6.5.15

A Esperança bate à Porta

A ideia de República trazida há alguns séculos para o Brasil como grande solução para os problemas nacionais não vingou ainda. No cerne desta constatação está a ausência do pressuposto básico de sua instalação: a consciência geral da população de que tudo deve girar em torno do interesse público.
A ideia central do republicanismo é que o povo, entendido agora como ente público, deve funcionar como o beneficiário dos interesses de Estado, em qualquer esfera, para a promoção do bem social.
Esta ideia originária se perdeu no nosso País desde o seu nascedouro nos idos dos anos finais do século 19. O povo sequer sabia o que viria a ser uma república – e continua em plena ignorância, pois se soubesse, tenha a certeza, metade dos descalabros que passa seria evitado.
O que se pode concluir é que o desejo de república ainda se constitui num verdadeiro sonho dos seus idealizadores iniciais e as elites vigentes, que exercem o domínio das principais decisões do País, não têm o interesse de revivê-la.
Os motivos que animaram no passado ao esquecimento da implantação da obra maior são os mesmos que hoje animam aos seus antagonistas: o mando não pode ser do povo em geral, mas de alguns grupos que possam manipulá-lo na satisfação exclusiva de seus interesses.
O povo, que seria o maior beneficiado, continua à margem de tudo isso, embora as manifestações recentes de rua demonstrem que uma fagulha de consciência política começa a ser irradiada e que a nova geração parece estar disposta a mudar este status quo.
A ascensão de uma nova ordem já é fato. Pode ainda não exercer o protagonismo das decisões políticas, mas já há homens e mulheres gestados para mudar este País como de resto todo o planeta.
O tempo das incertezas não acabou. O momento das turbulências aumenta. A paz social, no entanto, é um horizonte desejado pela maioria das gentes.
O aspecto que levo em consideração é que as gerações novas possuem uma nova plataforma de pensamento e enxergam o mundo com lentes completamente diferentes daquelas que são utilizadas hoje pelos donos do poder.
Elas implantarão a alvorada nova do poder político. Começará a atuar no nível dos municípios, influenciando o poder local, mas igualmente se enfronharão nas principais camadas do poder central com ideias renovadoras e de alto impacto.
Tudo vai mudar, senhores, somente uma questão de tempo. Na essência de tudo isso está a ação da grande mente geradora da vida e da paz planetária, capitaneada de perto por Jesus de Nazaré e por um conjunto de irmãos responsável por diversas atividades planetárias.
A nova ordem que se instalará não apenas na política, mas em diversas outras áreas da sociedade, trará mudanças de concepção das coisas que, naturalmente, será rechaçada de imediato, mas que provocará reflexões que, pouco a pouco, germinarão no seio social.
Este é o nosso destino inevitável.
As notícias de corrupção darão lugar, em breve, ao exemplo de homens dignos de atos nobres.
As informações de incompetência na gestão pública darão espaço para os bem-feitos das lideranças comprometidas com o bem-estar da maioria da população.
Os desvios de toda ordem ficarão na memória como uma demonstração do repúdio aos deslizes de conduta moral para que não mais se repitam.
A nova geração já debate estas novas ideias em escolas públicas e particulares como gérmen daquilo que está por vir.
A esperança, meus senhores, bate à porta anunciando que o futuro já começou e convida a todos para fazer parte desta nova realidade social e política.
Bem-vindo ao admirável mundo da regeneração dos princípios e das mentes.
Avante com o progresso dos povos!
Joaquim Nabuco

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