30.11.15

JESUS NO MUNDO ATUAL

A proximidade do Natal, evidentemente, enseja-nos inúmeras reflexões a respeito da presença de Jesus no mundo atual.
Particularmente, diante do fanatismo religioso, que parece extrapolar de maneira incontrolável, fico a me perguntar se será possível que, um dia, os nossos irmãos muçulmanos, seguidores de Maomé, venham a aceitar Jesus na condição de Caminho, Verdade e Vida.
Neste sentido, por mais otimista que eu procure ser, não consigo enxergar luz no fim do túnel...
E, sendo assim, intriga-me o fato de Jesus ter escolhido nascer na Judéia, descendendo de uma nação que, motivada ou desmotivadamente – não me cabe aqui entrar no mérito da questão - inspira tanto ódio racial a tantas outras, quase no mundo todo.
Sim, porquanto, principalmente no Oriente, Israel não conta com a simpatia dos países que lhe são fronteiriços, sustentando, com alguns deles, uma paz quase insustentável.
Tenho a impressão de que, tendo nascido judeu, Jesus não quer ser pouco amado pelos homens – Ele não quer um amor aos pedaços – Ele quer um amor que seja capaz de chegar ao extremo de nossa capacidade de amar!...
Seria, por exemplo, fácil que os árabes amassem um Jesus que tivesse sangue árabe correndo nas veias – se Ele fosse palestino ou sírio ou iraquiano...
Talvez, se Ele tivesse nascido na China, ou na Rússia, não Lhe fosse tão difícil contar com o amor e o respeito dos descendentes dos Khans, ou dos Czares...
Ou, ainda, escolhesse nascer na Índia, de há muito, com certeza, estaria, em posição proeminente, figurando entre os deuses da Trindade do Hinduísmo – Bhrama, Vishnu e Shiva...
E se, em vez do aramaico, Ele se expressasse no idioma grego, com Sócrates lhe fazendo o papel de João Batista, o Precursor, ou em inglês, na condição de Profeta do considerado país, politicamente, mais influente do mundo – EEUU –, não viesse a ser tão espinhosa a missão que Lhe cabe em se fazer ouvido, pela Humanidade, em Suas palavras de Vida Eterna...
No que tange, porém, ao mundo islâmico, é provável que algum estudioso venha a considerar que, tanto quanto pelo Judaísmo, Jesus Cristo, é respeitado pelo Islamismo, que, apenas e tão somente, não O coloca à altura espiritual de Maomé! – o Judaísmo, igualmente, não considera o Cristo superior aos seus grandes patriarcas, nem tampouco a Moisés, que liderou os judeus em sua fuga do Egito...
(Abrindo um parêntese, a Igreja Católica santificou a tantos que, em seus milhares de altares, Jesus passou a contar com inúmeros concorrentes de Sua grandeza e poder espiritual! – não obstante, se Ele, em vez de ter nascido no país dominado, nascesse no país dominante – se fosse romano e se expressasse em latim –, a simples condição de europeu lhe daria a credibilidade cultural que Ele ainda não possui junto aos preconceituosos – a um preconceituoso como Hitler, por exemplo, que pretendendo extinguir com os judeus, anelava, sob o comando das trevas, arrasar o Cristianismo!)
Ah, se o Cristo tivesse falado em alemão, ou em francês?! Não faria grande diferença se ele falasse em português, ou castelhano – embora tais idiomas pertençam ao chamado “ramo itálico” – perdoem-me, eu não sou um linguista! No máximo, sou um linguarudo...
Eu não tenho culpa, se a chegada do Natal me torna assim de espírito tão nostálgico que me leva tão longe em meus devaneios.
Creio que Jesus, ao nascer entre os judeus, não pretendia se valer apenas da crença monoteísta do povo hebreu, a fim de consolidar a idéia de um Deus único. Ele sabia que não seria fácil ser amado como judeu pelos próprios judeus! – Ele sabia e, mesmo assim, quis nascer sob o pálio de todas as humilhações possíveis e imagináveis – inclusive a de ter nascido em meio ao excremento de animais, numa singela estrebaria!
O Cristo não é brincadeira, e, se eu não Lhe entendo a cabeça, muito menos o coração, pois que Ele quer ser amado pelo ódio mais açulado que possa existir contra o que Ele representa!...
Feliz Natal, meu povo!...
INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 30 de novembro de 2015

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