17.7.14


 Questão 317 do Livro dos Espíritos
    AMOR A PÁTRIA

    Os espíritos que conservam o amor à pátria depois do túmulo, são aqueles que não conseguem sentir o amor no coração de maneira universal. O conceito de pátria para o espírito puro é o universo, toda a criação de Deus. Sabe-se lá quantas pátrias já lhe serviram de berço? Quantos pais e mães, irmãos e parentes não terá tido?
    O amor deve ser aquele ensinado por Jesus, sem barreiras, de sorte a abranger toda a humanidade encarnada e desencarnada. Mas, que seja o amor a Deus sobre todas as coisas.
    O ignorante é que briga, mata, em defesa da sua Terra. Quanto sangue é derramado neste sentido! Quantos sofrimentos ele não causa nas famílias, por pais e filhos que morrem nas linhas de frente, por causa de orgulho e egoísmo dos que não sabem onde estão sendo travadas as batalhas! - A luta que devemos travar todos os dias é com as nossas imperfeições e procurar vencer a nós mesmos. Por que brigar por causa de um pedaço de terra, sendo que não levamos para o além as coisas exteriores? Devemos, sim, amar a nossa pátria, como amar as outras pátrias, amar a tudo que existe, em relação às necessidades desse amor.
    Francisco de Assis foi um exemplo desse amor, quando chamava a tudo e a todos de irmão, pois, foi Deus quem fez todas as coisas. O amor, como virtude divina por excelência, não pode ser regional, mas transformar-se em fratemidade universal, acolhendo todos os povos para o seu ninho de amor, e fazendo viver tudo na pulsação do Divino Doador da vida. Essa pergunta traz um comentário inteligente de Allan Kardec, que todos devem ler, sem que haja análise da nossa parte.
    O sábio é um homem universal, pode-se dizer, sem pátria definida, como o santo e o místico. O homem puro de coração vive no eterno, respira dentro de Deus e assimila as grandes verdades por intuição divina. O amor à pátria relaciona o mesmo amor a família que Jesus fala no evangelho: O meu pai, a minha mãe e irmãos são aqueles que fazem a vontade de Deus. Certamente que temos compromissos quando encarnados, com a família e com a pátria, com os trabalhos e mesmo com grupos de almas que acompanhamos e que nos acompanham, mas, acima de tudo isso, é amar a Deus, que significa amar a tudo o que Ele fez, com o amor que Jesus nos ensinou e viveu.
    O amor à pátria e o nosso dever para com ela, de ajudar o progresso onde estagiamos, não é expresso pelo matar para defendê-la; ajudar a pátria é ser honesto nas leis que regulam a sua economia, sem negar o nosso dever como filho da nação à qual pertencemos. Estamos a caminho do amor universal. O tempo está começando a nos falar na linguagem dos fatos. Esperemos!
    A maioria dos espíritos desencarnados que circulam no planeta são espíritos que alimentam paixões inferiores, são almas que brigam e inspiram os homens para tal pensamento belicoso, no sentido de defender a pátria, sem mesmo raciocinar que uma pátria não pode viver sem a cooperação da outra, e todas de Deus. Quando todas as nações se unem, no verdadeiro clima da fraternidade, quando o amor puro inspirar todas as criaturas no comando das pátrias, o mundo passará a ser reflexo do céu, e os homens respirarão o clima dos anjos.
 
Filosofia Espírita VII -João Nunes Maia - Miramez - Livro a venda

Nenhum comentário:

Postar um comentário