23.8.15

A Experiência Humana

Você sabe o que é estar presente? Se não sabe deveria saber imediatamente.
Tenho verificado no dia a dia de vocês uma corrida frenética de lá para cá. As pessoas vivem mais em deslocamento do que focadas em algo produtivo. Esta correria não é boa porque faz você se dispersar. O pior, o que aumentar esta perda de foco, é que vocês se distraem completamente com as tais mídias sociais.
Está cada vez mais difícil ver duas pessoas olhando uma para outra com atenção total concentrada. Vocês usam o aparelho de celular permanentemente. Estão mais conectadas com quem está ausente do que com aqueles que estão ao seu lado. Será que isso é correto?
Penso que não.
Claro que a minha antipatia com estes aparelhinhos deve ser levado em conta, mas, como tudo na vida, há um exagero generalizado no uso dessas "coisinhas".
Reconheço que elas aproximam os distantes  e isto é uma maravilha da conquista humana. Que engenhosidade tecnológica aquela que aproxima os distantes de uma forma simples e barata. No meu tempo para se conseguir falar com alguém do interior do mesmo estado era uma dificuldade tremenda. Falar com alguém no próprio país era extremamente difícil, comunicar-se então com alguém fora do país era inimaginável e vocês possuem isso literalmente na palma de suas mãos. Esta é a grande conquista, no entanto, aproximamos os distantes e distanciamos os presentes, então o ganho foi relativo.
Você sabe o que significa um olho no olho?
Você sabe o que representa um aperto de mão e um abraço?
Você imagina o que é compartilhar uma conversa na presença física do outro.
Sei que a tecnologia proporciona até isso hoje, pelo menos a visualização da outra pessoa numa tela, mas jamais conseguirá, pelo que sei, a um prazo distante, traduzir o que significa a troca de olhares, abraços e impressões.
Não é excluir a tecnologia das nossas vidas, mas não deixar de ter a perspectiva de que somos seres humanos - humanos. Não somos máquinas, somos humanos, com todas as letras.
Sendo assim façamos com que a tecnologia trabalhe a nosso favor, mas não deixemos de exercer o papel que máquina alguma poderá substituir: traduzir a emoção e o sentimento verdadeiro de outro ser humano com todas as impressões possíveis e imagináveis.
Não me considerem um desatualizado ou um saudosista, mas alguém que valoriza a experiência humana acima de tudo.
A experiência que transforma e renova.
A experiência que promove aproximações.
A experiência que é arrebatadora.
Sejamos humanos. Será que é pedir muito?

Helder Camara

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