30.10.14

Quetão 270 do Livro dos Espíritos
VOCAÇÃO

Parece-nos simples essa pergunta, no entanto, ela foi feita para enriquecer mais os conhecimentos espirituais das criaturas. O Codificador era inspirado pelos benfeitores espirituais na formulação das perguntas, de maneira a mostrar a verdade aos que desejarem despertar seus dons que se encontram em estado latente.
A vocação de certas pessoas para tal ou qual profissão está ligada à escolha que fez quando Espírito livre da matéria. Parece, para os ignorantes, que a criatura escolheu, naquele momento, o que deveria seguir, mas a escolha já se encontrava feita nos guardados da consciência.
A vida é organizada porque Deus é harmonia, e harmonia na sua profundidade é Amor. O passado reflete no presente, assim como esse nos fala do futuro. Se desejamos um futuro de paz e de luz, não escondamos as mãos; acionemo-las, no trabalho honesto e na dignidade cristã, lembrando-nos sempre de dar com uma mão sem que a outra veja.
Cada criatura de Deus é um mundo com extensões imensuráveis. Existem campos e mais campos de trabalho, e a lavoura é fértil em todos os seus aspectos. Estamos com o celeiro cheio de sementes depositadas pelos nossos atos. Examinemos que tipo delas guardamos no coração, se as devemos lançar ao solo, pois sabemos que colhemos o que semeamos.
Se deve o encarnado fazer algumas reformas morais, que as faça logo, enquanto se encontra nas lides do mundo, aproveitando a oportunidade de se render à evidência. Se escolheu com alegria por que deve optar como profissão, não deve se esquecer que a vida é um solo santo que recebe o que nele se deposita, devolvendo mais tarde os frutos correspondentes para o seu caminho.
Não devemos chorar de revolta pelas dificuldades que atravessamos na carne ou em Espírito. Elas são as conseqüências do que fizemos das oportunidades. Se escolhemos a medicina na linha de reajustes no mundo, vejamos o que dela fazemos. Lembremo-nos primeiro da honestidade na profissão. O ouro empana a visão daqueles em que a usura é filha da sua ganância. Se seguimos o caminho do Direito, observemos a conduta ante o desespero alheio. Se fecharmos os olhos ao nosso mandato, podemos complicar a nossa vida quando voltarmos para a pátria verdadeira.
A vocação é um ministério, e cada profissão deve ser um sacerdócio em Cristo, ajudando a despertar os valores morais em cada coração. Devemos ganhar para viver, e não vivermos para ajuntar o ouro, sem que esse ouro circule em favor do próximo. A profissão tanto pode elevar como destruir as nossas possibilidades.
Se já somos conscientes da verdade, podemos ajudar aos que nos cercam, mostrando a cada um, pela palavra e pelo exemplo, o que devemos fazer das profissões, para que o mundo de amanhã se torne um paraíso de Deus, e benefício dos homens, mas, para tanto, a conquista é o molde de luz para a paz de consciência. Não joguemos fora o que Deus depositou em nosso caminho, como trabalho. Aprimoremos cada vez mais tudo que fazemos, sem nos esquecermos de convidar Jesus para nos inspirar no que fazer das oportunidades que nos foram entregues por misericórdia.
 

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez

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