6.7.15

O QUE VOCÊS ACHAM?!...

Vocês já imaginaram se, com a ocorrência natural da desencarnação, as coisas, do ponto de social, para os espíritos, continuassem sendo sempre as mesmas?!
Se, por exemplo, o rico continuasse sendo rico, e o pobre, sendo pobre?! O poderoso ostentando poder, e o subalterno, prosseguisse na subalternidade?! A vítima de preconceito ainda vítima de preconceito, e o seu algoz, em qualquer campo do relacionamento humano além da morte, persistindo na condição de criatura preconceituosa?!
Não obstante, embora, neste sentido, muitas sejam as considerações a serem feitas, quando o espírito deixa o corpo carnal, algumas posições sociais, felizmente, se invertem.
Vocês se recordam da página intitulada “Uma Realeza Terrestre”, que Kardec fez inserir no capítulo 2, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”?! Neste comunicado, assinado por “Uma Rainha de França”, em Havre, no ano de 1863, ela considerou: “Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! Como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!”
Que felicidade a dela, não é?! A de ter perdido a coroa e, com ela, a ilusão! Sim, porquanto, muitos espíritos são punidos no simples fato de continuarem cristalizados, às vezes, por séculos, nas ideias que os levaram a cometer tantos equívocos na Terra – enredam-se na teia que teceram para enredar aos semelhantes!
Vocês já refletiram na maneira pela qual um ditador sanguinário é recebido, ou, por outra, efetua a sua reentrada no chamado Mundo Espiritual?! Não vamos nomear a quem seja, mas o que vocês, irmãos de Doutrina, teriam a dizer quanto ao que acontece, por exemplo, a um ditador desses países da África, do Oriente Médio, ou mesmo da América do Sul?!...
Em sua opinião, com os conhecimentos doutrinários de que dispõem presentemente, prosseguiriam eles a comandar legiões de desencarnados, à feição de Gregório, espírito ao qual André Luiz se refere no livro “Libertação”?! Ou, por vezes, segundo a Lei de Causa e Efeito, de imediato, de perseguidores passariam à condição de perseguidos?!...
De minha parte, digo-lhes o seguinte: Bem-aventurados os que, nesta ou qualquer outra Dimensão em que a Vida se desdobre, têm oportunidade de cair do pedestal em que se entronizaram com a sua ignorância! Bem-aventurados os que de injustos passam à condição de, aparentemente, injustiçados, e de opressores que foram a de oprimidos, que são!...
Contudo, sobre a Terra ou além dela, mais lamentável e grave é a situação do espírito que de injustiçado passa a injustiçar, e de humilhado passa a humilhar – porque demonstra que nada conseguiu aprender com o sofrimento, e, portanto, se faz candidato potencial a sofrimento maior ainda.
Quem já passou fome e nega um prato de comida ao faminto, perante a Lei Divina, é muito mais culpável do que aquele que o nega sem nunca ter tido oportunidade de passar pela experiência do faminto.
Refletindo um pouco mais além, num processo obsessivo que se instale de quem é a maior desventura: a do espírito obsessor, que ainda não está sofrendo com o choque de retorno, ou o obsidiado que, talvez, já esteja colhendo o resultado de suas inconsequentes atitudes?!
Creio, porém, que, com tais perguntas a esmo, eu esteja a divagar em excesso...
Deixarei, pois, a palavra com os nossos irmãos internautas, num questionamento síntese:
Vocês admitem que um delinquente possa continuar a delinquir na Vida de além-túmulo?! A ser um marginal não apenas para os que se encontram encarnados, mas também, e agora, em face de sua nova situação, principalmente, para os que estão desencarnados?!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 6 de julho de 2015

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