1.9.14

O Enterro do Bezerro de Ouro

Avança, a passos largos, a crença de que tudo que ocorre no universo possui uma contra parte chamada de antimatéria. Isto é um avanço porque representa que o homem está finalmente encontrando a alma das coisas.
A antimatéria é, em síntese, a presença do espírito, do não físico, do extrafísico. Aliás, o homem descobre que há mais não matéria do que matéria no imenso universo.
Algumas conclusões podem ser tiradas disso e vamos a elas.
Se o universo é mais imaterial do que a matéria que conhecemos é porque a essência das coisas provavelmente é esta “substância” invisível e, portanto, não devemos deliberadamente dar importância ao ponderável, ao tangível aos nossos olhos.
Outra conclusão básica, ao concebermos este princípio, é que tudo gira em torno desta antimatéria e, a partir disso, a matéria, presume-se, é gerada. Assim, a matéria é pura ilusão produzida por aquilo que não é matéria.
E, se a matéria não existe, então devemos, decididamente, dar mais importância ao que é imaterial, espiritual, e não ao que os nossos sentidos materiais hoje percebem.
Toda esta explicação, elementar, pois físico não sou, leva em consideração recentes descobertas da Física, e olha que eu não quis me referir a outros avanços como é o caso da Física Quântica que deriva em muito deste raciocínio, da não localidade da matéria, vez que a matéria é pura ilusão dos sentidos.
Ora, se matéria não há e se espíritos é que somos, se algo imaterial é o que prevalece após a morte de tudo, então por que, na vida, dar exagerada importância às coisas materiais?
Jesus de Nazaré, sabendo da essência de tudo, adiantou-nos, na sua sabedoria, que deveríamos dar mais importância às coisas de Deus e as coisas espirituais, uma vez que elas não são perecíveis, as traças não corroem, não as destroem. Disse que estes é que seriam os verdadeiros tesouros a serem conservados e, consequentemente, valorizados.
Partindo desta premissa, fico a imaginar o quanto a humanidade está mergulhada numa grande ilusão. O quanto as pessoas valorizam o nada, o perecível. Muitas dedicam toda a sua vida na preservação desta ilusão. Pobres homens, é o culto ao bezerro de ouro, numa alusão triste à adoração feita no passado.
Na verdade, o homem moderno, apesar de todo progresso tecnológico, ainda valoriza o bezerro de ouro, noutras condições, é verdade, mas ainda, boa parte da humanidade, ainda reverencia o bezerro de ouro.
Até onde isto vai nos levar?
Até quando esta ilusão ainda vai perdurar?
O culto ao bezerro de ouro é a apologia ao consumismo desenfreado, ao acúmulo de riquezas materiais e de patrimônio, à valorização das coisas da moda. Sim, eu cito coisas, porque é isto no fundo que tudo é, coisas.
Até quando, Pai, predominará na terra o culto ao bezerro de ouro?
Os homens todos são convidados por ti, por diversas formas, a saírem dessa ilusão, a se compenetrarem no que é a realidade perfeita, mas eles se desviam e, consequentemente, sofrem por causa disso.
O bezerro de ouro, infelizmente, ainda dá as ordens, mas isto vai mudar, se vai.
É esta transformação inevitável que Jesus prometeu para todos nós e que vai ocorrer gradualmente no nosso planeta, o enterro definitivo do bezerro de ouro.
O dinheiro, neste dia, terá outro valor.
A terra, nesta ocasião, será mais bem dividida.
Os bens, nesta era, serão para todos.
As coisas serão apenas coisas.
Que este dia chegue logo, Pai, pois eu não vejo a hora em ver isto logo acontecer.
O enterro do bezerro de ouro.
Paz a todos os corações,
Helder Camara

- Um abraço em especial, neste dia que promete ser lindo, aos meus irmãos de São Sebastião do Rio de Janeiro, a terra maravilhosa. Lá, eu passei grandes dias da minha existência, onde fui muito feliz e guardei imensas e boas recordações. Salve o Rio, o Rio de todos, o Rio do meu coração.

Nota. Eu, Carlos Pereira, estou no Rio de Janeiro, nesta data, onde participei de lançamentos dos livros de Dom Hélder Câmara, daí a sua referência ao local.

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