18.5.15



As Santas

A Ordem de Maria, aqui nos círculos espirituais, rende graças ao movimento de canonização das duas beatas que ocorre hoje no Vaticano.
São santas? 
Claro que não! São almas dedicadas a servir a Deus e ao Nosso Senhor Jesus Cristo.
Preocupam-se com isso?
Absolutamente que não! Sabem, no entanto, que aumentarão as suas responsabilidades espirituais, pois serão consultadas, cada vez mais, a intercederem junto ao Pai para que os pedidos para elas chegados sejam atendidos de pronto.
A preocupação é que elas sabem das suas enormes limitações espirituais e, se houve a dedicação delas para o serviço redentor, enquanto estavam no corpo físico, não era outro senão o objetivo de aperfeiçoamento moral e espiritual, haja vista que se achavam, como ainda assim se sentem, pequenos grãos de areia no imenso areial do Senhor da Vida.
Maria Alfonsina e Maria de Jesus sabem também de como é emblemática esta canonização para os palestinos, em especial. Ora, um lugar que se degladeia constantemente, onde a paz é artigo raro, saber que duas de suas irmãs estão sendo reconhecidas como pessoas referenciais de dedicação a Deus, estimula – e muito – o repensar de vontades daquele povo tão sofrido, ao mesmo tempo tão guerreiro.
A posse de terras naquele pedaço do planeta já foi motivo para ceifar milhares de vidas de um lado e de outro, da Palestina e de Israel, justamente no solo onde pisou o príncipe da paz, Jesus de Nazaré.
Parece extrema contradição – e de fato o é – que eles tenham esquecido o que de mais genuíno e importante existe na mensagem do Salvador: o amar uns aos outros.
O apelo que se faz com a canonização destas duas irmãs em Cristo é que todo aquele povo possa pensar em conseguir os seus objetivos maiores sem a necessidade do uso de armas, mas buscando o entendimento contínuo para verem respeitados os seus direitos.
Mahmoud Abbas possui plena consciência disso. Ele sabe que o guerreamento não leva a nada, no entanto, crê que se não houver a disposição para a defesa de seus objetivos com armas, possivelmente os outros, no caso os israelitas, não iriam dar muita importância as reivindicações de seu povo.
Não acredito – como nunca acreditei – que podemos alcançar um objetivo qualquer com o uso da violência. A paz, nutrida no diálogo sincero, sempre foi a maior arma para se conseguir algo duradouro. Não podemos intimidar ninguém para conseguir algo em definitivo. A luta deve ser ostensiva, permanenente, mas não pode derramar sangue, tampouco nutrir o ódio de gerações como tem ocorrido.
O Papa Francisco, muito sábio, além de exercer seu poder institucional, abre portas para o entendimento e já se constitui na “grande ponte” para a paz mundial. Seus gestos e movimentos são sempre nesta direção. Corre o perigo de ser mal entendido por alguns, mas ele sabe, muito bem, manejar os ânimos para atingir objetivos nobres. Estamos com ele.
A todos que seguem a doutrina católica, o meu honroso abraço e o estímulo, cada vez mais frequente, para que todos possam, a exemplo das duas Marias e de Giovanna Emília e Maria Cristina, outras irmãs em Cristo hoje consagradas à santidade, que busquem o seu aperfeiçoamento moral com destemor e luta interior. 
Cada um sabe daquilo que é preciso vencer para estar mais perto de Deus.
Cada um sabe do que tem dentro de si e que necessita extirpar para tirar dos ombros o peso maior das suas iniquidades íntimas.
Cada um sabe do enorme caminho que precisa percorrer para chegar a um lugar seguro nas hostes celestiais.
A todos que buscam a sua melhoria moral, o meu incentivo para avançar, mais e mais, nas conquistas inalienáveis do espírito.
Fique com Deus!
Helder Camara

Nenhum comentário:

Postar um comentário