31.10.14

Mensagem de João

          "Se ouvirdes dizer que o Evangelho de Jesus é a guerra e o derramamento de sangue, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos rancorosos e vingativos, mas não o de Jesus, que amou os homens e lhes pregou a paz.
          Se vos disserem que o Evangelho é o fausto, as riquezas e as comodidades dos ministros da palavra, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos mercadores do templo, mas não o de Jesus, que recomendou aos seus discípulos a pobreza de coração e o desprendimento dos bens da Terra.
          Se vos disserem que o Evangelho é a água, as mãos levantadas ao céu, as pancadas no peito, as formas e o culto externo, eu vos digo em verdade que esse Evangelho é o dos hipócritas, mas não o de Jesus, que recomendou o amor e a adoração a Deus em espírito e em verdade.
          Se vos disserem que o Evangelho é a resistência às leis e aos princípios que governam os povos, eu vos digo em verdade que esse é e Evangelho dos rebeldes e ambiciosos, mas não o de Jesus, que mandou dar a Deus o que é de Deus, e ao príncipe o que é do príncipe.
          Se vos disserem que o Evangelho é a intolerância, o anátema, a perseguição, a violência e o ódio, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho da soberba e da ira, mas não o de Jesus, que rogava ao Pai de misericórdia pelos seus mortais inimigos.
Tudo isso foi dito ao povo acerca do Evangelho.
          Por que estranhais que João fale assim dos doutores e ministros da palavra? Porventura julgais que João venha dissimular e esquecer a verdade, que há de ser o alimento espiritual do povo?
          Em verdade vos afirmo que vi aquilo que vos digo, e que vos falo em testemunho da verdade; porque o Evangelho é a verdade - minhas palavras são verdadeiras, em testemunho do Evangelho de Jesus - e o Evangelho de Jesus é o testemunho da verdade das minhas palavras.
          Não estranheis, portanto, que João fale assim dos doutores e dos ministros da palavra.
          Eis o que digo à igreja pequena:
          Acuso-te de haver deixado a tua primitiva caridade, aquele amor que te ensinou o coração de Jesus, e pelo qual ele morreu na ignorância das gentes, aquele amor puríssimo que abandonaste, para conceber o desejo de domínio, e o da perseguição pelo domínio.
          Fizeste o teu reino neste mundo.
          Acuso-te de haver abandonado a tua primitiva mansidão, aquela mansidão com que Jesus falava aos que o insultavam e nele cuspiam - e, deixada essa mansidão, te rebelaste contra os príncipes e minaste nas trevas os poderes da Terra.
           Acuso-te de haveres deixado a tua simplicidade primitiva, aquela com que Jesus chamava a si os pequeninos; deixada àquela simplicidade, foste frágil com os poderosos e arrogante com os humildes do infortúnio.
          Acuso-te de haveres deixado o teu primitivo desinteresse, aquele desinteresse com que Jesus falava dos bens da vida, sem nunca pensares no dia de amanhã - e, deixado esse desinteresse, buscaste amontoar riquezas, como os que se esquecem da vida do Espírito e só visam às comodidades da carne, e, assim, apagaste a fé do coração dos homens que pensam em seu entendimento.
          Acuso-te de haveres deixado a tua humildade primitiva, aquela humildade com que Jesus se abaixava aos pés dos seus discípulos - e, deixada essa humildade, consentiste que o orgulho se assenhoreasse do teu entendimento, usurpaste as chaves do céu, condenaste, salvaste, e idolatraste a ti mesma, fazendo um deus para o teu próprio entendimento.
          Igreja pequena! não te maravilhes das palavras de João, antes, medita-as e chora - porque já soa a hora, e o tempo chega de surpresa, como o ladrão.
          Igreja pequena! recorda-te dos teus princípios, dos que esqueceste. Eu, João, te digo: Teus dias não serão contados, desde que de ti se separou o Espírito de Jesus até à consumação do teu orgulho.
          Volta a ti; converte-te ao Evangelho de Jesus e põe os teus olhos na misericórdia do Altíssimo Senhor, cuja vontade onipotente dispõe dos céus e da Terra.
          Não vês que as almas mirram em teu seio, como as plantas privadas de água?
          A tua palavra, já não é a benéfica chuva, nem o orvalho consolador, mas sim o sopro frio do setentrião que gela os corações.
          Igreja pequena! que fizeste da sociedade cristã? Olha ao redor de ti mesma, e responde.
          Volve à tua primitiva caridade, à tua primitiva adoração, à tua primitiva mansidão, ao desinteresse e à humildade dos primeiros tempos do século de Jesus Cristo - e o Espírito de Jesus voltará a ti; serás a sua esposa, e ele o teu esposo, como nesses primeiros tempos.
          Medita e ora - e repelirá o demônio do orgulho que te cega o entendimento; porque, então, conhecerás a lei que vem de Deus.
           Não cerre os ouvidos às palavras de João, igreja pequena! porque, as palavras de João, João as escreve, os homens as lerão, e elas se fixarão na mente e no coração deles.
          Dormes, Igreja pequena; desperta! Falo aos homens: Jesus é o caminho, a verdade e a vida.
          Deus é a minha última palavra.
          A paz seja convosco, irmãos.
                                                                                                                                                                                                             Eu - João."
Fonte: Roma e o Evangelho - Traduzido do Espanhol Roma y el Evangelio 1874

Autor: D. Jose Amigò Y Pellicer

30.10.14

Quetão 270 do Livro dos Espíritos
VOCAÇÃO

Parece-nos simples essa pergunta, no entanto, ela foi feita para enriquecer mais os conhecimentos espirituais das criaturas. O Codificador era inspirado pelos benfeitores espirituais na formulação das perguntas, de maneira a mostrar a verdade aos que desejarem despertar seus dons que se encontram em estado latente.
A vocação de certas pessoas para tal ou qual profissão está ligada à escolha que fez quando Espírito livre da matéria. Parece, para os ignorantes, que a criatura escolheu, naquele momento, o que deveria seguir, mas a escolha já se encontrava feita nos guardados da consciência.
A vida é organizada porque Deus é harmonia, e harmonia na sua profundidade é Amor. O passado reflete no presente, assim como esse nos fala do futuro. Se desejamos um futuro de paz e de luz, não escondamos as mãos; acionemo-las, no trabalho honesto e na dignidade cristã, lembrando-nos sempre de dar com uma mão sem que a outra veja.
Cada criatura de Deus é um mundo com extensões imensuráveis. Existem campos e mais campos de trabalho, e a lavoura é fértil em todos os seus aspectos. Estamos com o celeiro cheio de sementes depositadas pelos nossos atos. Examinemos que tipo delas guardamos no coração, se as devemos lançar ao solo, pois sabemos que colhemos o que semeamos.
Se deve o encarnado fazer algumas reformas morais, que as faça logo, enquanto se encontra nas lides do mundo, aproveitando a oportunidade de se render à evidência. Se escolheu com alegria por que deve optar como profissão, não deve se esquecer que a vida é um solo santo que recebe o que nele se deposita, devolvendo mais tarde os frutos correspondentes para o seu caminho.
Não devemos chorar de revolta pelas dificuldades que atravessamos na carne ou em Espírito. Elas são as conseqüências do que fizemos das oportunidades. Se escolhemos a medicina na linha de reajustes no mundo, vejamos o que dela fazemos. Lembremo-nos primeiro da honestidade na profissão. O ouro empana a visão daqueles em que a usura é filha da sua ganância. Se seguimos o caminho do Direito, observemos a conduta ante o desespero alheio. Se fecharmos os olhos ao nosso mandato, podemos complicar a nossa vida quando voltarmos para a pátria verdadeira.
A vocação é um ministério, e cada profissão deve ser um sacerdócio em Cristo, ajudando a despertar os valores morais em cada coração. Devemos ganhar para viver, e não vivermos para ajuntar o ouro, sem que esse ouro circule em favor do próximo. A profissão tanto pode elevar como destruir as nossas possibilidades.
Se já somos conscientes da verdade, podemos ajudar aos que nos cercam, mostrando a cada um, pela palavra e pelo exemplo, o que devemos fazer das profissões, para que o mundo de amanhã se torne um paraíso de Deus, e benefício dos homens, mas, para tanto, a conquista é o molde de luz para a paz de consciência. Não joguemos fora o que Deus depositou em nosso caminho, como trabalho. Aprimoremos cada vez mais tudo que fazemos, sem nos esquecermos de convidar Jesus para nos inspirar no que fazer das oportunidades que nos foram entregues por misericórdia.
 

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez

29.10.14

SOCIOLOGIA 3

59 –Tem o Espiritismo um papel especial junto da Sociologia?
-Na hora atual da humanidade terrestre, em que todas as conquistas da civilização se subvertem nos extremismos, o Espiritismo é o grande iniciador da Sociologia, por significar o Evangelho redivivo que as religiões literalistas tentam inumar nos interesses econômicos e na convenção exterior de seus  prosélitos (adeptos).
Restaurando os ensinos de Jesus para o homem e esclarecendo que os valores legítimos da criatura são os que procedem da consciência e do coração, a doutrina consoladora dos Espíritos reafirma a verdade de que a cada homem será dado de acordo com seus méritos, no esforço individual, dentro da aplicação da lei do trabalho e do bem; razão pela qual representa o melhor antídoto dos venenos sociais atualmente espalhados no mundo pelas filosofias políticas do absurdo e da ambição desmedida, restabelecendo a verdade e a concórdia para os corações.
60 –Como se deverá comportar o espiritista perante a política do mundo?
_O sincero discípulo de Jesus está investido de missão mais sublime, em face da tarefa política saturada de lutas materiais. Essa é a razão por que não deve provocar uma situação de evidência para si mesmo nas administrações transitórias do mundo. E, quando convocado a tais situações pela força das circunstâncias, deve aceita-las não como galardão para a doutrina que professa, mas como provação imperiosa e árdua, onde todo êxito é sempre difícil. O espiritista sincero deve compreender que a iluminação de um mundo, salientando-se que a tarefa do Evangelho, junto das almas encarnadas na Terra, é a mais importante de todas, visto constituir e consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. Trocá-la por um lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas  do homem na lei do progresso universal, depreendendo-se daí que a verdadeira construção da felicidade geral só será efetiva com bases legítimas no espírito das criaturas.
61 –Como devemos encarar a política do racismo?
-Se é justo observarmos nas pátrias o agrupamento de múltiplas coletividades, pelos laços afins da educação e do sentimento, a política do racismo deve ser encarada como erro grave, que pretexto algum justifica, porquanto não pode apresentar base séria nas suas alegações, que mal encobrem o propósito nefasto de tirania e separatividade.
62 –O “não matarás” alcança o caçador que mata por divertimento e o carrasco que extermina por obrigação?
-À medida que evolverdes no sentimento evangélico; compreendereis que todos os matadores se encontram em oposição ao texto sagrado.
No grau dos vossos conhecimentos atuais, entendeis que somente os assassinos que matam por perversidade estão contra a lei divina. Quando avançardes mais no caminho, aperfeiçoando o aparelho social, não tolerareis o carrasco, e, quando estiverdes mais espiritualizados, enxergando nos animais os irmãos inferiores de vossa vida, a classe dos caçadores não terá razão de ser.
Lendo, os nossos conceitos, recordareis os animais daninhos e, no íntimo, haveis de ponderar sobre a necessidade do seu extermínio. É possível, porém, que não vos lembreis dos homens daninhos e ferozes. O caluniador não envenena mais que o toque de uma serpente? Com frieza a maquinaria da guerra incompreensível não é mais impiedosa que o leão selvagem?...
Ponderemos essas verdades e reconheceremos que o homem espiritual do futuro, com a luz do Evangelho na inteligência e no coração, terá modificado o seu ambiente de lutas, auxiliando igualmente os esforços evolutivos de seus companheiros do plano inferior, na vida terrestre.

Da  obra “O Consolador” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro a venda

28.10.14


“BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”
De quando a quando, na imprensa espírita, surgem críticas infundadas sobre o teor da excelente obra “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, da lavra mediúnica de Chico Xavier, psicografada por Humberto de Campos, cuja primeira edição veio a lume em 1938.
Alguns, mais exaltados, censuram a postura do autor espiritual que, em capítulo específico, destaca a importância do trabalho desenvolvido pela “Federação Espírita Brasileira”, que, de fato, em décadas passadas cumpriu com relevante papel na defesa dos postulados espíritas.
Todavia, sem, outra vez, desejar entrar no mérito do chamado “Pacto Áureo”, e das atividades doutrinárias atuais da FEB, que, em muitos aspectos, não coadunam com o nosso pensamento, desejamos dizer que a controvertida questão, de o Brasil vir a ser, ou não, a futura Pátria do Evangelho, não depende unicamente da conduta, ou mesmo do desejo, dos espíritas.
Para que no Brasil se concretize a esperança que a Espiritualidade Superior nele deposita, na proposta que encerra o livro de Humberto de Campos, evidentemente, muita coisa necessita mudar...
No caráter do povo...
Na idoneidade dos políticos...
Na sinceridade dos religiosos...
E, por aí vai.
Não será pela lavratura de um decreto de natureza espiritual, que, a rigor, não existe, e ao som de clarinadas angelicais, que o Brasil haverá de se tornar a Pátria do Evangelho!
E, caso não venha a ser o que dele se espera que seja, nada há de se estranhar, ou de culpar a Espiritualidade que referendou a obra de Humberto de Campos, porque, afinal, a inicialmente escolhida Pátria do Evangelho, a Judeia, se transformou em sangrento campo de batalha!
Do Espiritismo em seu berço, pouco mais resta que o dólmen de Allan Kardec, no Père-Lachaise, em Paris, a difundir os princípios da Terceira Revelação, que, praticamente, foram sepultados por várias guerras que, envolvendo a França, assolaram a Europa.
Prefaciando o mencionado livro, Emmanuel escreveu: “Peçamos a Deus que inspire os homens públicos, atualmente no leme da Pátria do Cruzeiro, e que, nesta hora amarga em que se verifica a inversão de quase todos os valores morais, no seio das oficinas humanas, saibam eles colocar muito alto a magnitude dos seus precípuos deveres.”
Infelizmente, contudo, a nosso ver, em relação aos homens públicos, salvo uma exceção ou outra, isto está muito longe de acontecer – não por falta de inspiração dos Planos Maiores, mas por falta de receptividade das mentes humanas que se encontram no leme da promissora Pátria do Cruzeiro!
Neste sentido, pedimos vênia para, igualmente, dizer que, movido por interesses subalternos, até mesmo ao homem comum está faltando amor pelo Brasil, para que, de uma vez por todas, ele consiga se erguer no concerto das nações, e não mais se apresente ao mundo de modo tão miseravelmente desmoralizado como vem acontecendo.
Humberto de Campos, no último parágrafo do seu “Esclarecendo”, exortou: - “Brasileiros (...)! Não nos compete estacionar, em nenhuma circunstância, e sim marchar, sempre, com a educação e com a fé realizadora, ao encontro do Brasil, na sua admirável espiritualidade e na sua grandeza imperecível.”

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 24 de outubro de 2014.

26.10.14

EGOISMO E ORGULHO


“A Humanidade tem realizado, até ao presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. Não poderiam consegui--lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições antiquadas, restos de outra idade, boas para certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje um entrave. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho.”
Allan Kardec.

Livro: A Gênese, capítulo 18, item 5

25.10.14

O DIABO TAMBÉM

- Mas, fulano é inteligente,
E fala com propriedade...
Tem grande conhecimento
A respeito da Verdade.

Assim, ao Dr. Inácio,
Dizia um amigo cioso,
Exaltando as qualidades
De palestrante famoso...

 - Da Bíblia, ele sabe tudo...
Além, do mais, é eloquente!
E, insistindo, asseverava:
- Ele é muito inteligente!...

- Meu amigo – respondeu
O paladino da fé:
- Inteligente e eloquente,
O Diabo também é!...


Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 17 de outubro de 2014, em Uberaba – MG).

24.10.14

Espírito Masculino/Feminino
O Espiritismo ensina que o Espírito não tem sexo, podendo encarnar-se como homem ou como mulher, em diferentes existências, mas que costuma escolher, preferentemente, um ou outro sexo, renascendo continuamente como home ou mulher, (Questões números 200 a 202, de "O Livro dos Espíritos".) Ao comentar as respostas, Kardec escreveu o seguinte:
"Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não tem sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens."
Dessa forma, não são muito precisas as expressões Espírito feminino e Espírito masculino, que são usadas à falta de outras. A questão é bem mais complexa do que parece à superfície.
Certa vez, perguntei a um amigo espiritual por que difere tanto, na sua  estrutura psíquica, o Espírito encarnado como homem, daquele que se encarna como mulher. O homem é mais agressivo, dado a gestos de coragem física, menos sentimental, ao passo que a mulher inclina-se mais à compassividade, à renúncia, ao recato, sendo, portanto, mais acessível à emoção e aos sentimentos. Por que isso, se, não tendo sexo, os Espíritos deveriam ser semelhantes?
Disse-me ele, coerente com os postulados doutrinários, que como Espíritos conservam características em comum, mas ao se reencarnarem, aceitam condições que lhe facultam desenvolvimento de certa faculdades, em detrimento de outras; ou melhor, optam pelo aprimoramento de alguns aspectos espirituais em que estejam particularmente interessados.
Assim é realmente. Como a perfeição deverá resultar, um dia, do desenvolvimento harmonioso de todas as faculdades possíveis ao ser humano, é natural que este tenha que ir por etapas, cultivando-as em buques, até que, alcançando o ponto desejado, possa encetar outras realizações.
Tentemos, não obstante, ampliar um pouco mais a questão, na esperança de alcançar uma visão mais clara de suas dificuldades. Ao responderem à pergunta formulada por Kardec (Têm sexos os Espíritos?), os instrutores informaram o seguinte:
“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da orga­nização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na con­cordância dos sentimentos.”
Certamente que sentiram, esses instrutores, que não era tempo, ainda, de aprofundar mais a questão, mas disseram o bastante para compreendermos alguns pontos essenciais. De fato, a Doutrina nos ensina, alhures, que o ser encarnado resulta de um “arranjo” entre três componentes distintos: espírito, perispírito e corpo físico. Ao declararem que o sexo depende da organização, deixaram bem en­tendido que a diferenciação sexual não alcança o núcleo da indivi­dualidade, representado pelo Espírito imortal, pois fica contida nos limites extremos da organização perispiritual.
 

Livro: Dialogo com as Sombras - Hermínio C. Miranda - a venda

23.10.14

Consolador - Sociloogia 2

57 –Poderão os homens resolver sem atritos as chamadas questões proletárias?
-Sim, quando se decidirem a aceitar e aplicar os princípios sagrados do Evangelho. Os regulamentos apaixonados, as greves, os decretos unilaterais, as ideologias revolucionárias, são cataplasmas inexpressivas, complicando a chaga da coletividade.
O socialismo é uma bela expressão de cultura humana, enquanto não resvala para os pólos do extremismo.
Todos os absurdos das teorias sociais decorrem da ignorância dos homens relativamente à necessidade de sua cristianização. Conhecemos daqui os maus dirigentes e os maus dirigidos, não como homens ricos e pobres, mas como avarentos e a revoltados. Nessas dias Expressões, as criaturas operam o desequilíbrio de todos os mecanismos do trabalho natural.
A verdade é que todos os homens são proletários da evolução e nenhum esforço de boa realização na Terra é indigno do espírito encarnado.
Cada máquina exige uma direção especial, e o mecanismo do mundo requer o infinito de aptidões e de conhecimentos.
Sem a harmonia de cada peça na posição em que se encontra, toda produção é contraproducente e toda boa tarefa impossível.
Todos os homens são ricos pelas bênçãos de Deus e cada qual deve aproveitar, com êxito, os “talentos” recebidos, porquanto, sem exceção de um só, prestarão um dia, ale-túmulo, contas de seus esforços.
Que os trabalhadores da direção saibam amar, e que os da realização nunca odeiem. Essa é a verdade pela qual compreendemos que todos os problemas do trabalho, na Terra, representam uma equação de Evangelho.
58 –Reconhecendo-se o Estado como aparelhamento de leis convencionais, é justificável a sua existência, bem como a das classes armadas, que sustentam no mundo?
-Na situação (ou condição) atual do mundo e considerando a heterogeneidade dos caracteres e das expressões evolutivas das criaturas, examinadas isoladamente, justifica-se a necessidade dos aparelhos estatais nas convenções políticas, bem como das classes armadas que os mantém no orbe, como institutos de ordem para a execução das provas individuais, nas contingências humanas, até que o homem perceba o sentido de concórdia e fraternidade dentro das leis do Criador; prescindindo então da obrigatoriedade de certas determinações das  leis humanas, convencionais e transitórias.

Livro: “O Consolador” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier

22.10.14

ENGANO NA ESCOLHA

Questão 269 do Livro dos Espíritos

O Espírito pode perfeitamente se enganar na escolha da prova que queira experimentar na Terra. A sua percepção, não atingindo a realidade, leva-o a pensar que está sendo inteligente escolhendo provas de ociosidade, tendo, como no dizer popular, só "sombra e água fresca". Quando volta ao mundo espiritual ele se arrepende, e deseja retornar com volume maior de obrigações e com provas duras, para compensar o tempo perdido, na ilusão que lhe enganava.
Ele pode, também, pedir provas além das suas forças e sucumbir no meio do caminho. Os extremos são perigosos, mesmo quando objetivamos o bem; tudo depende das forças da alma que já despertou, e os benfeitores espirituais deixam, em nome do Criador, que certas situações ocorram, quando isso serve de lições mais profundas ao Espírito, de maneira a se conscientizar da verdade. Até o próprio engano é lição, porque as conseqüências favorecerão ao Espírito a oportunidade de procurar os caminhos mais acertados.
Ninguém engana a Deus. As Suas leis são agentes de luz na disciplina das criaturas; compete a cada uma analisar e decidir-se a fazer a vontade do Senhor que vibra em tudo.
A Doutrina dos Espíritos, como bênção de Deus, ajuda os homens no labor de compreender, mesmo na Terra, certas leis que vigoram e os faz entender o que devem seguir, encontrando na caridade o mesmo amor que salva e que instrui, que aprimora e que eleva, que clareia a vida e que dá vida. É no sentido do bem para todos que pedimos aos nossos companheiros que não percam tempo.
Escutemos as conversações dos homens honrados, estejam eles onde estiverem. Quantos desses não estão no mundo com a missão de levantar o padrão moral das criaturas!? Registra-se esse fato em todo o mundo. Copiemos a vida dos grandes seres, que eles são rastros de luz a deixar herança para os que têm boa vontade no aprendizado.
Procuremos analisar as verdades que já nos foram apresentadas, que encontraremos caminhos iluminados por onde seguir, na marcha para Deus.
Os enganos são inúmeros na Terra, sendo sinal de volta dolorosa à mesma, com serviço dobrado e deveres multiplicados pela soma da ignorância. Comecemos agora a trabalhar o nosso interior. A cada passo que dermos, conscientes do nosso dever de esforçar para subir, as mãos de Deus auxiliar-nos-ão, com mais vigor, por termos aproximado delas, pela decisão de trabalhar em nosso bem e no bem comum.
Não nos esqueçamos da oração, que ela nos colocará em condições de fugir do engano, a dispensar-nos meios de compreender o valor do nosso próprio trabalho em nosso favor.
Analisemos o provérbio: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. Essa é uma grande verdade, que não deveria ser somente dita, mas vivida. Quem cultiva seu campo íntimo, caminhando lado a lado com Jesus, espalha sementes de luz no próprio caminho, e será clareado por ele, e nunca se enganará nas escolhas que pode fazer para a sua glória, rumo à glória de Deus.
 

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez

21.10.14

OBSESSÃO “NATURAL” E “ANTINATURAL”


Bem, vamos lá. O que eu entendo por obsessão “natural” e obsessão “antinatural”?!
Vou tentar resumir.
Obsessão “natural” é aquela que determinadas mentes, encarnadas ou desencarnadas, ainda um tanto quanto primárias, se vinculam ao nosso psiquismo, não com o intuito ou propósito declarado de nos vampirizar.
Não chega a ser, propriamente, uma patologia.
O homem encarnado não carrega em seu corpo milhares de vidas microscópicas que com ele devem evoluir?! A flora e fauna não são parasitadas por seres que delas se nutrem?!
A questão é que certas mentes, um pouco mais evolvidas, devem se responsabilizar por outras, que, então, passam a girar à sua órbita, “alimentando-se” de seus conhecimentos, de sua força espiritual, enfim, de tudo quanto elas ainda não sabem produzir e não sejam capazes de obter à custa de esforço próprio.
Os planetas do Sistema não se equilibram ao derredor de uma estrela única, que é o Sol?! E mesmo o Sol, por sua vez, com o seu cortejo de mundos, não se deixa arrastar por outro que, em brilho e grandeza, lhe é superior?!
E a chamada obsessão “antinatural”, o que seria?!
Ela é motivada pelo ódio, pela inveja, pela mágoa, pelo desejo de vingança...
Esta, sim, é patogênica, e tem uma tendência de se agravar, inclusive levando à possessão e/ou loucura, decretando a morte.
Não há, sobre a Terra, e mesmo no Mais Além, quem não padeça de alguma das muitas espécies de manifestação da obsessão “natural”! Sim, porquanto, mentalmente, com maior ou menor poder de atuação, todos nos responsabilizamos pela condução de determinado grupo de espíritos...
A Humanidade, por exemplo, não vive em estreita simbiose com a Mente do Cristo – a Luz do Mundo! – como a Lhe sugar as energias, das quais, psiquicamente, se alimenta, ou deve aprender a se alimentar?!
O líder encarnado de uma família na Terra, muitas vezes, não toma sobre os seus ombros o fardo de problemas que diz respeito a cada integrante da parentela e do grupo como um todo?!
Não nos queixemos, pois, daqueles espíritos mais débeis que, para caminhar, necessitam de nosso auxílio como escora, pois, de certa maneira, todos nós vivemos no exercício da obsessão “natural” sobre alguém.
Não há, pois, quem não seja o obsessor espontâneo de alguém, nem quem, neste exato momento, não esteja sendo vítima de um processo de obsessão “natural”.
Antes que se cronifique, a influencia que deve ser detectada e combatida, é a obsessão “antinatural”, que sempre, ou quase sempre, objetiva a destruição da vítima pelo algoz.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 20 de outubro de 2014.

20.10.14

Ciclos na Vida


A vida é feita de ciclos. Ciclos que têm início e têm fim. Mal se percebe e se está envolvido num deles. É algo que inevitavelmente é preciso se passar. Uma experiência nova, um relacionamento, um acidente, uma doença, um trabalho profissional, enfim, tudo que possua prazo certo normalmente se constitui num ciclo de vida.
Todos eles são necessários para o bem do ser humano. Começa e termina. É importante identificá-lo, vivenciá-lo, aprender com ele, e quando ele estiver em declínio,  indo embora, não resistir, deixar ele se ir. Isto porque há ciclos que nos dão enorme prazer. É natural, portanto, que desejemos que eles perdurem indefinidamente. Nestes casos, fundamental, é exercer o desapego. 
Um relacionamento amoroso é o melhor exemplo disso. Começa-se um namoro, apaixona-se, trocam-se juras, pensam até em se casar. Com o tempo, como aquilo não era para valer, as coisas começam a esfriar para um dos lados, não se tem mais interesse. Ora, quem ainda está envolvido não quer deixar passar aquela oportunidade, mas, na prática, o relacionamento já se acabou. O que fazer? Aceitar e deixar tudo nas mãos de Deus.
Um emprego é a mesma situação. O trabalhador se entusiasma, gosta do que está fazendo, fica motivado, parece ser o emprego da sua vida. Em dado instante, não se sabe bem quando, toda aquela energia vai diminuindo. Isto não é bom para ninguém, nem para o patrão nem para o trabalhador. É algo que precisa desatar logo para não prejudicar ninguém.
O ciclo é uma etapa que se inicia, tem um ápice, geralmente, e depois declina até chegar ao ponto inicial de energia zero. A leitura dos ciclos nas nossas vidas é essencial para se viver bem.
Uma pessoa que sabe que algo está em declínio e começa a se preparar para abandonar aquela situação é sábia.
Um dos ciclos mais comuns é a própria vida na Terra.
Começa o ciclo como criança, passa-se para a adolescência, entra-se na maturidade, e aí, lentamente, tem início o processo de partida. É preciso paciência para enfrentar o decesso. Aliás, em cada fase do ciclo devemos buscar a melhor experiência possível para tirar o proveito daquela situação.
Sofrer pelo fim de um ciclo é algo compreensível, aceitável, mas não é desejável que perdure por muito tempo porque, além de gastar energias interiores preciosas, atrasa o início de novo ciclo que já bate à sua porta.
Aprenda com a natureza. Com o mar, que gera as suas ondas lá distante, chega ao cume e se dissipa ao chegar à areia. Com a lua, que se renova constantemente em quatro fases, da plenitude ao ocaso. Com a própria noite, que chega sorrateira com a ida do próprio sol, mas é inteligente em ir embora quando percebe que ele está irremediavelmente de volta.
Ciclos. Ir e vir. Avançar e declinar. Tudo para começar de novo em novas bases. Como seria bom que os homens entendessem estas máximas da vida. Evitariam transtornos enormes e, certamente, viveriam mais feliz.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara

19.10.14


"Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles" Mateus 18,20
19 - Em verdade ainda vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu pai que está nos céus.
20 - Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles" (Bíblia de Jerusalém).
E, além disso, termina o evangelho com as seguintes palavras de Jesus: "E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mateus 28,20).

18.10.14

QUANDO APRENDER

Tempo haverá de chegar,
Em que aprendendo a lição,
O homem repetirá,
Sem mais qualquer ilusão:

- A um poço de petróleo,
A jorrar, de forma eterna,
Derramando em meu quintal
Eu prefiro uma cisterna!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 8 de outubro de 2014, em Uberaba – MG).

17.10.14

O Não Saber


Quando menos esperamos a vida toma rumos insuspeitados!
Qual foguete desgovernado, muitos riscam os céus e sucumbem perdidos no firmamento infinito.
Perder faz parte da vida. Há que deixar algo para se conquistar coisas mais importantes.
A criança, neste dia, continuará sendo o exemplo perfeito para nós. Veja como procedemos quando bebês. De tudo necessitados. Precisamos de quem nos dê banho, comida, carinho e tudo o mais para ‘crescermos’. Depois começamos a mudar descamando a pele, caindo os cabelos, nascendo dentinhos de ‘leite’. Engatinhamos, andamos e por aí vai…
Que aconteceria se continuássemos dependentes de nossos cuidadores da infância? Permaneceríamos alimentando-nos de ‘leite’ e papinha? Que aconteceria se permanecêssemos com dentes de ‘leite’ e quiséssemos ficar com uma arcada dentária infantil? E após vinte, trinta anos? Seríamos considerados adultos?
Exemplificando assim parece um tanto pueril, mas se pensarmos de como nos portamos, somos como crianças mimadas. Dá-me isto! Quero aquilo!
Pois, bem! A maturidade espiritual também vem com as perdas. Seria impossível retornar à infância espiritual, tão querida à Teresinha de Lisieux, se não soubermos perder. Rebaixarmo-nos, curvarmo-nos frente à sabedoria dos pequeninos.
Pai de bondade, dá-nos força e coragem de não esmorecermos na busca da Verdade que é o Cristo.
Que saibamos crescer em estatura , sabedoria e graça como o nosso Modelo Maior que é o Cristo Jesus.
Que saibamos cada vez mais vos adorar em Espírito e Verdade.
Assim seja!
Helder Camara
Texto recebido pela médium Maria Antonieta Sousa, no blog "O Coração do Mundo":
http://antonietasouza.wordpress.com/

16.10.14

AS PROVAS TÊM UM FIM?

Questão 268 do Livro dos Espíritos

O Espírito, em certas faixas evolutivas, passa por provas, por vezes duras, com o objetivo de despertar ou aprimorar suas qualidades espirituais, depositadas, em sua consciência, pelo Criador.
O progresso da alma tem um preço: a passagem pela porta estreita.
Em princípio, o homem abusa dos poderes que lhe foram concedidos, do ouro que lhe foi entregue por empréstimo do Pai; da saúde que a vida lhe ofertou, e a inferência disso são os sofrimentos de toda ordem, que vêm lhe ensinar o roteiro mais proveitoso a trilhar.
Quando a lição é aprendida, cessa a necessidade da presença da dor, mestra incomparável, que deixa o homem entregue a si mesmo, consciente dos seus deveres. As provas, portanto, têm um fim, e quando o Espírito já não necessita de passar por situações penosas, outros vêm a ser os seus deveres, quando ele empregará os valores conquistados, com alegria, no seu adiantamento e no progresso dos que se acham na retaguarda, assim como ele mesmo recebe do Alto a assistência nos seus caminhos de redenção.
Tudo na vida progride. A própria dor, que no mundo material é quase considerada como um fantasma apavorante, continua volatizada entre os Espíritos elevados, em outra faixa, também evoluída e que dá prazer, como deveres ante a Paternidade Universal.
As virtudes do Espírito têm cada uma sua expressão própria e com sua ascensão elas ganham pureza cada vez mais sublimada, de modo a iluminarem o Espírito em qualquer estágio em que ele se encontre.
Os motivos que fazem a criança chorar não são os mesmos que inquietam o adulto.
A visão de Jesus em relação à sociedade humana era uma, e a da humanidade em si era outra bem diferente. Foi por isso que Ele, em muitos casos, falou por parábolas, deixando de dizer muitas coisas que os homens não estavam preparados para ouvir.
As provas, se assim podemos chamá-las, para os benfeitores da humanidade, consistem em levá-los a auxiliar no progresso, com paciência, com amor e com energia, e sentem eles muita satisfação nessas lutas.
Cada vez que o Espírito muda de plano, alcançando mais um degrau na escala espiritual, ele sente a necessidade de deveres diferentes, reclamando a sua falta, pois sempre tem que lutar para se elevar.
Os Espíritos Superiores sentem alegria em amanhar o bem onde quer que sejam chamados a servir e estão atentos à vontade de Deus, sob as vistas do Divino Mestre.
As provas dolorosas são breves, as lutas não. O esforço próprio para evoluir cada vez mais é, pois, eterno. Quando se encerra um ciclo evolutivo, inicia-se outro, em dimensão diferente. Essa é a vida, dentro da vida de Deus.
Os Espíritos que estão na Terra, se movendo em um corpo de carne, podem avaliar suas atividades e notar a que grau pertencem na ascensão para a libertação.
Conscientes do que precisamos, devemos trabalhar para nos melhorarmos moralmente. Esse é o dever de todos nós, nos dois planos da vida.
Vale a pena trabalhar pelo bem, na lavoura íntima, e essa se reflete em tudo o que fazemos, tornando-nos conhecidos pelas nossas obras.
No fim das provas brotará em nossa consciência a tranqüilidade imperturbável. 
 

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez

15.10.14

SOCIOLOGIA
54 –Com a difusão da luz espiritual, alargará o homem a noção de pátria, de modo a abranger no mesmo nível todas as nações do mundo?
-A luz espiritual dará aos homens um conceito novo de pátria, de maneira a proscrever-se o movimento destruidor pelos canhões e balas homicidas.
Quando isso se verifique, o homem aprenderá a valorizar o berço em que nasceu, pelo trabalho e pelo amor, destruindo-se concomitantemente as fronteiras materiais e dando lugar à era nova da grande família humana, em que as raças serão substituídas pelas almas e em que a pátria será honrada, não com a morte, mas com a vida bem aplicada e bem vivida.
55 –A desigualdade verificada entre as classes sociais, no universo dos bens terrenos, perdurará nas épocas do porvir?
-A desigualdade social é o mais elevado testemunho da verdade da reencarnação, mediante a qual cada espírito tem sua posição definida de regeneração e resgate. Nesse caso, consideramos que a pobreza, a miséria, a guerra, a ignorância, como outras calamidades coletivas, são enfermidades do organismo social, devido à situação de prova da quase generalidade dos seus membros. Cessada a causa patogênica com a iluminação espiritual de todos em Jesus-Cristo; a moléstia coletiva estará eliminada dos ambientes humanos.
56 –Pode admitir-se, em Sociologia, o conceito de igualdade absoluta?
-A concepção igualitária absoluta é um erro grave dos sociólogos, em qualquer departamento da vida. A tirania política poderá tentar uma imposição nesse sentido, mas não passará das espetaculosas uniformizações simbólicas para efeitos exteriores, porquanto o verdadeiro valor de um homem está no seu íntimo, onde cada espírito tem sua posição definida pelo próprio esforço.
Nessa questão existe uma igualdade absoluta de direitos dos homens perante Deus, que concede a todos os seus filhos uma oportunidade igual nos tesouros inapreciáveis do tempo. Esses direitos são os da conquista da sabedoria e do amor, através da vida, pelo cumprimento do sagrado dever do trabalho e do esforço individual. Eis por que cada criatura terá o seu mapa de méritos nas sendas evolutivas, constituindo essa situação, nas lutas planetárias, um a grandiosa progressiva em matéria de raciocínios e sentimento, em que se elevará naturalmente todo aquele que mobilizar as possibilidades concedidas à sua existência para o trabalho edificante da iluminação de si mesmo, nas sagradas expressões do esforço individual.

Da  obra “O Consolador” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier 

14.10.14

A ÁGUA NO MUNDO ESPIRITUAL


Ante a atual crise de falta d’água no Brasil e no mundo, em que muita gente, inclusive os espíritas mais ortodoxos, no sentido de pedir chuva aos deuses, ou – ops! – aos seres elementais, quase tem sido levada a retomar o antigo hábito religioso de ir, em procissão, lavar o “Cruzeiro”, convém que reflitamos no que, através de Chico Xavier, na obra “Nosso Lar”, André Luiz escreveu há mais de setenta anos.
Discorrendo sobre a importância da água também no Mundo Espiritual – entenda quem o possa entender! –, Lísias comentou com André: “Imagine que este é um dos raros serviços materiais do Ministério da União Divina!” Ou seja, na cidade Nosso Lar, o assunto da água é considerado de tamanha importância que é cuidado diretamente pelo seu mais alto Ministério...
Não estaria passando da hora de cada país, na Terra, principalmente o Brasil, detentor, talvez, em maior abundância, dos últimos recursos hídricos do orbe, abolindo certos Ministérios governamentais obsoletos, dados à corrupção e à falcatrua, criar o Ministério da Água?!
Mas, vejamos o profético texto que André Luiz escreveu num dos parágrafos do capítulo 10, intitulado no “No Bosque das Águas”: “O homem é desatento, há muitos séculos; o mar equilibra-lhe a moradia planetária, o elemento aquoso fornece-lhe o corpo físico, a chuva dá-lhe pão, o rio organiza-lhe a cidade, a presença da água oferece-lhe a bênção do lar e do serviço; entretanto, ele sempre se julga o absoluto dominador do mundo, esquecendo que é filho do Altíssimo, antes de qualquer consideração. Virá tempo, contudo, em que copiará nossos serviços, encarecendo a importância dessa dádiva do Senhor.”!
Vale a repetição:
- “Virá tempo, contudo, em que copiará nossos serviços, encarecendo a importância dessa dádiva do Senhor.”
Será que a atual crise de falta d’água, dentre outros objetivos, não estará surgindo para nos ensinar a sermos muito mais cuidadosos com o planeta em que já vivemos, vivemos ou, ainda, haveremos de viver?!
A valorizarmos mais, por exemplo, a água que o petróleo, que tem sido motivo de tanta desavença no mundo?!
Não estaremos prestes a copiar certa película de Hollywood, “A Guerra do Fogo”, na antevéspera do filme “A Guerra da Água”, protagonizado, dos Dois Lados da Vida, por personagens reais?!
Fontes alternativas de energia sempre haverão de ser criadas, mas o que nos poderá substituir o precioso líquido?!...
Encerremos estas reflexões com os sábios apontamentos de André Luiz, ainda no mesmo capítulo da magistral obra, concebida mediúnicamente nos idos de 1943:
“Nos círculos religiosos do planeta, ensinam que o Senhor criou as águas. Ora, é lógico que todo serviço criado precisa de energias e braços para ser convenientemente mantido.”
 
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 13 de outubro de 2014.

13.10.14


Crianças - Pétalas de Deus

As pétalas expressam toda a beleza da natureza. Já pararam para ver as pétalas? Uma a uma elas fazem um conjunto harmonioso e mostram, em conjunto, algo admirável.
Juntar-se para construir algo surpreendente, como as rosas, pode ser desafio constante dos homens nos planos de Deus.
Já pensaram que vocês reunidos numa determinada causa podem expressar uma rosa de intenções? Quando nos juntamos nos tornamos bem mais do que isolados. Sozinhos somos pétalas, unidos somos rosa. Que beleza!
Esta expressão de união deve ser seguida por toda a vida. Se defendemos algo, se temos em mente um objetivo e este objetivo não é apenas nosso, então devemos nos juntar àqueles que possuem, como nós, os mesmos ideais. Unidos, seremos mais fortes e o objetivo definido ficará mais fácil de ser atingido.
Uma razão qualquer, se é justa, se é imprescindível, deve ser o desejo de muitos e não se deve ficar isolado. Toda causa que reúna adeptos do bem será abençoada por Deus, ganhará forças, pouco a pouco, até se tornar algo maior e definitivo.
Esta minha introdução é para citar os dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz deste ano, a paquistanesa Malala e o indiano Kailash Satyarthi.
Eles trouxeram, cada um ao seu modo, os ideais de liberdade humana, em especial defenderam o direito à liberdade e a educação para as crianças.
Malala, a que já me referi neste mesmo blog, lutou com a sua própria vida pelo direito das meninas paquistanesas terem direito a estudar. Vejam só, numa época como a de hoje, onde a tecnologia reina absoluta, alguém quase morreu por defender um direito fundamental. Malala é exemplo para todos nós pela sua bravura e determinação. Que menina formidável, que espírito inquieto e destemido.
Já Kailash, este indiano dos bons, lutou pela liberdade das crianças. Em pleno século 21, em todo o planeta e a começar pela sua própria Índia, ainda existem crianças que são utilizadas como mão de obra escrava. Que despautério! Fico imaginando o que é a subtração completa da liberdade de uma criança, o abafar de seus sonhos, da sua própria vida, para servir de escrava para pessoas sem noção qualquer sobre direitos humanos.
Estas duas criaturas de Deus são pétalas, meus queridos irmãos, pétalas de Deus na Terra para ajudar a dar mais beleza num cenário de supressão das liberdades. Seus exemplos significam estímulo para todos nós nos rebelarmos contra este estado de coisas.
Alguém dedica o seu tempo para denunciar o inconcebível e nós continuamos esta obra, nos juntamos como outras pétalas para ajudar a embelezar a humanidade.
Sejam os exemplos de Kailash e Malala, agora reconhecidos pela premiação do Nobel da Paz, referenciais para que organismos nacionais e internacionais intensifiquem a defesa das crianças em todo o mundo, dando a elas o direito inalienável da liberdade e de compreender melhor a vida por intermédio da educação.
Este prêmio coincidentemente chega próximo ao dia das crianças. Será que é um recado divino lembrando a Jesus que disse-nos que se não nos convertêssemos e não nos fizéssemos como meninos, de modo algum entraríamos no reino dos céus?
Cultive no seu coração a docilidade das crianças, a sua espontaneidade magistral, o seu desejo de ser feliz. Aprenda com elas, ou melhor, volte a ser aquilo que um dia você já foi. O mundo agradecerá e se tornará melhor e mais belo, pois neste dia, você se descobrirá, finalmente, como pétala que é.
Muita Paz!
Helder Camara

12.10.14

SÁBIAS VERDADES

Muita doença que surge,
De uma maneira imprevista,
Tem a função de passar
A tua vida em revista.
*
Toda dor que te aparece,
Incomoda e desacalma,
Sendo doença no corpo,
É remédio para a alma.
*
Para quem teme morrer,
Assim frágil tão qual é,
Pequena unha encravada
É um grande teste de fé.
*
Por mais que a sombra resista,
No mal a que se reduz,
Força alguma impedirá
Que, um dia, ela seja luz.
*
Não blasfemes contra a luta,
Grande ou pequena, qual for...
Sobre a haste em que desponta,
O espinho protege a flor.

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 18 de setembro de 2014, em Uberaba – MG).

10.10.14

O moço rico - Miramez


Certa noite ouviu uma voz que lhe recomendava: "Vai, vende todos os teus bens, distribui-os entre os pobres e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me." Parecia-lhe que já escutara antes, mas quando? A voz fez-se ouvir novamente. "Fernando, podes vender todas as tuas posses na Espanha e distribuir o dinheiro entre os necessitados de tua pátria. Os daqui, necessitando passar pelos processos renovadores, precisam mais da tua riqueza mental, do resultado de tuas mãos operosas, do tesouro armazenado em teu coração e da tua presença confortadora."Assim o fez. Por procuração, autorizou amigos da Espanha a disporem de seus bens e distribuir o resultado entre os carentes e sofredores da Península Ibérica. Sem saber o que foi de suas riquezas materiais, viveu com a consciência tranquila, a verdadeira riqueza que acompanha seus portadores eternidade afora.
O MOÇO RICO, quase dezessete séculos depois, atendeu à recomendação de Jesus, vendeu todos os seus bens, doou-os e O seguiu! Passou a dedicar todo o seu potencial de amor e luz aos necessitados de consolo e de alento decorrentes dos acerbos sofrimentos impostos pelos processos renovadores por que passa os que se equivocaram em experiências transatas.
Extraído da biografia de Miramez contida na obra "Horizontes da Mente", de João Nunes Maia - Miramez

9.10.14

ESCOLHA ANTECIPADA


Questão 267 do Livro dos Espíritos

As leis espirituais são elásticas, para atender a todos, no nível de cada escala do progresso espiritual. O Espírito pode escolher as suas provas mesmo antes de desencarnar, em se pensando em futura reencarnação. Ele formula idéias que podem ser aproveitadas, no que se refere às suas necessidades espirituais, mas, ele pode, igualmente, mudar de idéia ao chegar ao mundo dos Espíritos.
A bondade de Deus é tão grande, que Ele atende a todos com variadas possibilidades para o conhecimento da verdade. As escolhas antecipadas geralmente sofrem retificações para melhor aprimoramento da alma em questão. Comunga Deus o Seu pensamento de luz com as idéias dos homens, para melhor atender aos seus filhos na grande extensão da harmonia divina, nos corações das criaturas.
Quando o Espírito deseja escolher as riquezas, os poderes, e isso lhe é concedido, e ele as usa somente para sua satisfação interior e individual, notar-se-á a sua inferioridade, e quando as usa para o benefício da coletividade, esse pode se chamar de benfeitor da humanidade. Por isso é importante que aqueles que muito possuem usem o ouro para o bem-estar de todos, com empregos decentes, em aprimoramentos corretos, socorrendo os doentes na invalidez, as crianças, e ajudando ao próprio governo nas linhas da sinceridade. O ouro brilha no coração quando dirigido por ele, sob a influência do Cristo de Deus.
Falamos sempre em escolhas individuais ou imposições das provas. No entanto, todas são escolhas das almas, umas conscientes e outras inconscientes. As conscientes escolhem medindo suas necessidades, e as inconscientes, pelo estado em que se encontram. O Evangelho nos fala que será dado a cada um, segundo seu merecimento.
Pode-se, mesmo na Terra, fazer-se leve o fardo e suave o jugo, e para tanto, a Doutrina dos Espíritos ensina que basta ler com atenção os avisos da espiritualidade maior e esforçar na vivência, que o amor, conjugado com o perdão, oferecerá o ambiente e a amplitude dos conhecimentos indispensáveis para que se possa sentir o celeiro crescer na tranqüilidade da consciência que com nada se perturba.
Nas lides do mundo, é necessário escolher igualmente todas as linhas onde vibra a fraternidade, procurando normas de proceder que se avizinham, pelo menos, dos costumes ensinados por Jesus, extraindo todo o mal que perturba o coração e que faz turvar a consciência em Cristo. Deus em nada erra; tudo que se encontra feito é pelo Seu querer. Se algo não existe, é porque Ele não o quer.
No entanto, nem tudo é para o nosso coração. Escolhamos o que devemos na faixa em que vibramos e vivemos, que a paz do Criador começará a dar sinal no nosso mundo interno. Façamos uma aliança com nós mesmos, de trabalhar no nosso aprimoramento moral, que a moralidade surgirá em nossos sentimentos. Não firamos a ninguém, nem oprimamos o nosso próximo, porque enquanto gastarmos o nosso tempo em ver os defeitos alheios, os nossos ficarão escondidos.
Escolhamos os caminhos com Jesus, pois Ele já nos escolheu como discípulos.

8.10.14

O Consolador - Psicologia

50 –A vocação é uma lembrança das existências passadas?
-A vocação é o impulso natural oriundo da repetição de análogas experiências, através de muitas vidas.
Suas características, nas disposições infantis, são o testemunho mais eloqüente da verdade reencarnacionista.
51 –A loucura é sempre uma prova?
-O desequilíbrio mental é sempre uma provação difícil e dolorosa. Essa realidade, contudo, podendo representar o resgate de uma dívida do pretérito escabroso e desconhecido pode, igualmente, constituir uma resultante da imprevidência de hoje, no presente que passa, fazendo necessária, acima de todas as exortações, aquela que recomenda a oração e a vigilância.
52 –A alucinação é fenômeno do cérebro ou do espírito?
-A alucinação é sempre um fenômeno intrinsecamente espiritual, mas pode nascer de perturbações estritamente orgânicas, que se façam reflexas no aparelho sensorial, viciando o instrumento dos sentidos, por onde o espírito se manifesta.
53 –Os bons ou maus pensamentos do ser encarnado afetam a organização psíquica de seus irmãos na Terra, aos quais sejam dirigidas?
Os corações que oram e vigiam, realmente, de acordo com as lições evangélicas, constroem a sua própria fortaleza, para todos os movimentos de defesa espontânea.
Os bons pensamentos produzem sempre o máximo bem sobre aqueles que representam os seus objetivos, por se enquadrarem na essência da Lei Única, que é o Amor em todas as suas divinas manifestações; os de natureza inferior podem afetar o seu objeto, em identidade de circunstâncias, quando a criatura se faz credora desses choques dolorosos, na justiça das compensações.
Sobre todos os feitos dessa natureza, todavia, prevalece a Providência Divina, que opera a execução de seus desígnios de equidade, com misericórdia e sabedoria.

Da  obra “O Consolador” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier

7.10.14

“DR. INÁCIO, O SENHOR ESTÁ DOENTE?”


Na semana passada, por que cedi o espaço deste Blog para uma página de Irmão José, que, em tudo quanto escreve ou fala, sempre nos merece reflexão, atenciosa amiga me dirigiu o seguinte questionamento: - Dr. Inácio, o senhor está doente?!...
Achei interessante a pergunta dela, que, acima de tudo, expressou a sua fraterna preocupação para com este seu servidor, e, em consideração aos seus cuidados por mim, aproveito para responder que não... Não estive e nem estou doente! Acrescentando que, felizmente, nos últimos, tempos, a doenceira, que tanto acomete o homem, mormente quando ele se encontra encarnado na Terra, tem dado um tempo comigo...
Não que, em meu atual corpo, que, no Espiritismo, denominamos perispírito, eu não seja suscetível de contrair, aqui, essa ou aquela enfermidade, que possa mandar-me para a cama por período mais ou menos longo, ou mesmo, de novo, para o cemitério!
Vocês sabem: o que não falta deste Outro Lado é serviço médico e hospitalar, e não apenas para problemas de ordem somática, porque as nossas clínicas para tratamento de natureza espiritual e psicológica andam repletas!
O corpo espiritual, também chamado perispírito, semelhantemente ao corpo carnal, adoece, envelhece e... morre!
Acredito, sinceramente, que isto tudo não seja novidade para aqueles que procuram estudar as obras de André Luiz, pela lavra mediúnica de Chico Xavier, com a mente um pouco menos obnubilada pelo dogmatismo.
Somente com o seu maior aperfeiçoamento, o espírito, através de seu envoltório, vai conseguindo livrar-se de tantos achaques de natureza física, que também o acometem além da morte.
Portanto, minha irmã, seria natural que, por estar doente, eu, qual acontece ao médium, faltasse vez ou outra à minha atividade mediúnica, você não acha?! Afinal, sou quase tão humano quanto ele e você – e, talvez, mais humana que vocês dois juntos!...
Mas, sinceramente, este não foi o motivo do por que de, na semana passada, termos transcrito a excelente página de Irmão José, que todos reverenciamos na condição de elevado Mentor – aliás, sou de parecer que, de quando a quando, eu deveria ceder o meu lugar a ele neste Blog – a ele que teria, e tem, muito mais, e melhor, a dizer do que eu mesmo.
Mas, querida irmã, não se preocupe, porque, a bem da verdade, nos últimos anos, a não ser sentir uma leve indisposição ou outra, eu sequer fiquei resfriado uma única vez... Se fumando os cigarros que eu fumava, tinha uma saúde de ferro, imagine agora que eu deixei de ser sócio da “Souza Cruz”!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 6 de outubro de 2014. 

6.10.14

Mãos no Arado

 "...Ninguém, tendo posto a mãos no arado e olhando para trás, é apto para o reino de Deus"  (Lucas - 9-62.)

A ociosidade é geratriz de todos os males.
O pessimismo é navalha implacável.
O ódio é veneno vigoroso.
A vaidade é laço fatal.
A calúnia é sopro destruidor.
A mentira é lixo moral.
A hipocrisia é tapete que disfarça abismos.
A suspeita é espinho cruel.
A maledicência é fagulha irresponsável, provocando incêndios.
Só o amor é luz em todos os lugares e pão em todas as mesas ...
Ao tomar do arado do Cristo rompa com o passado.
Não olha para trás.
Não compactue com o erro.
Renove-se e avance.
Ame, e se salvará a si mesmo, quanto ao mundo  inteiro!

Marco Prisco - Divaldo P.Franco
Do Livro : Momentos de Decisão 

5.10.14

AJUDA, PERDOA e PASSA

Se alguém te fere e apedreja,
Lançando-te fel à taça,
Não te detenhas na queixa,
Ajuda, perdoa e passa...
Escárnio? Provocação?
Disputa, sombra, arruaça?
Não te canses de servir.
Ajuda, perdoa e passa...
Se o ridículo te expõe
À aleivosia da praça,
Cultiva o bem com fervor,
Ajuda, perdoa e passa...
Quando a aflição te visite
Na injúria que te ameaça,
Trabalha e espera o futuro,
Ajuda, perdoa e passa...
Ante as fogueiras que surgem,
Quando o ódio sai à caça,
No silêncio da oração,
Ajuda, perdoa e passa...
Se a calúnia te persegue,
Na lama com que te enlaça,
Desculpa incessantemente,
Ajuda, perdoa e passa....
O culto da caridade
É a nossa eterna couraça.
Vencendo perturbações,
Ajuda, perdoa e passa...
Aos obreiros do Evangelho
A treva nunca embaraça.
Quem segue com Jesus Cristo
Ajuda, perdoa e passa...

Livro: Correio Fraterno - Francisco C. Xavier - Casimiro Cunha

4.10.14

ENDEREÇO CONHECIDO

Não se esqueça, meu amigo,
Quer você queira ou não queira,
Da Lei de Causa e Efeito
Na Vida ninguém se esgueira.

Hoje, amanhã ou depois,
Com querer ou sem querer,
Tudo quanto você plante
É o que haverá de colher.

E de nada valerá
Esconder-se de tal hora,
Porquanto a Lei do Retorno
Sabe onde você mora.

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 27 de setembro de 2014, em Uberaba – MG).

3.10.14

DESAFIO DAS PROVAS

Questão 266do Livro dos Espíritos

O Espírito, quando se encontra na erraticidade, não pensa em provas fáceis, principalmente o que já se acha desperto para a luz do entendimento. Ele vê seu caminho cheio de lutas e deseja lutar; reconhece que as coisas fáceis lhe trazem dificuldades inúmeras, capazes de lhe fazer voltar às tarefas terrenas para recomeçar de novo, enquanto quase todos que carregam o peso da carne já têm outros pensamentos, querendo ficar livres de todas as provas, e se lhes fosse dado escolher, já não escolheriam o que escolheram quando desencarnados, por estar a sua visão vedada pela baixa vibração como encarnado.
O Espiritismo veio abrir os olhos dos que caminham, influenciando-os de maneira a suportarem com paciência todos os entraves da carne, por saberem que se encontram na escala com amplas possibilidades de libertação, conhecendo as verdades espirituais. As mais difíceis nos entregam, com profundidade, lições valiosas. Já as muito fáceis, são motivos de variados escândalos.
Quando a alma se encontra na carne, somente vê nas provas idéias negativas e, por vezes, sentem-se como grandes devedores, mas essa não é a realidade; são processos de despertamento espiritual necessários ao progresso de todos que assumiram compromissos, no mundo da verdade, para ganharem mais depressa a tranqüilidade de consciência.
Quantos escolheram, quando no mundo dos Espíritos, a lepra e, às vezes, junto com ela a pobreza e outros infortúnios parecidos, e derramaram lágrimas e mais lágrimas sentindo-se só no mundo pelo abandono dos seus queridos familiares, surgindo até a revolta!? Entretanto, ao retornarem à pátria espiritual, deram graças a Deus pelas chagas que lhes ajudaram a se libertar das paixões e de outros entraves à moral evangélica em seus corações!
Sabemos que não é fácil suportar com coragem determinadas provas; para tanto, temos as nossas experiências, e elas nos recomendam que procuremos como exemplos os grandes personagens que estiveram no mundo físico para dar testemunhos, como que a ajudarem os homens a terem fé na vitória do Espírito. As provas fáceis são para as almas fracas, pois o fardo pesa de acordo com as forças. Necessário se faz que tenhamos bom ânimo, em todos os aspectos da vida, que mãos espirituais de mais alta elevação se encontram assistindo a humanidade, por ordem de Deus. O Cristo não se esquece de ninguém.
Quanto mais sofrermos com coragem e fé, mais perto nos encontraremos das bem-aventuranças. A luz é para todos os que desejam conquistá-la. As portas largas são para os que ignoram as verdades eternas, e as estreitas para os sábios de entendimentos. Quanto mais se desprende da matéria, mais alegria se deve ter, ombreando o fardo da carne.
Os caminhos que devem despertar as qualidades espirituais mais elevadas são os do amor e da caridade, onde o Cristo se encontra mais visível. Aí é que devemos permanecer, lutando com Ele. Para certos Espíritos, logo que se desligam da matéria, cessa toda a sua ilusão, no que se refere às paixões mundanas e eles entregam as suas mãos para se movimentarem com as mãos de Jesus.
Concitamos a todos os nossos companheiros que se encontram ligados à Terra que não esmoreçam nas provas pois nada são, diante da felicidade que gozarão na eternidade, quando se tornarem livres pelo conhecimento da verdade. 
Da Obra: Filosofia Espírita de João Nunes Maia, Espírito Miramez 

2.10.14

Últimos Chamamentos

Palestra de Maria Santíssima no Plano Espiritual sobre os momentos da Transição Planetária
-    Trago-vos o beijo daquele que, Senhor de todos nós, fez-se Filho de meu coração para bafejar-me com sua Luz. O mesmo que, ainda hoje, se nos oferece como o Verdadeiro Amigo. O Cristo de Deus segue esperando vossa companhia, ombreando as tarefas sublimes para a edificação do Novo Mundo. Felizes daqueles que, como vós, já se dedicam a cooperar com as forças da Vontade e o idealismo do Espírito para que a obra se encontre pronta à chegada do Senhor. Venho da parte de meu filho para vos concitar à multiplicação dos esforços a fim de que os seres aproveitem os últimos chamamentos e despertem. Duplo trabalho de salvação que recupera iludidos e cegos, ao mesmo tempo em que vos resgata pelo exemplo no Bem através da Abnegação. O Novo Mundo será marcado pela predominância desses sentimentos nos quais podereis vos diplomar através dos serviços desta hora difícil. Seja como servos vestindo a roupa de carne, seja como os que já se despiram da matéria, todos estais convocados para essa ingente e gloriosa batalha.
Lágrimas espontâneas escorriam de seus olhos ao mesmo tempo em que o semblante de paz transmitia notas de júbilo e esperança.
- Perdidos no cipoal das ilusões da carne, nossos semelhantes se insensibilizam para as coisas do Espírito, desperdiçando os inúmeros avisos que lhes têm sido encaminhados pela solicitude do Governante Terreno. Como crianças rebeldes a fazerem troça das advertências do tutor amoroso, candidatam-se à descoberta da Verdade através de um sofrimento que poderia ser evitado. Todas as forças do Bem, neste momento, devem ser canalizadas para auxiliar os retardatários de boa vontade a que se conscientizem e trabalhem contra as nódoas inferiores que contaminam suas almas porquanto, o auxiliar da reforma que transformará o velho mundo em Novo Mundo, o Mundo Novo se avizinha com a missão de retirar os rebeldes, aqueles que se sintonizam com suas forças primitivas. Confiando em vossos corações, o Filho Amado me incumbe de envolver-vos no amplexo do Amigo Fiel, para que não vos esqueçais da aliança de amor a frutificar nas horas da transformação do mal em Bem. Este é o momento de beberem do mesmo cálice que ele bebeu, para salvação dos aflitos, à custa dos vossos esforços e do sacrifício de vossos interesses. Aproxima-se o tempo do cumprimento de todas as coisas. No entanto, a maioria ainda não está pronta. Empenhemo-nos na multiplicação das luzes para que, iluminados pelos exemplos e ensinamentos da virtude, seja menor o número dos caídos na escuridão, dos excluídos das núpcias por não terem envergado a veste nupcial, porquanto todos os que não se renovarem a tempo, ver-se-ão amarrados pelo orgulho e egoísmo de que não se libertaram e atirados nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes.
Erguendo a mão para a assembleia eletrizada, a rutilante entidade despediu-se de todos, dizendo:
-    Recordai-vos, amados de meu coração: Não haverá outra última hora do que aquela em que estamos vivendo, no trânsito evolutivo para um mundo melhorado. Já recebestes, ao longo dos milênios, o testemunho de Amor do meu Filho por cada um de vós. Esta é, por fim, a derradeira oportunidade de demonstrardes o vosso Amor por Ele na superfície deste mundo. Que a Paz seja a vossa conselheira e a Bondade o pão da Vida Eterna.
Livro Herdeiros do Novo Mundo, André Luiz Ruiz, Espírito Lúcius

1.10.14

PSICOLOGIA

46 –Como poderemos compreender os chamados complexos ou associações de idéias no fenômeno mental?
-Sabemos que as associações de idéias não têm causa nas células nervosas, constituindo antes ações espontâneas do espírito dentro do vasto mecanismo circunstancial; ações essas, oriundas do seu esforço incessantes, projetadas através do cérebro mental, que não é mais que um instrumento passivo.
47 –Por que, relativamente ao estudo dos processos mentais, se encontram divididos no campo da opinião os psicologistas do mundo?
-Os psicologistas humanos, que se encontram ainda distantes das verdades espirituais, divide-se tão-só pelas manifestações do personalismo, dentro de suas escolas; mesmo porque, analisando apenas os efeitos, não investigam as causas, perdendo-se na complicação das nomenclaturas científicas, sem uma definição séria e simples do processo mental, onde se sobrelevam as profundas realidades do espírito.
48 –O Espiritismo esclarecerá a Psicologia quanto ao problema da sede de inteligência?
-Somente com a cooperação do Espiritismo poderá a ciência psicológica definir a sede da inteligência humana, não nos complexos nervosos ou glandulares do corpo perecível, mas no espírito imortal.
49 –Como devemos conceituar o sonho?
-Na maioria das vezes, o sonho constitui atividade reflexa das situações psicológicas do homem no mecanismo das lutas de cada dia; quando as forças orgânicas dormitam em repouso indispensável.
Em determinadas circunstâncias, contudo, como nos fenômenos premonitórios, ou nos de sonambulismo, em que a alma encarnada alcança elevada porcentagem de desprendimento parcial, o sonho representa a liberdade relativa do espírito prisioneiro da Terra, quando, então, se poderá verificar a comunicação  inter vivos, e, quanto possível, as visões proféticas, fatos esses sempre organizados pelos mentores espirituais de elevada hierarquia, obedecendo a fins superiores, e quando o encarnado em temporária liberdade pode receber a palavra e a influência diretas de seus amigos e orientadores do plano invisível.
Da  obra “O Consolador” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier