24.10.16

O NATAL E AS CESTAS BÁSICAS

“Mais bem-aventurado é dar que receber.” – Atos, cap. 20 – v. 35.

Há quem diga que uma cesta básica doada a uma família carente, por ocasião do Natal, não vale nada.
Algum outro diz que, em verdade, a sociedade carece é de promover a inclusão social dos que vivem marginalizados, como se não fosse ela mesma – inclusive, quem assim opina – que não os marginalizasse.
E, até com certa veemência, há quem combata a prática da caridade, argumentando que a caridade, mais que o estômago faminto, alimenta a ociosidade no espírito.
Certa vez, ao que fiquei sabendo, certa Secretária do Trabalho e da Ação Social, da Prefeitura de Uberaba, chegou a lançar sobre Chico Xavier a culpa pelo número de necessitados que a cidade possuía, que, então, sentiam-se atraídos para ele pela reconhecida generosidade do Médium.
Deixando, porém, tais questiúnculas de lado, notadamente a de nossa irmã Secretária, que já desencarnou, digo a vocês que o valor de singela cesta básica ultrapassa, em muito, o custo monetário do pequeno farnel, que, habitualmente, às vésperas do Natal, os espíritas costumam distribuir.
Realmente, uma cesta básica, para uma família faminta, de quatro a cinco pessoas, não chega a dar para dez dias de consumo, porquanto esses nossos irmãos, com a fome de ontem, querem comer hoje pelo dia de amanhã, no qual o pão lhes parece incerto.
Em determinada oportunidade, Chico, sendo questionado por um amigo a respeito da nota de um cruzeiro, que, à época, ele distribuía, à sombra de frondoso abacateiro, respondeu:
- Um cruzeiro não é nada, mas representa uma alegria... Em médio e em longo prazo, não resolve o problema de ninguém, mas, em curto prazo, pode dar esperança a quem esteja na expectativa de solução para o seu problema...
Grande Chico Xavier, que, além de ser dono de um coração generoso, possuía uma sabedoria incomum!
Eu gostaria apenas de dizer a vocês, principalmente aos “adversários” da cesta básica aos mais carentes, que, se ela não fosse fazer tanta diferença assim para quem a recebe, os seus beneficiários, sendo ainda outubro, não andariam já perguntando pela sua entrega daqui a dois meses...
E mais: não se disporiam na exata véspera de sua distribuição, como todo ano acontece, a dormirem ao relento, expondo-se às intempéries da noite, quase sempre tomando essa ou aquela chuva que costuma cair em Dezembro!...
Para quem não tem problema com o pão de cada dia e, por mais modesta seja, com a ceia de Natal, uma cesta básica, constituída de poucos itens, pode não ter qualquer significado, mas para quem necessita que lhe sobre um dinheirinho para comprar os remédios que toma ou um par de chinelos novos, faz uma diferença danada.
Por tal motivo, vocês me desculpem se, neste pequeno arrazoado, eu mandar plantar batatas os que, a fim de justificarem o seu egoísmo, vivem criticando a solidariedade alheia.
Que eles se fartem em suas mesas, sem que a consciência lhes pese um tiquinho não é problema meu – que comam, pois, e bebam à vontade, aumentando o seu colesterol e a sua glicose, que assim, a breve tempo, haverão de convocá-los para um confronto com a dura realidade do mausoléu.
Quanto a você, meu caro internauta, procure pegar as possíveis moedas que andam esquecidas dentro de seu “porquinho”, ou largadas, para coleção, em uma gaveta, e vá até o supermercado mais próximo, adquira uma cesta básica e faça com que ela chegue às mãos de quem realmente esteja mais necessitando.
Tenho absoluta certeza de que, agindo assim, você, investindo numa simples cesta básica, estará fincando, em nome de Jesus Cristo, um outdoor particular fazendo a propaganda de um Mundo Melhor.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet

Uberaba – MG, 24 de outubro de 2016.

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