25.8.14

A Partilha


Comemora-se, em breve, a data natalícia da independência do Brasil. Nesta data, todos nós deveríamos estar orgulhosos pelos feitos de nação independente que somos. Afinal, são quase 200 anos sem o jugo de Portugal. Muitos heróis lutaram por esta independência mirando um País soberano e justo, igual e próspero, onde a liberdade fosse o caminho para a construção de uma nação feliz.
Passado todo este tempo, apesar dos inúmeros progressos que conquistamos, ainda estamos a mercê de políticos que não pensam, em sua maioria, na real independência do povo, ao contrário, pensam em manter o povo sob o seu jugo de dependência, entregando esmolas em forma de direito e não promovendo a sua emancipação social e econômica.
Um País grande por natureza, absolutamente aquinhoado de belezas e riquezas naturais, com um potencial enorme de crescimento, não consegue compartilhar o que nele é gerado para a maioria de sua população.
Na história do Brasil, os ricos sempre ficaram mais ricos, e os pobres, como se cumprisse uma sina, cada vez mais pobres.
Denúncias de desigualdade são comuns, mas os políticos pouco ouvem este clamor porque querem mesmo é continuar a usufruir desta diferença social alarmante que vem a ser até anticristão.
O que falta ao nosso País?
Em tempos outros, se disséssemos que faltava educação, se diria que isto não foi eleito pelas nossas elites como prioridade das prioridades, porém, depois de algum tempo desta constatação, por que ainda fica como prioridade de papel?
Isto não pode continuar.
A oportunidade de uma eleição geral é justamente para que possamos priorizar aquilo que nos é importante, imprescindível, indispensável para o nosso desenvolvimento e para o nosso futuro.
Pois bem, aproveitemos esta oportunidade de ouro e façamos valer a nossa vontade, a vontade de promover este País como um lugar de grande desenvolvimento social e econômico, livre das injunções internacionais e ator de sua própria história.
Por certo tempo, quiseram importar modelos de desenvolvimento de outros países como se fosse apenas um copiar-colar e tudo se resolveria. Um amálgama que se reproduziria em nossas terras e pronto, o desenvolvimento chegou.
Podemos hoje, respirando novos ares, e aproveitando o imenso potencial criativo de nossa gente, buscar alternativas lógicas e sensatas, sem desperdício de dinheiro público, para partilhar o desenvolvimento para o maior número possível de pessoas.
O Brasil precisa dar um salto definitivo de desenvolvimento.
Apesar de ostentarmos uma posição privilegiada do tamanho da nossa economia na escala mundial, sabemos que esta riqueza é absolutamente concentrada, que o povo, de maneira geral, não partilha dela. É um horror. Horror saber que se é rico e que não participa deste banquete, que se é excluído da festa.
Jamais tivemos tantas condições, históricas e políticas, para a promoção de um futuro grandioso como agora. Temos recursos, temos planos, temos políticos com competência que podem materializar o desenvolvimento, temos relativa estabilidade econômica, então, por que não assumirmos a nossa posição de vanguarda no concerto das nações?
Outros países, há pouco mais de duas gerações, tomaram esta decisão estratégica e atualmente já usufruem dos frutos do desenvolvimento e nós ainda não.
A política é o caminho para se tomar as grandes decisões, façamo-las então.
Tornemos o nosso País mais ético e sustentável, com mais educação de qualidade para toda a gente e promotor do desenvolvimento individual e coletivo.
O compromisso de mudança deve ser de cada um e, pouco a pouco, ganhar escala geral.
O Brasil espera a nossa participação e vontade de mudança. A felicidade está em nossas mãos.
Helder Camara

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