30.11.13

CONTINUA

Se na estrada em que prossegues
A provação se acentua,
Sem pensar em desistir,
A caminhar continua...

Se ao teu próprio derredor
A existência tumultua,
Buscando a paz que procuras,
Sempre a frente continua...

Se, tramando a tua queda,
A tentação se insinua,
Mesmo que tenhas caído,
Levanta-te e continua...

Se a ingratidão te magoa
E o teu ânimo atenua,
Sem pensar em recompensa,
Faze o bem e continua...

Se, no cultivo da fé,
Pesa em excesso a charrua,
Lavrando a gleba da alma,
Persevera e continua...

Haja o que houver, onde esteja,
Quem no ideal não recua,
Suporta a luta qual for
E com Jesus continua!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima no Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de 20 de novembro de 2013, em Uberaba – MG).

29.11.13

RETRATO DO CORPO MENTAL

Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental (*) que lhe preside a formação.
Do ponto de vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura eletromagnético, algo modificado no que tange aos fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente que o maneja.
Todas as alterações que apresenta, depois do estágio berço-túmulo, verificam-se na base da conduta espiritual da criatura que se despede do arcabouço terrestre para continuar a jornada evolutiva nos domínios da experiência.
Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta.
(*) O corpo mental, assinalado experimentalmente por diversos estudiosos, é o envoltório sutil da mente, e que, por agora, não podemos definir com mais amplitude de conceituação, além daquela com que tem sido apresentado pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta de terminologia adequada no dicionário terrestre. (Nota do Autor Espiritual)

Livro “Evolução em Dois mundos” - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira - André Luiz

28.11.13

Atenção Total
(Dom da Paz)

Um aceno. Um aperto de mão. Um abraço caloroso. Uma tapinha nas costas. Um sorriso aberto. Um “olá” sincero. Tudo isso representa um gesto de atenção e carinho. Uma atenção diferenciada. Uma lembrança do outro. Apesar de tudo isso parecer simples para quem dá pode ser importantíssimo para quem recebe. Atenção, esta é a chave para salvar muitas vidas.
No dia a dia, às vezes, esquecemos-nos de dar a devida atenção àqueles que nos rodeiam. Não falamos com alguém que nos é caro da família. Não acenamos para o vizinho. Não dizemos sequer um “bom dia” quando chegamos ao ambiente de trabalho. Não fazemos uma ligação para o cônjuge para saber como está o seu dia. Não nos lembramos de parabenizar um amigo pelo seu aniversário. São desleixos e reflexos também do nosso egoísmo. Pensamos demasiadamente em nós, esquecemos o nosso irmão de caminho.
Como sair deste círculo vicioso?
Creio que há coisas em que devemos criar hábitos. Se prestarmos atenção vamos ver que a maioria das pessoas que nos lembramos dela nos responde satisfatoriamente. Mais do que isso. Vai nos cobrar quando aquele hábito deixou de ser expresso uma vez sequer. Faremos, então, automaticamente gestos de atenção e carinho, mas isso não quer dizer que seremos frios e calculistas. Apenas criaremos o hábito de sermos gentis e atenciosos.
Toda criatura gosta de ser bem tratada e não esquece jamais o gesto mais delicado. Às vezes, fazemos uma só vez um benefício para alguém e ela não se esquecerá jamais. Vai nos associar sempre àquele ato de gentileza.
O mais importante também é a reciprocidade, mesmo quando não pedimos. O mundo inteiro precisa aprender a ser gentil a atencioso. Uma coisa gera a outra. Todo mundo deve exercitar o sair de si para ir à busca do outro.
Percebo que o corre-corre dos dias atuais faz as pessoas olharem mais para seu próprio umbigo e esquecerem-se do outro. É tanto problema, é tanta coisa para fazer premida pelo tempo que não há condições de ver o outro a sua frente que te pede, silenciosamente, um pouco de atenção.
O mundo moderno inventou os incrementos eletrônicos. Vejo aqui que os jovens, toda a gente, usam os telefones cada vez mais intensamente. Os contatos sociais aumentaram sensivelmente com esta ferramenta de comunicação, o que é muito bom por um lado, mas quero lembrar que não inventaram nada até agora mais eficiente do que o contato físico e os olhos nos olhos. Somos seres humanos e necessitamos, o tempo todo, do reforço das nossas percepções e sensibilidades para darmos respostas consistentes às nossas necessidades íntimas e sociais.
Busque o outro. Toque o outro. Beije o outro. Sinta o outro em seus braços. Tudo com respeito, é claro, mas com determinação de encontrar um outro ser humano. Os seres humanos são assim, espontaneamente carentes da presença de outro ser humano. Solidão, jamais. Contato e atenção, sempre e cada vez mais.
Seja o mundo um local de encontro e de afeto contínuo, de troca de amabilidades, de gestos de carinho e ternura, de exercício permanente da humanidade. É isto que sempre precisaremos, mesmo com o avançar de toda a tecnologia e suprimento das nossas necessidades materiais. Seja qual for a evolução, um ser humano precisará sempre de outro ser humano.
É isso aí!
Helder Camara

27.11.13


O ENSINO DA LUZ

- Senhor - disse Tadeu a Jesus, após o dia de trabalho estafante -, qual é o nosso dever maior, na execução do Evangelho, para a redenção das criaturas?
O Mestre fitou o céu azul em que nuvens pequeninas semelhavam estrigas de linho alvo.
E falou em seguida:
- Em meio de grande tempestade, inúmeros viajantes se recolheram a enorme casarão que se assemelhava a um labirinto. Porque sentissem medo uns dos outros, cada qual se escondeu nos quartos mais internos e, vindo a noite, em vão procuraram o lugar de saída. Começou, então, enorme conflito. Lamentos. Pragas. Assaltos. Correrias. Pancadas. Crimes nas trevas.
Um homem, que por ali passava, ouviu os rogos de socorro que partiam do infortunado reduto e, longe de gritar ou discutir, acendeu a sua candeia e passou entre os amotinados, em profundo silêncio.
Bastou a luz dele para que todos percebessem os disparates que vinham fazendo, ao mesmo tempo que encontravam, por si mesmos, a porta libertadora.
O Mestre fez grande intervalo e voltou a dizer:
- Se a luz do bom exemplo estiver em nós, os outros perceberão, com facilidade, o caminho.
- E que fazer, Senhor, para semelhante conquista?
Jesus, continuando em sua contemplação do céu, como exilado buscando alguma visão da pátria longínqua, aclarou docemente:
- Procuremos o Reino de Deus e a sua justiça, isto é, vivamos no amor puro e na consciência tranquila... E tudo o mais ser-nos-á acrescentado.

Livro: A Vida Escreve - Francisco C. Xavier - Hilário Silva

26.11.13


A QUE SITUAÇÃO CHEGAMOS... NO ESPIRITISMO!

Meus amigos, ficamos felizes, quando algum internauta nos escreve, a mim ou a outro companheiro nosso, como agora é o caso de Paulino Garcia, autor de “Meu Filho Nasceu no Além”, cumprimentando-o pela coragem de escrever o que escreveu...
A que ponto nós chegamos, não é verdade?!
Paulino sendo cumprimentado pela coragem de ter escrito um livro que, por exemplo, em nenhuma de suas linhas, nos incita à violência, à descrença em Deus, à prática do mal aos semelhantes...
Claro que, tanto ele quanto eu, entendemos e agradecemos as palavras de incentivo dos irmãos e das irmãs que nos exortam a prosseguir lutando em prol da Verdade que liberta.
Creiam que, nós, os considerados mortos, embora a consciência de que apenas estamos no cumprimento do dever, ainda somos muito sensíveis ao carinho que os nossos irmãos encarnados nos devotam.
Quando é que eu, que tantas vezes lutei contra o preconceito religioso no mundo – preconceito contra a nossa Doutrina! –, imaginei que, um dia, precisaria lutar contra o preconceito que, na atualidade, vige em nossos arraiais doutrinários?!
Quando é que eu poderia supor que um espírito desencarnado necessitaria ser incentivado pelos encarnados, e não o contrário, como, aliás, sempre aconteceu?!
Recordo-me que, em décadas passadas, sempre recebíamos, através de Modesta, a palavra confortadora de Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Bittencourt Sampaio, Irmão José, e tantos outros, para que o nosso ânimo não arrefecesse na luta cotidiana, que sempre nos esperava em várias frentes de batalha...
Muitas vezes, assim que púnhamos o pé para fora do Sanatório, percebíamos as insinuações maledicentes dos adversários da Causa, os sorrisos de ironia que nos eram dirigidos pelos ferrenhos opositores de nossa Fé, as críticas, veladas ou não, que caiam sobre nós como vergastas da intolerância humana, que não hesitava em nos humilhar e escarnecer...
Como as coisas hoje se inverteram!
Quase tudo o que os desafetos de nossa Crença representavam para nós, passou, em relativo curto espaço de tempo, a ser incorporado por aqueles que consideramos por irmãos de Ideal, mas que, não obstante, se revelam muito mais implacáveis do que aqueles que nos costumavam perseguir com o seu fanatismo.
Imaginem, meus caros, o que haveria de ser se, deste Outro Lado da Vida, nós estivéssemos fazendo literatura espírita conspirando contra o Evangelho do Cristo, ou nos opondo aos propósitos de fraternidade pregados por Allan Kardec, ou ainda desqualificando a extraordinária Obra Mediúnica de Chico Xavier?!
Repito: a que ponto chegamos no Espiritismo, mesmo nós, os considerados mortos, que carecemos de ouvir a palavra de encorajamento de meia dúzia de Benfeitores encarnados, para que não recuemos no testemunho em que, junto a alguns medianeiros de boa vontade, jazemos crucificados pelos caridosos confrades, que, até o presente momento, via Internet ou a boca pequena, apenas ainda não nos rotularam de prostitutas!...
Todavia, esperando a qualquer hora pelo rótulo que mencionei acima, conforta-me saber que, assim, quando ele vier, estarei perfilando ao lado daqueles e daquelas a respeito dos quais disse Jesus aos sacerdotes: “Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus”!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 25 de novembro de 2013.

25.11.13

Acordos de Paz
(Dom da Paz)

Esta noite, fiquei sabendo, as principais potências mundiais chegaram a um acordo com o Irã sobre a produção da energia atômica por aquele País. Estabeleceram os limites e a forma de fiscalização para cumprimento do acordo. Isto é muito favorável para o desarmamento mundial, não apenas o desarmamento bélico, mas o desarmamento dos ânimos. E isto é capital para um mundo de paz.
Vejam o que está por detrás de tudo isso, meus caros.
Há no mundo hoje uma série de conflitos internacionais. São conflitos que inflamam a desestabilização local, mas que não têm repercussões em nível planetário. São irmãos que destroem outros irmãos, seja por poder, seja por domínio financeiro, seja por briga de etnias etc.. Tudo isso tem um preço, mas é controlado localizadamente. Outros conflitos, porém, são articulados e possuem um desdobramento numa escala gigantesca que podem desestabilizar a vida planetária.
Aparentemente um acordo deste nível, entre o Irã e os países desenvolvidos do bloco ocidental, pode passar despercebido por você, afinal, pensaria, estou no Brasil, distante de tudo isso. Exatamente esta distância é que hoje não existe mais. Os interesses capitalistas possuem um alcance global. Acordos e mais acordos são firmados e a moeda de troca rapidamente bate a sua porta sem você perceber e nem ter noção que foi utilizado com este fim. Uma destas moedas, além do próprio mercado consumidor, é a obtenção de energia para mover as grandes economias. Ora, o Irã tem petróleo e com uma arma nuclear pode “bagunçar” os interesses capitalistas da região e ir de encontro às necessidades energéticas dos grandes. Uma medida desta é um alívio nas relações e, igualmente, no seu bolso.
O que se passa no lado de cá da vida é surpreendente. Os capitalistas do mundo terreno representam os interesses das grandes “gangues” do além, são verdadeiros paus-mandados. Não querem eles ver subtraído o seu domínio do mundo que se expressa no domínio do dinheiro, porque o dinheiro é que alimenta a abastança, o consumismo, os valores materiais, que se antepõem aos valores humanos e espirituais.
Há uma intricada rede de interesses agindo no subterrâneo da vida e você nem sabe que faz parte dela. São considerados massa de manobra. Raciocinam de quanto mais consumo, quanto mais preocupação com o bem-estar material, mais o homem estará afastado da sua essência espiritual.
Este plano, infelizmente, tem dado certo até agora, mas vai mudar.
Vai mudar porque há muita gente desarticulando as entranhas do mal por aqui. Seu tempo de trabalho espontâneo no bem acabou e tem seus dias contatos. É o novo mundo que o Nosso Senhor Jesus Cristo nos prometeu que seria erguido na terra e que chamou de o reino de Deus.
Esta mudança já está existindo e acordos de paz como esse, apesar de acalmar os ânimos e sustentar a manutenção dos interesses capitalistas, dá-nos a possibilidade de trabalharmos do lado de cá sem nos preocuparmos em abafar rebeliões desestabilizantes.
A causa da paz, meus irmãos, é muito mais complexa do que se possa imaginar, mas haveremos de vencê-la, porque é Deus que preside tudo e Ele está no leme para as grandes mudanças mediante o uso interminável e supremo de Suas leis.
Assim seja!
Helder Camara

24.11.13


DEUS PRIMEIRO

Caminharás, muitas vezes, no mundo, à maneira de barco no oceano revolto, sob a ameaça de soçobro, a cada momento; entretanto, pensa em Deus primeiro e encontrarás o equilíbrio que reina, inviolável, no seio dos elementos.
Se a natureza parece descer à desordem, prenunciando catástrofe, não permitas que a tua palavra se converta em agente da morte. Fala em Deus primeiro.
Antes das destruições que hoje atribulam a Humanidade, outras destruições ocorreram ontem, mas Deus plantou, em silêncio, novas cidades e novos campos onde a ventania da transformação instalara o deserto.
Se os profetas da calamidade e da negação anunciarem o fim do mundo, traçando quadros de aflição e terror, crê em Deus primeiro, recordando que ainda mesmo da cova pequenina, em que a semente minúscula é sepultada, o Senhor faz nascer a graja do perfume e a beleza da cor, a abastança da seiva e a alegria do pão.
Se a dor te constringe o peito, em forma de angústia ou abandono, tristeza ou enfermidade, recorre a Deus primeiro.
Ele será teu refúgio na tempestade, companheiro na solidão, esperança nas lágrimas, remédio no sofrimento.
Diante de toda provação e à frente dos próprios erros, busca Deus primeiro.
Ele, que mantém as estrelas no Espaço e alimenta os vermes no abismo, ser-nos-á sustento e consolo.
Nesse ou naquele problema, quanto nessa ou naquela dificuldade, confia em Deus primeiro e sentirás que a nossa própria vida é uma bênção de luz, para sempre guardada nos braços do Amor Eterno.

Livro: Caminho Espírita - Francisco C. Xavier - Emmanuel.

23.11.13

PRECE NO CAMINHO

Senhor Jesus, Divino e Amado Amigo,
Entre as provas e lutas do caminho,
Que possamos seguir devagarinho
Na esperança de, um dia, estar Contigo.

Que em Ti busquemos o celeste abrigo,
Erguido além do humano torvelinho,
Onde a sanha do mal, torpe e escarninho,
Não nos coloca os passos em perigo.

Inda que sós, de cruz alçada aos ombros,
Transpondo abismos e vencendo assombros,
Possamos prosseguir sem vacilar...

E ao Bem que nos traçaste por roteiro,
Sigamos nos doando por inteiro,
Na certeza de, um dia, Te encontrar!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 16 de novembro de 2013, em Uberaba – MG).

22.11.13

PARASITAS OVÓIDES
 
Inúmeros infelizes, obstinados na idéia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego, quando desafivelados do carro físico, envolvem sutilmente aqueles que se lhe fazem objeto de calculada atenção e, auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço, infinitamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideísta, fora das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo, enormes transformações na morfologia do veículo espiritual, porquanto, de órgãos psicossomáticos retraídos, por falta de função, assemelham-se a ovóides, vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação, à face dos pensamentos de remorso ou arrependimento tardio, ódio voraz ou egoísmo exigente que alimentam no próprio cérebro, através de ondas mentais incessantes.
Nessas condições, o obsessor ou parasita espiritual pode ser comparado, de certo modo, à Sacculina carcini, que, provida de órgãos perfeitamente diferenciados na fase de vida livre, enraíza-se, depois, nos tecidos do crustáceo hospedador, perdendo as características morfológicas primitivas, para converter-se em massa celular parasitária.
No tocante à criatura humana, o obsessor passa a viver no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas, situação essa que, em muitos casos, se prolonga para além da morte física do hospedeiro, conforme a natureza e a extensão dos compromissos morais entre credor e devedor.
 

Livro “Evolução em Dois mundos” - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira - André Luiz

21.11.13


NAS PEGADAS DE JESUS

 "Tenho-vos dito estas coisas estando ainda convosco; mas o Paracleto, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito." (João, XIV, 25-26.)

 A religião de Jesus é a eterna religião da luz e da verdade. Ela não se limita à prática de simples virtudes, tal como os homens a julgam.
 Abrangendo os amplos horizontes da vida espiritual, ensina-nos os meios indispensáveis para a aquisição da imortalidade.
 A religião de Jesus não desaparece no túmulo, mas ergue-se como um Sol majestoso além da campa; onde tudo parece mergulhar em trevas, no nada, a verdade, a vida se manifesta com todo o fulgor!
 A religião de Jesus não é a religião da cruz, mas a religião da luz! Não é a religião da morte, mas a da vida! Não é a religião do desespero, mas a da esperança! Não é a religião da vingança, mas a da caridade! Não é a religião dos sofrimentos, mas a da felicidade!
 A morte, o desespero, o martírio, os sofrimentos, são oriundos das religiões humanas, assim como a cruz é o instrumento de suplício inventado pelos carrascos da velha Babilônia, da Roma Primitiva, cujos senhores massacravam corpos e almas, infringindo os preceitos do Decálogo.
 A religião de Jesus não é a religião da força, mas sim a religião do direito.
 Quando as multidões absortas se aproximavam do Mestre querido, para ouvirem suas prédicas ungidas de fé, perfumadas de caridade e cintilantes de esperança, nunca o moço nazareno lhes acenou com uma cruz; nunca pretendeu colocar sobre os ombros de seus infelizes irmãos o peso do madeiro infamante.
 Ao contrário, atraía-os com olhares de piedade e em suas sublimes exortações, em seus amorosos conselhos, para todos tinha palavras de perdão, de afeição, de consolação.
 Aos aflitos e desanimados dizia: "Vinde a mim vós que vos achais sobrecarregados; aprendei de mim, que sou humilde e manso de coração; tomai sobre vós meu jugo, que é suave, meu fardo, que éleve, e achareis descanso para as vossas almas."
 A grande missão de Jesus foi abater todas as cruzes que o mundo tinha levantado; foi arrasar todos os calvários. Ele foi o portador do bálsamo para todas as feridas, do consolo para todas as aflições, da luz para todas as trevas.
 Só aquele que tiver a ventura de percorrer as páginas do Novo Testamento e acompanhar os passos de Jesus desde o seu nascimento até a sua morte e gloriosa ressurreição, bem poderá avaliar no que consiste a doutrina do ressuscitado.
 É admirável ver o grande evangelizador no meio da plebe maltrapilha, repartindo com todos, os tesouros do seu amor! Falava-lhes a linguagem do Céu; convidava-os à regeneração, à perfeição; fazia-lhes entrever o futuro cheio de promessas salutares; animava-os a buscarem as coisas de Deus; finalmente, procurava gravar naquelas almas, turbadas pelo sofrimento, o benévolo reflexo da vida eterna, que ele tinha por missão oferecer a todas as almas.
 Jesus não foi o emissário da espada, o gladiador que leva o luto e a morte à família e à sociedade; mas sim o médico das almas, o príncipe da paz, o mensageiro da concórdia; o grande expoente da fraternidade e do amor a Deus.
 Ao longo das estradas pedregosas por onde passou, pelas cidades e aldeias, o Mestre concitava os seus ouvintes a serem bons, apontava-lhes os tesouros do Céu e a todos garantia o auxílio desse Deus invisível, cujo amparo se estende aos pássaros do céu, aos lírios dos campos.
 Após o seu admirável Sermão do Monte, e para demonstrar a ação de suas palavras, cura um leproso que, prostrado a seus pés, o adora, dizendo: "Senhor, se quiseres, bem me podes tornar limpo!"
 Na sua viagem para Cafarnaum, um centurião aproxima-se dele, pede-lhe a cura de um seu criado: a milícia celestial se agita e o doente se restabelece.
 Chegando à cidade de Cafarnaum, entra em casa de Pedro e encontra de cama, presa duma febre maligna, a sogra deste. Imediatamente, ao toque de suas mãos compassivas, a pobre velha se ergue.
 Acompanhado de seus discípulos, numa barca no Mar da Galiléia, a tempestade se desencadeia, o vento sopra rijo e as ondas se encapelam. Os discípulos, tomados de pavor, apelam para o Mestre, e a uma palavra sua os ventos cessam, o mar se acalma.
 Chegados à outra banda, ele expele uma legião de Espíritos malignos que obsediavam um pobre homem.
 Ao sair novamente da terra dos gadarenos e de volta a Cafamaum, uns homens se aproximam do nazareno e levam-lhe um paralítico que jazia em um leito. O doente recebe o perdão de suas faltas e o homem, curado, rende graças a Deus.
 Jairo, um chefe de sinagoga, sabendo os grandes prodígios operados por Jesus, corre ao seu encontro, pede-lhe libertar sua filha da morte. Enquanto Jesus caminha para a casa de Jairo, uma mulher que sofria, havia doze anos, moléstia incurável, toca-lhe na túnica e sara. Chegado o Mestre à casa do fariseu, livra a mocinha das garras da morte!
 Eis que Jesus sai da casa de Jairo, dois cegos correm após o Mestre, clamando: "Filho de Davi, tem misericórdia de nós!" Seus olhos se abrem e eles saem a divulgar na Galiléia, as grandes coisas que o Senhor lhes fez.
 No mesmo instante um grupo de homens traz ao Filho de Deus um mudo endemoninhado; Jesus expulsa o Espírito maligno e o mudo recupera a fala!
 E à proporção que as graças eram dadas, a multidão crescia, porque nelas crescia a palavra de Deus; e Jesus andava por toda parte anunciando a todos o Reino de Deus: contava parábolas, fazia comparações e, sob a forma de alegoria, transfundia nas almas a vontade suprema para que todos, removendo obstáculos, pudessem com o auxílio divino, libertar-se dos sofrimentos acabrunhadores por que passavam.
 Durante um longo período de três anos consecutivos, Jesus, todo dedicado à alta missão que tão bem desempenhou, não perdeu um só momento para deixar bem esclarecida a sua tarefa libertadora.
 Grande reformador religioso, aboliu todos os cultos, todos os ritos, todos os sacramentos de invenção humana, que só têm servido para dividir a Humanidade, formar seitas, constituir partidos, em prejuízo da unificação dos povos, da fraternidade que soube proclamar bem alto.
 E foi por isso que fariseus e escribas, sacerdotes, doutores da lei e pontífices congregados em conciliábulo maléfico, concitaram a turba bestializada contra o meigo Rabino, e unidos aos Herodes, aos Caifases, aos Pilatos e Tartufos; uns por malevolência sanguinária, outros por ambição e orgulho, outros por avareza, vil mercancia, covardia e subserviência, levaram o meigo evangelizador ao patíbulo infamante, torturando-o com morte acintosa.
 Mas o triunfo da verdade não se fez demorar; quando todos julgavam morto o redentor do mundo, quando julgavam haver abafado a sua doutrina de amor, eis que a pedra do sepulcro, onde haviam depositado o corpo do moço galileu, estremece ao toque de dois luminosos Espíritos; a cavidade da rocha se mostra vazia; Jesus aparece a Maria Madalena, ressoa por toda parte o eco da ressurreição!
 Triunfante das calúnias, das injúrias, dos tormentos, dos suplícios, da morte, o filho amado de Deus reenceta suas substanciosas lições, embalsamando seus amorosos discípulos com os eflúvios da imortalidade, únicos que nos garantem fé viva, esperança sincera e caridade eterna!
 Não valeu a prevenção dos sacerdotes, a ordem de Pilatos; não valeram os selos que lacravam o sepulcro e os soldados que o guardavam; no alvorecer do primeiro dia da semana tudo foi derribado, e o Cristo, ressuscitado, voltou à arena mundial, vitorioso na luta contra os seus terríveis algozes!
 E em sua narrativa cheia de simplicidade, diz o Evangelho, por todos os evangelistas, que o Cristo Jesus apareceu depois de morto, comunicou-se com os onze apóstolos, apareceu aos demais discípulos, e, depois, a mais de quinhentas pessoas das cercanias de Jerusalém; explicou-lhes novamente as Escrituras, repetiu-lhes a sua doutrina, que não pode ficar encerrada num túmulo, nem numa igreja: produziu diante deles fenômenos estupendos, como a pesca maravilhosa, anunciou-lhes todas as coisas que deviam acontecer, garantiu-lhes a vinda do Consolador, prometeu-lhes, além disso, a sua assistência até a consumação dos séculos, não só a eles, mas a todos os que lhe seguissem os passos e alou-se às altas regiões do espaço, donde velaria por todos.
 A religião de Jesus não consiste em dogmas e promessas falazes; é a religião da realidade.
 Religião sem manifestações e comunicações de Espíritos, é a mesma coisa que cidade sem habitantes ou casa sem moradores.
 A religião consiste justamente nessa comunhão de Espíritos, nesse auxílio recíproco, nessa afeição mútua.
 Por que é o Cristo a nossa esperança e a nossa fé? Por que lhe dedicamos amor, respeito, veneração? Por que nele confiamos nas nossas aflições? Por que lhe fazemos preces? Por que lhe devotamos admiração e lhe rendemos graças?
 Porque sabemos que ele pode e vem iluminar-nos a vida, robustecer-nos a crença, proteger-nos e amparar, auxiliar-nos e acariciar, como um pai devotado proporcionaria a felicidade e o bem-estar a seus filhos. Pois, sendo Cristo as primícias do Espírito, como afirma o apóstolo Paulo; estando certos de que ele ressuscitou, apareceu, comunicou-se, porque não podem fazer o mesmo aqueles Espíritos que nos foram amigos, parentes, aqueles que viviam conosco, mantendo mútua afeição?
 Na Epístola aos Coríntios diz o apóstolo da luz: "Se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou e é vã a nossa fé."
 A ressurreição do Cristo implica a ressurreição dos mortos; e se fosse contrária à lei de Deus, a manifestação, a aparição, a comunicação dos mortos, Jesus teria infringido essa lei; teria ido de encontro ao seu primeiro mandamento, que diz termos obrigação de obedecer ao nosso Pai celestial, amá-Lo de todo nosso coração, entendimento e alma e com todas as nossas forças!
 Mas já que o Cristo apareceu e se comunicou, é sinal certo de que a lei de Deus consiste na comunicação dos Espíritos. Jesus não invocou, no Tabor, os Espíritos de Moisés e Elias? Esta é a religião de Jesus, pois se baseia em fatos irrefutáveis; esta é a religião da fraternidade, porque tem por base a afeição verdadeira, que não termina no túmulo; seguir as pegadas de Jesus é o bastante para que sejamos por ele guiados e vençamos também como ele venceu a morte com o triunfo da ressurreição.

Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel

20.11.13

O  EVANGELHO  E  O  FUTURO
 

É chegado o tempo de um reajustamento de todos os valores humanos. Se as dolorosas expiações coletivas preludiam a época dos últimos ''ais'' do Apocalipse, a espiritualidade tem de penetrar as realizações do homem físico, conduzindo-as para o bem de toda a Humanidade.
O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives da sua História; só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. No seu manancial de esclarecimentos, poder-se-á beber a linfa cristalina das verdades consoladoras do Céu, preparando-se as almas para a nova era. São chegados os tempos em que as forças do mal serão compelidas a abandonar as suas derradeiras posições de domínio nos ambientes terrestres, e os seus últimos triunfos são bem o penhor de uma reação temerária e infeliz, apressando a realização dos vaticínios sombrios que pesam sobre o seu império perecível.
Ditadores, exércitos, hegemonias econômicas, massas versáteis e inconscientes, guerras inglórias, organizações seculares, passarão com a vertigem de um pesadelo.
A vitória da força é uma claridade de fogos de artifício.
Toda a realidade é a do Espírito e toda a paz é a do entendimento do reino de Deus e de sua justiça.

Livro: A Caminho da Luz - Francisco C. Xavier - Emmanuel  

19.11.13


“EM VERDADE, VOS DIGO...”

“Eu desceria à crosta da Terra para amar uma serpente”. – Chico Xavier

De fato, na atualidade, o mundo está repleto de convites ao desânimo, à descrença, ao desespero...
Quase em toda parte, corrupção e injustiça, violência e degradação.
A própria religião não vem escapando à triste contaminação...
Falsos Cristos e falsos profetas enxameiam...
As chagas humanas nunca estiveram assim tão à mostra!
Ambição e egoísmo...
Indiferença e descaso...
Nas ruas das grandes cidades, qual, igualmente, das pequenas, as pessoas parecem estranhas umas às outras!
Duelam no trânsito, nas casas bancárias, nos supermercados...
Têm-se a impressão de que o mundo espera por uma catástrofe – e, inconscientemente, clama por ela, como única medida saneadora possível no intuito de salvar a Humanidade de sua total perdição.
Não obstante, forçoso reconhecer que não há meio mais propício ao florescer da virtude do que este...
Não é sob o monturo que germinam as sementes?!...
E entre pedras pontiagudas que jorra a linfa cristalina, do interior da terra lamacenta?!...
Qual o homem que teria se santificado longe da tentação?!...
Não há local que mais necessite de água que o deserto, nem há lugar mais carente de paz que o campo de batalha...
Como se falar de Cristo a quem já tem verdadeira fé?!
Portanto, o mundo de hoje é o campo ideal de luta do cristão que, exemplificando, busca pregar o Evangelho!
Contraditoriamente, gleba arrasada e fértil, na expectativa da boa semente...
Há tanto a ser feito!
A fim de espiritualmente ascender, ninguém pode alegar falta de trabalho e oportunidade...
Crianças que estão a se drogar...
Jovens mergulhados no alcoolismo e no prazer...
Homens e mulheres transfigurados em feras...
Ah, quanto espaço para uma palavra de esperança, para um sorriso amigo, para um abraço de solidariedade!
Para quem almeja a própria redenção, não há mundo melhor que a Terra de agora!
A tristeza de ver tanta gente enveredando pela porta larga, mas, por outro lado, a alegria de perseverar no caminho que conduz à estreita passagem...
No mundo de hoje, dá para o cristão se sentir da idêntica maneira com que, há dois mil anos, o Cristo se sentiu – cruz aos ombros, descrença ao derredor, subindo o Calvário em solitário testemunho!...
Não nos esqueçamos de que cresceram no inferno, as asas com que, um dia, os anjos puderam volitar ao Céu!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 18 de novembro de 2013.

18.11.13

Corrupção e Justiça

Vejo pela televisão a prisão dos chamados mensaleiros. Sem querer entrar no mérito da questão, quero expressar a beleza da justiça e mais ainda a necessidade do combate à corrupção.
No nosso País, como no resto do mundo, a praga da corrupção é terrível. O uso inadequado do dinheiro do povo é um crime de grandes proporções. Quando se subtrai o dinheiro do povo para usá-lo em gastança particular se diminui a oportunidade de alguém ser mais bem atendido num hospital público; se deixa de ter mais recursos para um menino aprender na escola; não se permite que mais creches sejam erguidas e assim por diante.
O dinheiro é do povo e não de alguns.
A corrupção tem muitas origens, mas destaco aqui a falta de caráter. Caráter de ser humano. Sim, porque quando se tira o dinheiro de alguém se tira o próprio direito a humanidade do outro.
Esta prática se enraizou no Brasil desde os seus primeiros dias. Os comerciantes portugueses viam inicialmente a nossa bela terra como possibilidade de lucro. O Brasil se tornou um grande balcão de negócios até hoje. Tudo é permitido com o dinheiro público conquanto que não seja descoberto. Que grande hipocrisia esta, não?
Há quem diga, como no meu tempo: “é, rouba, mas faz”. Que despautério! É o mesmo que dizer: “pode tirar o meu dinheiro do bolso, mas vê se faz algo de proveitoso com ele”. Permite-se ser roubado, conquanto que lhe traga algum benefício. A estes faltam a noção de cidadania do que seja república.
Aliás, foi emblematicamente no dia programado para comemorar o dia da proclamação da República que se achou de se prender os tais mensaleiros.
Que mensagem enigmática e mais acertada esta, não?
Há os que defendam estes tais mensaleiros, que o façam e estão no seu direito constitucional, mas o importante é sempre se fazer justiça para que não grasse a impunidade e incentive a outros mais praticarem atos de corrupção, neste verdadeiro vale tudo que se transformou a administração pública brasileira.
Quero, porém, neste meu comentário semanal, destacar o outro lado do ato de corrupção, o lado espiritual que aprendi a ver do lado de cá da vida.
A corrupção pode até passar despercebida por aí, mas por aqui a justiça é mais imediata e incondicional, até por que não há apelos “infringentes”.
O corrupto aqui quando não é imediatamente preso pela teia do mal é julgado sumariamente pelos seus crimes. Não há como esconder o que se fez no lado espiritual da vida. Quem visse o que eu já vi com uma penca de políticos corruptos do Brasil correria para devolver todo o dinheiro que subtraiu do povo com juros e correção monetária, além de se colocar de serviço gratuito em qualquer instituição pública.
O ato de corromper e ser corrompido demonstra a ainda fraqueza humana pelas coisas materiais e o descaso com as coisas espirituais.
Pensa-se que a vida é somente por aqui e seja o que Deus quiser, se é que se pensa em Deus quando se tira o “seu” nas falcatruas governamentais.
Político aqui tem uma lupa maior de avaliação de sua existência. O poder que se é dado a alguém é cobrado em termos de responsabilidade com o que se fez com este poder. Não é fácil se livrar das cobranças conscienciais quando se descobre que a justiça divina é implacável.
Os tribunais de julgamento do bem ainda são misericordiosos, mas os tribunais da maldade, estes são ainda mais cruéis. Os chamados “justiceiros do além” não têm clemência. O que vi de figurões da política por aqui sendo humilhados por estes “guardiões da maldade” não queiram nem pensar.
Fique com a sua consciência tranquila que foi honesto em qualquer situação. Que tratou do que era dos outros como do outro e nada irão lhe imputar neste lado da vida.
Pense bem no que faz para sua consciência não lhe cobre por fora...
Muita paz!
Helder Camara

16.11.13

JESUS – UM MITO?!

Há quem diga que Jesus,
Mestre do Amor Infinito,
Na história da Humanidade,
Não existiu – é um mito!

No fundo, talvez, pretenda,
Usando um sofisma velho,
Descrendo de seu Autor
Negar o próprio Evangelho...

Pois, passados dois mil anos,
Do fulgor de Sua luz,
Continuam sendo mito
Os ensinos de Jesus.

No mundo imediatista
Em tão grande desamor,
Haverá mito maior
Do que a vivência do amor?!

E nestes tempos de agora,
De Ciência em profusão,
Não nos parece ser mito
A virtude do perdão?!

Outra face dar a tapa,
E a quem persegue uma prece...
Eis, do Cristo, mais um mito
De que se zomba e escarnece.

Em meio a tanta descrença
Que o materialismo espalha,
Venho dizer a vocês
Com certeza que não falha...

 - Ante a ignorância humana,
Que se proclame a Verdade:
Jesus Cristo não é mito
- O que é mito é a bondade!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 5 de novembro de 2013, em Uberaba – MG).

15.11.13


FIM DA VAIDADE HUMANA

O Império Romano, que poderia ter levado a efeito a fundação de um único Estado na superfície do mundo, em virtude da maravilhosa unidade a que chegou e mercê do esforço e da proteção do Alto, desapareceu num mar de ruínas, depois das suas guerras, desvios e circos cheios de feras e gladiadores.
O imenso organismo apodreceu nas chagas que lhe abriram a incúria e a impiedade dos próprios filhos e, quando não foi mais possível o paliativo da misericórdia dos espíritos abnegados e compassivos, dada a galvanização dos sentimentos gerais na mesa larga dos excessos e prazeres terrestres, a dor foi chamada a restabelecer o fundamento da verdade nas almas.
Da orgulhosa cidade dos imperadores não restaram senão pedras sobre pedras. Sob o látego da expiação e do sofrimento, os Espíritos culpados trocaram a sua indumentária para a evolução e para o resgate no cenário infinito da vida, e, enquanto muitos deles ainda choram nos padecimentos redentores, gemem sobre as ruínas do Coliseu de Vespasiano os ventos tristes e lamentosos da noite.

Livro: A Caminho da Luz - Francisco C. Xavier - Emmanuel

13.11.13


O apóstolo Paulo, no versículo 44 do capítulo 15 de sua primeira epístola aos coríntios, asseverou, convincente:
-"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual."
-Nessa preciosa síntese, encontramos no verbo "semear" a idéia da evolução filogenética do ser e, dentro dela, o corpo físico e o corpo espiritual como veículos da mente em sua peregrinação ascensional para Deus.
É para semelhante verdade que André Luiz nos convida a atenção, a fim de que por nossa conduta reta de hoje possamos encontrar a felicidade pura e sublime, ao sol de amanhã.

Emmanuel (Pedro Leopoldo, 21 de julho de 1958)
Livro “Evolução em Dois mundos” - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira - André Luiz.

12.11.13


O QUE HAVERIA DE SER?!

Dias atrás, o venerável Irmão José, visitando a nossa reunião mediúnica de desobsessão, realizada na Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, falando em torno da proximidade do Natal de Jesus, fez com que uma pergunta ficasse vibrando em nossas consciências:
- O que haveria de ser se a Caridade se retirasse do mundo?!...
E, de fato, para reconhecermos a excelência do amor ao próximo, ensinado pelo Divino Mestre, basta que nos coloquemos a pensar no mundo isento generosidade dos homens.
Como haveríamos de estar, no orbe terrestre, sem o heroísmo daqueles que, ao longo dos séculos, superando a sua própria humanidade, deliberaram servir em nome do Cristo, socorrendo os desventurados de todas as procedências?!
Sem aqueles que, renunciando a si mesmos, levantaram obras de benemerência em amparo aos leprosos, aos tuberculosos, aos dementados, às senhoras desvalidas, à velhice abandonada, às crianças esquecidas?!...
Sem aqueles e aquelas que permutaram o convívio social e o aconchego da família para se internarem por caminhos inóspitos, expondo-se aos perigos das selvas e das regiões ermas, aonde, muitas vezes, vinham eles mesmos encontrarem o seu Calvário?!...
Sem o idealismo fraterno de quantos foram e ainda são criticados pelos que, donos de grandes fortunas, ignoram o sofrimento dos semelhantes, e se negam a estender as mãos em solidariedade aos que, por vezes, não necessitam mais que um pedaço de pão para sobreviver?!...
Ah, meus caros, se a Caridade se retirasse do mundo, seria o mesmo que mergulhar a Terra em profunda e eterna escuridão, dentro da qual apenas poderíamos escutar choro e ranger de dentes!...
Se a Caridade, esta virtude tão escorraçada, e, na atualidade, quase que completamente dilapidada em seus indiscutíveis valores, se retirasse do mundo, para o homem – mesmo para àquele que, de maneira sistemática, se nega a praticá-la – não poderia haver maior desventura, porque, então, ele se veria privado do único instrumento capaz de fazê-lo se exercitar na arte de amar com absoluta isenção de seus interesses mais rasteiros...
Se a Caridade se retirasse do mundo, seria o mesmo que Deus, pela sua excessiva rebeldia e total insensibilidade, desistisse de redimir a Seus filhos, e os relegasse, para sempre, ao abismo que insistiram em cavar com as próprias mãos, em eterna autocondenação...
Se a Caridade se retirasse do mundo, através daqueles que, no corpo e na alma, suportaram, e suportam, as maiores humilhações para que a sua divina luz não se apague no horizonte de nossas melhores esperanças, em relação ao futuro do planeta, tamanha seria a nossa desdita que todas as lágrimas que Jeremias, um dia, verteu por Jerusalém seriam insuficientes para chorá-la por um só homem...
Se a Caridade se retirasse do mundo, e, com ela, todos os seus Anjos se recolhessem, todas as estrelas se apagariam no seu firmamento, todas as flores feneceriam nos jardins, todos os sorrisos de crianças emudeceriam, todas as maternas cantigas deixariam de ecoar, todos os corações se desertificariam, e, enfim, todos os amores, inclusive o maior deles – o do Cristo –, haveriam de ter sido em vão!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 11 de novembro de 2013.

11.11.13


Família Universal

Ninguém vive só. Por mais que alguém queira se isolar do mundo, não consegue, há sempre alguém que precisamos ter ao nosso lado. Toda gente precisa de uma família para viver.
Eu precisei de uma – e olha que ela foi muito grande. Não eram apenas os meus pais e irmãos, primos e tias, não, eu precisava, eu ansiava ter uma família maior, a família da humanidade inteira.
Sei que isto pode parecer megalomaníaco, mas aprendi com o Cristo, o que é que eu posso fazer.
Aos meus queridos familiares, eu rendo muita satisfação e agradecimento por tudo que fizeram por mim, em toda a minha existência terrena e ainda aqui neste lado da vida sou muito grato a todos eles, mas, quando decidi ser padre, resolvi abraçar a todos os irmãos do caminho.
Minha família agora é universal.
Não bastassem os amigos da “terra”, vejo, do lado de cá da vida, que a família cresce a cada dia, meu Deus. Tem tanta gente no mundo, mas tem gente além deste mundo também. Vou parar por aqui porque pode ter gente que diga assim: “Dom Helder pirou no mundo espiritual de vez”. Não ligo se disserem isto de mim.
Vejo a humanidade inteira como minha família. Ora, se todos somos filhos de Deus, se todos temos a descendência de um mesmo Pai, então sirvo a todos os irmãos que encontrar no caminho. Tenho o dever de acolhê-los e amá-los de verdade, sem subterfúgios.
Jesus amou a toda a humanidade. Não foi Ele que certa vez perguntou: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”
É claro que Ele sabia quem era a sua família material, mas Ele aproveitou o momento para dar seu recado a toda gente. A família, família de verdade, são todos os seres da humanidade. Até um cachorrinho é da família porque todos são obras de Deus Pai.
Esta compreensão maior do que seja a família é fundamental para a paz da humanidade. Já imaginaram o dia em que todos se tratarem como irmãos? Neste dia, acabarão as guerras e a violência total. Ninguém vai mais roubar ou mentir. Todos se abraçarão e dividirão a riqueza material. Haverá mais igualdade e paz social.
É por esta causa que luto e lutarei.
Chamemos e tratemos todos como irmãos, membros de uma mesma família. Se já agia assim entre vocês, aqui então é que devo confessar o quão grande é a minha família.
Pensem nisso,meus irmãos, e aproveitem o natal, que já se aproxima, para amar ainda mais seus irmãos do caminho, sua família universal.
Paz,
Helder Camara

9.11.13

RESSURREIÇÃO

Recobre-se de terra uma semente
Na cova escura em que se desconforta,
Agonizando sem que esteja morta,
No chão abandonada tristemente.

Mas caindo do Céu, justo e clemente,
A chuva que a socorre e reconforta,
Vencendo a rude prova que suporta
Germina ao Sol, florindo novamente.

Também na campa que supõe o fim,
Do corpo em pó a desfazer-se assim,
Desponta uma semente, humilde e forte...

E a erguer-se, então, de seu berço de estrume,
Renasce a alma em vagas de perfume
Na Vida que floresce além a morte!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 2 de novembro de 2013, em Uberaba – MG).

8.11.13

O tempo e o ser, do átomo ao arcanjo

Gostaria de reunir um grupo de pessoas (engenheiros, biólogos, médicos, psicólogos e pessoas como eu sem diploma, mas que gostem de aprofundar os estudos), para mergulhar minuciosamente no assunto acima, tendo como base o espiritismo.
O referencial do estudo poderia ser os trechos de livros espíritas reunidos abaixo, onde é possível ver a profundidade que um estudo desses poderia ter.
Tenho quase certeza que consigo uma sala em um horário pré estabelecido, uma vez por semana por exemplo, para nos reunirmos.
Se você gostaria de participar de um estudo desses me escreva pelo e-mail ler@folha.com.br  conforme o retorno que tiver lhes manterei informados.
Grato,
Toninho Barana
 
Trechos de livros espíritas relacionados ao tema em pauta, por Adams Auni
 
“Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço” – O Universo numa casca de noz, Stephen Hawking - (Shakespeare, Hamlet, Ato 2, Cena 2)
“... É assim que tudo serve, tudo se encaixa na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que começou pelo átomo...” Livro dos Espíritos - questão 540.
“... Ainda que sob certo ponto de vista se possa incluí-lo no elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse matéria, não haveria razão para que o Espírito não o fosse também.” Livro dos Espíritos - questão 27.
No princípio de tudo havia o nada e com uma explosão se dá início ao universo conhecido. Não havia o tempo. Nada além de uma concentração de matéria “adensada”, a ser manipulada por uma consciência.
“O que é Deus? Inteligência (consciência) suprema, causa (causador, observador) primeira de todas as coisas”. Livro dos Espíritos - questão 1.
No experimento da dualidade onda partícula o observador define o momentum se a matéria é onda ou partícula. Deus é esse observador supremo, a colapsar uma “singularidade” quântica a 14,5 bilhões de anos e assim surgir esse nosso “pequeno” Universo.
“Sendo Deus, por sua natureza toda a eternidade, criou desde toda a eternidade, e isto não poderia ser de outro modo...”. (livro: A Gênese, cap. VI, item XIV).
“Portanto o começo absoluto das coisas remonta a Deus... O Universo nasceu criança... Revestido das leis... A matéria cósmica primitiva deu, sucessivamente, nascimento a turbilhões, a aglomerações desse fluido difuso, a amontoado de matéria nebulosa que se dividiram... E se modificaram ao infinito, para gerar, nas regiões incomensuráveis do espaço, diversos centros de criações simultâneas ou sucessivas.” (livro: A Gênese, cap. VI, item XV).
O tempo é um constructo energético e mental, que segundo Leon Denis, definido pela existência de um “psiquismo” que dormita desde o mineral.
“... Talvez espírito e matéria não sejam mais do que simples palavras, exprimindo de maneira imperfeita as duas formas da vida eterna, a qual dormita na matéria bruta, acorda na matéria orgânica, adquire atividade, se expande e se eleva no espírito” (Cap. III do livro  O problema do ser, do destino e da dor).
O tempo é uma propriedade da matéria e uma dimensão material, acumulada e registrada ao longo dos eivos milenares em todos os reinos da natureza, tal qual a citação de Leon Denis, biologicamente desde a primeira organela “viva” até o ser humano, auto perceptivo, através dos ciclos circadianos. (Ritmo circadiano, ou ciclo circadiano, ciclo biológico do corpo humano ou de qualquer outro ser vivo, influenciado pela luz solar).
O tempo, resultante do processo energético e entrópico da matéria em sua desagregação continua, que o efeito se dá pelo seqüenciamento e percepção de desordem na ordem.
“... O tempo é a sucessão das coisas... Ora, há apenas alguns minutos que avançamos, e centenas de milhões de quilômetros já nos separam da Terra, bilhões de mundos passaram sob o nosso olhar e, entretanto, escutai, na realidade, não avançamos um passo sequer no Universo... Eis aí o que é o espaço!”. (livro: A Gênese, cap. VI, item I e II, O Espaço e o Tempo, Espírito Galileu)
Tempo e espaço, tendência geométrica de desconstrução, levando-nos a crer em uma direção marcada pelo compasso de sucessões entrópicas. Da matéria surge a matéria. Da matéria surgem os universos. Tudo imerso na consciência cósmica do criador e dela fato “colapsador”.
“... Podemos estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias conhecidas e desconhecidas... Na verdade são as diferentes formas sob as quais a matéria se apresenta. São as variedades em que ela se transformou sob a direção das inúmeras forças que a governam.” (livro A Gênese, Cap. VI, item III, A Matéria).
Movimentos contínuos fazem progredir e expandir a massa que se forma e amalgama com o calor das fusões atômicas e choques eletromagnéticos radiantes.
O espaço passa a ser formado do nada imanente por determinação da consciência maior. A atuação desde sempre de uma consciência sobre a energia, logo sobre a matéria, interferindo e interagindo, permeando os elementos, promovendo o intercambio e para isso disponibiliza parte de sua própria parcela consciêncial em tudo que realiza.
Há consciência em tudo que se entende por material, em todas as formas passivas, ativas, reflexivas e criadoras em si. Rumo ao infinito de si mesmo surge as formas primárias de vida, geradas pela luz da consciência. Vida na matéria é “vida” material e um componente dualístico envolve cada átomo material em vida.
A própria vida existe inerte nos átomos de forma letárgica e latente. Os processos acumulativos seguem e a fazem caminhar rumo à agregação de múltiplas e milhares oportunidades de estudo e absorção da informação, rumo à própria complementação a unificação das forças físicas, psicofísicas e psicobiofísicas da eternidade.
Nos cristais inorgânicos protéicos de RNA, no acumulo de informação junto aos filamentos de duplicação dos DNA’s, mesmo os mais simples, em suas primeiras combinações se expressaria as primeiras formas de vida no planeta.
“... O olhar daquele que pode perceber o modo de agir a natureza, apenas vê, sob os materiais que constituem o mundo,a matéria cósmica primitiva, simples e una, diversificada em certas regiões a época de seu aparecimento...”. (livro A Gênese, cap. VI, item V).
“Existem questões, que nós mesmos, espíritos amantes da Ciência, não saberíamos aprofundar e sobre as quais só poderíamos emitir opiniões pessoais, mais ou menos conjecturais. Sobre essas questões eu me calarei ou justificarei minha maneira de ver... Portanto, àqueles que fossem tentados a ver nas minhas palavras apenas uma teoria ousada, direi: se for possível, abrangei com um olhar investigador a multiplicidade das manifestações da natureza e reconhecerei que, se não se admitir a unidade da matéria...” (livro A Gênese, cap. VI, item VI).
“... Se observarmos tal diversidade da matéria é porque, existindo um numero ilimitado de forças que presidiram, as suas transformações e de condições que essas transformações se produziram, as combinações da matéria não podiam ser senão ilimitadas...” (livro A Gênese, cap. VI, item VI).
Tudo caminha conciso para a direção da luz em eternas batalhas interiores transportam a frente e além, diante de forças somáticas do ser. A busca se inicia, o sagrado ganha consciência e a reflexão promove ao arrependimento e nova onda de transformação ocorre.
Fenômenos nos compostos da matéria se organizam a promover o enlace da fé e ciência, com o clareamento das oportunidades consideradas inúteis e provocantes do bem e do mal. As forças atuantes combinam energia e sabedoria. A matéria não é mais a mesma e se conhece suas sub partículas e como funcionam em suas relações infinitesimais.
Determina-se a partícula elementar e a formação do ser não é mais a mesma. Fica incontestável a sua origem e suas propriedades, formando um novo ser para um novo amanha.
“... Então, logo que venho tratar aqui da questão das leis e das forças que regem o Universo, eu, que apenas, sou como vós, um ser relativamente ignorante em relação a verdadeira Ciência, apesar da aparente superioridade que me dá, sobre os meus irmãos da Terra, a possibilidade que me cabe de estudar questões naturais que lhes são proibidas... meu objetivo é somente vos expor a noção geral das leis universais, sem explicar detalhadamente o modo de ação e a natureza das forças que decorrem dessas leis. (Cap. VI, As leis e as forças, item IX)
“Existe um fluido etéreo que preenche o espaço e penetra todos os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. A ele são inerentes as forças que presidiram as transformações da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo.
Essas forças múltiplas, indefinidamente variadas segundo as combinações da matéria, localizadas segundo as massas, diversificadas em seus modos de ação segundo as circunstancias e os meios, são conhecidas na Terra pelo nome de gravidade, coesão2, afinidade2, atração2, magnetismo1 e eletricidade1 ativa.
Hoje a física denomina: força gravitacional, (2) força forte, (2) força fraca e força forte (1) eletromagnética.

Os movimentos vibratórios do agente são conhecidos pelos nomes de som, calor, luz [radiações, ondas eletromagnéticas ]... Ora assim como só há uma substancia “simples”... Geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, assim também essas forças dependem de uma lei universal, diversificada em seus efeitos, que se acha em sua origem, e que, pelos desígnios eternos...” (Cap. VI, As leis e as forças, item X).
O espírito Galileu cita algo como a Teoria do Campo Unificado, que busca explicar o macrocosmo e o microcosmo em uma unicidade, uma das grandes contribuições nesse sentido é a Teoria das Cordas ou Supercordas, um de seus defensores é o físico Brian Greene, em seus livros: “O tecido do cosmo” e “O Universo elegante”.
Contudo a caminhada não se encerra, formam-se plêiades de contextualizações de superior beleza, contribuindo para si e para outros, promovendo mudanças e reformulações.
Atingindo a sublimitude do entendimento nas asas de arcanjos perfeitos em justa sintonia com as flores estelares e as árvores do universo.
Somos seres “viajantes” e não seres “caminhantes” e ao nos elevarmos, nos verticalizarmos em nossas observações celestes, percebemos ou ao menos nos questionamos mais conscientes de si mesmos: De onde vim, o que faço aqui e para onde vou?
“Se tivermos compreendido bem a relação, ou antes, a oposição entre eternidade e o tempo, se nos familiarizarmos com a idéia de que o tempo não é mais que uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias...” (A Gênese, Cap. VI, A criação primária, item XIII).
Existe uma semente angelical presente em cada minúscula subpartícula, expressando-se cada vez mais a medida que avança no conhecimento de si mesmo.
O arcanjo não é o limite, longe ainda de nossas possibilidades infinitas que estarão a descerrar um novo horizonte todos os dias.

7.11.13


Questão 231 do Livro dos Espíritos
FELICIDADE RELATIVA 

Os espíritos errantes não têm a mesma condição espiritual, suas posições na escala espiritual são muito variadas, pois, uns mais velhos espiritualmente que outros. Uns ainda dormem na ignorância, outros já estão despertando para o entendimento espiritual. Não existe felicidade no meio deles, por não haver perfeição; somente os espíritos perfeitos gozam de plena tranqüilidade de consciência. 
Muitos chegam ao mundo espiritual, provindos da carne, cheios de mazelas e paixões que os fazem sofrer pelos processos de lembranças indesejadas. Para se esconderem das regressões da memória, pedem imediatamente para voltar à carne, que Ihes abafa as fortes lembranças dos fatos acontecidos, de modo a surgir nos seus caminhos, como problemas, dores e decepções, e uma gama de sofrimentos para limpar a consciência entulhada de processos mentais criados por ele mesmos. A reencarnação é uma bênção de Deus para as criaturas, como sendo uma esponja mágica sorvendo todos os resíduos mentais desprendidos dos desconcertos da mente. 
A educação da mente é o primeiro passo, pois a seleção das idéias cooperará para a paz do coração. Compete a nós outros trabalhar com Jesus. Somente a vivência de modo esplendente no Evangelho nos dá coragem para a libertação, mesmo que nos custe caro a renovação. 
Os espíritos errantes nunca são totalmente felizes, pois, ainda erram. Por mais conhecedores que sejam das leis naturais, se encontram envolvidos nos dramas das paixões que destilaram na Terra, criando embaraço para os seus próprios passos. No entanto, ninguém deve esmorecer no caminho, porque não falta estímulo para todos os trabalhadores da vinha. 
Os fardos pesam e os jugos são incômodos, mas mãos invisíveis nos ajudam, dependendo da nossa disposição de melhorar. Cada criatura de Deus pode acumular celeiros por dentro. O mérito pertence ao trabalhador sincero, e a todos é oferecido um salário compatível com os esforços apresentados. 
É preciso que o encarnado aproveite a sua estadia na matéria; que analise soa vida e se esforce para melhorar em todas as direções; não lhe faltam apoio, instrução, nem mesmo exemplos dignos de serem imitados. Não se deve esperar passar para o outro lado para os devidos consertos morais; isso é um engano dos preguiçosos ..
Comecemos hoje mesmo a nossa reforma moral. Os costumes velhos devem ser esquecidos, desde quando eles não correspondem à verdade que todos conhecem por intuição divina, que vibram dentro de todos, por ser lei eterna. Sempre falamos que não existe felicidade na Terra, por ser ela morada de espíritos falíveis carregando o fardo da carne, porém, o tempo mostrar-nos-á que o planeta está subindo na escala dos mundos, e está quase chegando em outra dimensão, de modo a melhorar sua posição ante os mundos superiores. Jesus se encontra no leme desta operação, e o paraíso está próximo para os homens. Quem herdar a Terra começará a sentir os primeiros raios da felicidade, quando o amor deverá irradiar-se como o sol de Deus a alimentar as almas.

6.11.13


Democracia é Coisa Séria

Acompanho com pesar as manifestações violentas que acontecem no nosso País. São manifestações duras, muitas delas, porque redundam em violência pura. Não é o agressor, neste caso, o Estado, através da Polícia Militar, é o próprio povo, e isto definitivamente não pode acontecer.
As manifestações, de maneira geral, são ordeiras e justas. Acompanhei algumas delas recentemente e posso comprovar da imparcialidade dos seus manifestantes. As causas que defendem são consideráveis e muitas delas são frutos do desleixo do poder público em não atender prontamente as reivindicações ou não querer o diálogo aberto com a população.
Isto é democracia.
Agora, o que tenho presenciado igualmente, Brasil afora, são manifestações organizadas por alguns que atentam a democracia porque na sua raiz sequer são manifestações. São aproveitadores dos movimentos sociais que ficam na espreita para derramar o seu ódio ferino. Saqueiam, cometem agressões, depredam o patrimônio público, e o pior é que fica por isso mesmo.
Isto é badernagem.
Meus irmãos, este estado de coisas tem que parar. Não é possível que se permita que meia dúzia de desavisados, de irresponsáveis, contamine, a ponto de parar, uma manifestação ordeira e reivindicativa de direitos.
Eu acompanhei, no meu tempo de bispado, algumas manifestações. Além de conteúdo, vibrante é verdade, havia autorização até para que fosse feita, era comunicada na polícia algumas delas. O povo fazia presença nestas manifestações e possuíam um conteúdo sério e não provocações. Somente no tempo da ditadura militar é que as coisas se complicaram e eles não deixavam ninguém se juntar para nada. Até uma conversa de amigos, às vezes, era considerada como subversiva.
Pois bem, meus amigos, o que vemos hoje é desproposital. Não se pode ficar de braços cruzados, as autoridades e a sociedade, diante da ação de vândalos. Estes não sabem o que é democracia e, portanto, não estão nem aí para defendê-la. Sob a égide dos fundamentos democráticos é que reivindico, do lado de cá da vida, que se separe o joio do trigo.
Não se pode, irmãos, contaminar a democracia. Eu sei – e sei muito bem – o que ela representa. O que se respira atualmente no Brasil é fruto de muita luta, de muito suor e lágrimas. É o esforço de anos para que pudéssemos expressar livremente as nossas opiniões e vontades. Confundir expressão de opinião com bandidagem há aí uma diferença capital.
Revolução se faz nas ruas, sempre se fez e se fará, mas na ordem, na paz, na tranquilidade, no embate democrático, e não em arruaças. Há que se distinguirem bem as coisas.
Democracia é coisa séria para se tratar desta maneira. O povo é ordeiro e quer ver os seus direitos legítimos serem colocados na prática e se há, por parte dos governos e do poder legislativo, uma ausência de atenção, deve se usar o mecanismo da reivindicação que proporcione os melhores resultados, mas na ordem e na paz, isto sempre.
Um abraço,
Helder Camara

5.11.13


FAZENDO AS CONTAS

De fato, nós, adeptos da Doutrina Espírita, precisamos não apenas aprender a pensar, mas também saber fazer contas...
Dias atrás, conversando sobre o assunto da Reencarnação com o Odilon e a Domingas – a nossa confreira, então, nos submetia, “ambos os dois” (Chico, sorrindo a valer, contava que adorava dizer a palavra “ambos” quando era mais novo, e, por não saber o real significado dela, vivia dizendo: “ambos os dois”!), à verdadeira sabatina a respeito do que, ultimamente, em face do conflituoso comportamento humano, vem acontecendo na Terra –, chegamos a seguinte conclusão:
- No ano de 1800, portanto há pouco mais de 200 anos, a população da Terra era de 1 bilhão de habitantes!
- Em 1928, pouco mais de cem anos depois, a população tinha saltado para 2 bilhões de mortais!
- Quase quarenta anos após, em 1961, a população era de 3 bilhões – neste período, a turma reproduziu bem – quase como rato!
- Em 1974 – vejam vocês! –, 13 anos depois, obedecendo como nunca à ordem divina do“crescei e multiplicai-vos”, a copulação, ou melhor, a população foi a 4 bilhões!
- Em 2011, a Terra atingiu a marca dos 7 bilhões de habitantes!
Agora, a conta é a seguinte:
- Em 200 anos – dois séculos! – a população passou de mísero 1 bilhão de para 7 bilhões de animais ditos racionais!
Onde é que vocês acham que, durante esse tempo relativamente curto, andavam esses espíritos, que, de repente, superpovoaram a Terra?!
Segundo estimativas, a continuar reproduzindo assim, no ano de 2050, a população será de 9 bilhões!!!
Haja espíritos, não é mesmo?!
O Mundo Espiritual está pondo gente peloladrão...
Abriram as porteiras do Inferno (ops!), do Umbral e das Trevas!
Mas as contas que eu e o Odilon fizemos com a nossa estimada Domingas – curiosa como ela só! –, e que gostaríamos agora de fazer com vocês, não é exatamente esta...
A questão, meus caros, é que tem muito espírito que há muito tempo não reencarnava na Terra.
(Uma pergunta à parte: o que vocês acham que esta população de 6 bilhões de “almas” – de 1800 d.C. a 2000 d.C. –  estava fazendo no Mundo Espiritual?! Dormindo?! Sonhando?! Coçando?!...)
Claro que, por exemplo, precisamos levar em conta que antes, nos séculos XVIII e XIX, o rodízio na carne (não de carne!) era muito maior; todavia, mesmo assim, reencarnar e desencarnar 6 bilhões em apenas dois séculos?!...
A nossa conclusão para Domingas, foi a seguinte:
- É por isto, minha irmã, que tem muito índio na pele – só na pele! – de gente civilizada!...
E é também por isto que tem muito analfabeto do espírito nas Universidades de todo o mundo, logrando títulos de Mestres e Doutores, e até mesmo além, mas que, na Universidade da Vida, ainda se encontram em pleno Jardim da Infância!...
Não é, pois, de se estranhar tanta gente de cara bonitinha e corpo de modelo na condição de arruaceiro, salteador, criminoso, traficante, estuprador, e até político!...
“Na altura”, como diz o meu amigo português Laurentino Simões, creio que seja melhor eu parar de fazer contas...
Quem for bom de Aritmética que continue a fazê-las por si!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 4 de novembro de 2013

4.11.13

A vida não para

Acabei de rezar um terço em memória dos mortos. Fiz isto em consolo àqueles que me acorrem, do lado de cá da vida, para pedir pelas almas dos que já se foram. É um gesto de solidariedade por mães e pais que querem ver seus filhos bem e de parentes, de uma maneira geral.
Este gesto contemplativo em favor dos seus familiares já mortos é um fenômeno interessante, percebo bem no lado de cá da vida.
De um lado, os parentes que chegam aos cemitérios para reverenciarem, em forma de respeito, aos que se foram para a eternidade. De outro, os próprios espíritos que, muitos deles, nem sabem o que está acontecendo. É uma cena dantesca, muitas vezes, por quê?
Ontem, em um cemitério, acompanhei uma família pedindo por seu pai que morrera recentemente. Pois bem, estavam eles ali, circunspectos, em oração, com velas e flores, e imaginem quem estava de pé perto do túmulo também orando...o próprio “defunto”.
Meus caros, ele mesmo nem sabia que havia morrido. Estava ali com a família, normalmente, sendo também solidário ao dia de finados. Foi neste instante que uma equipe espiritual veio socorrê-lo com muito cuidado para não provocar traumas. As ditas preces dos familiares o ajudou a sair daquele estado de ilusão que já durava algum tempo.
Outros, iam ao cemitério para acompanhar seus familiares já que estavam sendo lembrados e ficavam muito felizes com isso. Sabia, no fundo, que era amado de verdade, daí a solidariedade dos seus no dia dos mortos.
Outras catacumbas, apesar de frequentadas, nada se via no lado de cá da vida. Eram apenas os familiares num gesto de amor. Certamente que suas preces estavam sendo dirigidas e recebidas para quem eram endereçadas, mas nem um sinal de alma viva naquele local.
Os transeuntes do cemitério era uma confusão total. A certa hora, eu não sabia mais quem era vivo e quem era morto. O que aprender disto tudo, meus caros?
Vi com meus próprios olhos e cheguei a uma conclusão: o que vale mesmo é o sentimento verdadeiro.
É claro que se alguém se digna a sair de casa para fazer uma homenagem a um antepassado isto é deverasmente louvável, mas não ir e de lá emitir vibrações de alegria e saudade também valerá a pena.
O contato com os “mortos”, na verdade, se dá diariamente, aprendi do lado de cá da vida com ainda mais ênfase. Eu mesmo me empresto todos os domingos com o médium Carlos num diálogo prazeroso. Outras vezes com a minha querida Antonieta, nas Minas Gerais, para outros comentários. Aqui e acolá, visito outros que me pedem socorro e assim por diante.
Gosto de ser lembrado? Claro que gosto, até porque a vida espiritual é mais ativa do que a vida material. Digo, sem pestanejar, que trabalho mais como morto, muitas vezes, do que como vivo. E tem gente que espera morrer para descansar...
É a vida que se manifesta plenamente. Tenho obrigações mil por aqui e todos aqueles que se dignem a trabalhar não vai faltar o que fazer. Desemprego por aqui definitivamente não há.
Trabalhem, meus irmãos, trabalhem na esfera do bem. Aproveitem as oportunidades para amar, para brincar, para festejar, para ser útil aos outros.
Nossa vida não para. Não para não.
Fiquem com Deus,
Helder Camara

2.11.13

BREVE RESPOSTA

Alguém me indagou há pouco:
- Resumindo ao seu feitio,
Para o espírito em geral,
Qual o maior desafio?!

Eu, então, lhe respondi,
Sem exagero na voz:
- Difícil é viver pensando
Que o outro é parte de nós!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita "Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 26 de outubro de 2013, em Uberaba – MG).