8.8.16

Exercício do Bem

Onde você estava quando a última pessoa te pediu ajuda?

Aliás, dizendo melhor, o que você fez por esta pessoa?
Outra pergunta pertinente: mesmo sabendo que alguém precisava de algo e não tenha te pedido, o que você fez?
Estas perguntas provocativas, meu caro, têm o objetivo de despertar a sua atenção e sensibilidade para as oportunidades de ajuda ao irmão de caminho quando elas aparecerem.
O que podemos dizer, entre tantos argumentos, é que funciona como lei geral aquela que nos foi ensinada na oração de São Francisco de Assis que nos lembra que “é dando que se recebe”. Esta lei magnânima faz com que todos tomem as devidas iniciativas do bem quando elas nos sejam apresentadas.
Tomar a iniciativa de fazer o bem requer, porém, atenção e disposição para o exercício do bem. Ora, se você está mais preocupado com você, com seus interesses, com seus problemas, dificilmente você conseguirá enxergar a dor do seu vizinho.
O que digo como predisposição para o bem é que você crie uma atenção concentrada para ajudar o outro, que você desenvolva um foco natural em colaborar com toda e qualquer pessoa que tenha algum tipo de necessidade em qualquer ocasião que for.
- Espere aí, Dom Hélder, o senhor quer que eu fique atento a tudo que passar por mim no intuito de somente ajudar?
- É isso mesmo que eu proponho, sem tirar nem por. Alerta total para o bem. Atenção concentrada na solidariedade. Compartilhamento constante com a dor do outro. Proponho que você seja absolutamente radical neste sentido.
- Mas, Dom Hélder, eu não sou santo, não me venha pedir isto.
- Nem eu, meu filho, nem eu. Mas o caminho da santidade, aquela santidade que Deus deseja que nós alcancemos, passa exatamente por esta predisposição permanente para o bem.
Estas afirmações, enfáticas e eloquentes, representam um encorajamento para que você definitivamente saia da sua lentidão e se aproxime com maior rapidez no outro, no seu irmão, naquele que precisa de ajuda.
Se não saímos de dentro de nós como poderemos alcançar a necessidade do outro?
Jesus, nosso mestre do bem, fez isto. Onde havia oportunidade de ajudar, ajudava. De amar, amava.
Eu quero, tão somente, é que você se predisponha a querer ajudar. O passo seguinte e os próximos acontecerão à medida que você tomar esta decisão.
Claro que você não irá resolver os problemas do mundo, mas do mundo que estiver ao seu alcance terá, no mínimo, a sua palavra de fé e esperança e seu gesto de solidariedade. E quem sabe que, desse jeito, outros não serão estimulados a também se exercitarem no bem?
Comece por você e Deus naturalmente te mostrará os meios possíveis para colaborar com teu irmão de caminho.
Paz e bem!

Helder Camara – Blog Novas Utopias

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