21.1.15

ESPÍRITOS MAUS

Questão 281do Livro dos Espíritos

Os Espíritos maus sempre induzem os outros à maldade, por desconhecerem o valor do bem. Eles estão no princípio da sua formação espiritual, e os primeiros caminhos são esses, como o da criança. Tudo de bom se encontra dormindo no centro da sua personalidade; aguardando que o tempo e o esforço próprio os despertem; são as qualidades espirituais, atributos divinos que devem vibrar sob o domínio de si mesmos, como conhecimento da verdade.
Nesse tipo de alma vigora a inveja, e o invejoso desconhece o amor, o desprendimento e vive nas ilusões. Quando encarnados, esse modo de viver se evidencia. Quantos crimes se processam na Terra por inveja!? O inferior procura eliminar os que estão em posição melhor que ele, pensando que com isso ele cresce e encontra a sua paz. Como se engana! As suas qualidades não são conquistadas pela violência; elas são despertadas pelo modo que Jesus ensinou: perdoando ofensas e subindo com o peso da cruz em todos os calvários que aparecerem nos caminhos. Toda subida pede esforço, dores e sacrifícios incontáveis.
O encarnado deve observar a sua própria vida, analisando a vida dos outros em silêncio, e retirando delas as lições de que tanto precisa. A vida é cheia de valores imortais, na imortalidade de tudo que existe. É preciso computar o que faz todos os dias, não perdendo o tempo que se apresenta em seu favor. Que não se esqueça de abençoar as oportunidades e usar a oração todos os dias igualmente, porque ela lhe dará uma visão melhor, assim como despertará seus sentimentos para uma compreensão mais rica, no que se refere às coisas eternas do coração.
Quando encontramos Espíritos cheios de maldade, reconhecemos que neles ainda vibram as paixões, que neles ainda pulsam o egoísmo e o orgulho. São cegos que ainda não descobriram a cegueira; são surdos que não verificaram ainda a sua surdez.
As almas boas já aprenderam com Jesus a tolerância, virtude essa que tem a primazia de desfazer incompreensões, antes que ela possa virar também conivência. As almas elevadas são caridosas, sabendo discernir entre benevolência e desperdício.
Os Espíritos puros desprendem de seus corações o amor, aquele que educa e instrui, que ampara e corrige, que eleva e faz sentir ao Espírito que ele deve usar suas próprias forças na superação de todas as dificuldades, porque sabe também que a misericórdia sempre chega para os de boa vontade, para os cireneus da caridade.
Os Espíritos inferiores se comprazem em nos induzir ao mal pelo despeito, e por não saberem o valor da fraternidade. É por isso que os Espíritos bons, encarnados e desencarnados, os cercam igualmente, induzindo-os para o bem, que sempre ganha a partida.
O mal não resiste ao bem, e a verdade tem lugar destacado na eternidade.
Existem muitos companheiros desanimados, mesmo dentre os espiritualistas, dizendo que a Terra está piorando, em se falando na moralização das criaturas. Como se enganam esses irmãos! Quem tem olhos para ver e sentir o progresso e sua marcha, tem outra conclusão. A piora está somente nas aparências; tudo segue para melhores dias e o que acontece é que em todo o fim de ciclo evolutivo a misericórdia é mais visível, e as oportunidades para os Espíritos inferiores despertarem são muitas. Assim, legiões de Espíritos das trevas descem à carne e muitos deles alcançam sinais de melhora. Os empedernidos no mal recebem as lições e voltam para os lugares que correspondem ao seu estado íntimo. Se não souberam aceitar a misericórdia, a justiça tomará conta deles.
 

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez

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