6.1.15

INTERCÂMBIO ENTRE OS ESPÍRITOS

Questão 279 do Livro dos Espíritos

Nem todos os Espíritos têm a liberdade de penetrarem nas sociedades formadas pelos seus irmãos. Os bons podem visitar e demorar nessas comunidades o tempo que lhes aprouver; essa liberdade é oportunidade de aprendizado, bem como de ensinar aos que ali se encontram. Os Espíritos Superiores, quando necessário, ficam invisíveis para visitar os planos inferiores, porque ali se encontram em serviço com Jesus.
Os inferiores, porém, não podem adentrar nas estâncias de luz, por não terem condições espirituais para tal. Além disso, eles nem enxergam esses planos, por lhes faltar desenvolvimento dos dons espirituais, que estão atrofiados pela constância da prática do mal.
Os Espíritos imperfeitos não encontram os caminhos para visitarem os planos superiores. Se não lhes fossem interditados esses caminhos, eles levariam para lá as suas paixões e decadências morais, onde iriam perturbar a harmonia do ambiente de tranqüilidade e de trabalho superior. Poderão, sim, visitá-los, quando seus fardos forem leves, quando encontrarem o Cristo no coração e seguirem a Sua voz. A felicidade é para todos, porque todos somos filhos de Deus.
Somente as virtudes evangélicas são capazes de acordar os Espíritos para a visão da realidade. A Doutrina dos Espíritos se encontra na Terra em posição de destaque, para aclarar as consciências, dando-lhes nova visão do mundo que espera a humanidade, um mundo de paz e de amor, e esse mundo principia dentro de cada um. Os lugares exteriores nos atraem pelo que somos por dentro.
Devemos aferir nossas qualidades, anotando se elas estão em movimento seguro, em pleno domínio, a salientar o amor. Quando falamos na morte do homem velho para nascer o novo homem, é no sentido de arrancar o joio do meio do trigo, joio esse identificado como o ódio, a inveja, a violência, o orgulho, a vaidade, o egoísmo, e tantos outros entraves para a paz do coração.
Todo estado da alma contrário ao amor é ilusão que deve ser substituída pela presença das qualidades morais que Jesus ensinou e viveu. Os Espíritos não têm liberdade para somente escolher o mal, pois não foram criados para isso. A harmonia interior é que nos traz felicidade; se Deus é amor, não iria fazer nenhum dos Seus filhos sem essa virtude divina. O mal é ilusão, e só dura enquanto não chega o bem como o maior dos sentimentos, de modo que o coração passe a dirigir pela presença de Deus, que nunca saiu do mundo interno das criaturas.
Se queremos ter livre acesso a toda parte e ser bem recebidos pelos que ali se encontram, convidemos a Jesus para nos acompanhar, porque Ele, o Mestre de todos nós, sabe nos inspirar, de forma que a nossa boca fale o que a Sua mente queira.
Quanto mais crescermos na escala da espiritualidade, mais lugares poderemos penetrar; quanto mais puro o nosso amor, mais harmonia irradiaremos do nosso coração para todos os corações que buscam a paz. Lembremo-nos de que a caridade é Deus convidando-nos para a alegria que restaura.
 

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez

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