18.11.14


CADA MUNDO COM A SUA POPULAÇÃO, ENCARNADA E DESENCARNADA

No livro “O Céu e o Inferno”, em seu capítulo III – “O Céu” –, Allan Kardec, inspirados pelos Espíritos Superiores, escreveu com lógica insofismável: “Embora os espíritos estejam por toda parte, os mundos são as sedes onde eles se reúnem, de preferência, em razão da analogia que existe entre eles e aqueles que os habitam. Ao redor dos mundos avançados afluem os espíritos superiores; ao redor dos mundos atrasados, pululam os espíritos inferiores. A Terra é ainda um destes últimos. Cada globo tem, pois, de alguma forma, sua população própria em espíritos encarnados e desencarnados, que se alimenta, em maior parte, pela encarnação e a desencarnação dos mesmos espíritos.”
Mais claro impossível. Cada globo, ou cada Esfera, ou, ainda cada Dimensão, com a “sua população própria em espíritos encarnados e desencarnados”...
Vamos exemplificar: a Terra, um dos globos do Universo, possui a sua população encarnada e desencarnada, e, assim, deve ser com todos os globos habitados do Universo físico.
Imaginando a Terra, com as suas Esferas, que, com ela, perfazem o número de Sete Esferas, é natural se pensar que cada uma dessas Esferas possui a sua população “encarnada” e “desencarnada”...
Notemos que Kardec, com a sua sabedoria e precisão, não se esqueceu de grafar no texto: “Cada globo tem, pois, de alguma forma...” Sim, porquanto, assim como não podemos tomar a vida do homem na Terra como padrão uniforme para a vida dos espíritos nos mais diferentes mundos, não podemos concluir que as condições de vida dos espíritos que pululam ao redor das diversas Esferas sejam as mesmas.
Evidentemente, por exemplo, que a população invisível da Dimensão das Trevas difere da população invisível da Dimensão da Terra! E assim, em consequência, para as consideradas Sete Esferas da Terra, sejam elas mais, ou menos, materiais.
A população invisível da Esfera em que me encontro, denominada, genericamente, de Umbral, existe e é algo diferente da população invisível que rodeia a Humanidade encarnada.
Difícil de entender?! Nem tanto. Façamos um esforço.
A rigor, a verdadeira população invisível da Terra é a que se localiza no Umbral Grosso, porquanto a que se situa no Umbral Fino, onde fica localizada a cidade de “Nosso Lar”, embora igualmente invisível para os encarnados, é uma população fixa – os seus integrantes, como se pode ler na obra de André Luiz, aí constituem família, estudam, trabalham e até mesmo procriam.
Os maiores candidatos à reencarnação imediata na Terra são, em geral, os que desencarnam e permanecem nas suas proximidades, em suas sub-Dimensões – muitos deles, inclusive, inconscientes do fenômeno da própria desencarnação.
O assunto, reconhecemos, é complexo, e exige maior esforço no campo da reflexão e da análise.
Se assim não fosse, como os espíritos, que se dizem situados nas Trevas, conseguiriam subir e se comunicar nas reuniões de desobsessão, que são levadas a efeito nos Centros Espíritos da Terra?!
Muitos desses espíritos comunicantes, em verdade, são aqueles que estão vivendo no Umbral Grosso, e que, para se comunicarem, não têm que subir, mas, sim, descer!
De qualquer maneira, o assunto fica lançado para saudável discussão entre os estudiosos sérios da Doutrina.
Gregório, personagem do livro “Libertação”, encontrava-se “encarnado” nas Trevas... Vocês se recordam que Gúbio, André Luiz e Elói, a fim de serem percebidos por ele, tiveram que se materializar?!
Seria possível que Gregório, estando “encarnado” nas Trevas, se comunicasse numa sessão de desobsessão na Terra?! Seria possível que um médium de psicofonia o “recebesse”?! A nosso ver, somente se, em seus instantes de desprendimento natural, ele deixasse o corpo! Quantos encarnados, em seus momentos de desdobramento, com o seu corpo espiritual, descem à Dimensão das Trevas?! Ou mesmo quantos outros, logram subiràs Esferas Superiores, deixando na Terra o seu pesado veículo físico, e, às vezes, até mesmo o seu perispírito mais grosseiro?!
André Luiz, em “Nosso Lar”, foi levado a se encontrar com a sua mãe, habitante da Esfera seguinte, através de seu corpo mental – ele deixou o seu perispírito ressonando na cidade espiritual em que passara a viver além da morte.
No capítulo 33, intitulado “O Sonho”, André Luiz, de maneira sucinta, descreve o fenômeno de seu desprendimento, indo visitar a mãe na outra Dimensão: “Eu sabia perfeitamente, que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, em ‘Nosso Lar’, e tinha absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso.”
Enquanto o estado de inconsciência é característico de quem “sonha” nas Dimensões Inferiores – como na Terra, por exemplo –, a consciência desses estados de desdobramento, nas viagens astrais, a partir da Dimensão do Umbral Fino parece que vai se acentuando.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 17 de novembro de 2014.

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