17.3.15

ESPÍRITO TEM DEPRESSÃO?!



Devido à matéria que fizemos publicar neste blog, no último dia 23 de fevereiro, alguns amigos, naturalmente preocupados conosco, nos escreveram imaginando que estivéssemos sofrendo de depressão.

Antes de tratarmos do assunto – se espírito desencarnado pode, ou não, ter estados depressivos –, preciso tranquilizar a todos dizendo que, felizmente, estou muito bem.

Contudo, não haveria nada demais se, porventura, eu me visse aqui, no Mundo Espiritual, acometido de depressão, ou de outro estado transitório de abatimento psicológico – afinal, espírito é, ou não, gente?!

Aliás, se assim posso me expressar, a chamada “depressão” é a mais espiritual, e humana, das enfermidades que pode acometer o homem, seja na Terra ou fora dela.

Estados depressivos transitórios, praticamente, não há quem não os experimente – quando tais estados se tornam crônicos, aí sim, eis que se caracterizam por situações preocupantes, requisitando, por vezes, intervenções médicas as mais variadas.

Nas páginas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, mais propriamente no capítulo V, “Bem-Aventurados os Aflitos”, há uma mensagem, de François de Genève, intitulada “A Melancolia”. Evidentemente, não é o meu caso, mas espíritos superiores, igualmente, podem experimentar, de quando a quando, certos estados de divina tristeza.

- De “divina tristeza”, Doutor?! – eis que alguém poderá estar me indagando neste momento.

- Sim – respondo sem rodeios. – Porventura, no episódio da ressurreição de Lázaro, irmão de Marta e Maria, quando o Evangelista (João, 11:35) narra que Jesus chorou, teria Ele chorado motivado por alegria ou por tristeza?! Depois, em Mateus (26:37 e 38), no Getsêmani, lemos o registro: “... e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e angustiar-se. Então lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.” Em Lucas (19:41), Jesus chora por Jerusalém – e, por ela, deve estar chorando até hoje –: “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou.”

Então, meus caros, natural que, mesmo estando mortos, choremos por um familiar, por um amigo, por uma situação de prova pessoal, enfim, pela Humanidade!...

Deste Outro Lado, vocês não fazem ideia do número de pais que choram pelos filhos na Terra! Como choram por si mesmos, de arrependimento pelos erros cometidos na educação daqueles que o Senhor da Vida lhes confiou à tutela!...

Qual espírito que terá se iluminado sem verter muitas lágrimas?!

Eu não sei se os Anjos são desprovidos de glândulas lacrimais, mas desconfio que não.

Não se alarmem, pois, se, um dia, realmente, eu vier a se lhes apresentar em situação deprê... Não é por que nem sempre esteja sorrindo, ou fazendo graça, que eu esteja triste! O que acontece é que, às vezes, a seriedade do assunto tratado não me permite brincar... tanto!

Piada tem hora, não é verdade?!

Hoje, por exemplo, jamais brincaria com um assunto como este – embora a vontade que eu tenha não seja a de chorar de tanto rir, mas, sim, a de rir de tanto chorar!

Chorar pela ignorância de muita gente que ainda vê o espírito como se fosse um ser de tamanha transcendência que, inclusive, se sentisse totalmente desprovido de emoções.

E o pior é que, pelo jeito, muitos desses espíritos estão encarnados na Terra!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 15 de março de 2015.

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