5.9.16

Amor dos Grandes

Que dizer das mulheres pobres que, não tendo como manter os seus filhos, doam eles para outras famílias?
Já imaginou que decisão cruel: ter que largar o filho por aí porque não possui condições mínimas de sustento de sua cria.
É terrível imaginar uma situação dessas, mas é o que ocorre, infelizmente, no mundo inteiro. Você ter que doar um filho, ceder a sua criação, para que outra família possa sustentá-lo.
Alguém poderia vir correndo dizer:
- Fez filho, então que aguente as consequências.
Meu querido irmão, será que sua mãe, sua querida mãe, tivesse lhe engravidado numa hora adversa da vida, não pensaria fazer o mesmo com você e, de coração apertado, daria você para outra pessoa criar?
É muito fácil, meus irmãos, dizer isso ou aquilo, o difícil é viver o momento crucial e ter que tomar uma grande decisão.
Acordar de manhã cedo, olhar para um lado e para outro e não ter o que dar ao filho querido. Já imaginou se existe dor maior para um pai ou para uma mãe?
Doar um filho, nestas condições, bem que poderia se considerar como um ato de amor. Amor dos grandes, pois renunciaria ao seu amor em benefício de seu futuro e de seu bem-estar. Tudo por amor ao seu filho.
E o que pensar daquelas mulheres que evitam ter a própria cria? Que criam obstáculos à concepção? Ou pior, que impedem o feto de crescer?
Isto é o inverso do amor. É exatamente a situação contrária daquela mulher que dá o filho para vê-lo bem. Esta outra sequer deu o direito de vida ao seu filho.
Que crime cruel, sinal primeiro do egoísmo humano. Não, não me venham falar que isto também é amor porque não tinha condições de criá-lo e, perguntando o que seria daquele ser, preferiu extirpar-lhe antecipadamente o sofrimento.
As mães verdadeiras deixam as suas crias virem ao mundo e dão todo o amor que podem dar, mas aquelas que pensam simplesmente em si mesmas, estas não aprenderam o valor nem o que é a maternidade.
Criem seus filhos como puderem, mas deixem eles virem à vida. Quem nos concede a graça da vida é o nosso Pai Amantíssimo, portanto é Ele – e somente Ele – que pode dar outro veredito.
É assim que se aprende a amar.
Abraços,

Helder Camara – Blog Novas Utopias

Nenhum comentário:

Postar um comentário