25.7.14

Espírito e Matéria


De onde vim tem muito mais.
O que dizer destas palavras coloquialmente usadas por muita gente como a prometer que de onde veio há muito mais a se trazer?
Pois bem, de onde estou, cá na vida espiritual, tenho muito a trazer, mas ainda faço pouco. Pelo médium que me limita, pelo espaço que é restrito, pelo mundo que ainda não deixa.
Tenho muito a falar, como tenho... São muitas coisas que aprendo do lado de cá da vida. Todo dia tem novidade. Não há um só dia que não me surpreendo. Como o Pai é maravilhoso em nos pregar peças. Todo dia, Ele nos acorda com algo de surpreendente e faz toda a nossa crença ser revirada pelo avesso para formular novas ideias e novas formas de ver as coisas.
O mundo espiritual é repleto dessas novidades alvissareiras. Aqui, deste lado, encontramos gente de todos os tipos. Magros, gordos e nauseabundos.  Padres, freiras, espíritas, pastores e gente de todas as crenças.
Encontramos comida – e das boas, mas nada que lembre um bom prato de feijão com arroz quando a fome do meio-dia só pede isso.
Encontramos pregações sobre a vida eterna, mas queríamos um segundozinho entre vocês para compartilhar a alegria de novamente estar no corpo físico. Não que a vida aqui não seja boa – é demais -, mas, às vezes, tudo que se quer é estar no meio de nosso povo outra vez.
Tem tanta coisa do lado de cá que ainda vou escrever. Coisas aparentemente inexplicáveis para vocês. Tenho paciência em não dizer tudo porque se assim fizesse – e me permitido fosse –, todos diriam que seria delírio do médium ou que Dom Hélder enlouquecera de vez no mundo espiritual.
Penso, cá com meus botões, que tudo passa. Um dia, eu me revelarei mais pleno, sem papas na língua, e aí o mundo vai ser outro, porque o ser humano estará mais aberto para as coisas do espírito.
Esta dicotomia aparente, matéria e espírito, mexe com a cabeça de muita gente por aqui – e aí também. Vai ser assim mesmo até conseguirmos um ponto de equilíbrio entre os dois lados da vida, enquanto não conseguirmos traduzir dentro de nós que a vida é isso mesmo: dois lados separados pela ponte da morte. O que ocorrerá, certamente, é que um dia esta ponte se tornará apenas uma breve passarela.
Entender a vida nestes dois planos é tarefa permanente de toda a gente. Nem ficar o tempo todo pensando no lado de cá, no que vai encontrar, nem tampouco ficar alimentando, de onde estou, um dia para retornar.
A sabedoria da vida é este eterno ir e vir para um dia se locupletar nos braços do Pai.
Tudo a seu tempo, entendeu? Tudo a seu tempo.
Um abraço,
Helder Camara

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