18.5.16

ESQUECIMENTO DAS INJÚRIAS

    Minha filha, o esquecimento das injúrias é a perfeição da alma, como perdão das ofensas feitos à vaidade é a perfeição do Espírito. Foi mais fácil a Jesus perdoar os ultrajes de sua Paixão quanto não é fácil, ao último dentre vós, perdoar uma leve zombaria. A grande alma do Salvador habituada à doçura, não concebia nem a amargura nem a vingança; os nossos, obtendo o que é pequeno, esquecem o que é grande. Cada dia os homens imploram o perdão de Deus que desce sobre eles como benfazejo orvalho; mas seus corações esquecem essa palavra, sem cessar repetida na prece. Eu vos digo, em verdade, o fel interior corrompe a alma; e a pedra pesada que a fixa ao solo e retém a sua elevação. Quando sois censurados, reentrai em vós mesmos; examinai vosso pecado interior: aquele que o mundo ignora; medi a sua profundidade, e curai vossa vaidade pelo conhecimento de vossa miséria. Se, mais grave, a ofensa alcança o coração, lamentai o infeliz que a comete, como lamentais o ferido cuja ferida aberta deixa correr o sangue: a piedade é devida àquele que aniquila seu ser futuro. Jesus, no jardim das Oliveiras, conheceu a dor humana, mas ignorou sempre as asperezas do orgulho e as mesquinharias da vaidade; encarnou-se para mostrar aos homens o tipo da beleza moral que deveria lhe servir de modelo: dela não vos afasteis nunca. Modelai vossas almas como a cera mole, e fazei com que vossa argila transformada torne-se um mármore imperecível que Deus, o grande Escultor, possa assinar.

 Lázaro
(Sociedade Espírita de Paris. - Médium senhora Costel)

Livro: Revista Espírita - 1862 - Allan Kardec - Todos os livros espíritas como este, vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

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