10.7.16

O sonho de união não acabou

A divisão que hoje impera na Europa não é satisfatória para os interesses mundiais. O que lá acontece é que não houve o devido ajuste de conduta entre os povos. É natural que seja assim, pois, somente pouco a pouco, é que tudo se concretiza na união de povos.
Os alemães, os franceses, os ingleses e todos os outros componentes da União Europeia sabiam da dificuldade que seria em materializar este antigo sonho de união. As barreiras a serem transpostas são imensas. Os interesses individuais devem casar com os interesses coletivos e isso fere ao que se convencionou denominar de soberania nacional.
Ora, como fazer parte do todo, sem se integrar a ele, sem se adaptar a conjuntura total?
Estes azedumes locais são naturais e esperados. Os nacionalistas nunca viram com bons olhos a aproximação de povos que antes foram circunstancialmente seus inimigos. Enxergam com certa desconfiança as diferenças e decisões tomadas em colegiado. Afinal, como ficará a vontade do meu país diluída entre os demais?
Esta expectativa negativa de muitos europeus ganhou eco entre os britânicos, não todos eles, mas de um agrupamento mais conservador, portanto, menos liberal a ideias novas.
Eles acham que o mundo não mudou. Que a libra esterlina é forte por natureza. Que seu país ainda é, de certa forma, o centro do mundo. Não entendem como é que eles podem ficar sem emprego e muitos europeus de outras nações ocuparem o seu lugar.
Esta relação de perdas e ganhos é uma contabilidade que todos os países integrantes da União Europeia fazem constantemente. Em outras palavras, averiguam se é melhor estar sozinho ou fazer parte de um grande grupo de nações.
Esta contabilidade, meus caros, para todos, sem exceção, têm se demonstrado positiva, afinal de contas, isoladamente, ungindo de suas próprias ações, dificilmente conseguiriam os resultados desejados. Hoje, fazendo parte da “nação europeia” sentem-se, muitos deles, seguros e fortes. Esta é a razão do reforço pela ideia integrativa europeia. As contas, no final, batem no azul.
A União Europeia sabe do momento decisivo que atravessa. A inesperada, mas ainda não concretizada saída dos britânicos, é, sem dúvida alguma, uma queda nas pretensões plurais que já estão em desenvolvimento.
Torcemos para que os ingleses reflitam melhor sobre a sua decisão, aliás, muitos já estão fazendo, mesmo aqueles que votaram favoravelmente no plebiscito separatista. A pena para a saída do bloco continental será tamanha que poderá, inclusive, ocorrer um retrocesso nesta decisão. Não tenho dúvidas alguma sobre isso.
Este patamar de coisas é observado por nós espíritos com muita clareza. Estamos atentos aos fatos igualmente a vocês aí no plano físico. As repercussões não são apenas de ordem material. Diria que são primeiramente de ordem espiritual, pois não existe efeito sem uma causa fundante.
Aguardemos os fatos. Muita água ainda está por rolar sob as pontes londrinas. Nada é definitivo, a não ser a própria vida que nos abastece de esperanças e alegria.
Joaquim Nabuco - Blog Reflexoes de um Imortal

Nenhum comentário:

Postar um comentário