fato que depois se confirmou. 
  Voltando às perguntas, continua Kardec: 
  "P: O nome Verdade, que adotaste, constitui uma alusão à verdade que eu procuro? 
  R: Talvez; pelo menos, é um guia que te protegerá e ajudará
  P: Poderei evocar-te em minha casa? 
   R: Sim, para te assistir pelo pensamento; mas, para respostas escritas em tua casa, só daqui a muito tempo poderás obtê-las. 
  P: Terás animado na Terra alguma personagem conhecida? 
  R: Já te disse que, para ti, sou a Verdade; isto, para ti, quer dizer discrição: nada mais saberás a respeito." (Obras Póstumas, FEB, 2006, p. 304-306) (grifo nosso). 
  Em nota acrescida às respostas obtidas do Espírito de Verdade, realizada na casa do Sr. Baudin, a 9 de abril de 1856, portanto cerca de 15 dias após as anteriores, Kardec nos informa: 
  "A proteção desse Espírito, cuja superioridade eu então estava longe de imaginar, jamais, de fato, me faltou. A sua solicitude e a dos bons Espíritos que agiam sob suas ordens, se manifestou em todas as circunstâncias de minha vida, quer a me remover dificuldades materiais, quer a me facilitar a execução dos meus trabalhos, quer, enfim, a me preservar dos efeitos da malignidade dos meus antagonistas, que foram sempre reduzidos à impotência." (Obras Póstumas, FEB, 2006, p. 307) (grifo nosso). 
 
DIANTE DISSO, PARA NÓS FICA BEM CLARO QUE KARDEC FICOU SABENDO QUEM realmente era o Espírito de Verdade, visto ele confessar que estava longe de supor a sua superioridade, o que nos leva a concluir que deveria ser alguém de extraordinário valor pois, se não fosse um Espírito de elevada categoria, teria dito o seu nome sem maiores reservas. Por outro lado, foi um Espírito que esteve encarnado entre nós, ou seja, que era conhecido; caso contrário não se poderia supor a sua elevada evolução. Além disso, o coloca à frente, na linha de comando dos bons Espíritos, ao afirmar que eles agiam sob suas ordens. 
  Algumas objeções têm-se feito quanto a esta superioridade, quando relacionada ao Espírito de Verdade, tendo em vista principalmente dois pontos: que dar pancadas não seria coisa que um Espírito superior faria, pois estaria se rebaixando caso o fizesse; e também por ter sido tratado de Espírito familiar. 
  Para o primeiro ponto podemos encontrar uma explicação do próprio Kardec, em O Livro dos Médiuns, segunda parte, Capítulo XI, item 145: 
  "Resta-nos destruir um erro assaz espalhado: o de confundirem-se com os Espíritos batedores todos os Espíritos que se comunicam por meio de pancadas. A tiptologia constitui um meio de comunicação como qualquer outro, e que não é, mais do que o da escrita, ou da palavra, indigno dos Espíritos elevados. Todos os Espíritos, bons ou maus, podem servir-se dele, como dos diversos outros existentes. O que caracteriza os Espíritos superiores é a elevação das ideias e não o instrumento de que se utilizem para exprimi-las. Sem dúvida, eles preferem os meios mais cômodos e, sobretudo, mais rápidos; mas, na falta de lápis e de papel, não escrupulizarão de valer-se da vulgar mesa falante e a prova disso é que, por esse meio, se obtém os mais sublimes ditados [ .. .]. 
  Assim, pois, nem todos os Espíritos que se manifestam por pancadas são batedores. Este qualificativo deve ser reservado para os que poderíamos chamar de batedores de profissão e que, por este meio, se deleitam em pregar partidas, para divertimentos de umas tantas pessoas, em aborrecer com as suas importunações ... Acrescentemos que, além de agirem quase sempre por conta própria, também são amiúde instrumentos de que lançam mão os Espíritos superiores, quando querem produzir efeitos materiais." (O Livro dos Médiuns, FEB, 2007, p. 198-199) (grifo nosso). 
  Portanto, o que importa não é o meio pelo qual uma mensagem foi transmitida, mas tão somente o seu conteúdo. Agora, quanto ao segundo ponto, ou seja, de ter sido identificado como um Espírito familiar, temos também a explicação de Kardec de que, na época, não se fazia nenhuma distinção entre as diversas categorias de Espíritos simpáticos; eram todos genericamente chamados de Espíritos familiares, conforme já mencionamos anteriormente. 
  Assim, o Espírito de Verdade se apresentou a Kardec e, por motivo de discrição, não disse absolutamente nada sobre si mesmo. Aliás, "muita discrição" foi a atitude que Ele recomendou ao Codificador (Obras Póstumas, 2006, p. 313). 
  É IMPORTANTE OBSERVAR QUE isso aconteceu antes do lançamento de O Livro dos Espíritos; porém, se Kardec tivesse dito quem de fato Ele era e divulgado tal coisa, será que hoje em dia estaríamos falando sobre o 
Espiritismo? Considerando que ainda não estamos no fim dos tempos, época em que, segundo creem alguns, deverá acontecer a parusia (N.E.: ou parúsia, a segunda vinda de Jesus Cristo à Terra), alguém aceitaria sem maiores reservas que seria verdadeira a sua identidade, ou acreditaria na revelação deste Espírito? Feito isso, teria o Espiritismo sobrevivido? Sua sobrevivência se deve ao fato de que, no princípio, Kardec sempre procurou ressaltar o aspecto científico da Doutrina. E isso não foi porque quis fazer desta forma, mas certamente por atender à orientação do Espírito de Verdade. 
  De certa forma, essa era a opinião de Herculano Pires quando disse: "Kardec teve de agir com prudência na divulgação do Espiritismo, para que a reação violenta e fanática das religiões não asfixiasse no berço a nova mundividência que nascia das pesquisas mediúnicas." (Pires, l.H. Curso Dinâmico de Espiritismo. A Casa do Caminho, 1990, p. 13). 
  Em 9 de agosto de 1863, Kardec, prestes a lançar o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, fica sabendo o real objetivo do Espiritismo: 
  "Aproxima-se a hora em que te será necessário apresentar o Espiritismo qual ele é, mostrando a todos onde se encontra a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo. Aproxima-se a hora em que, à face do céu e da Terra, terás de proclamar que o Espiritismo é a única tradição verdadeiramente cristã e a única instituição verdadeiramente divina e humana [ ... ]." (Obras Póstumas, 2006, p. 340) (grifo nosso). 
  Se o Espiritismo é a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo, não há como não aceitá-lo como uma religião que, segundo o acima colocado, foi para o que veio. Teria algum bom motivo pelo qual Ele pessoalmente não viesse completar o que não pôde dizer naquela época? 
  Poucos dias depois, a 14 de setembro de 1863, Kardec recebe mais uma mensagem, da qual ressaltamos o seguinte trecho: 
  "[ ... ] Nossa ação, sobretudo a do Espírito de Verdade, é constante ao teu derredor e tal que não a podes negar. [ ... ] Com esta obra, o edifício começa a se livrar dos seus andaimes e já se lhe pode a cúpula a desenhar-se no horizonte." (Obras Póstumas, 2006, p. 341) (grifo nosso). 
  Fica demonstrada de forma explícita a ação do Espírito de Verdade sobre Kardec, que também O reconhecia como seu guia espiritual, fato que podemos confirmar em seus escritos publicados na Revista Espírita 1861 (p. 356): "Sim, senhores, este fato é não só característico, mas é providencial. Eis, a este respeito, o   que me dizia ainda ontem, antes da sessão, o meu guia espiritual: o Espírito de Verdade." (grifo nosso). 
  ESTRANHAM ALGUMAS PESSOAS ESTA AFIRMATIVA de Kardec de que o Espírito de Verdade era seu guia espiritual. E aqui temos mais um bom motivo para que ele não o identificasse claramente como sendo Jesus, porquanto iriam ridicularizar tanto o Espiritismo quanto a ele que, na melhor das hipóteses, seria taxado de mais um louco entre milhares que se dizem em contato com Jesus. Entretanto, a darmos crédito ao que Emmanuel afirma sobre o Codificador, esta possibilidade é bem real. Vejamos:
  "Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua missão consoladora, e, dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o Papa Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus Cristo." (Xavier, F. C. A Caminho da Luz. FEB, 1987. p. 194) (grifo nosso). 
   Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, não deixa por menos, qualificando Kardec como "um dos mais lúcidos discípulos do Cristo", fato que o coloca à altura da nobre missão que recebeu para trazer ao mundo a nova revelação, presidida, conforme vimos, pelo próprio Cristo. 
  Particularmente, acreditamos que esta condição de guia espiritual se relaciona ao período em que Kardec assumiu a missão de codificar a Doutrina Espírira, seguindo as orientações dos Espíritos Superiores, ou seja, um guia específico, que o ajudaria a cumprir esta missão. Quem teria sido Kardec, numa reencarnação passada, para que o Espírito de Verdade o chamasse de "meu apóstolo"? (Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB, 1990, p. 137). 
  Se porventura Kardec houvesse mesmo sido o reformador checo Jan Huss, em nova roupagem (Incontri, D. Para entender Allan Kardec. Lachâtre, 2004, p. 22-24) ou talvez, quem sabe, o ressurgimento do antigo precursor João Batista (Aleixo, S. F. O Espírito das Revelações. Lachâtre, 2001, p. 40-41), teremos que vê-lo, em qualquer destas hipóteses, como um missionário cujas reencarnações estariam relacionadas à missão de anunciar e/ou resta. belecer a revelação divina aos homens. 
  EM JANEIRO DE 1862, KARDEC PUBLICA NA Revista Espírita um artigo intitulado "Ensaio sobre a interpretação da doutrina dos anjos decaídos", sobre o qual houve várias mensagens dos espíritos. Dentre elas, destacamos uma recebida em Haia (Holanda), cujo teor é: 
  "Sobre este artigo não tenho senão poucas palavras a dizer, senão que é sublime de verdade; nada há a acrescentar, nada há a suprimir; bem felizes aqueles que unirem fé a essas belas palavras, aqueles que aceitarão esta Doutrina escrita por Kardec. Kardec é o homem eleito por Deus para instrução do homem desde o presente; são palavras inspiradas pelos Espíritos do bem, Espíritos muito superiores. Acrescentai-lhe fé; lede, estudai toda esta Doutrina: é um conselho que vos dou." (Revista Espírita 1862, p. 115) (grifo nosso). 
  Aqui temos a informação de que Kardec foi "o homem eleito por Deus para instrução do homem", e somando-se à afirmação do Espírito de Verdade de que iria a sua casa "para te assistir pelo pensamento", podemos deduzir que o Codificador era um médium de intuição, fato que poderemos também corroborar tomando-se de suas próprias palavras: 
 "Sem ter nenhuma das qualidades exteriores da mediunidade efetiva, não contestamos em sermos assistidos em nossos trabalhos pelos Espíritos; porque temos deles provas muito evidentes para disto duvidar, o que devemos,sem dúvida, a nossa boa vontade, e o que é dado a cada um de merecer. Além das ideias que reconhecemos nos serem sugeridas, é notável que os assuntos de estudo e observação, em uma palavra, tudo o que pode ser útil à realização da obra, nos chega sempre a propósito - em outros tempos eu teria dito: como por encantamento -, de sorte que os materiais e os documentos do trabalho jamais nos fazem falta. Se temos que tratar de um assunto, estamos certos de que, sem pedi-lo, os elementos necessários à sua elaboração nos são fornecidos, e isto por meios que nada têm senão de muito natural, mas que são, sem dúvida, provocados por colaboradores invisíveis, como tantas coisas que o mundo atribui ao acaso." (Revista Espírita 1867, p. 274) (grifo nosso). 
  Um pouco mais à frente, em agosto de 1863, numa mensagem a respeito da publicação da Imitação do Evangelho, título da primeira publicação de O Evangelho Segundo o Espiritismo, entre outras coisas, foi dito a Kardec: 
  "[ ... ] Ao te escolherem, os Espíritos conheciam a solidez das tuas convicções e sabiam que a tua fé, qual muro de aço, resistiria a todos os ataques. 
  Entretanto, amigo, se a tua coragem ainda não desfaleceu sob a tarefa tão pesada que aceitaste, fica sabendo bem que foste feliz até ao presente, mas que é chegada a hora das dificuldades. Sim, caro Mestre, prepara-se a grande batalha; o fanatismo e a intolerância, exacerbados pelo bom êxito da tua propaganda, vão atacar-te e aos teus com armas envenenadas. Prepara-te para a luta. Tenho, porém, fé em ti, como tens fé em nós, e sei que a tua fé é das que transportam montanhas e fazem caminhar por sobre as águas. Coragem, pois, e que a tua obra se complete. Conta conosco e conta, sobretudo, com a grande alma do Mestre de todos nós, que te protege de modo tão particular," (Obras Póstumas, p. 340-341) (grifo nosso). 
 
  NESTA MENSAGEM, CONFIRMA-SE QUE KARDEC recebia uma proteção "de modo tão particular" de Jesus, designado como "Mestre de todos nós", o que vem corroborar tudo quanto estamos citando.a seu respeito em relação a ele ser uma pessoa especial, que o qualificava para a missão de trazer ao mundo a terceira revelação divina e ser assistido por quem pensamos que foi. 
  Além disso, podemos ainda citar do Espírito de Verdade: ''As grandes missões só aos homens de escol são confiadas e Deus mesmo os coloca, sem que eles o procurem, no meio e na posição em que possam prestar concurso eficaz." (O Livro dos Médiuns} FEB, 2007, p. 488), o que nos permite, objetivamente, qualificar Kardec como um homem de escol. 
  Mas estaríamos, segundo alguns poderão supor, diante de uma outra dificuldade, qual seja: Jesus poderia se manifestar? Não vemos nenhum problema nisso, desde que não o mantenhamos no pedestal em que foi colocado quando o transformaram num Deus, retirando-lhe a sua condição humana, da qual nunca negou ser. É certo, pois nós, os espíritas, disso não duvidamos - que Ele é realmente um Espírito puro -, e nesta condição, segundo a classificação dos Espíritos feita por Kardec, Jesus pode perfeitamente se comunicar, o que, por exemplo, pode ser corroborado pelo fato acontecido na estrada de Damasco, quando Ele aparece a Paulo de Tarso, questionando-o sobre porque Lhe perseguia (At 9,5), ou no episódio em que Ele não permite a Paulo e Silas seguirem para Bitínia (At 16,7). 
  Quanto à natureza de Cristo, Kardec, até o mês de setembro de 1867, não quis entrar em maiores detalhes, argumentando: 
  "[ ... ] uma solução prematura, qualquer que ela seja, encontraria muita oposição de parte a parte, e afastaria do Espiritismo maispartidários do que ela lhe daria; eis por que a prudência nos faz um dever nos abstermos de toda polêmica sobre esse assunto, até que estejamos seguros de poder colocar o pé sobre um terreno sólido.""(Revista Espírita 1867, p. 272) (grifo nosso). 
  É dentro desta mesma prudência que vemos o porquê de Kardec não ter também dito claramente que Jesus era o Espírito de Verdade. 
  Acreditamos que, talvez, seja muito mais complicado um Espírito puro se manifestar a seres humanos do que vir como um deles e ser aprisionado num corpo físico, como aconteceu ao "nosso guia e modelo" quando esteve encarnado aqui entre nós por trinta e poucos anos. Isso ocorre por pura questão de vibrações; a nossa é tão inferior em relação aos espíritos puros desencarnados que torna difícil sintonizarmos com eles. Em relação a reencarnarem entre nós é, julgamos, "menos difícil", porquanto não se fala em vibrações equivalentes, mas em leis naturais que regulam a encarnação de um espírito puro em mundos inferiores, atendendo ao desejo de Deus. 
 
  NO EVANGELHO, A QUEM esse nome poderia qualificar? 
  Mas afinal, a quem poderíamos qualificar com o codinome "a Verdade"? De onde podemos tirar algo para relacionar com ele? Se o Espiritismo, conforme sustentam os Espíritos superiores, é o Cristianismo redivivo, só podemos encontrar alguma coisa no Evangelho, o que, convém lembrar, também foi sugestão de Kardec para que assim procedêssemos. 
  Fizemos uma pesquisa, na qual procuramos eliminar as passagens comuns entre os evangelistas. Como resultado encontramos Jesus empregando por 60 vezes a expressão "Em verdade vos digo", quantidade que reportamos ser bem significativa. 
  Podemos enumerar mais duas outras passagens para demonstrar a importância que Ele dava à palavra verdade. primeira: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim." (João 14,6). No desdobramento da parte inicial deste versículo, teremos os três epítetos a que Jesus se atribui: "Eu sou o Caminho. Eu sou a Verdade. Eu sou a Vida." Será que por aqui já não daria para identificarmos quem poderia se denominar a Verdade? Segunda: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8,32) que, se a colocássemos dessa forma: "E conhecereis a Jesus, e Jesus vos libertará", ficaria plenamente inteligível e, além disso, poderia perfeitamente ser aplicada. 
  Somente estas passagens já nos levaram a concluir que Jesus é, de fato, o Espírito de Verdade, pois estariam nelas as razões de ter usado o nome "a Verdade". 
  E colocamos a seguinte pergunta: algum Espírito superior teria a insensatez ou vaidade de usar o codinome "a Verdade", sabendo que poderíamos relacioná-lo a Jesus? Improvável, pois a elevação que tais Espíritos atingiram não lhes permitiria dizer coisas dúbias que induziriam as pessoas a pensar coisas equivocadas, principalmente em se tratando de levar alguém a confundi-Ios com Jesus. 
  Vejamos, agora, estas passagens do Evangelho: 
  "Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós." (Jo 14,18). 
  "Quando vier o Paráclito, que vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da Verdade, que vem do Pai, dará testemunho de mim." (Jo 15,26). 
   "No entanto, eu vos digo a verdade: é de interesse que eu parta, pois, se não for, o Paráclito não virá a vós. Mas se for, envia-lo-ei a vós." (Jo 16,7). 
  "Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras." (Jo 16,12-13). 
  "[ ... ] Chega a hora em que já não vos falarei em figuras, mas claramente vos falarei do Pai." (Jo 16,25). 
  Então, temos aqui Jesus afirmando duas coisas: sua volta e que enviaria o Espírito de Verdade. Inclusive, condiciona a vinda dele com a sua partida para o mundo espiritual, o que seria perfeitamente aplicável se ambos fossem a mesma personalidade. 
  O problema que geralmente se vê é que Jesus trata o Espírito de Verdade como se fosse outra pessoa, razão pela qual alegam não poder ser Ele este personagem. Entretanto, esquecem-se de que, repetidas vezes, usou deste expediente, conforme podemos ver nos Evangelhos. A designação de "Filho do Homem", neles constante, certamente só poderá nos levar a atribuí-Ia a Jesus; porém, sempre utilizava esta expressão como se fosse para uma outra pessoa e não a Ele próprio. 
  Uma coisa bem interessante iremos encontrar no livro "Apocalipse", que é uma referência explícita de que Jesus viria com um novo nome: 
  "Venho logo! Segura com firmeza o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. Quanto ao vencedor, farei dele uma coluna no templo do meu Deus, e daí nunca mais sairá. Escreverei nele o nome do meu Deus e o nome da Cidade do meu Deus - a nova Jerusalém, que desce do céu, de junto do meu Deus - e o meu novo nome." (Ap 3,11-12). 
   Portanto, há aqui uma previsão da volta de Jesus com um novo nome que, por tudo quanto está sendo colocado nesta pesquisa, só nos leva a deduzir ser o Espírito de Verdade.

 O restante dessa messagem está na Revista Espiritismo & Ciência Especial, número 61 e na próxima edição, trazendo as informações sobre o que os Espíritos disseram, o que Kardec disse, se o Espírito de Verdade nos deixou alguma pista e a conclusão do tema com o pensamento de outros autores espíritas.

24.4.13


Questão 204 do Livro dos Espírirtos
 LIGAÇÕES ANTERIORES
 Pertencemos à criação de Deus e estamos, por assim dizer, ligados uns aos outros por leis universais. Somos todos irmãos e não podemos viver sozinhos.
 Quando reencamamos em uma família, por necessidade de aprendizado, criamos vínculos de amizade ou, às vezes, de ódio; contudo, isso é processo que se desenvolve entre as criaturas. Se amamos, esse é o nosso dever, a nossa finalidade; se odiamos, tomamos a voltar, para que o amor se faça presente nos corações.
 Querer dizer ou compreender que somente nascemos em uma só família, em muitas reencarnações, é esquecer a universalidade, é esquecer que o amor é força poderosa de vida em todos os departamentos da criação. Podemos nos reencamar em centenas e milhares de famílias. Basta a necessidade pedir, desempenhando papéis e aprendendo lições. Essa é a vida que corre cada vez mais para a frente, iluminando a alma e dando a ela o roteiro de que precisa para chegar às esferas superiores.
 Se nos apegamos muito a um grupo familiar, certamente que teremos de nos apegar a outros que nos receberão por caridade, e é assim que vamos nos aperfeiçoando cada vez mais na extensa escala da subida para a libertação, até que possamos sentir a família na humanidade, e a humanidade se sentir fazendo parte de um todo universal. Esse é o amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Tudo e todos saímos de uma só fonte: o Soberano Senhor do Universo.
 Queiramos ou não, estamos ligados a tudo que nos rodeia; queiramos ou não, estamos participando de todos os acontecimentos da humanidade. Cabe a nós, já despertos para a luz, participar ajudando no progresso espiritual. Eis o momento de semear a semente do bem, do amor e da caridade, pois somente colhemos o que plantamos. Não podem existir estrangeiros para nós, se moramos na mesma casa e participamos da mesma família espiritual. Mediante o amor puro, caem todas as barreiras, desaparecem as línguas diversas, que impedem por vezes, as raças de se comunicarem com mais facilidade. As raças deixam de existir e a cor não é empecilho, para que a unidade se apresente na equação do amor.
 As dificuldades, que são inúmeras para os espíritos que dormem, são criações deles mesmos. São nascidas do orgulho, do separativismo e do egoísmo. Quando descobrirem que viver amando como Jesus ensinou é melhor, a razão irá lhes mostrar o caminho a seguir porque, por instinto e intuição, todos nós procuramos a felicidade. As divisões de povos e de países, de raças e famílias, que já não existem de forma tão acentuada, vão desaparecendo com o progresso, como é o caso da escravidão do ser humano e sua venda como animal, o desprezo de raças, os duelos para manter a "honra", o holocausto de adultos e crianças para acalmar os deuses, e mais inúmeros fatos, fáceis de serem verificados.
 Estamos nos unindo, por lei de Deus, em uma grande família universal, onde ninguém se perde, e todos têm o mesmo valor diante de Deus e de Cristo.

Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

23.4.13


PAÍS DO CARNAVAL, DO FUTEBOL, DOS IMPOSTOS, DA IMPUNIDADE, DA “TARANTELLA”...

Se eu estiver me esquecendo de mais algum “predicado” de nosso País, vocês me desculpem, e imputem isto à sonolência minha e do médium nesta manhã...
Às vésperas da realização da Copa do Mundo e, posteriormente, das Olimpíadas, isto não deixa de me causar certa indignação, em face do verdadeiro “circo” em que a nossa política se transformou, ridicularizando até as obras de arte que a inspiração de Niemayer concebeu para os prédios do Congresso e do Senado.
Melhor que os nossos representantes, salvo exceções, se reunissem debaixo de uma tenda, desde que não fosse uma tenda de Umbanda, que os Marcos Felicianos da vida, igualmente, não hesitariam em profanar.
A questão é que, desde muito, como vocês, eu também sonho com o momento em que o Brasil será reconhecido pela comunidade internacional como o País da Educação! Não que a opinião da comunidade internacional, egoísta e preconceituosa, me interesse. Não, não é isto, porque todos os países têm as suas profundas rupturas (no sentido de “rasgões” mesmo!), e se especializaram em varrer a sujeira humana para debaixo de seus tapetes luxuosos, comprados à custa do suor escravo de muita gente...
A situação do ensino público no Brasil, fadado a ser Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (sic), é uma vergonha! E não me venham com esta conversa espírita hipócrita de que desencarnado não tem nada que se meter em política – com coisa que morto não tem mais a fazer que orar na Vida de Além-Túmulo!
Se o Mundo Espiritual fosse apenas um mundo de oração, eu seria desterrado daqui – e com gosto! Felizmente, a pouco e pouco, o Espiritismo vem desmitificando esta mentira, dos espiritólicos que insistem em fazer de “Nosso Lar” o Céu de que sentem extrema saudade...
Claro que me interesso, sim, pelo que está acontecendo no mundo – que espírito não se interessa?! Se, inclusive, Jesus Cristo não se interessasse, Ele não teria se submetido ao que se submeteu, para ensinar aos homens o caminho que ainda não nos encorajamos a seguir.
Olhando as coisas aqui de Cima – não tão de Cima assim –, a impressão que tenho é que o Brasil, considerado país emergente, mais uma vez está patinando na lama, para não me servir de outra expressão mais consentânea com que os nossos homens públicos andam fazendo...
Patinando na lama, e impedindo que, em definitivo, ele se firme como País do Futuro!...
Preciso aqui deixar claro que, seja no Carnaval ou no Futebol, eu não sou contra a alegria do povo, mas chega de “pão e circo”! As nossas escolas – estou me referindo aos prédios – estão em petição de miséria... O ensino, então, nem se fala! Professores mal preparados e mal remunerados, quase nada idealistas, que não encaram a Educação qual ela deve e precisa ser encarada – como a um apostolado!
Ser Professor, com P maiúsculo, é muito mais que ser Médico ou Médium... Não foi por outro motivo que o único título que o Cristo aceitou foi o de Mestre!
E o Espiritismo de muita gente encarnada, que não é o meu Espiritismo, se quiser cumprir com a sua alta missão de libertar consciências, precisa, e com urgência, largar essa bandalheira que o Movimento Espirita vive fazendo no esforço absurdo de aprisionar a sua Mensagem a hierarquias e ortodoxias!...    

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 22 de abril de 2013.

22.4.13


Ato Terrorista

Novamente o corre-corre nos Estados Unidos por motivo de ato terrorista. Fico me perguntando: Pai, até quando isto vai acontecer naquela nação?
Penso que uma sociedade que se fundamenta no uso de armas, que estimula a compra de armas, que se acovarda diante da violência gerando mais violência, não pode se livrar destes desatinos.
Como é que alguém sai pelas ruas a soltar bombas e colocar em risco a vida de tanta gente? Insanidade eu sei que é, mas há outras coisas por debaixo do pano que precisam ser ditas.
A instabilidade dos Estados Unidos da América, o medo, é algo que anima os subterrâneos da maldade na Terra. Ao amedrontar a população norte-americana, ela tende a pedir que se reaja com mais violência aos promotores do ataque. Como os americanos possuem o mais potente arsenal bélico do planeta, a resposta pode vir além da medida.
Fico pensando o porquê alimentar de terror a humanidade por estes nossos irmãos ligados à Escuridão. É fácil chegar a conclusão, como já escrevi antes, eles querem mais é ver o circo pegar fogo.
Os Estados Unidos ficam instigados a responder com violência qualquer ato terrorista, isto é, fica com os nervos à flor da pele e quando é chamado a atuar em algum conflito internacional descarrega seu medo e sua ira no primeiro que encontrar. no caminho.
Não se deve responder o mal com o mal, alerta o Nosso Senhor Jesus Cristo, pois gera uma espiral infinita de maldade. É preciso cortar o mal pela raiz, respondendo sempre com o bem, mas esta lógica ainda não foi assimilada pelas principais nações cristãs do mundo. E aí é violência em cima de violência, levando tudo a perder.
Jesus, quando é que os líderes mundiais vão colocar em prática os teus evangelhos de paz e solidariedade? Quando é que irão conjugar o verbo amor nas relações internacionais?
Mesmo que seja de origem interna o atentado à bomba em Boston, a intranquilidade começa a gerar um clima de medo na população, como se viu, ainda mais, na captura dos possíveis provocadores desta instabilidade nacional.
Peço a Deus que dê serenidade às autoridades norte-americanas para estancar qualquer sentimento de revolta e vingança da população, trazendo de volta a vida tranquila que todos merecem e desejam.
Fiquemos em paz!
Helder Camara

21.4.13


Não escolheste esse caminho. Foste convocado pelo Senhor para trabalhares na Sua seara.
 Mantem júbilo íntimo ante a situação, porque Ele te convidou, qual o fez conosco, afim de nos conceder probidade
e harmonia.
 Põe o teu ideal acima das situações penosas e, avançando, segue conosco.
 Em situação alguma de deixaremos a sós. Tem certeza que te envolvemos em paz e carinho.
 Se as circunstâncias não são menos doridas, é porque se te fazem necessárias assim mesmo, sem o que não evoluirias.
 Segue, pois, adiante, sem amarras com a retaguarda, sem aflições pelo dia de amanhã, realizando o melhor em cada momento, que é o definidor dos teus atos morais.
 Rejubila-te!
 Passará, logo mais, a grande noite carnal e uma madrugada de Sol perene te espera conosco.
 Segue adiante, sem desânimo das paixões dissolventes e do egoísmo infeliz.

Livro: No Rumo da Felicidade - Divaldo P. Franco - Joanna de Ângelis

20.4.13


DIANTE DA MORTE

Diante da morte, o fim não te rebele,
Que a morte é porta aberta para a Vida,
Caminho para mística subida,
No qual a Lei da Evolução te impele.

O ato de morrer, no que desvele,
Apenas mostra que, ao final da lida,
O ponto de chegada é o de partida,
Em que a Vida mais plena se revele...

Não receies, assim, a própria morte,
Que deves enfrentar sereno e forte,
De alma tranquila e coração contrito...

Porque se a morte te parece o nada,
É só o começo de uma nova estrada
Que te conduz às plagas do Infinito!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 13 de abril de 2013, em Uberaba – MG).

19.4.13


Dialogo esclarecedor com o espírito Alfredo Bastos na 14ª reunião

AVISO AOS NOVOS LEITORES DO ALAMAR - Relatos dos diálogos das mediúnicas com o espírito Alfredo Bastos, como este, já vem sendo enviados aos leitores, há algum tempo, o que tem mexido muito com a forma de conduzir de vários centros espíritas, em todo o Brasil, conforme encantadores relatos que tenho recebido. A compilação destes relatos está sendo disposta em livro e também em produção de vídeo, num empreendimento muito interessante que está sendo feito.


Mais uma vez o nosso amigo Alfredo Bastos dá a alegria da sua presença na reunião mediúnica daquele centro espírita que se dispôs a repensar as idéias acerca da relação que devemos ter, nós encarnados, com os amigos desencarnados.
Jarbas Silveira inicia o trabalho da noite, como de costume:
JARBAS – Boa noite aos amigos. Contando com a coordenação e a proteção dos amigos espirituais, simpáticos ao nosso trabalho, iniciamos a atividade da noite de hoje, disponibilizando-nos, alegremente, àqueles queridos companheiros que nos têm dado a alegria das suas visitas, para as conversas e trocas de idéias dentro da nossa amada doutrina espírita. Que Deus nos abençoe.
ALFREDO – Boa noite, Jarbas, boa noite aos demais amigos. Como vocês estão?
JARBAS – Boa noite, Alfredo. Não precisa nem dizer que é você, porque o tipo do seu boa noite já é conhecido aqui, essa sua energia já é a sua identidade. Você aqui é sempre bem vindo.
LOURDES – É verdade, Alfredo, eu também não tive a menor dúvida. Tudo bem, Alfredo?
CLOVIS – Eu também não.
ALFREDO – Amigos, esta é a tendência natural da comunicação entre encarnados e desencarnados. As ondas mentais falarão sempre mais alto e com mais precisão. Cada ser tem a sua característica particular de comunicação assim como têm a impressão digital, as características da íris e outras que a ciência terrena ainda não teve acesso. Acho que vocês já estão começando a exercitar.
NEUZINHA – Alfredo. Eu gosto muito quando você vem aqui, mas quero dizer que eu tô danada contigo.
ALFREDO – Por que, Neuzinha, você está danada comigo?
NEUZINHA – Você nos acostumou mal. No começo vinha aqui toda semana e agora vive sumindo e só aparece de vez em quando. 
ALFREDO – E os outros espíritos, também amigos de vocês, que estão vindo aqui, todas as semanas, depois que iniciamos este novo estilo de diálogo na mediúnica, tenho certeza que estão trazendo, também, alguma contribuição, não é mesmo?    
NEUZINHA – Sim, Alfredo, é verdade, mas não é como você...
CLÓVIS – Alfredo, você tem esse seu estilo de deixar a gente mais a vontade.
FERNANDO – Parece que você nem é espírito desencarnado.
ALFREDO – Eu entendo, amigos, mas sei definir bem isto que está acontecendo.
É que vocês viram em mim uma espécie de amigo especial e criaram essa empatia pelo fato de ter sido o primeiro a lhes trazer uma forma diferente de comunicação em mediúnica, o que certamente veio atender aos seus anseios, como deve ser anseio de milhares de espíritas; daí esse apego muito natural e muito humano. Mas posso-lhes assegurar que os demais companheiros são possuidores da mesma capacidade de diálogo, desta mesma maneira que vimos estabelecendo.
NEUZINHA – Mas eles não nos deixam a vontade como você.
ALFREDO – Ao contrário, vocês que cismaram de não ficar a vontade com eles, eu tenho acompanhado. Os espíritos amigos, por educação, jamais forçam situações e sempre se conduzem conforme o ambiente onde estão, obviamente dentro dos padrões de moralidade. Eles não podem chegar sorrindo numa mediúnica onde o sorriso é considerado manifestação perturbadora e desrespeitosa.
Por mais respeitável e elevado que seja o espírito ele não invade o seu livre arbítrio, assim como Deus não interfere na vida de ninguém para evitar os acidentes e os problemas naturais. Eu só cheguei onde cheguei com vocês porque vocês se interessaram no desenvolvimento dos diálogos, se dispuseram a fazer perguntas naturalmente e entenderam bem a proposta de conversar com desencarnado como se conversa com encarnado. Assim deve ser com todos os espíritos.
JARBAS – Você tem razão, Alfredo. É verdade, Neuzinha, nós não temos mesmo nos conduzido com ao outros amigos com o mesmo desenvolvimento que ficamos com o Alfredo, apesar de já termos avançado muito na mediúnica desta casa.
LOURDES – Eu estou entendendo o que o Alfredo está dizendo, mas lhe pergunto Alfredo: Não dá nem para você vir com mais frequência e dar pelo menos um alô pra gente, de cinco minutinhos que seja, depois liberando o tempo para os outros espíritos?
ALFREDO – Há outro problema sério a considerar: Quando um espírito atua com muita frequência em um centro espírita, sobretudo quando começa a trazer informações que são consideradas novas, há tendência natural de se criar idolatrias a esse espírito. Eu, jamais, contribuiria para que fosse criado algo que pudesse ser chamado de Alfredismo, assim como muitos espíritas criaram o Emmanuelismo, o Andreluizismo, o Joanismo e outros ismos. 
Por conseqüência, vivemos uma realidade em que muitas instituições espíritas adotam André Luiz, por exemplo, como mais importante que o próprio Allan Kardec.
NEUZINHA – Aqui mesmo é assim. Recomendam o estudo do Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns e depois as obras de André Luiz, sem completar Kardec. 
ALFREDO – Não podemos negar reconhecimento a inestimável importância de André Luiz, às revelações das experiências dele, trazidas em Nosso Lar, e às obras que a complementam, assim como Evolução em Dois Mundos e demais, da mesma forma referendamos o benfeitor Emmanuel, mas a construção de uma casa, por mais que receba telhas da mais alta qualidade em sua cobertura, sem a certeza de um alicerce firme, seguro e consistente, sugere grande probabilidade de desabamento.
JARBAS – Nós sempre temos recebido pedidos de orientações sobre a sequência de obras a recomendar, para quem está começando na doutrina espírita, e temos mesmo seguido aquela sequência de Livro dos Espíritos, Evangelho, Livro dos Médiuns, Céu e o Inferno, Gênese e depois as obras de Emmanuel e André Luiz.
Você não acha que é uma boa recomendação para o iniciante?
ALFREDO – O céu e o inferno e a Gênese ninguém lê, não é Jarbas? Livro dos Médiuns pouquíssimos estudam, o Evangelho apenas é aberto aleatoriamente e pouco há estudo da obra, da Introdução à Conclusão, O Livro dos Espíritos é o que mais recomendam o estudo... ainda bem... mas, também, poucos são os que mergulham nos detalhes e nas profundezas dos seus ensinamentos.
Ainda que todos seguissem a sequência com a dedicação, o empenho e a atenção que se fazem necessárias a tão importante obra, eu jamais recomendaria qualquer outro estudo, como formação de corpo doutrinário, antes do estudo completo do Kardec Total, com toda a literatura que ele nos deixou.
CLOVIS – Alfredo, quando você diz isto, utilizando a expressão Kardec total, implicitamente está incluindo a Revista Espírita?
ALFREDO – Sim, inclusive a Revista Espírita.
CLOVIS – Sabemos o quanto você tem feito referências a ela e o quanto a tem citado. Mas não acha que, por se tratar de um volume muito grande, constituído por doze livros, todos mais ou menos do tamanho dos outros livros de Kardec, não haveria uma certa indisposição para estudo da doutrina?
ALFREDO – O que justificaria essa indisposição instalar-se apenas pela opção aos livros de Kardec, já que os espíritas recomendam tanto o estudo constante, e assim muitos o fazem?
Para os outros livros citados, no habitual citado pelo Jarbas, não haveria indisposição, mas para os do Codificador sim?
FERNANDO – Eu creio que o Clovis esteja preocupado com aquela coisa das pessoas acharem que a obra de Kardec seja algo... deixa eu ver como vou dizer... maçante, não muito atraente, como os livros Mensageiros da Luz, Nosso Lar... etc... você entende?
ALFREDO – Entendo sim, queridos amigos.
Observemos a atual formação universitária brasileira e a tomemos como exemplo:
Os acadêmicos do Direito, aqueles que serão os futuros condutores dos processos de Justiça, no Brasil, também acham determinados estudos maçantes, chatos e substituíveis, mais ou menos dentro disso que você tenta definir. As atuais universidades, sem maiores compromissos com a ética, a coerência e aquilo que de fato é o melhor para a formação dos seus profissionais, por sobrevivência empresarial preferem optar pela flexibilidade inconsequente, adaptando-se àquilo que mais agrada àqueles que em vez de alunos são simplesmente seus clientes.
Qual a decorrência disto?
Oitenta por cento dos advogados formados no Brasil não possui capacidade para aprovação no concurso da OAB, ou melhor, não consegue notas superior a 2.
O mesmo ocorre em relação aos médicos submetidos aos exames de conhecimentos básicos e elementares para o exercício da Medicina.
Que futuro pode-se esperar da Justiça e da Saúde no País?
Fazendo um paralelo com a prática espírita, a mesma pergunta é feita:
Que futuro pode-se esperar para o Espiritismo no mundo, com essa visão adotada pelos espíritas?
Que oitenta por cento, também, não saiba como conduzir o movimento espírita.

NEUZINHA – Ihhhh, Alfredo. Se a gente falar isso aqui a coisa complica. O pessoal aqui na casa é doidinho pelo Chico e as obras do Chico é mais o que se fala aqui.
ALFREDO – Eu também estou inserido no universo desses que, conforme você cita, são doidinhos pelo Chico, Neuzinha. Valorizo muito as obras trazidas pela exemplar mediunidade exercida por ele, em toda a sua vida, todavia devemos envidar esforços para observar que Chico Xavier foi um dos que mais chamou a atenção dos espíritas para se escorarem na base de Allan Kardec, inclusive o próprio Emmanuel, seu orientador, fez referências a isto, sempre colocando Kardec como base fundamental e nunca admitiu que os seus ensinamentos fossem utilizados para superar ou talvez até substituir os do Codificador.
Chico nunca admitiu a santificação que grande parte do movimento espírita atribuiu a ele e não foi só pela humildade que o caracterizava, foi pela consequência que ele tinha do que adviria em decorrência disso.
Vocês sabem que há quem defenda até que ele fora o próprio Allan Kardec reencarnado, para selarem bem o entendimento da sua sacralização perante o movimento.
JARBAS – Alfredo, o nosso movimento espírita vem sempre direcionando os espíritas para a necessidade do estudo. Como você vê então essa recomendação, já que fala tanto, também, na necessidade de estudar?
ALFREDO – Essa questão não deveria ser complexa, mas é.
A orientação do movimento em relação ao estudo é correta, pois o próprio Kardec é quem ensina isto, quando fala nas fases do Espiritismo; todavia labora em equívocos, os quais farei um esforço em tentar fazer-lhes entender da melhor maneira:
Um cidadão conclui o estudo fundamental, entra na faculdade para estudar medicina, conclui o seu curso de graduação, mas resolve, logo, prosseguir nos estudos fazendo pós-graduação, doutorado, mestrado... e prossegue estudando, estudando, estudando, estudando... chega aos cinqüenta... sessenta anos de idade... apenas estudando.
Alguém o pergunta: Você tem aplicado o que aprendeu, com os seus estudos, em benefício do seu próximo e da humanidade?
Ele responde que ainda está estudando, estudando, estudando...
Onde vai parar isto? Qual o limite disto?
Que você não pratique, ainda, a medicina, em nível de doutor, mas que a pratique intensamente no nível em que alcançou, paralelamente ao aperfeiçoamento dos seus ensinamentos, quando então vai inserindo os novos conhecimentos na prática incessável de fazer o bem, até o momento em que puder também aplicar o conhecimento de doutor, depois do doutorado, naturalmente.
Verifiquemos o que vem ocorrendo na prática espírita, com raras exceções:
O ambiente é de igreja, quando as pessoas chegam, obrigatoriamente tendo que manter o silêncio religioso. Processa-se o ritual: prece inicial, avisos, palestra, passe, água magnetizada, palestra final e volta para casa.
Voltemos na semana que vem, meus amigos!
Para que?
Repetir exatamente o mesmo ritual.
FERNANDO – Mas nesse caso o palestrante não está passando os seus conhecimentos para o público? Não está havendo aí o processo de aprendizado?
ALFREDO – Algum aprendizado, sim, para uns pouco mais, para outros um pouco menos e para outros talvez nada é absorvido, tendo em vista a heterogeneidade da platéia.
Se você ministra uma aula, ensinando Física, requerendo o conhecimento da Trigonometria, para a resolução dos problemas, obviamente não será entendido por aqueles que mal sabem apenas somar, subtrair e multiplicar.
Não existe sequência didática nenhuma na matéria a ser ministrada pelo palestrante desta semana e os das outras semanas subsequentes. Os palestrantes vêm e falam o que querem, o assunto desta semana nada tem a ver com o da semana passada, alguns sentem a necessidade do exibicionismo e se aproveitam da tribuna do centro para o seu show teatral, e por isto, semana passa e semana passa, sem o estudo da doutrina espírita.
Inúmeros espíritas vocês conhecem, que são avistados sentados nas cadeiras dos centros espíritas durante cinco, oito ou mais anos, ali naquela sua obrigação religiosa, mas sem conhecerem ainda a base da doutrina.
CLÓVIS – Alfredo, pelo que você falou, anteriormente, os espíritos querem conversar conosco de igual pra igual, entendemos bem isto, mas surge mais uma dúvida: São todos os espíritos desencarnados que querem conversar de igual para igual, naturalmente, inclusive rindo, quando alguma colocação convida ao sorriso, ou são somente alguns?
ALFREDO – Interessante a sua pergunta. Nem todos os espíritos desencarnados concordam com o Alfredo, Clovis. 
Relembremos o entendimento de que os desencarnados são exatamente as mesmas pessoas que aí estiveram encarnadas, com as mesmas identidades. No mundo encarnado existem pessoas mal humoradas, que não gostam de conversas, que falam pouco, que são excessivamente formais, impositivas e até arrogantes no falar. Depois que desencarnam continuam as mesmas e insistem em não mudar nada.
Vejamos o cidadão espírita que é fechado nas suas concepções, que milita durante vários anos fazendo a mesma coisa, que concebe a reunião mediúnica naquele formato que vocês também conheceram por muito tempo; como ele vai querer o ambiente da reunião quando desejar se comunicar?
Vai querer aquela mesma tristeza de sempre, o qual entende como seriedade; ao chegar pronunciará a frase “que a paz de Jesus esteja com todos”, pois não admitirá um desencarnado cumprimentar as pessoas com “boa noite”, “boa tarde”, “Olá”... e, invariavelmente, vai querer transmitir a sua “mensagem”, geralmente fazendo algum esforço para que essa mensagem seja mais ou menos igual àquelas que ele leu nos livrinhos de mensagens de espíritos, pois que, para muitos espíritos que foram espíritas, há uma necessidade de se apresentarem como evoluídos, ou melhor, de parecerem evoluídos.
LOURDES – Mas Alfredo, você nos disse em outro momento, que depende também da visão que têm os participantes da mediúnica do centro, e que, quando há disposição neles de contatos com espíritos que falam assim como você, eles serão atraídos e começarão a aparecer, naturalmente.
ALFREDO – Isto é verdade, todavia saibam que os espíritos levam em consideração, além da visão dos participantes da mediúnica, a visão da casa como um todo, a fim de evitarem conflitos. Vocês se lembram muito bem de fatos que ocorreram aqui, a partir do momento que comecei a lhes apresentar este que para vocês é um novo estilo. Informo-lhes que vinham avançando idéias para acabar com as reuniões mediúnicas desta casa, não por iniciativa dos famosos velhos padres desencarnados, mas por gente encarnada de entre vocês, não se consumando os fatos graças as ações dos espíritos benfeitores amigos da casa.
Este é um processo lento, amigos, porque não podemos violar consciências.
NEUZINHA – Por que em espiritismo tudo tem que ser lento, Alfredo? Eu estou cansada de escutar isto, que as coisas não são assim, que tudo tem que ser bem devagarinho. Se o Martinho da Vila fosse desencarnado eu iria começar a achar que ele seria o mentor dos espíritas, com tudo devagar e bem devagarinho.
ALFREDO – O comodismo e a pouca disposição real que há no meio, contribui muito para isto. O antigo filósofo já dizia que a natureza não dá saltos e, com base nesse dizer, muitos se firmam para andar a passos de tartaruga.
Ao final deste trabalho, quando vocês acenderem as luzes, observem que as paredes, portas e janelas desta sala estão necessitando de pintura nova, pois que não são pintadas há pelos menos cinco anos.
Sei que todos irão olhar para as paredes, porque o Alfredo fez a observação.
Vamos que um de vocês, percebendo que não é tão dispendiosa a compra das tintas, se dispõe a comprá-las amanhã mesmo, e que já, depois de amanhã, vai ele mesmo fazer logo a pintura, porque tem, inclusive os pincéis em casa.
Vocês sabem, muito bem, que a atitude dele em querer providenciar LOGO a pintura, em que pese ser um benefício para a casa, não será bem vista por todos os membros da instituição.
Lamentavelmente foi criado no nosso meio a cultura do tudo tem que ser devagarinho, do deixar para depois, do levar a apreciação da diretoria até coisas que independem de aprovações a esse nível e, por isto, o avanço do Espiritismo no mundo acontece aquém do que deveria.
Se fosse depender da vontade dos espíritos, as coisas fluiriam mais rapidamente.
JARBAS – Você retratou o que verdadeiramente é o nosso movimento, somos assim mesmo. E o que podemos fazer para mudar isto?
ALFREDO – Criar a consciência de que os diretores de uma instituição espírita não são donos da instituição e que, apenas, estão diretores por determinado período, assim como os parlamentares não são donos do país, do estado e do município.
Instalando-se essa consciência, nasce a disposição de criar espaços para escutarem a todos os participantes da casa, no exercício de uma verdadeira HUMILDADE dos diretores, onde poderão receber sugestões e propostas partidas de pessoas de um pequeno universo onde pode existir gente especializada em determinadas áreas e muito melhor preparada do que o elemento que está instituído no cargo afim da diretoria.
Se você sabe pintar, gosta de pintar, tem o material de pintura, está disposto a comprar as tintas e quer fazer a pintura de uma área que necessita de pintura, por que tem que depender de reunião de diretoria para apreciar o que é óbvio? 
Por que tem que esperar três, seis ou dez meses, quando a diretoria achar que deve apreciar o caso, para realizar aquilo que poderia ser feito hoje mesmo?
É algo que os espíritas precisam pensar melhor e rever os seus conceitos.
Agradeço, mais uma vez, pelo carinho de vocês e da próxima vez a gente conversa mais. Um grande beijo a todos.

Espírito encerrando reunião mediúnica mandando um grande beijo a todos e não o famoso “que a paz de Deus esteja com todos”?
É assim que o espírito Alfredo Bastos se relaciona com os seus amigos encarnados, conforme vem demonstrando desde o primeiro momento que apareceu na mediúnica do centro.
 Para a reflexão dos que pensam. 
           Abração a todos.
                           Alamar Régis Carvalho          

18.4.13


Questão 203 do Livro dos Espíritos
     INDIVISIBILIDADE
    Os pais não transmitem aos filhos parte das suas almas, pois a alma é indivisível. Somente fornecem meios para que os corpos se organizem. Tudo é feito por Deus, que criou as leis para tais operações. O corpo humano, na verdade, é a maravilha das maravilhas, em se tratando das coisas da Terra. Tudo é obra de Deus.
    Os agentes da verdade, como co-criadores, sob as bênçãos do Senhor, criaram o corpo físico, de sorte a esse obedecer o progresso pela sua própria função. O espírito não se divide, como pregam muitos espiritualistas. Ele somente anima, quando reencarnado um corpo, e não vários corpos materiais.
    As variedades de corpos, como já falamos, são sutis, integrando vários estágios da personalidade, para que o espírito possa se manifestar. São como que agentes ao comando da alma, para que ela possa manifestar-se com mais desembaraço em todos os rumos que pretender. O sexo é, pois, o instrumento para que a vida material tenha seu princípio e é no momento da concepção, no encontro do espermatozóide com o óvulo, que a alma se ajusta, dando os primeiros laços para uma missão ou provação, às vezes as duas juntas.
    A carne é uma escola onde se aprende muito, no teste de cada dia. O que é do corpo nasce do corpo, e o que é do espírito nasce do espírito. Aqui não devemos tentar falar da gênese da alma, por nos faltar entendimento. Também não é tempo, pois ainda nos falta conhecer o corpo humano. Depois do conhecimento deste, é de bom senso que conheçamos os outros corpos espirituais, para então começarmos a estudar os princípios do espírito imortal.
    O corpo humano, por vezes, tem muitas heranças dos seus ancestrais, no entanto o espírito não herda da espírito. Ele é luz saída das mãos de Deus. Espíritos não geram espíritos; somente Deus é o Pai de todos e de tudo. Um pai ignorante pode ter filhos sábios, e vice-versa, assim como pode um pai inteligente ter filhos inteligentes; depende da alma que reencarna por seu intermédio.
    Para que compreendamos essa ciência, necessário se faz que estudemos, meditemos e conversemos com aqueles que já estudaram e compreendem certas leis universais da vida. Quem não se esforça, não aprende. Espírito não gera espírito, repetimos. O mundo precisa da ciência espiritual e, mais tarde, quando as pessoas estiverem preparadas, as próprias universidades vão ensinar a ciência do espírito, usando professores abalizados, com o interesse somente de prestar serviço aos que desejam aprender as leis imortais, que vibram em todo o universo.
    A Doutrina Espírita é a precursora destas verdades, e será reconhecida como tal no futuro, quando os mestres tiverem a necessidade de buscar nas suas páginas as primeiras lições da vida espiritual. Vamos esperar, orando e trabalhando. Do mundo espiritual para a Terra já partam muitos desses mestres, para operarem no sentido de que a verdade seja colocada em cima da mesa universitária.
 
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

17.4.13


A Excelência do Amor

A grande palavra nos dias de hoje é o amor. Não há outra palavra mais grandiosa a se pronunciar. Há, sim, subprodutos do amor, mas amor é a palavra total.
Quando cito amor, cito a configuração de todas as virtudes da terra numa só expressão. O amor é a síntese de tudo que Deus Pai ofertou para nós, até porque Ele mesmo é a manifestação sublime do amor.
Temos que aprender sobre o amor, amando. Não há outro caminho. Aquele que acha que vai aprender sobre o amor apenas falando está muito enganado. Amor se aprender fazendo.
O ato de amar exige grandeza da alma, é um gesto de transcendência, porque é um gesto, acima de tudo, de doação.
Quem ama sabe exatamente o que quer, quer dar o seu melhor ao outro e, antes, a si mesmo. Sim, porque não podemos amar ao próximo se não aprendemos a amar a nós mesmos. O amor a si mesmo é condição preliminar para podermos a amar ao irmão de caminho.
Quando o amor se expressa em palavras dulcifica a vida de quem as ouve, deixa tudo mais feliz em sua volta, porque o amor, o verdadeiro amor, contagia. A palavra tem força e vai entrando nos corações das pessoas para deles não mais fugir.
Quando o amor se manifesta em ações é grandessíssimo. É a forma mais eloquente de se amar, no silêncio dos gestos. Tem tanta pessoa que ama e ninguém sabe. Faz tudo pelo outro e ele, às vezes, até desconhece. Este amor é grandioso porque quem o faz nada espera em troca.
Quem dera a humanidade pudesse amar mais e mais, sobretudo nestes dias difíceis que virão. Amar é a única saída para a humanidade. Sem amor, a humanidade estará perdida em si mesma.
Quando cito o amor nestas minhas escritas dominicais, lembro do amor puro, genuíno, desinteressado, compromissado apenas com o bem do outro.
O amor de verdade não precisa ir ao palco, às grandes festas, ser proclamado publicamente, deve ser experenciado por cada um no íntimo de seu coração.
Meus irmãos, como o amor é importante. Não foi à toa que o nosso irmão Jesus Cristo fez tanta questão de proclamar o amor como a excelência das virtudes e único caminho verdadeiro para se atingir a plena felicidade.
Amem, meus irmãos, e tudo o mais será complemento, porque o amor já abrande tudo e envolve a todos.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara

16.4.13


“TOMAR UNS PASSES”

De quando em vez, ouves alguém te dizer que se encontra necessitado de ir ao Centro Espírita para “tomar uns passes”...
- A qualquer hora – dizem os que assim se expressam –, lá comparecerei, porque estou muito necessitado de uns passes...
E complementam:
- Qual é mesmo o dia da reunião?...
A culpa de tão grande equívoco, quanto à finalidade de um Centro Espírita, não pertence somente a eles, que, com certeza, de Espiritismo não sabem absolutamente nada.
Vocês me desculpem a franqueza, mas a culpa maior é nossa mesmo, ou seja, dos espíritas, que, infelizmente, vêm desvirtuando o Centro Espírita da real tarefa que deve cumprir junto à comunidade.
Centro Espírita não é para livrar ninguém de seus “encostos”, nem para aliviar o peso de quem se encontra “carregado”, para que, depois, ele continue aprontando como sempre aprontou...
Quanta ignorância, da parte de quem continua a ver na religião única e tão somente uma espécie de muleta para quando ele estiver trôpego!
Todavia, enquanto nós não transformamos os Centros Espíritas naquilo que eles, verdadeiramente, devem e precisam ser –Universidade do Espírito –, a Doutrina continuará pagando o preço de nossas limitações no que tange ao seu conhecimento e aplicação.
Não ignoramos que, sem dúvida, o Centro, a encarnados e desencarnados, é um pronto-socorro e um hospital, mas, acima de tudo, deve ser oficina de trabalho e escola.
Precisamos, sim, começar a modificar esta mentalidade em quem recorre aos seus préstimos espirituais apenas para “tomar uns passes” – e esta tarefa cabe aos diretores da Instituição pela qual se responsabilizam, que, sem mais demora, sobre a Mediunidade, devem começar a priorizar o estudo da Doutrina nas reuniões abertas ao público.
Talvez, muitos venham alegar que o passe, a água magnetizada, o trabalho de cura e a conversa com os Guias nas reuniões de mediunismo, atraem grande público para o Espiritismo – podem atrair público, mas não atraem adeptos esclarecidos!
E depois, a Doutrina, em tempo algum, se preocupou com o chamado “proselitismo de arrastamento”... Se a Fé Espírita é Raciocinada, evidentemente, que todos somos chamados a refletir sobre os seus postulados, estudando-os e assimilando-os, gradativamente.
Como costuma dizer o preclaro amigo Odilon Fernandes, não é a toa que o Espiritismo é a Religião do Livro!
Em um Centro Espírita que pretende mais bem servir ao Ideal, o estudo da Doutrina precisa ser incrementado, e não somente para grupos fechados – o estudo deve ser aberto a todos, de preferência, sendo levado a efeito nas reuniões públicas.
O estudo primeiro, e o passe depois!
Não há outra maneira de fazermos com que as pessoas, em geral, vejam o Espiritismo com maior seriedade, e como sendo fundamental para que a sua visão da Vida se modifique substancialmente.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 15 de abril de 2013.

15.4.13


Conflito Internacional

Quantas vezes aqui escrevi sobre a paz? Não me cansarei de escrever e proclamar a paz entre as pessoas e os povos como condição básica para a harmonia universal. Pois bem, aqui estou hoje novamente lembrando da importância da paz.
Minhas observações hoje voltam para a Coreia do Norte. Este País está provocando todos para que se tenha guerra e isto é muito perigoso. À parte da imaturidade do seu líder maior, esta brincadeira de fazer greve é coisa muito grave. Uma vez detonado o primeiro míssil para depois voltar atrás e conter os ânimos...
A defesa dos Estados Unidos é poderosíssima e não deve ser provocada. Creio que o Senhor Obama saberá safar a todos de mais este conflito internacional, basta aqueles que já possuímos em pauta.
Esta intemperança coreana tem endereço certo em mostrar a potência que acha ser e dar moral ao líder coreano, mas isto tem consequências e temos que sustá-las imediatamente.
Um simples sinal de fogo, muitas vezes, é a antevéspera de um grande incêndio. E são nestes dias de turbulência que devemos evitar no nascedouro qualquer possibilidade de desarranjo mundial.
Há forças subterrâneas, meus irmãos, que torcem pelo conflito. São os Senhores do Mal na Terra que ficam fustigando as mentes incautas a “brincar” de guerra. Segundo eles, as coisas estão muito frias ultimamente e querem ver o circo pegar fogo.
Não se angustiem porque outras forças agem para abafar este momento de intempestividade coreana e calar qualquer possibilidade de guerra. Há forças mobilizadoras da paz que não brincam em serviço.
Tenhamos paciência que tudo vai se ajeitar e nada há de acontecer a não ser estes destemperos verbais.
Que Deus proteja a Terra e que nossas orações fortaleçam a ação do bem.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara 

14.4.13

SOFRIMENTO

     O sofrimento surge, em muitos casos, como coroa de glória que numerosos Espíritos nobres solicitam e recebem,
tornando-se protótipos de perfeita sintonia com Deus e por amor a Humanidade
     Quando o sofrimento é aceito como força dinâmica, faculta o êxito dos santos, dos artistas dos pensadores, dos cientistas, porque afrouxa os laços materiais que retêm o Espírito permitindo-lhe pairar nas regiões de onde procede, haurindo ali mais força e energia para ensinar auto-superação e felicidade.
     Quando Jesus proclamou que são bem-aventurados os aflitos é evidente que se referiu somente àqueles cuja aflição não produza sequelas devastadoras, que dilaceram a alma.
      Aflitos e sofridos, sim, mas nem todos, face às sequelas que produzam.

No Rumo da Felicidade - Divaldo P. Franco - Joanna de Ângelis

13.4.13

BENDIRÁS

Não guardes mágoa e nenhum rancor
De quem te humilha e desconsidera,
Como quem ignora o teu valor
No esforço de servir de alma sincera.

Ante a voz que te agride e vocifera,
Mantém a própria paz, seja onde for,
Porquanto o bem é luz que não se altera,
Entre as sombras do mundo em desamor.

Prossegue confiante, sem cansaço,
Feito quem sobe ao monte, passo a passo,
Seguindo o Mestre Amado na ascensão...

Ao fim da rude prova que te expia,
Bendirás, em soluços de alegria,
Quem te talhou a cruz da redenção!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 6 de abril de 2013, em Uberaba – MG).

12.4.13


Vigiai e Orai

  “Nem ao menos uma hora pudestes vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26:40-41)
  “Por que dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.” (Lucas 22:46)
  “Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!
Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!” [1]

   Mantermo-nos despertos, e em sintonia elevada, permite estarmos atentos e bem inspirados a toda oportunidade de fazer o Bem, a nosso semelhante e, por decorrência, a nós próprios. Nem sempre o que alguns formadores de opinião ou a mídia tentam ditar como atitudes, comportamentos ou programas da moda, se identificam com esses bons propósitos. Milhares de mentes pouco despertas e sintonizadas com padrões perturbados são, assim, influenciadas coletivamente, atrasando sua marcha evolutiva. Busquemos uma cultura de higiene mental, fazendo, assim, muito Bem a nós mesmos. Este o convite de Jesus nas passagens evangélicas acima destacadas.
  Vigiai e orai — Despertai e orai
  O escritor Carlos Torres Pastorino entende que um termo mais adequado do que o tradicionalmente traduzido como “vigiai”, na citação acima, do Evangelho segundo Mateus (também encontrada em Marcos 14:37-38), é “despertai”, de forma consistente com a passagem Lucas 22:46. Em suas palavras:
“Não usamos o verbo tradicionalmente empregado aqui: vigiai, porque — embora o latim vigilare signifique “despertar”, e apesar de “estado de vigília” se oponha a “estado de sono” — o “vigiar” dá ideia, atualmente, de “olhar com atenção para ver quem venha”, muitas vezes até chegando a colocar-se a mão em pala acima dos olhos, como natural mímica de “vigiar”... Portanto, DESPERTAR é o que melhor exprime a ideia do texto original: é indispensável acordar, deixar de dormir, a fim de não perder o momento solene e precioso da chegada do Filho do Homem.” [2]
   “Quantas vezes aquilo que nos revolta, seria um passo à frente em nossa evolução, e perdemos a oportunidade! Estejamos despertos, atentos, bem acordados, e permaneçamos em oração, para aproveitar todas as ocasiões de subir.” [3]
  Os momentos da chegada do Filho do Homem, as ocasiões de subirmos, não são apenas ocorrências místicas ou épicas, mas eventos que surgem diariamente, bastando nossa atenção para vê-los e, quando ocorrerem, seguirmos as inspirações elevadas que Bons Espíritos sempre nos ofertam. Trata-se das oportunidades que se nos oferecem, todos os dias, de fazermos o Bem a nosso semelhante, onde decidimos por atuar efetivamente em seu auxílio. Basta permanecermos vigilantes, como relatado na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), e encontraremos tais oportunidades constantemente, em nossa casa e em qualquer local onde estivermos.

Referências:
[1] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Capítulo V, item 4.
[2] PASTORINO, Carlos Torres. “Sabedoria do Evangelho”Volume 7, capítulo “Despertar do sono”.
[3] Ibidem. Volume 8, capítulo “Oração no jardim”.

11.4.13


Espírito de Verdade

O tão citado Espirito de Verdade ainda é assunto de debate no meio espírita, às vezes despertando polêmicas. Nesse estudo de Paulo da Silva Neto Sobrinho, publicado na Revista Espiritismo & Ciência Especial, número 61, temos uma série de informações interessantes sobre o tema.
 
Introdução 
  A resposta à pergunta do título é um assunto ainda polêmico no meio espírita. Para uns, o Espírito de Verdade é Jesus; outros dizem que não; e completando há ainda os que não se preocupam nem um pouco com a sua identificação, os quais podemos agrupar aos que acham que é coisa de somenos importância e à turma do tanto faz. 
  Embora este assunto não seja objeto de grande destaque na mídia espírita, chama-nos a atenção o fato dele ser causa de tantas discussões, pois a esta altura do campeonato - cerca de um século e meio de Doutrina -, nós, os espíritas, já deveríamos ter plena certeza de quem realmente assinou as obras da Codificação usando este codinome. 
  Assim sendo, apresento minha contribuição, na condição de ser apenas um estudioso, para, quem sabe, se não resolver de uma vez por todas a questão, pelo menos indicar um caminho que leve a deduzir claramente quem seria o Espírito de Verdade. 
  Logo de início, esclareço que não tenho a pretensão de refutar nenhum artigo escrito sobre o assunto. E faço questão de reafirmar que quero apenas contribuir para elucidar esta questão. 
  Seria uma comunidade de Espíritos? 
  Tendo em vista que muitos o consideram como sendo uma plêiade de Espíritos, é necessário, já de início, definirmos este ponto. Na Revista Espírita encontramos algumas comunicações nas quais nos fundamentaremos para responder a este quesito.
  Perguntou-se ao Espírito Jobard: 
  "Vedes os Espíritos que estão aqui convosco? 
  R: Eu vejo sobretudo Lázaro e Erasto; depois, mais distante, o Espírito de Verdade, planando no espaço; depois, uma multidão de Espíritos amigos que vos cercam, apressados e benevolentes." (Revista Espírita, 1862, p. 75) (grifo nosso).
 Ao Espírito Sanson, se fez a seguinte pergunta:
  "Não vedes outros Espíritos?
  R: Perdão; o Espírito de Verdade, Santo Agostinho, Lamennais, Sonnet, São Paulo, Luís e outros amigos que evocais, estão sempre em vossas sessões." (Revista Espirita, 1862, p. 175) (grifo nosso).
  Numa comunicação de Lacordaire, lemos:
   "Era preciso, aliás, completar o que não havia podido dizer então, porque não teria sido compreendido. Foi porque uma multidão de Espíritos de todas as ordens, sob a direção do Espírito de Verdade, veio em todas as partes do mundo e em todos os povos, revelar as leis do mundo espiritual, das quais Jesus havia adiado o ensinamento, e lançar, pelo Espiritismo, os fundamentos da nova ordem social. Quando todas as bases lhe forem postas, então virá o Messias que deverá coroar o edifício e presidir à reorganização com a ajuda dos elementos que terão sido preparados." (Revista Espírita, 1868, p. 47) (grifo nosso).
 
Continua na Revista Espiritismo & Ciência Especial, número 61, que está à venda na LER Livros Revistas Papelaria e nas boas Bancas.