26.4.17

ESQUECIMENTO DO PASSADO

Questão 392 do Livro dos Espíritos

O Espírito não perde as lembranças do passado. O fenômeno que ocorre no transe da reencarnação é apenas um esquecimento temporário, e não perde para sempre. Pode se processar a lembrança, caso necessário, mas na suavidade que convém à força divina. O esquecimento das vidas passadas é uma benção de Deus, para manter a alma preocupada com a sua vida presente.
Mesmo as lembranças suaves são raras no meio humano e, por vezes, na vida espiritual. O Espírito livre, em muitos casos, ignora o seu passado, e quando recorda, obedece a uma gradatividade, de acordo com as suas forças para resistir aos fatos acontecidos em outras vidas na Terra. Somente os Espíritos puros não têm mais necessidade de recordar o passado, por não verem utilidade nessas lembranças, embora tenham um conhecimento pleno de todas as suas vidas pregressas. Os Espíritos superiores olham para frente e aproveitam todo o seu tempo na edificação do amor.
As lembranças do pretérito somente servem de lições quando o aluno delas carece. Os que vivem de recordações, vivem iludidos com o passado, que só serve para nos lembrar da retificação na conduta. Se já fizemos, é conveniente que as esqueçamos por completo, dando lugar à seiva da fraternidade. O Espírito mediano, ou quase a totalidade dos que se encontram reencarnados na Terra, não deve ter lembranças do passado, para não se perturbar. Estando livre o presente, é bem melhor sua ação nele para a devida limpeza do seu fardo, suavizando o seu jugo.
Deus é tão bom e justo, que nos dota de possibilidades para carregar todos os nossos registros, escritos por nós mesmos, toda a nossa condenação, sem que nos lembremos. De vez em quando a mão do destino busca lá no fundo algum fato, esperando de quem o fez a corrigenda e a paciência nas provas que por acaso surgirem nos caminhos.
O Senhor ainda nos ajuda a termos forças para suportar os embates da própria vida. Para limpar o passado da consciência, é preciso que se faça o bem nesta estadia do planeta; que se use de todas as oportunidades e se confie em Jesus, que Ele ajudará em todos os movimentos para a caridade. Quando o pensamento estiver entulhado de idéias negativas, que se ore, vigie e trabalhe com o Cristo no coração e esses pensamentos desaparecerão como por encanto, de maneira a manifestar na cidade da mente os sentimentos elevados, capazes de tranqüilizar a consciência, no esplendor da consciência do Cristo.
A Doutrina dos Espíritos surgiu nos horizontes da Terra como misericórdia para a humanidade, dando força às criaturas para esquecerem por completo o mal. Mas somente se faz isso com a prática do bem permanente. Não devemos alimentar pensamentos inferiores, nem gerar idéias formadas de magnetismo exsudado nas contradições.
O acervo de registros do passado do Espírito é enorme, de maneira que não se pode avaliar. As condições do cérebro só permitem registrar alguma coisa que a consciência oferta. As lições são gradativas, no percurso da vida física. Esse interesse que alguns espíritas têm de saber do passado é movido por curiosidade, e muitos têm orgulho de dizer que foram grandes personagens da história.
Não é preciso que alguém nos diga; podemos avaliar o que fomos no passado, analisando nossos impulsos do presente. O melhor mesmo é recordar o bem e fazer melhor.


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