2.1.15

ENTREMEIO ESPIRITUAL

Questão 278 do Livro dos Espíritos

As leis de Deus são justas em toda a criação, sempre atraímos de acordo com o que somos; a sintonia nos faz reunir com os nossos iguais, no entanto, a misericórdia e o amor do Todo Compassivo permite que os superiores venham sempre no meio dos inferiores, deixando ali a esperança.
A Terra é uma estância de luzes para uns, para outros uma casa de regeneração, e para tantos um presídio. Nela se misturam bons e maus, perversos e estropiados, mas, mesmo assim, cada qual vive a sua vida íntima, sem que o outro se imiscua na sua tranqüilidade ou infortúnio.
Os Espíritos de diferentes ordens se misturam uns com os outros, quando é necessário. Eles cumprem a vontade de Deus, porém, têm a sua vida interna, que não se mistura. O inferior não pode subir aos planos elevados, entretanto, os elevados podem descer aos planos inferiores para ajudar, enriquecendo ainda mais suas experiências.
Os Espíritos puros vivem em comunidade de pureza, em planos que escapam aos sentidos humanos, mas, eles descem de vez em quando para trabalhar no desenvolvimento da moral no seio da inferioridade e, por vezes, até reencarnam na Terra, como lições vivas de Jesus, dando e mostrando os caminhos para a Luz, pelo exemplo de moralidade e de sabedoria.
As famílias se reúnem por simpatia, os grupos familiares se congregam por força de atração, onde surge a necessidade igualmente de fortalecer o amor de uns para com os outros; todavia, não podemos generalizar a idéia, porque há casos em que, no seio de famílias irreverentes, podem nascer Espíritos de alta envergadura espiritual, dispostos a ajudarem aquela comunidade familiar, por amor à causa de servir.
É nesse sentido que a evolução, ou despertamento, como se queira dizer, é individual; quem quiser caminhar mais depressa na escala de ascensão pode e deve fazê-lo, sem que os outros que convivem com ele possam atrapalhar. Eles somente poderão herdar os exemplos, ficando os esforços para os que desejam despertar para a luz imortal da verdade.
Aquele que trabalha internamente, sempre evidencia o que faz pela vida que leva. Não há nada que fica escondido, que não venha a ser descoberto. Essa é uma lei; tanto o mal como o bem escurece ou clareia os caminhos de quem vive, dependendo da escolha da criatura.
Mesmo nos mundos superiores os Espíritos ali estagiados não são da mesma categoria. A diversidade de elevação é muito grande. Uns ensinam, outros aprendem, só que, em mundos superiores, os considerados inferiores são Espíritos conscientes dos seus deveres, que já esqueceram o mal e se encontram no aprendizado da sabedoria espiritual, onde há mestres e discípulos.
Os Espíritos Superiores sentem prazer em fazer o bem, pois, essa é sua condição de alma consciente do que deve fazer. Acima de tudo, o bem comum, por natureza, é harmonioso, enquanto as contradições já carregam consigo os distúrbios da própria condição de desarmonia.
Jesus não Se esqueceu de dizer aos Seus discípulos que o céu está dentro das criaturas. E podemos acrescentar: o inferno também. Cabe a cada uma descobrir os valores imortais no coração, despertando e atrofiando as ilusões, se por acaso existem.
Uns com os outros, todos juntos nos caminhos da fraternidade, certamente que deverão encontrar o amor fundindo-se com a sabedoria, para que surja na consciência a tranqüilidade, que não se perturba com nada. Eis aí o verdadeiro céu, com Deus, Cristo e os anjos cantando a alegria maior de ser feliz.
 

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez

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