8.5.15

SENTIMENTOS DOS A QUEM OFENDEMOS



Questão 295 do Livro dosEspíritos

Depois do túmulo, os sentimentos que animam os que ofendemos, se esses ofendidos forem Espíritos inferiores, são de vingança, de ódio e de violência, formando, quando podem, toda ordem de obsessão sobre os ofensores do passado.
Se os ofendidos forem Espíritos elevados, que já conhecem o Evangelho e começaram a praticá-lo, eles não gastam tempo em perseguição. A sua arma de luz é o esquecimento das faltas, passando a orar pelos ofensores e ajudando-os em todos os momentos possíveis.
Podemos observar em "Atos" dos apóstolos, que Estevão foi lapidado por ordem de Saulo de Tarso. Depois de desencarnado, entretanto, passou a guiar Paulo nos caminhos da Luz, porque Estêvão era um anjo a serviço do amor. Mesmo sem ter acompanhado o Cristo na Terra, foi enviado por Ele.
O mal não dá trégua aos que geram o ambiente de discórdia, mas, somente depois que os Espíritos do mal sofrerem as conseqüências dele é que mudam de idéia, e passam a fazer o bem. As sementes do bem são pontos de luz nos caminhos do semeador.
Não alimentemos sentimentos de discórdia, pois ela procurar-nos-á onde estivermos; não alimentemos sentimentos de ciúme, pois ele procurar-nos-á no endereço certo; não alimentemos sentimentos de vingança, pois ela não nos deixará sossegados. As imagens que essas desventuras geram são inferiores e condutoras de desarmonia.
A Doutrina Espírita, como Evangelho em estado de progresso revelador, nos coloca todas as nuances nas quais devemos trabalhar para a aquisição dos valores imortais, despertando em nós as qualidades, como atributos de luz. O ofensor nunca se encontra em paz, mesmo se o ofendido o perdoa, porque, se ele ofendeu, gravou na consciência os dramas da ofensa, e cria inimigos internos que são os piores, pois não aceitam arrependimentos que não se fazem acompanhar da prática e, por vezes, cobram até o último ceitil. Eles são justiceiros.
Muitos espiritistas, quando encontram esse tipo de obsessão, pensam que são Espíritos se vingando, quando, muitas vezes, são as próprias imagens às quais o ofensor deu vida por ignorância. É neste sentido que chamamos sempre a atenção das almas de boa vontade para que, no prosseguimento do processo de arrependimento, coloquem em prática a vivência dos bons costumes e a retidão do caráter, porque a limpeza do mundo interno pode vir com grandes infortúnios e pode atravessar gerações e mais gerações com padecimentos incalculáveis. O Espiritismo veio abonar os novos discípulos do Cristo, mostrando-lhes trabalho e renúncia, incentivando-os a lutarem interna e externamente, no sentido de aliviarem em menos tempo o fardo e o jugo, de modo que a consciência, livre do magnetismo do ódio, lhes confira meios de gozar as delícias do céu, no reino do coração.
Nesse passo, quais os sentimentos que devemos gerar? Não é preciso a ninguém perguntarmos, porque a nossa intuição nos dirá, no ambiente que o Cristo gera em nós, nas bênçãos de Deus. Cada inimigo que recrutamos nos nossos caminhos, são portas de entrada para o inferno da consciência em chamas, e cada amigo que fizermos nas nossas andanças, serão pontos de luz que ajudam a nos libertar das trevas.
Querer morrer para ficar livre dos inimigos é falta de conhecimento da verdade, porque eles, depois do túmulo, estão em maior número. Que cada um comece hoje, agora, a perdoá-los, se os tiver, porque o céu começa a surgir agora, no coração de quem perdoa e ama.

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez.
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