4.8.15

“LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA”

 Com o título acima, por mais que oportuna, transcrevemos hoje, em nosso Blog, a lúcida palavra de Irmão José, inserida na obra “Segundo ‘O Livro dos Espíritos’”, publicada pela Editora “Didier”, da cidade de Votuporanga, São Paulo – obra, igualmente, psicografada pelo médium do qual nos valemos em nosso singelo esforço do Mundo Espiritual à Terra.

INÁCIO FERREIRA
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Qual é o resultado dos entraves postos à liberdade de consciência?
- Constranger os homens a agirem de maneira diversa do seu modo de pensar, o que é torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso.
(“O Livro dos Espíritos”, questão 837)

O Espiritismo, que nasceu por consequência da liberdade de pensar, que o homem adquiriu à custa de ingentes sacrifícios, ao longo dos séculos, não poderia ser uma doutrina que a ela se opusesse.
A liberdade de pensamento é a que confere dignidade ao gênero humano.
Os que se fizeram arautos de ideias renovadoras para a mente humana, a fim de que a criatura saísse da barbárie para o princípio de civilização, sempre pagaram elevado tributo à ortodoxia e à intolerância.
O Cristo foi vítima do fanatismo religioso da época em que viveu entre os homens.
Antes Dele, Sócrates, na Grécia, foi sentenciado à morte, acusado de perverter a juventude ateniense.
Depois Dele, Jan Huss, precursor da reforma protestante que se consumaria com Lutero, condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado vivo, em 6 de julho de 1415.
Adentrando, porém, o Terceiro Milênio da Era Cristã, não obstante as inegáveis conquistas da Humanidade no campo da liberdade de expressão, ainda se sente no ar o odor nauseante das fogueiras que a Inquisição acendeu na Idade Média.
É mesmo uma questão de sobrevivência doutrinária defender-se, aos adeptos do Espiritismo, o direito de livre manifestação do pensamento, embora nem sempre se possa com eles concordar neste ou naquele ponto de suas opiniões.
A partir do instante em que os espíritas transformarem o Espiritismo em uma doutrina cerceadora, com imposições dogmáticas aos seus seguidores, tenhamos a certeza de que o Espírito do Cristo dele emigrará.
Acima, pois, de nossas naturais divergências doutrinárias, é preciso que, entre nós, prevaleça a fraternidade.
Sob o pretexto de se defender uma suporta pureza doutrinária, ninguém deve se esquecer de que o instrumento ideal para tanto é a própria vivência dos postulados que abraça.
Não há argumento mais convincente que o do exemplo.
Sem o entrechoque das ideias, não se chega ao denominador comum que a Verdade patrocina a todos quantos, sinceramente, por ela procuram e se interessam.
Ouçamos a palavra inspirada de Gamaliel, junto ao Sinédrio, quando os Apóstolos estavam sendo julgados: “Dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem dos homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus.”
Que todos nos acautelemos, para que a ninguém estejamos induzindo à hipocrisia, ao modo dos antigos doutores da lei, que o Cristo advertiu com severidade: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais o Reino dos Céus diante dos homens; pois, vós não entrais nem deixais entrar os que estão entrando”...
Que não nos convertamos em pedras de tropeço no caminho de quem quer que seja, por simplesmente dele discordarmos sob a pauta de nossos interesses pessoais, atentos ao que os Espíritos Superiores disseram a Kardec, em resposta à pergunta de número 838, de O Livro dos Espíritos: “As crenças reprováveis são as que conduzem ao mal”.

IRMÃO JOSÉ

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