1.2.18

OS TRÊS CRIVOS

    Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos: - Escute, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular...
    - Espera!... - ajuntou o sábio prudente. Já passaste o que vais me dizer pelos três Crivos?
    - Três crivos? - perguntou o visitante, espantado.
    - Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro, é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto aquilo que pretendes comunicar?
    - Bem, ponderou o interlocutor, - assegurar mesmo, não posso... Mas ouvi dizer e... então...
    - Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julga saber, será pelo menos bom o que queres me contar?
    Hesitando o homem replicou:
    - Isso não... Muito pelo contrário...
    - Ah! - tornou o sábio - então recorramos ao terceiro crivo, o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.
    - Útil?!... - aduziu o visitante ainda agitado. - Útil não é...
    - Bem -rematou o filósofo num sorriso, - se o que tens a contar não é verdadeiro, nem bom e nem útil. esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificação para nós...
    Aí está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questões de maledicência...


Francisco C Xavier - Irmão X

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