20.4.15

Participação de Todos



Outra vez mais quero vos falar do momento grave que passa o nosso País.
Vejo em todos os lugares incrível decepção. O povo acordou de uma letargia que parecia sem fim. O grito que se faz presente agora nas bocas da maioria da nossa gente tem um só brado: liberdade.
Liberdade para escolher de novo o seu representante maior.
Liberdade para ver a verdade prevalecer diante da mentira que se instalou.
Liberdade para escolher os seus próprios caminhos.
O governo que aí está fez o que fez porque o nosso povo, na sua índole, quer ver um Brasil melhor e as juras durante a eleição recente foi de continuidade deste projeto redencionista da maioria da nossa pátria. Confiou naquela pessoa que disse que era possível caminhar nesta direção, sem medo, porque o solo estava seguro, porque a estrada estava bem sinalizada, porque havia todas as condições possíveis para o progresso das ideias estabelecidas.
A mentira não pode fazer parte da política. A mentira corrói a confiança que é o sustentáculo de qualquer povo que elege a democracia como parâmetro de condução de seus destinos.
O povo se revoltou porque imaginava que estava entregando o seu futuro em boas mãos e quando menos esperava foi-lhe traído por uma série de medidas que antagonizava o que havia sido garantido no processo eleitoral.
Aqueles que me veem expressar estas palavras poderiam imediatamente afirmar: quando é que os espíritos, aqueles que morreram, devem interferir no destino dos humanos na carne?
Digo-vos que se assim me expresso é porque possuo autorização maior. Nada escreveria que não tivesse o aval de tutores espirituais experientes e comprometidos com a verdade. Em segundo lugar, o que expresso não é nada mais do que aquilo que é de domínio público.
Reafirmo que não estamos numa brigada partidária. Isto jamais. O que defendemos é a verdade. O que defendemos é o bem coletivo. O que defendemos é a paz social.
O estado que se encontra o Brasil é de paralisia. A economia em queda, o povo rebelde, a política em cheque.
Este estado de preocupação que nos encontramos faz com que saiamos da nossa condição de expectador – que na realidade jamais tivemos – para sermos mais atuantes e ajudar a resolver, no que for possível, os problemas instalados.
As hipóteses de mudança já as comentei em texto passado. O que observamos é que se pode, a curto prazo, se instalar um clima de desarmonia social. Vemos manifestações que se agigantam. A periferia das cidades está em ebulição. A descrença nos políticos chegou a patamares alarmantes. As pesquisas de opinião demonstram que há, por parte da maioria do povo, um desgosto com a política e com a democracia. Isto é grave, senhores, muito grave.
Aproveitadores de toda ordem estão a espreita para dar o bote. Tais aproveitadores, sim, são perigosos, porque agem não apenas por vontade própria, mas são delegados de forças sombrias e interessadas no caos. Por isso, não podemos – ou melhor – não devemos cruzar os braços.
Lutamos para que tudo melhore, que tudo se reorganize. Se possível com os que estão instalados no poder, promovendo mudanças profundas em todos os setores. Se não, que construamos uma saída negociada e o menos traumática possível. O que interessa é o restabelecimento do bem-estar social, político e econômico.
Do jeito que está não interessa aos homens e mulheres da República que desejam efetivamente a melhora deste País.
Somos favoráveis ao entendimento.
Somos defensores da concórdia e da união.
Somos árbitros do bem e da justiça.
Não cruzar os braços significa por encontrar alternativas de solução e não ficar esperando tudo se resolver sem opinar ou participar.
Omissão, jamais.
Participação, cada vez mais.
Sejamos autores de outra realidade. Renovemos juntos a esperança do nosso povo que deseja, tão somente, ter instituições sólidas e que representem os anseios da maioria.
Justiça seja feita, mas os jovens é que serão os protagonistas das mudanças, como sempre foi a postura deles ao longo de todas as gerações.
Renovemos pelo exemplo.
Modifiquemos o status quo a começar por cada um de nós.
E numa crescente, façamos deste País, como tantos querem e se comprometeram, “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.
Com paz e em Cristo!
Joaquim Nabuco

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