24.2.17

A FAMÍLIA À LUZ DA REENCARNAÇÃO

    I. A FAMÍLIA ESPIRITUAL

    Encarnados ou não, todos somos espíritos criados por Deus e, portanto, irmãos. A humanidade inteira é, assim, uma só família.
    No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias, quando se entrelaçam pela afeição, simpatia e semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses espíritos se buscam uns aos outros.
    A encarnação apenas momentaneamente e parcialmente os separa, porquanto, se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estarem unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. E, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes até, uns seguem os outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo de conhecimento e de amizades, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento.
    Como vemos, a verdadeira família é a espiritual, em que os espíritos estão unidos pela afinidade, antes, durante e depois das encarnações.
    A uma família espiritual é que Jesus se referia, quando afirmou: "... qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, e irmã e mãe". (Mc. 3:31/35.)
    Se queremos pertencer à família espiritual de Jesus, procuremos obedecer às lei divinas, como Jesus faz.
    II. A FAMÍLIA CORPORAL
    Reencarnando na Terra, formamos uma família corporal (consangüínea e de parentesco). Nela poderemos ter alguns elementos que também sejam de nossa família espiritual. Outra parte de nosso grupo espiritual, porém, continua habitando no mundo invisível, no Além.
    - Com a reencarnação, a parentela aumentará indefinidamente?
   É o que receiam alguns. Mas não é pelo fato de ter tido 10 encarnações, por exemplo, que alguém encontrará no mundo espiritual 10 pais. 10 mães. 10 cônjuges e um número proporcional de filhos e novos parentes. Encontrará, apenas, aqueles com que estiver relacionado pela afinidade e pela afeição, ou pela responsabilidade.
    - A reencarnação destrói os laços de família?
    Assim julgam outros, porque de fato, a idéia de pessoas unidas apenas entre si e unicamente por serem todas do mesmo sangue perde sua importância ante a lei da reencarnação. Mas não vemos que laços de sangue e parentesco terreno muitas vezes se extinguem com o tempo ou se dissolvem moralmente já nesta vida? Aos laços, porém, que unem a verdadeira família espiritual a reencarnação não destrói mas fortalece e aperta cada vez mais.
    A unicidade da existência, sim, é que romperia qualquer laço familiar porque, nesse caso, os familiares não estariam ligados antes do nascimento e poderiam não estar ligados depois, pela diferença da posição espiritual que viessem a ocupar e que seria para sempre, como pensam os que acreditam em céu e inferno.
    III. A FAMÍLIA QUE TEMOS
    Uma "família espiritual", significando um grupo com o qual a pessoa se sinta inteiramente bem e no qual nunca tenha problemas, é coisa que ainda estamos construindo e que a maioria de nós não possui, nem aqui, nem no Além. A família que temos é tal como a fizemos até agora ou tal como dela precisamos para nossa evolução. Nela há um variado tipo de pessoas (afins ou não conosco) e foi formada em função de nossas expiações, de nossa necessidade de aprendizado ou, ainda, de nosso desejo de realizarmos boas obras.
    Nossos familiares são pessoas:
    - com as quais combinamos bem;
    - bem diferentes de nós (testam nossas virtudes ou nos ensinam aspectos diferentes da vida);
    - às quais estamos ligados de vidas anteriores, porque devemos  algo a elas ou elas a nós;
    - precisam de nós (a quem podemos ajudar com nosso amor e entendimento).
    Motivo da ligação conosco:
    - afinidade;
    - provas e aprendizado;
    - reajuste e reconciliação;
    - oportunidade de servir.
    IV. COMO AGIR EM FAMÍLIA?
    "Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação. Nos elos da consangüinidade, reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal, através das portas benditas da reencarnação". (Emmanuel, em "Leis de Amor", psicografia de Francisco C. Xavier.)
    Na família, pois, além das funções terrenas (que o conhecimento humano já identificou e valoriza), o espírita vê muito mais:
    - uma ligação maior que a simples necessidade ou dependência materiais;
    - uma finalidade transcendente e não somente o objetivo de uma existência.
    Para essa realização espiritual "em família":
    "Devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender a vencer, na luta doméstica.
    "No mundo, o lar é a primeira escola de reabilitação e do reajuste". (Emmanuel, idem.)
    "Teu lar é um ponto bendito do Universo em que te é possível exercer todas as formas de abnegação a benefício dos outros e de ti mesmo, perante Deus. Pensa nisso e o amor te iluminará". (Emmanuel, "Tarefas de Amor", do livro "No Portal da Luz".)
    "Mas se alguém não tem cuidado dos seus e, principalmente, dos de sua família, negou a fé." (Paulo - 1 Timóteo, 5:8.)
    V. OS POVOS SÃO FAMÍLIAS MAIORES
    Um povo é uma grande família, em que se reúnem espíritos simpáticos. A tendência a se unirem é a origem da semelhança que determina o caráter distintivo de cada povo. Acrescentemos aqui que os costumes, a educação, acentuam e constroem essa semelhança.
    Espíritos bons e humanos procurarão um povo duro e grosseiro? Não. Os espíritos simpatizam com as coletividades, como simpatizam com os indivíduos; procuram o seu meio. A não ser quando vêm em missão especial.
    Mantenhamos fraternidade para com todos os povos e nações mas procuremos fazer do Brasil um povo ordeiro, trabalhador e cristão, para merecermos a simpatia e proteção dos Bons Espíritos para nossa pátria.
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Livro: "Iniciação ao Espiritismo"
Autor: Therezinha Oliveira
Livros Consultados:
De Allan Kardec:
- "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. IV itens 18 a 23, e cap. XIV,
item 8;

- "O Livro dos Espíritos", 2ª parte, cap. IV

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