29.8.15

A CARIDADE PARA COM OS CRIMINOSOS.
    Problema moral.
    Um homem está em perigo de morte: para salvá-lo é preciso expor a sua própria vida; mas sabe-se que esse homem é um malfeitor, e que, se dele escapar, poderá cometer novos crimes. Apesar disso, deve-se expor para salva-lo?
    A resposta seguinte foi obtida na Sociedade Espírita de Paris, a 7 de fevereiro de 1862, médium Sr. A. Didier:
    Esta é uma questão muito grave e que pode se apresentar na­turalmente ao espírito. Responderei segundo meu adiantamento moral, uma vez que a isso estamos sujeitos, que se deve expor a sua própria vida por um malfeitor. O devotamento é cego: socorre-se um inimigo, deve-se, pois, socorrer mesmo o inimigo da sociedade, um malfeitor, em uma palavra. Credes, pois, que é somente à morte que se deve arrancar esse infeliz? Talvez, é a sua Vida passada inteira. Porque, pensai nisso, nesses rápidos instantes que lhe arrebatam os últimos minutos da vida, o homem perdido retorna sobre sua vida passada, ou antes, ele se levanta diante dela. A morte, talvez, chegue muito cedo para ele; a reencarnação será, talvez, terrível; atirai-vos, pois, homens! vós que a ciência espírita esclareceu, atirai-vos, arrancai-o de sua condenação, e então, talvez, esse homem que estaria morto vos blasfemando, se lançará em vossos braços. No entanto, não é preciso vos perguntar se o fará ou se não o fará, mas vos atirai, porque, salvando-o, obedeceis a esta voz do coração que vos diz: "Tu podes salvá-lo, salva-o!"


Livro: Revista Espírita - Tomo V - 1862 - Allan Kardec - Lamennais  - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

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