19.5.15

CONSELHO DE ESPÍRITO CHULO
Há pouco, pelas mãos do médium, chegou-me uma das muitas cartas que tenho recebido da Terra... O amigo que me escreveu, assim resumiu a sua situação:
- Dr. Inácio, peço ao senhor um conselho... O Centro Espírita que frequento não me deixa fazer nada – ou melhor, os seus dirigentes não me deixam fazer nada! Não posso dar passes, não posso participar da reunião mediúnica – estou lá há mais de dez anos –, não me deixam sequer entrar na cozinha na hora da sopa, não me chamam para uma reunião de Diretoria... Limito-me a ser um simples espectador. Quero trabalhar, me sentir útil em alguma coisa, mas não me deixam... O motivo, segundo creio, foi por eu dizer que tenho simpatia pelas obras do senhor – de lá para cá, passaram a me olhar como se eu estivesse obsidiado... Se puder, oriente-me. Sou um tanto conservador, o Centro é perto de minha casa, frequento lá há muito tempo – a minha mãezinha, que já desencarnou, era médium passista lá... O que o senhor me diz? Por favor, não sei se merecerei a sua resposta. Abraço do amigo e admirador – José S.
Meu irmão, qual é de meu costume, vou ser curto e grosso: saia desse Centro... Não existe só ele, não! Desapegue-se! Um dia, você vai ter que deixar o próprio corpo... Procure outra Casa mais aberta para frequentar – uma Casa em que a mentalidade de seus diretores seja mais aberta, e, sobretudo, em que eles sejam mais fraternos – em que os seus diretores não preguem o que não praticam!
O ideal seria que você alugasse uma casinha pequena na periferia da cidade em que mora, e abrisse um novo campo de trabalho no qual conseguisse dar expansão ao seu ideal de servir – sem tanto patrulhamento ideológico.
Alugue um barracão, com um banheiro ou uma fossa sanitária, consiga algumas cadeiras e bancos, duas lâmpadas – uma no pequeno salão e outra na câmara de passes –, e, na parede externa do humilde prédio, escreva: Centro Espírita “Chico Xavier”!
Sobre a mesa, que pode ser de um metro por um metro, um vasinho de flores do campo e um exemplar de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, outro de “O Livro dos Espíritos” – e, o mais importante, não se filie a nenhum órgão de Unificação, porque, caso contrário, dentro de algum tempo, você estará sendo inspecionado lá para saber se está agindo doutrinariamente correto...
Aparecerão alguns “generais” e “generalas”, sem divisa espiritual nenhuma, para ensinar a você como o passe deve ser dado, como o Estatuto deve ser escrito, como, enfim, na condição de soldado raso, você deve bater sentinela para eles...
Mande esse pessoal às favas – mande-os cuidar da própria vida!
Se tiver um dinheirinho sobrando, copia os ditos da placa que Chico Xavier, cansado dessa gente, mandou escrever e fixar numa das paredes internas do “Grupo Espírita da Prece”, em Uberaba: “Aqui, com o nome de Grupo Espírita da Prece”, funciona o Culto do Evangelho no Lar, do irmão Francisco Cândido Xavier, em casa de sua propriedade.”
O recado ficou mais do que claro: vão dar palpite na Casa de vocês, porque aqui é a “minha” Casa – aqui, em primeiro lugar, manda Jesus Cristo, e, depois, mando eu!
Faça isto, meu caro, pois, caso contrário, para você ter uma chance de trabalhar aí nesse Centro, você vai ter que esperar pela desencarnação dos “cabeças” da Diretoria – e tem gente que não morre de jeito nenhum! São múmias reencarnadas – receberam formol em excesso e ainda se acreditam vivendo debaixo de uma pirâmide!
Quanto ao seu carinho pelas nossas obras mediúnicas, digo a você que as escrevemos apenas e tão somente em função da maior divulgação das Obras Mediúnicas de Chico Xavier! Desafio que nelas alguém encontre qualquer ponto considerado antidoutrinário... Dizem que a sua linguagem é “chula” – ora, mais sendo eu um espírito chulo, queriam que a linguagem fosse como?!...
No mais, o meu carinho e a minha solidariedade. E não se esqueça do que disse Jesus aos seus discípulos: “Mas, onde quer que não vos receberem, saindo daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés...”

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 18 de maio de 2015.

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