22.4.15

O SILÊNCIO DOS INTERNAUTAS



Em relação à matéria que fizemos publicar, na semana anterior, nas páginas deste Blog, compreendo, sim, o silêncio de alguns internautas.
Questão de livre arbítrio, que, evidentemente, respeito.
Preferiram não opinar claramente.
Optaram por evitar a polêmica.
Não quiseram levar adiante assunto tão delicado.
Contudo, no que se refere a livre arbítrio, claro que todos sabem – ou, pelo menos, os de mente mais lúcida – que eu também tenho meu.
Desencarnei, mas não morri.
E ainda estou longe de transcender a minha condição humana.
Sou uma pessoa fora do corpo, e, talvez, eu tenha me cansado de ficar em cima do muro...
Certa vez, quando ainda tentava me equilibrar sobre o frágil muro de taipa das opiniões contraditórias, extremamente exausto, clamei aos céus: - Senhor, eu estou cansado de ficar em cima do muro...  Naquele exato instante, tive a impressão de ouvir uma voz, que, ecoando do Infinito, chegou aos meus ouvidos: - Então, desce Inácio!...
E eu desci! – não sei se do lado que deveria descer, mas desci, e não pretendo mais subir, mesmo porque nunca tive vocação para equilibrista.
Por isto tudo, e muito mais, é que, aproveitando a fervura do caldeirão das ideias, desejo hoje tratar de outro assunto, envolvendo a delicada questão da Mediunidade – ou melhor, a delicada questão dos médiuns.
Ouço, vez e outra, ou leio, aqui e ali, o anúncio de que tal médium de psicografia estaria a receber as ditas “cartas familiares” sem necessidade alguma de qualquer entrevista prévia com os seus destinatários encarnados – sem nem uma conversinha sequer.
Trata-se de uma inverdade.
Desculpem se, involuntariamente, estou chutando a canela de alguém.
Dificilmente, com extrema raridade – e coloque você raridade nisto! –, um médium de psicografia consegue grafar uma mensagem convincente de um familiar desencarnado àquele outro que ainda esteja na Terra, sem, pelo menos, algumas informações básicas que lhe sirvam para estabelecer sintonia.
O médium que, hoje em dia, pode ser classificado de autenticamente mecânico, em todos os transes a que se submete, é mais raro do que honestidade de político...
Infelizmente, o que anda acontecendo com muitos médiuns que se entregam à chamada tarefa do “consolo”, é que, por si mesmos, ou, então, através de seus assessores, eles têm acesso às informações detalhadas que, na limitada compreensão deles, emprestariam autenticidade ao comunicado.
Alguns, segundo estou sabendo, antes da sessão de psicografia, a fim de colherem dados, inescrupulosamente, chegam a consultar a Internet...
Pasmem!
E tornem a pasmar mais ainda!
Ora, para que este tipo de fraude?! Tais “médiuns” estariam à procura de quê?! Fama?! Notoriedade?! Viagens de graça ao Exterior?! Hospedagens em hotéis elegantes e banquetes em restaurantes caros?!...
Vou lhes dizer uma coisa: o pensamento do espírito na cabeça do médium é igualzinho a transplante de órgãos – se não houver compatibilidade entre doador e receptor, não funciona!
E para encurtar a conversa, que, certamente, há de render muito, Mediunidade, tanto para quem seja médium quanto para quem não seja, é pegar ou largar!
Vejamos o que escreveu Paulo, em sua Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 14, versículo 22: “... a profecia não é para os incrédulos, e, sim, para os que crêem.”
No mais, tenho dito.
Quem quiser continuar expondo o Espiritismo, e a Mediunidade, ao ridículo, como se as pessoas fossem tolas, que continue e arque com as consequências.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 20 de abril de 2015.

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