14.4.14


Peleja

Tem gente que diz assim:
- Não quero briga com ninguém, mas quando entro em uma, duro a sair.
Meu Deus, comprar briga não é bom para ninguém, a menos que seja uma boa briga, uma briga que valha a pena viver e morrer por ela, mas uma briga qualquer, ah!, esta não vale a pena.
Brigar por qualquer coisa não é saudável, é até perda de tempo. Põe-se os nervos em ebulição, a cabeça perde o equilíbrio, e, no final, sai-se sempre perdendo, mesmo parecendo que ganhou alguma coisa.
Tudo pode ser resolvido no diálogo, mesmo aquilo em que a outra parte não está disposta a ele. Na verdade, haverá um momento em que a pessoa ficará cansada de querer uma peleja e é neste momento que o diálogo prevalecerá.
Conheço gente, pelo contrário, que adora uma peleja. Se anoitecer um dia sem ter arrumado uma briga com alguém, dorme insatisfeito e aí briga com ela mesma.
Tem gente que parece que está enfrentando os outros o tempo todo. Se alguém diz “a”, ela diz “b”, se diz “b”, ela diz “c”. Quer ser sempre do contra. Como é difícil lidar com estas pessoas porque no fundo nunca querem entendimento.
É certo que há aqueles que assim procedem para aparecer na multidão. Imaginam que se concordarem com tudo ninguém vai lhe dar atenção, então é melhor contrariar a todos para que enxerguem a ela. Não é por aí. Por que não ser percebida na multidão pelas qualidades, pelo pensamento original, pelo argumento forte?
É difícil a convivência com uma pessoa assim, é verdade, mas acho que na essência é uma maneira delas pedirem carinho, atenção, entendimento. É um jeito diferente de pedirem amor.
Portanto, dê amor a todos, mesmo a estes que se pegam com todos. Não se diz que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”? Então, esta pedra está pedindo água, meu irmão.
Fique em paz com a sua consciência e tente, sempre que possível, ajudar a transformar o azedo em doce, as trevas em luz, o ruim no bom. Você também possui esta responsabilidade.
Paz,
Helder Camara

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