17.8.17

Milagre?

Milagre?
    “Quando Jesus voltou, a multidão o recebeu; porque todos o estavam esperando. E eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga; e prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que fosse a sua casa; porque tinha uma filha única, de cerca de doze anos, que estava à morte. Enquanto, pois, ele ia, apertavam-no as multidões”.
    Percebemos aqui que Jesus era reconhecido, admirado e tinha muitos que o procuravam, percebemos também a atitude de submissão, que o pai amoroso, chefe da sinagoga, assume perante Jesus, tocado de amor à sua filha.
     “E certa mulher, que tinha uma hemorragia havia doze anos (e gastara com os médicos todos os seus haveres) e por ninguém pudera ser curada, chegando-se por detrás, tocou-lhe a orla do manto, e imediatamente cessou a sua hemorragia.
    A hemorroíssa era uma mulher adulta e tinha sido privada de toda a participação na vida da comunidade devido à sua enfermidade pois sofria de uma doença pela qual era considerada em estado de impureza legal (Lev 15, 25 ss.). Nos últimos doze anos nenhum meio humano a tinha conseguido curar. Aos sofrimentos físicos, acrescentava-se a vergonha de se sentir imunda segundo a Lei. No povo judeu era considerada impura não só a mulher afetada de uma doença deste tipo, mas tudo o que ela tocava. Por isso, avaliamos a esperança dessa valorosa mulher”, que não se abateu e num esforço supremo consegue aproximar-se de Jesus e tocou apenas o Seu manto com delicadeza e soube que tinha sido curada.
     “Perguntou Jesus: Quem é que me tocou? Como todos negassem, disse-lhe Pedro: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem. Mas disse Jesus: Alguém me tocou; pois percebi que de mim saiu poder. Então, vendo a mulher que não passara despercebida, aproximou-se tremendo e, prostrando-se diante dele, declarou-lhe perante todo o povo a causa por que lhe havia tocado, e como fora imediatamente curada”.
    O olhar da mulher mostrava o êxtase que ela sentira quando o fluxo de energias revigorantes vindo do mestre inundara o seu corpo.
     “Disse-lhe ele: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz”.
    Jesus reconhece o merecimento da mulher e sabe que ela está renovada apta a assumir novas tarefas na seara do Pai.
     “Enquanto ainda falava, veio alguém da casa do chefe da sinagoga dizendo: A tua filha já está morta; não incomodes mais o Mestre. Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe: Não temas: crê somente, e será salva. Tendo chegado à casa, a ninguém deixou entrar com ele, senão a Pedro, João, Tiago, e o pai e a mãe da menina. E todos choravam e pranteavam; ele, porém, disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. E riam-se dele, sabendo que ela estava morta”.
    O grande sofrimento de Jesus foi ter vivido numa época em que éramos muito ignorantes, preconceituosos e orgulhosos.
     “Então ele, tomando-lhe a mão, exclamou: Menina, levanta-te. E o seu espírito voltou, e ela se levantou imediatamente; e Jesus mandou que lhe desse de comer, ele mandou-lhes que a ninguém contassem o que havia sucedido”.
    Nessa passagem do evangelho de Lucas, podemos notar dois casos distintos de cura pela transfusão de energias renovadoras. Jesus conhece a energia que vem das pessoas, por isso deixou entrar com Ele João, Pedro e Tiago que eram doadores de fluidos; Ele, orientando os bons fluidos emitidos, ajuda muitas pessoas e cura os doentes. As pessoas acham que Jesus fazia milagres. Milagres são acontecimentos que vão contra a Lei de Deus e que não conseguimos explicar. Jesus não fez milagres. Ele curava as pessoas usando energia e muito amor. As pessoas para serem curadas tinham que ter fé e merecimento. Por isso Jesus dizia: "Se tiveres fé" ou "A tua fé te salvou". Jesus curava pelo olhar, através de palavras, à distância, impondo as mãos.

Evangelho: Lucas - capítulo 8; 40-56

Comentários: Antonio D. Barana.

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