3.7.16

Para onde vai o Brasil?

Amparado na Constituição, o homem toma muitas decisões soberanas, afinal, é ela a lei das leis.
Pois bem, o que dizer da nossa Carta Magna?
Ela refletiu o que foi discutido, à época, e trouxe no seu bojo as inquietações daquele momento. Hoje, embora maioria do que lá está esteja absolutamente vivo e pertinente, não podemos deixar de considerar que outros avanços e ajustes necessários precisam ser inseridos.
A preocupação com os direitos sociais foi uma das marcas da “lei mãe” e refletiu o anseio de muitos que estavam desprotegidos. Houve certa preocupação em instalar um welfare state, mas isto se constitui numa conta a ser paga pelo conjunto da sociedade. Será que ela tem consciência disso?
Hoje, o Estado brasileiro está exaurido nas suas finanças. Um estado de irresponsabilidade de caixa provocou o desequilíbrio das contas públicas e pouco está sendo feito do que se deveria, pelo menos no seu aspecto estrutural.
O atual governo provisório até que tomou medidas sensatas, mas ainda deriva para certo grau de negligência fiscal para se manter no poder. É imprescindível que se tenha visão de estadista e não de carreirista, como se vê.
Qual o projeto de Brasil que temos em mãos para poder investir o nosso capital?
Todos sabem que nenhum. Somos um País que caminha à deriva a depender do sabor dos ventos. Ora, estar jogado à própria sorte, um país de mais de 200 milhões de habitantes, é incrivelmente perigoso.
A sorte é que muitos seguram as rédeas do País e não permitem que ele desemboque de vez para o precipício. O fato é que estamos desgovernados, estamos a esmo, sem direção, à procura de um bom timoneiro.
O presidente interino, ou como queira o vice-presidente em exercício, sabe das suas limitações em fazer algo de alta monta, por enquanto. Este estado de indefinição é tremendamente ruim para o País, mas sigamos o ritmo das leis como deve ser.
Em retornando a presidente afastada é que se mergulha num mundo de grandes dificuldades porque faltará a ela capital político suficiente para reverter a situação que ela mesma criou.
De um lado, portanto, um vice-presidente de mãos atadas, de outro, uma presidente sem força. Para onde irá, pois, o Brasil?
A discussão urgente de um projeto de País, como já defendi antes, ajudaria a diminuir os pontos de incerteza política e econômica. Junte-se a todos e defina-se um rumo. Isto, ao menos.
Todos nós estamos preocupados com a situação do País. Nos bastidores da realidade física, encontramos os aproveitadores da situação, esperando alguém fraquejar para tomar conta de tudo. Por outro lado, políticos imbuídos no bem ficam em alerta para ajudar a melhor conduzir o País.
Hoje, todos somos reféns do tempo. Tempo de definição do final do mandato presidencial ou da sua restauração.
Seja como for, é urgente a construção de um novo País. Está demonstrado que as atuais circunstâncias apenas mostram a debilidade que nos mergulhamos.
Afora a crise política e econômica, o que mais as alimenta é a crise moral. A crise da falta de vergonha na cara. A crise que leva os hipócritas ao centro das principais decisões do país.
Avante, Brasil!
Não há mais tempo a se esperar.

Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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