22.9.14


Paciência

A paciência é divina.
Quem se diz paciente deve saber que a paciência é para sempre e não deve ser confundida com atos esporádicos. Não. Paciência é exercer continuamente a compreensão do outro. É estar à disposição de ouvir o outro,  estar com ele e dividir aquele momento único.
É certo que ter paciência é uma arte. Arte de escutar, arte de ponderar, arte de refletir.
Quem tem paciência na vida sabe o que dizer, o que fazer, como agir. Não se desespera, aguarda. Paciente é aquele que se põe no lugar do outro e isto não é fácil, sobretudo nos dias que temos pouco tempo para o outro, haja vista que temos menos ainda para nós mesmos.
O paciente sempre ganha em qualquer situação. Os outros podem errar, tomar decisões precipitadas, falar mal, enfim, atropelar os fatos, mas quem espera tudo acontecer sabe qual é o melhor momento de se posicionar.
Não é fácil porque, em dado momento, tudo conspira para o pior, todos se juntam numa mesma turba, e você que deseja ser paciente deve esperar para ser assertivo, conclusivo, elucidativo, porque paciente é aquele que leva, em última analise, a paz.
Estar em paz e levar a paz para os outros, eis o dever do paciente.
Diz-se paciente também aquele que está acamado, doente, de repouso por alguma doença. Não há palavra melhor para expressar aquela condição. Ora, se nada pode ser feito senão esperar para se melhorar, obter a cura, então o jeito é ser paciente.
Paciência é um dom divino porque quem é paciente geralmente olha com os olhos do espírito. Aquele que vive a vida pela ótica da matéria não pode ser paciente. Paciente é aquele que transcende a expectativa do aqui e do agora. Ciente, assim, do todo, e não das partes que limitam o entendimento das coisas, fica em paz consigo porque olha para o amanhã, para o depois, para o além, para o todo.
Paciência é compreender a razão de ser das coisas. Quem é paciente sabe que tudo tem um fim, um propósito maior, por isso, espera o melhor momento, a ocasião mais adequada, e ajusta-se a ela.
Quem dera todos os homens fossem pacientes.
Vejo paciência na mãe solitária a lutar pela vida dos filhos apesar deles fazerem tanta besteira na vida.
Vejo paciência no pai que trabalha todos os dias e constrói, passo a passo, uma família.
Vejo paciência no professor que ensina, ensina, ensina, e muitas vezes, não consegue ser compreendido por puro desinteresse dos seus alunos.
Vejo paciência, sobretudo, em Deus. Ele sabe das nossas limitações temporárias e dá o devido desconto por não executarmos já a Sua obra grandiosa.
Exercitemos a paciência no nosso dia a dia. A vida parecerá melhor porque diminuiremos a ansiedade, o desespero, a inquietação, a desesperança.
Sejamos obreiros da paz e a paciência naturalmente nos acompanhará.
Helder Camara

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