8.4.14


VAMOS CONTAR

Sim, vamos contar o que, dias atrás, lhe aconteceu, para que os irmãos e irmãs que nos acompanham possam ter ideia do tamanho da luta que, desde muito, você vem enfrentando na tarefa doutrinária – luta múltipla e diversificada!
Num sábado, creio que no dia 15 de março, estava você almoçando com a família, em sua casa, logo após as atividades mediúnicas públicas no “Pedro e Paulo”, quando o telefone celular tocou e um amigo informou que alguém, do Estado de Goiás, necessitava falar com você urgentemente...
Ele precisava passar às suas mãos certa documentação alusiva a Chico Xavier, e se recusava a entregá-la a outras mãos que não fossem as suas.
Preocupado, você engoliu como pode a comida no prato, e, de novo, pegando o carro, se dirigiu ao “Pedro e Paulo”, de onde, aliás, não fazia muito, havia saído após ter cumprido exaustivo labor.
O homem calvo, de bermudas, e, estranhamente, puxando um cachorro de raça pela coleira, queria conversar em particular, e, por isto, você o convidou para um canto do salão de reuniões, no qual, minutos atrás, várias famílias, recebendo cartas de seus entes queridos, haviam sido consoladas.
Imaginando tratar-se de assunto sério, você se colocou à disposição do desconhecido, que recusou o convite para sentar-se ao seu lado num dos bancos de madeira do recinto...
- Estou aqui – disse-lhe transfigurado, quase colocando o dedo indicador da mão direita no seu nariz – para lhe fazer severa advertência sobre os livros que você vem escrevendo sobre Chico Xavier, todos eles apócrifos... Inclusive este aqui: “O Evangelho de Chico Xavier”, que tem criado sérios problemas para o espírito dele no Mundo Espiritual...
Algo aturdido, você, naturalmente, permaneceu sem ação – graças a Deus, sem lhe ocorrer a ideia de pegar aquele homem atrevido pelos fundilhos e atirá-lo porta afora da Instituição, que, cá entre nós, era o que ele, e os seus asseclas, encarnados e desencarnados, mereciam – loucura versus loucura é jogo que termina empatado!
- Sinta-se advertido! – continuou ele inflamado, como se estivesse a se desincumbir de uma missão divina, lamentando não mais poder acender uma fogueirinha para assá-lo vivo. – Este livro é completamente apócrifo, como os demais que você tem escrito... Vim até aqui para ordenar a você que pare de editá-lo! (E você, além de não pegá-lo pelos fundilhos, se esqueceu de dizer a ele que “O Evangelho de Chico Xavier” acabara de ser traduzido para o italiano – ele teria tido uma apoplexia!) Estou aqui em nome de altos Espíritos para proibir você de continuar divulgando este livro, e qualquer outro de sua lavra sobre Chico Xavier... Outra coisa – acrescentou com o seu hálito fétido, quase lhe cuspir no rosto –, você fique sabendo que o Mundo Espiritual é como é, e não como a gente quer que ele seja...
Claro, eu estava ao seu lado, mas, não sei se feliz ou infelizmente, Odilon, que estava ao meu lado, me impediu de intervir, pois, caso contrário, antes de atirá-lo no asfalto da avenida em frente, teríamos dito a ele poucas e boas, mandando que ele, recolhendo as suas pesadas vibrações, pegasse a sua camioneta e voltasse para Luziânia – sim, a placa era da cidade de Luziânia!
O infeliz irmão ainda teve o capricho de deixar com você uma apostila (ele tem um Português muito bom, você notou?!) na qual contesta, capítulo a capítulo, o que está em “O Evangelho de Chico Xavier” – uma apostila e um CD, que, com certeza, deve andar distribuindo gratuitamente por aí, destilando o seu veneno de jararaca...
Agora, o mais curioso disto tudo – e você tem documentos para provar isto –, é que, na introdução da apostila, ela exalta o trabalho de certo médium rival de Chico Xavier... Curioso, não?! Curiosíssimo! Como costumávamos dizer por aí: pau mandado!...
Convém, no entanto, meu caro, daqui para frente, você escrever uma tabuleta e afixar na parede de entrada do “Pedro e Paulo”, com os seguintes dizeres: Se você é louco, o médium aqui é mais... Cuidado! Se estiver vindo em nome de Deus, entra que não tem perigo, mas se estiver vindo em nome do Diabo, não se arrisque!...
Ora, afinal, esta gente precisa parar com tanto atrevimento, vindo tirar o nosso sossego dentro de nossa própria casa.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 7 de abril de 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário