21.4.17

É Lícito?

Muito comum em nosso meio a pergunta: É probido “isso”? e “aquilo”? Será que podemos fazer esta “coisa”?
Para responder, lembramos da instrução do apóstolo Paulo, em sua 1ª epístola aos Coríntios:
Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. (I Coríntios, 10: 23)
Ao analisar esta proposição formulada pelo “Apóstolo dos Gentios”, devemos nos situar no significado da palavra lícito.
Segundo o dicionário Aurélio, “lícito” é tudo que é conforme a lei, tudo que é legal.
Normalmente, quando fazemos ou tentamos responder esta pergunta, não estamos preocupados com as coisas humanas. Estas nós sabemos como conduzir. A preocupação normalmente é com as questões espirituais. Com isso entendemos que esta pergunta deveria ser formulada assim: De acordo com as leis divinas podemos fazer isto? E aquilo?
E a resposta seria: É lícito perante as leis divinas? Se a resposta for afirmativa, então, é; de outro modo, não.
Essa forma de pensar parece que contradiz a afirmativa de Paulo, porque ele diz que todas as coisas são lícitas. No nosso ponto de vista Paulo não pensava na lei divina ao usar a palavra lícita, mas pensou ao dizer: “mas nem todas as coisas convêm”, “nem todas as coisas edificam”. E tudo isso é bastante coerente com outro ensinamento de sua autoria:
Aquele que não conhece a lei, tudo o que ele faz é lei, mas o que conhece e não a pratica, é punido pela própria lei.
Sabemos que a lei divina é revelada aos homens à medida de sua condição evolutiva, isto nos leva a raciocinar que de acordo com a condição evolutiva da criatura é que ela vai analisar o que é justo ou não.
Nada proíbe nada, um dos princípios básicos é o “livre-arbítrio” (todas as coisas são lícitas), assim sendo ela não é proibitiva, mas é educativa, no sentido de mostrar a verdade, e ensinar o caminho para consegui-la (mas nem todas as coisas edificam).
O apóstolo, com este seu ensinamento, mostra sua capacidade de síntese e consegue fechar todo o tema que ora estudamos: “Livre-arbítrio e Causa e Efeito”. Com a afirmação de que “tudo me é lícito”, ele mostra o livre-arbítrio, mas é taxativo ao afirmar: “nem todas as coisas edificam”, ou seja, nem todas as coisas nos conduzem para o caminho do Senhor, e é aí que a lei de causa e efeito atua de maneira a fazer voltar o ser à direção correta.
Outra coisa a ser analisada é qual o nosso objetivo diante da vida. Ela nos oferece muitos prazeres de caráter transitório, mas se o nosso objetivo maior é a nossa evolução espiritual, temos que buscar algo mais duradouro: o tesouro que o ladrão não rouba, nem a traça corrói.
Quando Jesus conversava com as irmãs de Lázaro, deixou um grande ensinamento:
“Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a melhor parte, a qual não lhe será tirada.”
Portanto quando estivermos em dúvida sobre qual o caminho a seguir, usemos o nosso discernimento, e busquemos pensar se não estamos trocando:
O divino, pelo humano.
O transcendente, pelo rotineiro.
O que redime, pelo que cristaliza.
O espiritual, pelo material.
Os prazeres do Céu, pelas alegrias da Terra.
E lembremos sempre o que Ele, que é o Mestre dos mestres nos disse:
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

Ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João, 14: 6)

Nenhum comentário:

Postar um comentário