8.7.14


JESUS E A IMORTALIDADE

A prova da imortalidade está na raiz da sobrevivência do Cristianismo, pois, se Jesus não tivesse dado prova de sua própria imortalidade, os Apóstolos não teriam encontrado forças para levar adiante a mensagem da Boa Nova.
Logo após o episódio da crucificação, temendo severas represálias contra os seguidores do Mestre, os Apóstolos se trancaram, e assim permaneceram durante três dias, esperando que a promessa de sua ressurreição se concretizasse.
Tanto assim é que o fato da ressurreição foi documentado pelos quatro Evangelistas – Mateus, Marcos, Lucas e João.
No capítulo 28, versículos de 1 a 10, das anotações de Mateus, nós ficamos sabendo que Maria Madalena, na companhia de outra Maria, “ao entrar o primeiro dia da semana”, ou seja, no domingo de Páscoa, é enviada a ver o sepulcro – os Apóstolos estavam tão receosos de serem presos, e, talvez, submetidos à mesma condenação do Mestre, que não ousavam sair de casa.
Em Marcos, capítulo 16, versículos de 1 a 8, ficamos sabendo que a outra Maria, que acompanhava Madalena, era mãe de Tiago, e que, além dela, também se fazia acompanhar de Salomé.
No Evangelho de Lucas, capítulo 24, versículos de 1 a 12, outra personagem feminina é acrescentada como testemunha da ressurreição: Joana, provavelmente, a mulher de Cusa.
João Evangelista, no capítulo 20, versículos de 1 a 10, diz com clareza que foi Madalena quem tomou a iniciativa de avisar os Apóstolos que o Senhor havia ressurgido dos mortos: “Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor e não sabemos onde o puseram.”
Somente, então, Simão Pedro e o próprio João, que seria o futuro Evangelista, se encheram de coragem e foram ao sepulcro – sendo que João, por ser mais jovem, “correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro...”
João, que duvidava da ressurreição do Mestre, escreve de próprio punho no versículo 8, do já citado capítulo de suas anotações: “Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu.” (destaquei)
Posteriormente, sabemos que Jesus Redivivo, além de se mostrar a Madalena, aparece aos próprios Apóstolos, inclusive consentindo que Tomé, a fim de se certificar de que não estava sendo vítima de processo alucinatório, lhe tocasse as chagas.
Os Apóstolos, portanto, tiveram várias provas materiais da sobrevivência do Senhor, inclusive, mais tarde, o ex-rabino Saulo de Tarso, que, de imediato, se converte ao Cristianismo.
Constatamos que, no que pese a excelência da mensagem da Boa Nova e no quanto, ao longo de três anos, os Apóstolos pudessem testemunhar dos feitos do Cristo, se Ele não tivesse ressuscitado, ou seja, vencido a morte de maneira espetacular, deixando escancarada a porta do túmulo vazio, a verdade é que eles teriam recuado...
Paulo, mais tarde, escrevendo a sua Primeira Carta aos Coríntios, grafou no capítulo 15, versículo 14: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a vossa fé...”
Realmente, não existe prova maior de que a morte não existe que a sobrevivência do Cristianismo, quando, igualmente, durante cerca de trezentos anos, os cristãos, a exemplo do Mestre, convictos de que não morreriam, testemunhariam nos circos de martírio em favor da Causa.
Não nos esqueçamos de que, com o Senhor ainda no corpo, com os Apóstolos demonstrando a sua fragilidade humana, Judas o traiu, Simão Pedro o negou, e os demais, no momento decisivo, debandaram – não houve um sequer que levantasse a voz para defendê-Lo!
Sendo assim, como poderiam eles, sem mais contarem com a companhia direta do Mestre, enfrentar tudo o que enfrentaram na luta pelo Evangelho, sem a certeza de que, em Espírito, Ele os assistia e acompanhava?!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 7 de julho de 2014.

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