11.9.16

O Futuro do Brasil

A trajetória democrática no Brasil sofre outro deslize.
Não se pode afirmar, a priori, que não há legitimidade no processo de destituição da presidente eleita. Os caminhos democráticos foram adotados e naturalmente sujeito a críticas dos oposicionistas. Não é isto que desejo tratar nestas linhas, a história, por si só, haverá de dar razão a um dos lados nesta questão. O meu desejo é mostrar a nossa inanição política diante do conserto das nações do planeta.
O Brasil possui tudo para ser uma grande nação. Recursos de diversas ordens não lhe falta. Somos poderosos economicamente, temos uma bacia hidrográfica rica, uma natureza abundante e um povo expressivamente inteligente e criativo. O que nos falta, talvez, seja um projeto de nação. Sem foco para onde devemos ir, pouco progresso ocorrerá e os avanços serão meramente pontuais, haja vista que funcionam como se cada um promovesse o seu próprio destino e não porque há um direcionamento único das ações.
Este projeto maior, Senhores, deve ser fruto de ampla discussão na sociedade. Quem quer que o inicie, sem se preocupar com os rendimentos políticos desta iniciativa, terá dado contribuição enorme para o progresso social e econômico do País. Agirá como estadista e não como um populista. Definirá regras atemporais e não interesses casuais. É certo que o momento presente exige ajustes de diversas frentes, dada a situação calamitosa que chegamos, mas não podemos, jamais, deixar de ter um foco mais distante quando se refere ao destino do País.
Alguns presidentes, ao longo do período republicano, tiveram esta preocupação. Não cabe aqui analisar se as diretrizes apresentadas eram positivas ou não, não é esta a questão, o que se coloca em jogo é o tirocínio de se deixar um efetivo legado para o País.
Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek de Oliveira e o período militar desenharam, cada um a seu modo, este desenho de nação. Alguns pontos tiveram continuidade, outros foram abandonados sem qualquer análise mais séria.
O que está em jogo, Senhores, é o futuro da nação. Iniciativas pontuais podem ter alguma repercussão, mas se não forem devidamente ampliadas e aceitas como políticas de Estado terão vida curta por mais interessantes que possam ser.
Este é o motivo do nosso atraso, em última análise. O progresso espiritual não é realizado por improviso. Temos, pelo que sei, notória preocupação com planejamento de longo prazo. Os passos dados pelos maiores da humanidade e por aqueles que se preocupam com nosso País seguem um norteamento maior e são pautados dentro de critérios rígidos. Todos nós, espíritos comprometidos com a nação brasileira, somos chamados, de algum modo, a dar a nossa contribuição. Trabalho não nos falta.
Neste quadrante da vida pública brasileira, enxergamos mais oportunidades do que dissabores. Estamos numa crise, é verdade, mas ela mesma nos traz possibilidades de avanço inestimáveis.
Quem sabe uma nova legislação para abrir os caminhos políticos e restituirmos de vez a confiança dos brasileiros em seus representantes?
Por que não pensar numa reforma econômica “globativa”, não apenas de integração mundial para sermos mais competitivos, mas de aprendizagem geral para aumentar a capacidade produtiva de nosso povo, gerando mais renda e riqueza para todos?
Que tal priorizarmos definitivamente a educação como patrimônio maior da nossa nação em direção a termos cidadãos livres de verdade e conscientes de suas potencialidades e direitos?
Por que não pensar num governo mais competente na gestão e menos corrupto na sua concepção?
Há muitas frentes a serem definidas as suas prioridades e aquilo que mais interessa ao conjunto da nação.
Não importa necessariamente quem faça, mas que faça e como faça.
Estaremos ombro a ombro com todos aqueles que se dispuserem a trabalhar por um País melhor e com futuro.
Um abraço,

Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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