14.6.17

Felicidade de Pobre

Que perguntar a Zé, aquele que vende batatinha frita ali na esquina, ou a Mané, o homem do cachorro quente, um transeunte qualquer, o que ele mais deseja na vida, você vai ver que a resposta dele é ser feliz.
Este é o desejo de todos, ricos e pobres, brancos e negros, todo mundo quer ser feliz. Logicamente que felicidade para o pobre, inicialmente, não é a mesma coisa que deseja os mais empoderados financeiramente.
Pobre vai querer primeiramente uma casa boa pra morar. Um carro pra passear. Um emprego bom. Que a comida não falte dentro de casa. Umas roupas boas para andar por aí. Mas antes disso, provavelmente, vai pedir saúde. Porque o pobre sabe que sem saúde não adianta ter estas coisas que dá um certo conforto se não puder usufruir delas.
Pobre tem outra diferença em relação a rico. Pobre quer dividir a sua felicidade. É! Pobre quer ser feliz, mas quer que o vizinho também seja. Se tem alguma coisa a mais e o outro pobre precisa, ele não faz cara feia em compartilhar o que tem. Esta característica faz o pobre ter um tipo de riqueza diferenciado, a riqueza da distribuição.
A lógica da felicidade da maioria é a da obtenção material, é adquirir coisas, adquirir e reter. Conjuga-se mais o “meu” do que o “nosso”. E quando se fala mais em ter do que em ser estaremos indo para um caminho de felicidade vazio e perecível. Isto definitivamente não será felicidade.
A verdadeira felicidade, a felicidade do espírito, dizia Jesus, não era deste mundo. Ora, como é que queremos ter felicidade juntando coisas? Felicidade se conquista distribuindo coisas. É esta a lógica da verdadeira felicidade.
Quem não pensar desta maneira vai dar com os burros n’ água. Um dia vai olhar para o lado, cheio de bens e vazio por dentro. Rico por fora e pobre interiormente.
Comece agora a conjugar a felicidade com os bens do espírito. Esta felicidade, assegurou o Nazareno, as traças não roem e você poderá levá-la para a eternidade.

Helder Camara – Blog Novas Utopias

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