25.3.15

PENSANDO EM VOZ ALTA...


JESUS SERIA FILHO UNIGÊNITO, OU PRIMOGÊNITO DE DEUS?

Inicialmente, peço a vocês que me desculpem pela ousadia, pois sempre pensei que qualquer discussão em torno da genealogia espiritual de Jesus Cristo, inclusive de Sua natureza, não passa de mera especulação de pobres batráquios a respeito do Sol...
Não obstante, a questão da
Unigenitura de Jesus, bem como de sua Primogenitura, sempre vem à baila, e, embora eu não passe de um batráquio imerso no charco, não consigo evitar a minha admiração pelo brilho do astro-rei.
Afinal, segundo o raciocínio espírita, Ele seria Filho
Unigênito, ou Primogênito de Deus?!
Para os menos afeitos a tais conceitos, vamos lá.
Unigênito, segundo o dicionário, significa único Ser gerado (no caso de Jesus, Filho único de Deus). Então, claro, nós, os demais, seríamos bastardos, ou, para nos servirmos de terminologia mais leve, adotivos!
E
Primogênito?! O que significa?! Ainda segundo o dicionário, quer dizer o “primeiro” – o seu primeiro filho gerado, por exemplo, é o seu primogênito, mas que pode não ser o único. Há um caso famoso no Antigo Testamento, mais propriamente no livro de Gênesis (27-34), no qual Esaú, por um prato de lentilhas, vendeu a sua primogenitura a Jacó! Errou Esaú que a vendeu, e errou Jacó que a comprou!...
Seria Jesus Cristo, o Lógos, ou o Verbo, o
Primeiro Filho de Deus?! – o Primeiro espírito a ser criado por Ele?! Realmente, então, o Seu primogênito?!  
Creio que, sob o prisma da Fé Raciocinada, a idéia da
Primogenitura do Cristo seja mais lógica que a de sua Unigenitura! Nada impede que Ele seja um dos espíritos mais antigos da Criação Divina! Emmanuel, em várias de suas obras, mas, principalmente, em “A Caminho da Luz” e “O Consolador”, nô-Lo mostra na condição de Cocriador da Terra! Portanto, Ele seria espírito Cocriador – aliás, como o Espiritismo admite que, igualmente, todos nós sejamos! André Luiz, no primeiro capítulo de “Evolução em Dois Mundos”, se refere aos espíritos Cocriadores em Plano Maior!
Com base no exposto, como interpretarmos o que João nos diz no capítulo 3, versículo 16, de seu Evangelho, a respeito do Cristo?! “
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
João estaria em contradição com Paulo que, na Epístola aos Colossenses, capítulo 1, versículo 15, afirma que
“Ele (Jesus) é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.”
Não há quem possa, ao mesmo tempo, ser
unigênito e primogênito!
Quem estaria certo, João ou Paulo?!
O feio batráquio aqui acredita que tanto João quanto Paulo, na ânsia de externarem a sua grande reverência ao Senhor, quiseram colocá-Lo no mais alto patamar da Criação Divina, quase à altura de Deus – um como
único, e o outro, como primeiro!
Talvez, ambos tenham extrapolado...
Ao ensinar-nos a orar, proferindo o
“Pai nosso”, Jesus demostrou que não é Filho unigênito, porque o Pai é “nosso”, e não apenas Dele!
Quanto à transcendente questão da
primogenitura, ela, convenhamos, é mais plausível, de vez que o próprio Cristo, também no Evangelho de João (8-58), chega a declarar: “... antes que Abraão existisse, eu sou.”!
Contudo, como defende Emmanuel, e os Espíritos Superiores, em “O Livro dos Espíritos”, Jesus, talvez, apenas tenha sido um espírito que fez a sua caminhada em “linha reta” para Deus... Espíritos tão antigos, ou quase tão antigos quanto Ele, podem ainda estar por aí, traçando linhas sinuosas na infinita estrada da evolução!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 23 de março de 2015

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