30.4.16

PERDÃO E ESQUECIMENTO

Em matéria de perdão,
No que tenho refletido,
O melhor é que você
Jamais se sinta ofendido.
*
Não acumule rancor
Em seu próprio coração,
Que rancor acumulado
É doença e obsessão.
*
Quando se fala em “Alzheimer”,
Se há mágoas a contento,
Abençoado é aquele,
Que sofre de esquecimento.
*
Não é preciso clamar
Por justiça a se fazer,
Porque o mal lavra a sentença
Que ele mesmo vai sofrer.
*
Entre quem esquece o nome
Ante a memória a falhar,
Está muito mais doente
Quem não se lembra de amar.
*
Se esquecimento é doença,
Digo, em nome de Jesus,
Que esquecer qualquer ofensa
É uma dádiva de luz.


Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso

29.4.16

TRABALHO II

227 –Deus concede o favor a que chamamos graça?
-São tão grandes as expressões da misericórdia divina que nos cercam o espírito, em qualquer plano da vida, que basta um olhar à natureza física ou invisível, para sentirmos, em torno de nós, uma aluvião de graças.
O favor divino, porém, como o homem pretende receber no seu antropomorfismo, não se observa no caminho da vida, pois Deus não pode assemelhar-se a um monarca humano, cheio de preferências pessoais ou subornado por motivos de ordem inferior.
A alma, aqui ou alhures, receberá sempre de acordo com o trabalho da edificação de si mesma. É o próprio espírito que inventa o seu inferno ou cria as belezas do seu céu. E tal seja o seu procedimento, acelerando o processo de evolução pelo esforço próprio, poderá Deus dispensar na Lei, em seu favor, pois a Lei é uma só e Deus o seu Juiz Supremo e Eterno.

228 –A auto-iluminação pode ser conseguida apenas com a tarefa de uma existência na Terra?
-Uma encarnação é como um dia de trabalho. E para que as experiências se façam acompanhar de resultados positivos e proveitosos na vida, faz-se indispensável que os dias de observação e de esforço se sucedam uns aos outros.
No complexo das vidas diversas, o estudo prepara; todavia, somente a aplicação sincera dos ensinamentos do Cristo pode proporcionar a paz e a sabedoria, inerentes ao estado de plena iluminação dos redimidos.


Livro: “O Consolador” - Francisco C. Xavier – Emmanuel - Os livros espíritas como este, vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

28.4.16

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

    I. O QUE É CARIDADE?
     Caridade é a expressão do amor pelo próximo.
     "Faço o que quero" é a filosofia de quem ainda é materialista e egoísta.
     Nela, não há qualquer respeito pelo semelhante.
     "Não faço aos outros o que não quero que façam a mim" é a filosofia da pessoa comum, de mediana evolução espiritual. Nela, já há respeito pelos semelhantes, certo senso de justiça.
     "Faço aos outros o que quero que façam a mim" é a filosofia da pessoa caridosa. Nela, há não só respeito para com os semelhantes mas também uma benévola disposição íntima em favor deles, que leva a servi-ls em puro sentimento de solidariedade.

    II. SUAS CARACTERÍSTICAS
     Diz o apóstolo Paulo, na I Epístola aos Coríntios (cap. 13 vs. 4 a 7) que a caridade é:
     - paciente: persevera tranqüilamente na disposição de ajudar;
     - benigna: benfazeja, só faz o que é bom;
     - não é invejosa: quer o bem para o seu semelhante, portanto não inveja o que ele esteja conseguindo, realizando ou recebendo de bom;
     - não se ufana: não se vangloria de si mesma ou do bem que faz ("Não saiba a sua mão esquerda o que faz a sua mão direita");
     - não se ensoberbece: não se coloca acima do seu semelhante, não se julga melhor nem com mais direitos do que as outras criaturas;
     - não se porta inconvenientemente: não age de modo precipitado, temerário, nem indecoroso;
     - não busca o seu interesse: o que faz é pensando unicamente em beneficiar o próximo;
     - não se irrita: não se altera por coisa alguma (incompreensão, maledicência, ingratidão, indiferença), nem perde o gosto de praticar o bem;
     - não se alegra com a injustiça: enquanto houver injustiça não pode haver verdadeira paz e felicidade para ninguém;
     - não suspeita mal: não atribui maldade ao próximo não pensa mal dos outros nem fala mal de ninguém;
     - mas rejubila-se com a verdade: porque esta é a pedra de toque de todas as realizações e o bem básico para todas as criaturas  ("Seja o vosso falar sim, sim, não, não");
     - tudo sofre: recebe o mal sem revidá-lo, desculpa sempre ("Pai, perdoa-­lhes, porque eles não sabem o que fazem");
     - tudo crê: confia em Deus e também nas pessoas, pois são criação divina (Jesus a Judas, no horto: "Amigo, a que vens?");
     - tudo espera: porque na lei divina o bem sempre terá natural retribuição e mesmo o mal, se bem enfrentado e suportado, resultará num bem;
     - tudo suporta: agüenta dificuldades e dores, aceita encargos e responsabilidades, mantém serviços e tarefas. ("Aquele que perseverar até o fim será salvo".)

    III. NECESSIDADE DA CARIDADE
     É por desígnio divino que vivemos em sociedade, porque, assim, nossas qualidades se complementam umas às outras e podemos nos auxiliar mutuamente.
     Sem a caridade, porém, o egoísmo impera, ninguém respeita nem ajuda a ninguém, tornando o viver mais difícil, doloroso e triste.
     Somente praticando a caridade (sendo fraternos e estando dispostos a nos ajudarmos mutuamente) chegaremos a nos realizar inteiramente, tanto por desenvolver as virtudes e qualidades que trazemos em potencial, como por alcançarmos um relacionamento bom e profundo com nossos semelhantes. E, também, conseguiremos construir um mundo melhor, mais solidário e feliz.
     A caridade é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo, justamente os maiores obstáculos ao progresso moral, nosso e da sociedade.
     Por isso, dizia ainda o apóstolo Paulo (I Cor. 13 vs. 1-3):
     "Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que tine.
     "Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que possua a fé em plenitude, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou.
     "Ainda que distribua todos os meus bens em esmolas e entregue o meu corpo a fim de ser queimado, se não tiver caridade, nada me aproveita."
     Jesus ensinou que devemos "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Mas ninguém ama a Deus sem amar o seu próximo (que é obra do próprio Deus). "Se alguém diz que ama a Deus e não ama ao seu próximo é um mentiroso, pois se não ama ao próximo, a quem vê, como pode amar a quem não vê?" (Jo. 4:20.)
     O apóstolo Paulo concluiu seus comentários sobre a caridade, dizendo:
     "Agora, pois, permanecem estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade; porém a maior delas é a caridade".
     O Espiritismo, concordando com os ensinos evangélicos, adota por lema: "Fora da caridade não há salvação".

    IV. COMO PRATICAR A CARIDADE?
     Pensar no semelhante, procurar propiciar o que ele precisa ou o que possa contentá-lo legitimamente.
     Caridade material
     É a que se faz com coisas materiais.
     Dar do supérfluo que se tem, daquilo que nos sobra, é apenas dever.
     Dar, visando algum interesse, não é a caridade, é barganha, é troca.
     Quando se quer mesmo ajudar ou contentar alguém em sentimento caridoso, damos até o que não é supérfluo para nós, do que nos é necessário e até do que nos faz falta. Ex.: a esmola da viúva pobre. (Mc. 12 v 42-44.)
     A fim de que a caridade material não seja humilhante para quem dela precisa, juntar ao que se dá palavras gentis, um sorriso, uma vibração de amor.
     Se possível, fazer que a pessoa se sinta produzindo algo em troca ou, de alguma maneira, ajudando a nós ou a outros, para preservar assim sua dignidade pessoal.
     Caridade moral
     Todos podem praticá-la, pois todos podem dar de si mesmos, de seu tempo, de seu trabalho, de seu conhecimento, de sua inteligência ou aptidões, de sua atenção, de sua tolerância, de sua indulgência, de seu perdão, de seu consolo, de seu amparo, simpatia, sorriso, de sua orientação, de seu amor.
     A prática de qualquer virtude em benefício de alguém é caridade.
     É caridade, em alto grau, ajudar alguém a equilibrar-se, desenvolver-se e ser capaz de bastar-se material ou espiritualmente. (Não apenas dar o peixe mas ensinar a pescar.)


Livro consultado: - "O Evangelho segundo o Espiritismo", cap. XV. de Allan Kardec - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

27.4.16

SONHANDO

Questão 343 do Livro dos Espíritos

Em estado de sonho o Espírito encarnado pode se comunicar com os entes queridos que já se foram para o Além e, ao acordar, tem vaga lembrança desse encontro. Em poucos casos guarda lembranças vivas, sobre os assuntos ventilados. Os Espíritos-guias igualmente se comunicam com os seus tutelados pelas portas do sonho, em variadas formas, e as lições, mesmo ficando na inconsciência, servir-lhes-ão para a vida diária. Elas vêm emergindo para o consciente de maneira que afloram na mente como pensamentos próprios, e o raciocínio vai se utilizando desse intercâmbio com o coração, para a evolução natural do Espírito. O futuro nos espera para nos brindar com uma forma de sonho mais aperfeiçoado, que é o desdobramento consciente das criaturas encarnadas. Eis aí a porta da certeza espiritual, de que a vida continua. O Espírito, em estado de desdobramento, na consciência perfeita, tem uma visão do mundo espiritual também mais perfeita, muitas vezes mais do que encarcerado no corpo físico; no entanto , depois da viagem astral propriamente dita, os benfeitores da eternidade trazem seu tutelado para despertar e tornar a dormir, pois, o sono natural é bastante diferente do desdobramento. Nesse último, perde-se muita energia, na sua divina expressão.
Sonhos, todos os têm, todas as noites e com poucas recordações; o desdobramento se faz muito raro, porque ele obedece a uma escala muito grande. O desprendimento consciente é o mais difícil nos dias que correm, porém, a evolução das almas nos fala dessa necessidade para a humanidade. Na altura evolutiva das criaturas, se lhes forem concedidos todas as noites alguns minutos de desprendimento consciente, elas poderão ir se atrofiando até a desencarnação por quererem ficar na pátria do Espírito, que se lhes apresenta com maior harmonia. Precisa-se de preparo, dentro das diretrizes do Cristo.
"O Livro dos Espíritos" nos afigura a questão do mesmo modo com que se visita um encarcerado: os guias espirituais vem em auxílio dos encarnados como os tais presos na carne em determinadas provas e testes diferentes por passar. Convém anotar as reações que temos diante dos inimigos, no sentido de analisarmos o que vai passando pelos nossos sentimentos. Se sofremos com a injúria, certamente que ela conserva uma ferida em nosso coração; se sofremos com o desprezo, ele ainda mora em nosso sentimento; se sofremos com a violência dos depredadores, essa violência ainda não saiu do nosso mundo íntimo; se sofremos com todas as formas de maledicência, a revolta mora em nós. mostrando-se pela nossa posição ante os que nos ferem. Precisamos rever o nosso ambiente interno e renovar nossos sentimentos pela força do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dessa maneira, os nossos sonhos, tanto de encarnados como de desencarnados, tornar-se-ão lindos e perfeitos, na perfeita ordem do universo. Atraímos para nós, o que somos por dentro do coração.
Os sonhos, na literatura profana, são fatos vagos; na espiritualista séria, são portas para a realidade espiritual, onde encontramos a verdade diante das nossas necessidades espirituais. Estamos, assim, visitando os nossos queridos que já se foram, e aí a lei nos atende, mostrando o verdadeiro intercâmbio de todos os planos através dos chamados sonhos.
Quando os espíritas avivarem a consciência, começando a ler e entender a codificação do nosso querido preceptor Allan Kardec, tornar-se-ão como frutos maduros, que cairão da árvore da Terra ao chão da vida espiritual e virão a nascer de novo, com novas possibilidades de entender mais, entrando no progresso e assimilando o verdadeiro entendimento de Jesus acerca da vida que continua. A Doutrina dos Espíritos não é nem pode ser estável; ela acompanha o progresso e a ele se antecipa, quando os corações se acham em preparo.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

26.4.16

FALATÓRIOS

    "Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade." - Paulo. (II TIMÓTEO, 2:16).
    Poucas expressões da vida social ou doméstica são tão perigosas quanto o falatório desvairado, que oferece vasto lugar aos monstros do crime.
    A atividade religiosa e científica há descoberto numerosos fatores de desequilíbrio no mundo, colaborando eficazmente por extinguir-lhes os focos essenciais.
    Quanto se há trabalhado, louvavelmente, no combate ao álcool e à sífilis?
    Ninguém lhes contesta a influência destruidora. Arruinam coletividades, estragam a saúde, deprimem o caráter.
    Não nos esqueçamos, porém, do falatório maligno que sempre forma, em derredor, imensa família de elementos enfermiços ou aviltantes, à feição de vermes letais que proliferam no silêncio e operam nas sombras.
    Raros meditam nisto.
    Não será, porventura, o verbo desregrado o pai da calúnia, da maledicência, do mexerico, da leviandade, da perturbação?
    Deus criou a palavra, o homem engendrou o falatório.
    A palavra digna infunde consolação e vida. A murmuração perniciosa propicia a morte.
    Quantos inimigos da paz do homem se aproveitam do vozerio insensato, para cumprirem criminosos desejos?
    Se o álcool embriaga os viciosos, aniquilando-lhes as energias, que dizer da língua transviada do bem que destrói vigorosas sementeiras de felicidade e sabedoria, amor e paz? Se há educadores preocupados com a intromissão da sífilis, por que a indiferença alusiva aos desvarios da conversação?
    Em toda parte, a palavra é índice de nossa posição evolutiva. Indispensável aprimorá-la, iluminá-la e enobrecê-la.
    Desprezar as sagradas possibilidades do verbo, quando a mensagem de Jesus já esteja brilhando em torno de nós, constitui ruinoso relaxamento de nossa vida, diante de Deus e da própria consciência.
    Cada frase do discípulo do Evangelho deve ter lugar digno e adequado.
    Falatório é desperdício. E quando assim não seja não passa de escura corrente de venenos psíquicos, ameaçando espíritos valorosos e comunidades inteiras.


Livro: Vinha de Luz – Francisco C Xavier - Emmanuel - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

25.4.16

“ESPÍRITOS NEUTROS”

“Não são bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal; tendem tanto para um como para outro, e não se elevam sobre a condição vulgar da Humanidade, quer pela moral ou pela inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, saudosos de suas grosseiras alegrias.” – “O Livro dos Espíritos”, item 105.

Existe uma crença generalizada entre os adeptos do Espiritismo, de que, habitualmente, aquele/a que se devota ao Bem em sua atual encarnação, é um espírito missionário, com tarefa definida, que já efetuou muitas conquistas em suas vidas anteriores.
Todavia, não se pode generalizar tal concepção.
Espíritos existem, talvez em maioria, que, permanecendo, durante séculos, em estado de neutralidade, começam a despertar para a necessidade de desenvolverem-se no campo da bondade.
Em determinado momento evolutivo, fruto de certo amadurecimento psíquico, na esfera intelecto-moral, e, com certeza, deixando-se influenciar por ideias positivas à sua volta, compreendem que, afinal, precisam abandonar a situação de milenar comodismo e se entregaram à ação construtiva.
Não se trata, portanto, de espíritos cujas virtudes já logrem superar as suas imperfeições, ao ponto de se fazerem admirados pelo seu desprendimento e renúncia, nos quais, simplesmente, não passam de meros iniciantes.
Claro que todos eles devem merecer o nosso respeito pelo esforço de autossuperação que começam a empreender, esforço, no entanto, ainda muito sujeito a retrocessos em face dos obstáculos com que venham a se deparar no tentame.
Todavia, como os Espíritos Superiores disseram a Kardec, os espíritos em condição “neutra”, assim como eles podem se inclinarem para o Bem, igualmente, podem se inclinarem para o mal – o que, inclusive, acontece quando lhes falte suficiente determinação para concretizarem os seus novos propósitos, dando-nos, então, a impressão de que tais espíritos falharam em sua missão.
Não, eles não falharam em missão, pois que apenas e tão somente ainda não conseguiram se distanciarem o suficiente da influência negativa das próprias deficiências.
Daí estarrecerem-se, muitas vezes, os que anotam certos desvios morais em companheiros que tomavam por exemplos de conduta retilínea, e que, de um instante para outro, os decepcionaram.
Não subvalorizemos a quem seja, mas, por outro lado, no intuito de preservar-nos na crença dos valores espirituais na criatura, passíveis de serem alcançados, após laboriosa luta, por todos os espíritos, no corpo e fora dele, não supervalorizemos a ninguém.
Em geral, o espírito encarnado que se devota ao Bem dos semelhantes e que procura agir de maneira coerente, no respeito às leis, primando pela justiça e pela honestidade, está ensaiando os seus primeiros passos na direção da luz, e, por isto, é natural que ainda traga consigo muitos traços de treva, que podem suscitar-lhe recaída.
Entendendo que é assim, procuremos nos ater à recomendação do Apóstolo quando nos diz que carecemos de incentivar-nos, uns aos outros, às boas obras, de vez que, de vontade ainda extremamente débil, a qualquer momento poderemos sucumbir ao “homem velho” que nos impede de ser uma nova criatura.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 25 de abril de 2016.

24.4.16

FALANDO AO TRABALHADOR

Trabalhador da vida persevera agindo no bem.
As criaturas na Terra, de certo modo, se parecem com matérias brutas antes de serem trabalhadas.
Diante do solo que te não pode oferecer argila para a olaria ou leiras para a sementeira, evita a blasfêmia.
Trabalha a terra, dando-lhe o amor que te escorre abundante e amparando-a com a dádiva da linfa vivificante.
Ante a montanha não amaldiçoes as pedras.
Trabalha-as e arrancarás formas preciosas.
Frente à árvore retorcida não lhe desprezes os galhos.
Trabalha o lenho, retirando tábuas e mourões que ensejem agasalhos e utilidades.
Face ao ferro envelhecido e gasto não o injuries.
Trabalha nele com o auxílio do fogo e aplica-o em vários usos.
Defrontando
o lodo não o insultes.

Trabalha, drenando-o, e conseguirás aí abençoada seara que se cobrirá, oportunamente, de flores e frutos.
Há muitos corações, igualmente assim, na estrada dos homens.
Espíritos difíceis de entender, empedernidos na indiferença, retorcidos pelo ódio, envelhecidos no erro, perdidos na inutilidade, comprazendo-se na ignorância e na crueldade.
Não reclames nem os desprezes.
Abre os braços e socorre-os em nome do amor. 
Quando te seja possível trabalha junto a eles e neles, confiante no Divino Trabalhador.
Possivelmente os resultados não virão logo nem o êxito do trabalho surgirá de imediato.
Muitas vezes sangrarão tuas mãos na execução da obra e dilacerarás o próprio coração.
De início a dificuldade, o esforço e a perseverança no trabalho.
Mais tarde a assistência carinhosa e o zelo cuidadoso.
Por fim surpreenderás, feliz, a vitória do trabalho paciente, sorrindo como flores na lama, saudando a beleza e a glória da vida em nome de Jesus, o Obreiro da felicidade de nós todos.
Livro: Espírito e Vida - Divaldo P Franco - Joanna de Ângelis

Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

23.4.16

ALEGRIA MAIOR

Sobre a Terra, a sábio homem,
Perguntou alguém, um dia:
- Poderia definir
A verdadeira alegria?...

No rosto de muita gente
Que encontro na caminhada,
Embora esteja sorrindo
Vejo a tristeza estampada...

Alegria verdadeira
É algo que nunca vi...
Ninguém me parece alegre,
Apenas por que sorri.

Em resposta a tal pergunta,
O sábio pouco pensou
E, somente numa frase,
A lição sintetizou:

- Perante a luz da Verdade,
Que jamais se contradiz,
Não há maior alegria
Que fazer alguém feliz!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, a manhã de sábado do dia 9 de abril de 2016, em Uberaba – MG).

22.4.16

ESQUECIMENTO DAS INJÚRIAS

    Minha filha, o esquecimento das injúrias é a perfeição da alma, como perdão das ofensas feitos à vaidade é a perfeição do Espírito. Foi mais fácil a Jesus perdoar os ultrajes de sua Paixão quanto não é fácil, ao último dentre vós, perdoar uma leve zombaria. A grande alma do Salvador habituada à doçura, não concebia nem a amargura nem a vingança; os nossos, obtendo o que é pequeno, esquecem o que é grande. Cada dia os homens imploram o perdão de Deus que desce sobre eles como benfazejo orvalho; mas seus corações esquecem essa palavra, sem cessar repetida na prece. Eu vos digo, em verdade, o fel interior corrompe a alma; e a pedra pesada que a fixa ao solo e retém a sua elevação. Quando sois censurados, reentrai em vós mesmos; examinai vosso pecado interior: aquele que o mundo ignora; medi a sua profundidade, e curai vossa vaidade pelo conhecimento de vossa miséria. Se, mais grave, a ofensa alcança o coração, lamentai o infeliz que a comete, como lamentais o ferido cuja ferida aberta deixa correr o sangue: a piedade é devida àquele que aniquila seu ser futuro. Jesus, no jardim das Oliveiras, conheceu a dor humana, mas ignorou sempre as asperezas do orgulho e as mesquinharias da vaidade; encarnou-se para mostrar aos homens o tipo da beleza moral que deveria lhe servir de modelo: dela não vos afasteis nunca. Modelai vossas almas como a cera mole, e fazei com que vossa argila transformada torne-se um mármore imperecível que Deus, o grande Escultor, possa assinar.

 Lázaro (Sociedade Espírita de Paris. - Médium senhora Costel)

Livro: Revista Espírita - 1862 - Allan Kardec - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

21.4.16

AFEIÇÃO

Questão 342 do Livro dos Espíritos

O Espírito, na hora de reencarnar, pode ter muitos que o acompanham para o ingresso na vida física; depende do plano a que pertença na escala espiritual.
Se tem amigos e companheiros entrelaçados na fraternidade, esses vêm assistir ao seu ingresso no mundo material com todo amor, ainda doando condições para seu ânimo e sua fé, na viagem pela vida na Terra, pedindo aos Céus que lhe dêem um destino compensador em suas lutas na nova vida. Não obstante, se fez inimigos por todos os lugares que percorreu, como acontece com muitos candidatos a reencarnação, eles também se aproximam do seu desafeto, praguejando e emitindo todas as qualidades negativas de, fluidos, desejando que ele se perca cada vez mais.
Claro que todos têm a proteção de Deus em todos os aspectos de sua vida, porém, a mente atrai de acordo com o que pensa, por ser essa a lei. Se o reencarnante não educou a sua mente nos moldes do amor e da amizade, ele não pode ter uma boa assistência, a não ser as bênçãos que são doadas a todos e que serão dadas mais a quem tem disposição para receber.
Devemos procurar afeição em todos os campos de trabalho, de maneira que essas se transformem em equilíbrio no amor verdadeiro e na paz que se ilustra no trabalho digno. Todos são filhos de Deus e ninguém é esquecido pelo amor do Pai Celestial, mas a parte que nos toca haverá de ser feita como sendo a nossa conquista espiritual.
Estudemos, vigiemos e oremos, para que compreendamos os deveres a respeitar ante Deus e os nossos irmãos a caminho. Procuremos limpar a mente onde estivermos e frente a qualquer um na vida, que nossos esforços serão recompensados e garantidos pelas leis espirituais. Se queremos boas companhias mesmo na Terra onde nos encontramos, não desdenhemos ninguém, nem os inferiores nem os superiores, nem as plantas que nos ajudam a viver, nem os animais. Tudo vive, tudo serve, tudo se encarrega de uma tarefa na criação.
Se queremos ser co-criadores na Terra, façamos por onde: se alguém nos feriu e nos sentimos feridos, é porque existe uma úlcera dentro da nossa alma a ser tratada. O que existe por dentro, manifesta-se por fora. Se sofremos e achamos que é injustiça, examinemos nosso mundo interno, que lá está a fonte de todas as investidas das trevas.
As pedras preciosas que brilham e conseguem a admiração de todos, foram trabalhadas pelas mãos do tempo. Somos pedras preciosas de Deus, esperando as mãos desse mesmo tempo que chamamos de progresso e, ainda mais, existem as nossas mãos que devem operar para o despertar de nós mesmos na lavoura da luz. Esforcemo-nos para aumentar a afeição em todos os caminhos que percorrermos, que essa afeição se multiplicará em variadas assistências para a nossa paz de consciência. Se queremos muitos amigos visíveis e invisíveis, na entrada para a vida espiritual, e no momento da reencarnação, plantemos as sementes do amor por onde passarmos, multiplicando a nossa amabilidade e limpando o coração de toda a mágoa que possa surgir.
No momento de reencarnar, sempre temos a companhia de outros Espíritos. Precisamos saber quais os tipos de Espíritos que devem vir, pois eles aparecerão de acordo com os nossos sentimentos, com a vida que estamos levando no mundo dos Espíritos ou na Terra. Lembremo-nos daquele velho provérbio, muito conhecido: Diga-me com quem andas, que te direi quem és. Atraímos o que somos, em qualquer lugar onde estivermos.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

18.4.16

SEI QUE É LOUCURA!

Talvez, eu não saiba, realmente, identificar um comunista.
Tampouco definir um fascista.
Mas sei diagnosticar um louco.
Quer dizer, acho que sei, porquanto, hoje em dia, eles passam por criaturas tão normais...
Mas sei, por exemplo, que é loucura arruinar a geração inteira de um País, tão promissor quanto o Brasil!
Sei que é loucura a sangria que se faz aos cofres públicos de uma Nação, mergulhando quase todo o seu povo na desesperança!
Sei que é loucura trair o voto de confiança de milhões de pais brasileiros que estão vendo os seus filhos sem futuro!
Sim, vocês têm razão: eu pouco, ou nada, entendo de Marx, ou Engels, de Hitler, ou Mussolini, de Mao Tse Tung, ou Fidel, de Kim Il Sung, ou Hoxha, de Chaves, ou...
Espanta-me, no entanto, o direito que vocês me querem negar de emitir a minha própria opinião sobre a situação social de um País que reúne as expectativas do Mundo Espiritual quanto à sua possível condição de Pátria do Evangelho...
Espanta-me o seu total desconhecimento do Cristianismo, em seus primórdios, e na atualidade, no esforço que a Doutrina Espírita empreende para restaurá-lo...
Posso ser completamente ignorante na política rasteira do mundo, da qual sempre andei muito distante, mas algo eu julgo saber quanto à essência da Mensagem do Cristo, que, infelizmente, não se identifica com nenhum sistema de governo que aí estamos vendo...
Vocês estão enganados se, com a suas opiniões truculentas, indignas de um espírita-cristão, pensam em me fazer calar!
Vocês precisam deixar de ser pigmeus no entendimento...
Sim, os nossos irmãos muçulmanos não são comunistas, consoante a definição de nosso velho “pai dos burros”, contudo, tentem vocês não aprenderem a rezar pela sua cartilha – o venerável “Corão”, cujo transcendente significado vem sendo distorcido por quase todos os Aiatolás! – tentem residir na Europa e, numa brincadeira de extremo mau gosto, estamparem uma charge nas páginas de um tablóide...
Vocês sabem que eu não tenho grandes afinidades com a Igreja Católica, não obstante, neste universo de escândalos de todos os tamanhos, que, profundamente, lamento, quero reconhecer a nobre atitude do Papa Bento XVI – sinceramente, eu não esperava que, um dia, eu ainda tivesse que aplaudir um homem que usasse mitra...
Com certeza, não foi o mais santo, mas Bento XVI, até agora, foi o mais “macho” dos Papas!
É isto aí.
Agora, antes de terminar esse arrazoado de espírito “trevoso”, permitam-me pequena observação: vocês que se apressaram em revelar o seu conhecimento sobre os sistemas políticos do mundo, com sua nomenclatura sofista – neofascismo, neonazismo, neoliberalismo, etc. –, demonstraram nada saber da obra “Nosso Lar”, com as suas revelações de um “neomundo”!!!
Vocês, que querem citar Kardec com tanta propriedade nada demonstraram saber de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, e duvido que sequer tenham lido uma só página da coleção, em doze volumes, da “Revue Spirite”!
Olhem: eu tenho mais o que fazer.
De fato, é melhor que eu continue a tratar apenas dos loucos desencarnados, porque, sinceramente, para certos casos de loucura que estou tendo oportunidade de registar entre os encarnados, o processo de cura é para muitas existências!...
Quem sou eu?!...
Se os Apóstolos não puderam curar aquele menino lunático, que um espírito ora atirava na água, ora atirava no fogo – por que para lidar com aquela classe de obsessores, segundo Jesus, era preciso muito jejum! –, eu, que nunca nada postulei, e nem apostolei, é que vou dar conta desses petizes com a suas sandices?!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 18 de Abril de 2016.

Equilíbrio

Os ventos assopram tempos de turbulência para nosso País. Está em jogo a paz de irmãos, mas há forças que agitam para ver o ódio dominar as mentes e os corações.
Que pena!
Não soubemos ainda cultivar a paz interior e o diálogo sincero e construtivo.
Não entendemos ainda que tudo é um processo e que o erro de hoje deve se refletir no acerto do amanhã e assim se constrói a democracia.
Não tivemos a coragem de admitir que pensamos demasiadamente em nós mesmos e esquecemos da coletividade Brasil em muitas das nossas decisões.
A Pátria pede-nos calma. A agitação não nos fará livres para pensar com exatidão e cautela.
O Nosso Senhor Jesus Cristo jamais compactuou com a mentira. Também deixou claro que as coisas de César deveriam ser tratadas com César, mas convidou-nos para a construção do Reino de Deus e, certamente, este reino não será erguido debaixo da injustiça e da desigualdade.
Neste momento emblemático que passa o País, num instante em que se decide o prosseguimento de um processo de impedimento da atual presidência da República, nós que compomos o mundo espiritual e temos responsabilidades com o nosso País estamos trabalhando diuturnamente para que tenhamos equilíbrio nas decisões.
Há uma grande mobilização para evitar brigas infrutíferas, levantes desnecessários, alarmes vazios.
A mentira não pode predominar, sabemos, mas o preço da verdade pode ser muito caro, então há mecanismos que podem ser utilizados para que ela se estabeleça sem causar grandes prejuízos.
Os espíritos amigos do Brasil trabalham para que sejam desarticuladas as redes de ódio instaladas em várias frentes.
Não há de nossa parte a defesa para qualquer um dos lados postos, não nos cabe discutir opiniões, mas que a verdade se manifeste e ela seja respeitada.
A democracia é o regime de respeito a liberdade e não se pode maculá-la com a imposição de uma vontade.
Respeitemos os fatos que forem corroborados pela lei, mas busquemos, o tempo inteiro, a coroação da justiça, amiga primeira da verdade.
Calma, irmãos!
Juntamo-nos ao coro de outros para pedir paciência e cautela no que diz e no que faz.
No outro dia seremos os mesmos irmãos de sempre que precisamos um do outro para construir um Brasil melhor.
As vistas do mundo se voltam para a Pátria do Cruzeiro. Os outros países nos veem com certa curiosidade por tudo que criamos até agora como nação e ficam mais estupefatos ainda pelo que acontece. Não entendem bem como pudemos, em tão pouco tempo, deixar de reinar a prosperidade para nos mergulharmos num estado de quase caos.
Vamos sair desta situação embaraçosa, mas com o equilíbrio que nos é inerente. Não deixemos que forças antagônicas ao bem aproveitem este quadro para instalar o medo e a violência, a desarmonia e a intemperança.
Lutemos com os instrumentos da democracia e peçamos a Deus que nossas atitudes sejam consoantes à Sua vontade.
Que fiquemos em paz!

Helder Câmara – Blog Novas Utopias

17.4.16

Pobreza Moral

A aposta democrática é ferrenha defensora dos direitos e das liberdades. A democracia sem estes dois pressupostos pode ser tudo, mas não é democracia. É, quando muito, um simulacro dela.
Ao longo do tempo, os homens, na maioria das nações, têm buscado encontrar uma forma melhor de governá-los e, infelizmente, ainda não encontrou. É o que temos, então façamos o melhor proveito.
A luta democrática se confunde coma a defesa da liberdade e do estado de direito, portanto. Os homens descobriram, em dado momento da história, que necessitavam criar regras para se auto-governarem. A obediência às regras, à ordem, passou a ser o atestado dos homens livres e respeitadores do direito.
É claro que o homem ainda sendo imperfeito na sua compleição moral leva inevitavelmente o traço da impureza para onde quer que vá e, no exercício democrático, traz o gérmen de inúmeros pecados, entre tantos a marca da corrupção.
O estado de direito reclama a posse da verdade e o cuidado com as normas constitucionais todas as vezes que tais regras são, de alguma maneira, usurpadas. A democracia é, neste sentido, a atenção à liberdade de escolha e à obediência às normas. Feri-las é, em primeira análise, ferir de morte a própria democracia.
Estes arranjos que se fazem de democracia em muitas partes do mundo é para que se ostente com um mínimo de civilidade entre outras nações, mas, muitos homens, se pudessem, se revelariam déspotas, verdadeiros tiranos, donos do poder.
No Brasil isto não é diferente. Os homens, poucos homens, ostentam o caráter democrático como regra real de sua conduta. Na verdade, usam o discurso democrático para se instalar no poder e de lá nunca mais sair. E, neste caso em particular, não me limito a configurar uma escola política específica, mas ouso dizer que são todas elas.
A prova disto é que ao longo de sua história republicana os casos de exceção democrática são quase mais superiores do que da vivência democrática plena. A instabilidade fez parte da história democrática brasileira e, parece-me, ainda faz.
O que se passa com nosso País é uma crise de identidade. O fato de ser grande territorialmente faz com que haja interesses mil em jogo. É difícil uni-lo numa só causa. Este foi o grito que dei nos meus tempos de político e aí a razão de ter defendido, à época, uma monarquia federativa. Um monarca que uniria o País, mas que respeitasse a autonomia dos estados federados.
Hoje, há um centralismo político excessivo. Os estados em sua maioria falidos, pois mal administrados, um governo federal que oprime a base estadual e municipal. No afã de guardar privilégios e seu espaço de poder tudo traz para perto de si. Distribui o ônus e fica com o bônus.
Quando, porém, vê-se que o estado central está falido, todo o tecido político brasileiro vai atrás. Centralidade burra, na verdade. Hoje, na falência econômica e gerencial que nos defrontamos, o colapso passa a ser geral.
O que se passa, entre outros males, é o mal original de achar que o que é público é seu. Não é. Você faz parte dele, mas não é só seu. A democracia se faz no embate das ideias para se procurar um equilíbrio. Ocorre, porém, que quando se instala no poder um déspota com ar de bom menino tudo passa a ser feito através da manipulação política. É uma farsa governista. Capitula-se para se manter no comando da nação. É uma tendência natural dos homens imperfeitos.
Podemos mudar este quadro de diversas maneiras. A moralidade pública vem se instalando pouco a pouco no Brasil, mas os especuladores da coisa pública sempre encontram um jeito para tirar o seu pedaço no quinhão de todos.
Isto se chama pobreza moral.
O fundo de tudo é isso é na ordem dos valores. Homens civilizados fazem governos civilizados. Homens corruptos fazem governos corruptos.
Repito que isto que vos escrevo é mal generalizado do estado brasileiro, em todas as suas esferas de poder, apenas, agora, se investiga o poder central.
Diante do impasse institucional que vivemos é preciso ter paciência para ver cada coisa ficar no seu lugar. O governo que aí está, é natural, não vai abrir mão de seus privilégios e lutará até onde puder para mantê-los.
O sofrimento popular poderia ser o grande motivo para mudanças das regras democráticas, mas não enquanto as regras do jogo atual ainda estejam em vigor.
Quem sabe um regime parlamentarista pudesse apaziguar ânimos? Logicamente para o ponto futuro, não para agora. Tentaria se desmitificar os males do parlamento e se mostraria, por outro lado, que não há salvadores da pátria, há, na verdade, são compromissos e regras que devem ser cumpridos.
As soluções não acontecerão num estalar de dedos. Haverá luta, sofrimento, desentendimento, mas, num segundo momento, convergência, acordos, diligência.
Que os homens aprendam com seus erros e acertos.
Que sejamos maduros em suplantarmos as deficiências presentes.
Que possamos, mais tarde, nos orgulharmos das decisões tomadas, porque respeitamos a democracia e a vontade popular.


Joaquim Nabuco - Blog Reflexões de um Imortal

16.4.16

AMIZADE E INVEJA


Entre uma dúzia de amigos,
É importante não te iludas,
Que um deles, com certeza,
Talvez se pareça com Judas.
*
O amigo verdadeiro
É o que sempre te defende
E por moeda e prestígio
Seja a quem for não se vende.
*
O punhal da traição,
Em muita gente mesquinha,
Tomando a forma de língua
Na boca tem a bainha.
*
Muita crítica velada
É inveja sob disfarce
De quem se mostra incapaz
De ao teu valor igualar-se.
*
Amizade conquistada
Associando-se ao mal
É um pacto de treva
Com a obsessão por aval.
*
Muito espírita conheço
Que, pondo os pés pelas mãos,
Sempre adoece em si mesmo
Os propósitos mais sãos.
*
A pior obsessão
Chega feito um belo sonho,
Depois vira pesadelo,
Assustador e medonho.
*
Quem atravessa o sinal
Que o bom senso determina,
Ignora a profundidade
Do abismo a que se destina.
*
Quem faz muitos inimigos
Por ação conveniente,
Dos doentes que conheço
E o que mais está doente.
*
Quem age de modo afoito,
Mesmo no bem que lhe apraz,
Na ânsia de andar depressa,
Deixa Jesus para trás.

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 8 de abril de 2016, em Uberaba – MG).

15.4.16

FALANDO AO TRABALHADOR

    Trabalhador da vida persevera agindo no bem.
    As criaturas na Terra, de certo modo, se parecem com matérias brutas antes de serem trabalhadas.
    Diante do solo que te não pode oferecer argila para a olaria ou leiras para a sementeira, evita a blasfêmia.
    Trabalha a terra, dando-lhe o amor que te escorre abundante e amparando-a com a dádiva da linfa vivificante.
    Ante a montanha não amaldiçoes as pedras.
    Trabalha-as e arrancarás formas preciosas.
    Frente à árvore retorcida não lhe desprezes os galhos.
    Trabalha o lenho, retirando tábuas e mourões que ensejem agasalhos e utilidades.
    Face ao ferro envelhecido e gasto não o injuries.
    Trabalha nele com o auxílio do fogo e aplica-o em vários usos.
    Defrontando o lodo não o insultes.
    Trabalha, drenando-o, e conseguirás aí abençoada seara que se cobrirá, oportunamente, de flores e frutos.
    Há muitos corações, igualmente assim, na estrada dos homens.
    Espíritos difíceis de entender, empedernidos na indiferença, retorcidos pelo ódio, envelhecidos no erro, perdidos na inutilidade, comprazendo-se na ignorância e na crueldade.
    Não reclames nem os desprezes.
    Abre os braços e socorre-os em nome do amor.
    Quando te seja possível trabalha junto a eles e neles, confiante no Divino Trabalhador.
    Possivelmente os resultados não virão logo nem o êxito do trabalho surgirá de imediato.
    Muitas vezes sangrarão tuas mãos na execução da obra e dilacerarás o próprio coração.
    De início a dificuldade, o esforço e a perseverança no trabalho.
    Mais tarde a assistência carinhosa e o zelo cuidadoso.
    Por fim surpreenderás, feliz, a vitória do trabalho paciente, sorrindo como flores na lama, saudando a beleza e a glória da vida em nome de Jesus, o Obreiro da felicidade de nós todos.


Livro: Espírito e Vida - Divaldo P Franco - Joanna de Ângelis

14.4.16

INQUIETAÇÃO DA ALMA

Questão 341 do Livro dos Espíritos

A ansiedade da alma no momento da reencarnação geralmente é enorme. Ela não tem certeza da sua vitória nas lutas que se destinou a travar, contudo, se o Espírito tem fé em Deus e conhece os ensinamentos de Jesus, a força da confiança ir-lhe-á garantir a esperança.
Bem sabemos o que passa o Espírito reencarnado com a prova de ser um hanseniano que, em muitos casos, é abandonado pelos próprios familiares. É muito duro o desprezo, e esse desprezo avança e atinge a sociedade. Mesmo nos dias atuais, quando a medicina oficial os está liberando para que convivam com a família, ainda falta o exemplo de irmãos desses que sofrem na carne um passado drenador, que derrama no corpo as vibrações criadas por eles mesmos em eras remotas.
Onde nos encontrarmos, façamos o que pudermos pela educação de nós mesmos. Procuremos cortar as arestas daquilo que nos levou aos desatinos no passado, porque é nesse esforço de melhorar que iremos nos renovando pelo bem e salvando-nos pela caridade. Não aumentemos o nosso jugo nem façamos pesado o nosso fardo. As inquietações do Espírito para reencarnar, as ansiedades no momento de entrar na carne, bem como, também, para deixar o corpo físico, é ignorância da vida espiritual e falta de maturidade da alma na posição em que se encontra.
Um homem que pretende levar um peso a determinado lugar, quando não o suporta, divide o fardo para levar de duas ou três vezes. Assim também é a alma ao descer para o mundo físico com um corpo: se ela não suporta as provações que escolheu ou que lhe foram impostas, ela as divide para outras vezes, qual faz o viajor comum na Terra.
Falamos do Espírito mediano, e essa escala é muito grande, mas, quando se trata de Espírito missionário, esse a tudo suporta tanto dentro da carne como fora dela, tanto pisando nas lutas com os homens, quanto no mundo dos Espíritos em missões nas trevas. O sofrimento, para esses Espíritos de escol, representa forças novas para seus caminhos. E o que o Cristo deseja dos Seus discípulos novos nos caminhos do mundo: que eles se fortaleçam na fé renovada, mostrada pela Doutrina dos Espíritos, e nela bebam a água da vida, para a vida com Deus.
Pensemos na fé, estudemos todos os meios lícitos para conquistá-la, meditemos o quanto for necessário na arregimentação dessa confiança, na certeza de que a fé que pode encarar face a face a razão nos leva à esperança divina, no sentido de que a nossa presença, onde quer que estejamos, seja motivo de glória e de alegria, pela vida que levamos e no estímulo aos outros, para viver em paz.
Não nos inquietemos com os problemas que deverão surgir como teste do que já aprendemos; se acompanhamos o Cristo, os caminhos são tortuosos, cheios de espinhos, porém são eles que irão nos mostrar o que já aprendemos, na nossa renovação interior.
Aqueles que ainda não despertaram para o Culto do Evangelho no Lar, que o façam o mais urgente possível, que ele lhes dará os meios de compreender, junto a família, o valor da solidariedade, da compreensão do amor em conjunto e da paz, para que venham a viver cada dia o que Jesus ensinou em três anos de lutas, compreendendo e amando as criaturas que O perseguiam e até mesmo O expulsaram pelas vias de uma cruz. Entretanto, Ele venceu a humanidade, Ele venceu o mal, amando sempre os Seus perseguidores que hoje, quase todos, se encontram na falange de amor, sofrendo e amando como Ele, a todos os retardatários.
A vida é avanço, a vida é amor. Amemos e prossigamos, que seremos um daqueles que, imitando o Cristo, tomam-se um sol nos caminhos de muitos.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez

Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

13.4.16

NECESSIDADE – III

222 –Que significa o chamado “toque da alma”, ao qual tantas vezes se referem os Espíritos amigos?
Quando a sinceridade e a boa vontade se irmanam dentro de um coração, faz-se no santuário íntimo a luz espiritual para a sublime compreensão da verdade.
Esse é o chamado “toque da alma”; impossíveis para quantos perseverem na lógica convencionalista do mundo, ou nas expressões negativas das situações provisórias da matéria, em todos os sentidos.
223 –Há tempo determinado na vida do homem terrestre para que se possa ele entregar, com mais probabilidades de êxito, ao trabalho de iluminação?

-A existência na Terra é um aprendizado excelente e constante. Não há idades para o serviço de iluminação espiritual. Os pais têm o dever de orientar a criança, desde os seus primeiros passos, no capítulo das noções evangélicas, e a velhice não tem o direito de alegar o cansaço orgânico em face desses estudos de sua necessidade própria.
É certo que as aquisições de um velho, em matéria de conhecimentos novos, não podem ser tão fáceis como as de um jovem em função de sua instrumentabilidade sadia, fisicamente falando; os homens mais avançados em anos têm, contudo, a seu favor as experiências da vida, que facilitam a compreensão e nobilitam o esforço da iluminação de si mesmos, considerando que, se a velhice é a noite, a alma terá no amanhã do futuro a alvorada brilhante de uma vida nova.
224 –As almas desencarnadas continuam igualmente no serviço da iluminação de si próprias?
Nos planos invisíveis, o Espírito prossegue na mesma tarefa abençoada de aquisição dos próprios valores, e a reencarnação no mundo tem por objetivo principal a consecução desse esforço.


Livro: “O Consolador” – Francisco C. Xavier – Emmanuel - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

12.4.16

A SUÁSTICA E A CRUZ

Dias atrás, um amigo, comentando a matéria que publicamos sobre “A Política em ‘Nosso Lar’”, disse que a Obra, da lavra mediúnica de Chico Xavier, é comunista – não pudemos apanhar bem se, de fato, ele estivesse querendo se referir à Obra em si ou, então, à cidade de “Nosso Lar”, em sua organização político-administrativa.
Esperando que ele entenda que respeitamos a sua opinião, precisamos dizer que, mesmo sem ser um expert em Política, existe fundamental diferença entre Comunismo e Socialismo.
Em palavras simples, sem tantos aprofundamentos teóricos, dos quais eu não seria capaz, o Comunismo, de Karl Marx e Friedrich Engels, foi, e continua sendo, a perversão do Socialismo, de Jesus Cristo.
O Comunismo é a suástica, o Socialismo é a cruz.
A suástica é a cruz gamada, voltada para dentro de si mesmo, na representação do egoísmo, inclusive racial, que culminou com o desastre do Nazismo.
A cruz é composta por duas traves que se abraçam, uma na horizontal, estendendo-se a toda Humanidade, e outra na vertical, apontando para o Alto, inclusive, unindo o Visível ao Invisível. 
Representado no mundo atual, principalmente, pela Rússia (comunismo disfarçado), China, Coréia do Norte, e, porque não dizer, pelo Estado Islâmico, nos extremos do fanatismo religioso, o Comunismo é uma farsa, dentro da qual, os seus líderes mantêm o povo em regime de escravidão, cerceando o que o homem possui de mais sagrado que é a liberdade de pensamento e de expressão.
No Comunismo, a foice e o martelo como símbolo das trevas, opõem-se ao pão e ao peixe, que o Cristo multiplicou e, igualmente, dividiu entre a multidão faminta, fazendo com que lhe sobrasse doze cestos, como a dizer aos homens que não precisavam ter receio de dividir entre si, porque, em essência, o que se divide é o que se multiplica.
De fato, “Nosso Lar”, esta obra fantástica, psicografada em 1943, no auge da Segunda Grande Guerra, demonstra como deverá ser a Humanidade do futuro, sem o cabresto moral dessa ou dessa daquela concepção religiosa, porque, em nenhum de seus cinquenta magníficos capítulos há sequer a menor alusão de que a referida cidade espiritual seja espírita – nela impera o “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
Não há, em “Nosso Lar”, outra preocupação com capital que não seja o do moral elevado, porque o dinheiro, pertencente a César, foi completamente banido, utilizando-se os seus moradores de uma revolucionária moeda de troca denominada “bônus hora”, que se caracteriza pelo número de horas de trabalho dedicadas à coletividade, com ênfase para a qualidade dessas mesmas horas de trabalho – curiosamente, quem trabalha em “Nosso Lar” com crianças, sempre recebe em dobro!
Em “Nosso Lar”, por exemplo, não há latifundiários, porque a terra, sendo patrimônio comum, pode ser usufruída por todos, e, portanto, toda e qualquer especulação financeira, que sempre infelicitou o mundo, se encontra banida – em “Nosso Lar”, ninguém pode possuir mais que uma propriedade, ou seja, uma casa de morada.
Precisamos, ainda, dizer que, “Nosso Lar”, fundada em meados do século XVI, por distintos portugueses desencarnados no Brasil, é a revivescência da “Casa do Caminho”, fundada pelos Apóstolos, em Jerusalém, porquanto todos os que se faziam seguidores do “Caminho”, conforme Lucas registra em “Atos dos Apóstolos”, doavam todos os seus bens para a comunidade, que, qual em “Nosso Lar”, se supria a partir de um “celeiro central” – Ananias e Safira, que haviam tentado burlar a Pedro, ou seja, inaugurar o ilícito na “Casa do Caminho”, por tamanho drama de consciência, a si mesmos se puniram, caindo mortos aos pés do Apóstolo!...
Portanto, não há que tapar-se o Sol com a peneira: o Cristianismo é socialista, e, em sua revivescência, igualmente o Espiritismo o é, em sua transcendente Filosofia, embora muitos de seus adeptos ainda não o logrem ser, apegados que, relativamente, se encontram aos bens transitórios da existência humana. (porque era dono de muitas propriedades, o jovem rico não quis seguir a Jesus– ele retirou-se muito triste)
Em “O Livro dos Espíritos”, na questão 808, quando trata do assunto de uma possível divisão igualitária dos bens materiais, os Espíritos disseram a Kardec que, infelizmente, na atualidade, se tal viesse a acontecer, devido às naturais diferenças intelecto-morais entre os homens, logo tudo voltaria a ser como antes, com os aproveitadores (os velhacos e os ladrões) submetendo os menos aptos.
Nada, porém, pior que o Comunismo declarado, praticado às claras, do que um Socialismo mentiroso – este é um dos piores sofismas que, no mundo contemporâneo, as trevas lograram forjar, para continuar iludindo o povo, que, contentando-se com migalhas, deixa de reivindicar o que lhe é de direito: Escola, Saúde e Trabalho! E o pior é que o Socialismo mentiroso, apoiado pelo interesse de seitas religiosas oportunistas, traveste-se de Cristianismo, mas, não obstante, está muito longe de Jesus Cristo – as igrejas, em maioria, são comunistas, e não socialistas! – A Igreja Católica é comunista – acumula, e não divide bens!)
Portanto, meu amigo, “Nosso Lar”, esta Obra futurista da lavra mediúnica de Chico Xavier, que, aliás, era o sonho de Platão, o eminente discípulo de Sócrates, em “A República”, não tem nada a ver com o Comunismo, e, você me perdoe, mas, neste sentido, você e a quem como você pensa estão precisando estudar um pouco mais.
A foice e o martelo, meu caro, é a suástica estilizada!
E doe isso a quem doer!...
O meu compromisso de espírito é com a Verdade e não com quem quer comprar ou deixar de comprar os meus livros, que, ainda, talvez atirados dentro de um vaso sanitário fiquem bem melhor do que nas mãos de falsos moralistas.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 10 de abril de 2016